Ordenação Presbiteral de Frei Jhones Lucas Martins
Ordenação
Macatuba (SP) – A bela Igreja Matriz de Macatuba, no interior de São Paulo, lotou neste sábado, 26 de março, para ver um dos momentos mais sublimes e esperados de um jovem que se prepara anos para o ministério do serviço de Pastor: Frei Jhones Lucas Martins recebeu o sacramento da Ordem, o Presbiterato, das mãos do Arcebispo de Botucatu, Dom Maurício Grotto de Camargo, para ser, em nome de Cristo, pela palavra e pela graça de Deus, pastor da Igreja.
A celebração, que durou mais de duas horas, marcou pela solenidade, emoção e alegria. Além dos seus confrades de turma, que já estavam presentes durante a Semana Missionária, frades do Convento São Francisco, onde residiu recentemente, e da região marcaram presença, bem como o Ministro Provincial, Frei Paulo Roberto Pereira, e o Vigário Provincial, Frei Gustavo Medella, assim como religiosos, sacerdotes e seminaristas da Arquidiocese. Presente também o Prefeito de Macatuba, Anderson Ferreira.
Frei Gabriel Dellandrea, animador do Serviço Vocacional, saudou a todos com caloroso “paz e bem”, acolhendo os irmãos e as irmãs que vieram de perto e de longe, como as caravanas de Duque de Caxias (RJ) e Gaspar (SC).
Frei Jhones, que escolheu o lema “Completai em mim a obra começada” (Salmo 137) para sua ordenação, foi apresentado ao Senhor tendo seus pais, Donizetti Martins e Maria Aparecida dos Santos Martins, a seu lado na procissão inicial.
O rito da ordenação presbiteral começou antes da homilia de Dom Maurício, com a chamada do candidato. Animado e alimentado com a Palavra de Deus, Frei Jhones foi chamado pelo diácono Frei Josemberg Cardozo Aranha para frente do altar: “Queira se aproximar o que será ordenado presbítero, Frei Jhones Lucas Martins”. Ele, então, respondeu: “Aqui estou!”.
Ao pedido do Vigário Provincial ao bispo para que ordenasse Frei Jhones, Dom Maurício perguntou: “Podes dizer se ele é digno deste ministério?” E ouviu a seguinte resposta de Frei Gustavo Medella: “D. Maurício, Frei Paulo Pereira, Pe. Silvano, todos irmãos confrades aqui presentes, tendo ouvido o povo de Deus, tendo ouvido os confrades formadores, os colegas de caminhada de nosso estimado Frei Jhones, posso dar testemunho que ele é digno desse ministério”. Dom Eduardo: “Com auxílio de Nosso Senhor Jesus Cristo e Salvador, nós escolhemos esse nosso irmão para a Ordem do Presbiterato! Graças a Deus!”
Logo após, o Arcebispo de Botucatu, como de costume nas ordenações sacerdotais, conferiu uma belíssima homilia de cunho bem franciscano. “Saúdo com muito carinho nosso querido Ministro Provincial, o Frei Paulo Roberto Pereira, e na sua pessoa toda a família franciscana da Imaculada Conceição. Gostaria que ficassem de pé, porque muitos de nós, em poucas oportunidades podemos visualizar tantos irmãos de Francisco juntos. Vamos saudá-los com uma salva de palmas”, disse, pedindo orações pelas vocações franciscanas “com seu carisma encantador”. Ele saudou e agradeceu o pároco Pe. Silvano Palmeira e o povo de Macatuba, assim como as caravanas de Duque de Caxias e de Gaspar. Depois chamou os pais de Frei Jhones para ficar do seu lado e estendeu sua saudação à toda família do ordenando.
Por último, saudou Frei Jhones. “Eu fiquei muito positivamente surpreso, graças a Deus. Primeira coisa que vi quando entregou o convite e o livreto, foi o lema que escolheu, do salmo 137:’Completai em mim a obra começada’. A obra começada no amor do pai e da mãe. A obra começada no batismo, para o qual os pais te levaram. Ele se coloca diante de Deus humildemente. Não como um que já é perfeito, santo, e que vai fazer e desfazer e vai superar todos os que vieram antes dele, padres, irmãos franciscanos, e assim por diante. Não, ele se coloca humildemente. Eu preciso ser completado. A sua obra precisa continuar. É assim mesmo”, ensinou.
“Completai em mim a obra começada, na família, na Igreja doméstica, no batismo, na crisma. No batismo nos tornamos discípulos e seguidores de Jesus. Completai em mim, sobretudo, a obra da Eucaristia, o sacramento que nos acompanha nesse memorial da vida pessoal, comunitária e eclesial”, acrescentou, dizendo que para escolher este lema Frei Jhones teve ajuda do Espírito Santo e de Francisco.
“Foi ele que escolheu esse lema. Ele deve ter rezado muito, pensado muito e foi inspirado, graças a Deus”, observou. “E aparece claro que ele, depois de muita oração, escolheu essa liturgia da Palavra. Escolheu esse Evangelho, cujo o tema central é o amor, mas o amor de Deus que é fiel, o amor de Deus que vai completando a obra iniciada, à medida que nós confiamos, que nós colaboramos”, emendou. Segundo ele, Deus nos ama à parte, para além dos nossos pecados, para além da miséria de cada ser humano: “Ele simplesmente ama”.
“Completar a obra significa deixar de pensar como homens e passar a pensar como Deus. De uma forma muito mais simples e concreta, deixar de pensar como homens significa deixar de crer nas promessas do ter, do poder, do prazer, e passar acreditar que o único e autêntico poder de salvar o ser humano e toda a humanidade é amor”, disse.
“Alguns anos como padre eu fui, a exemplo de Francisco, aos pobres, aos doentes, aos estigmatizados, aos rejeitados. Onde se viu andar com essas pessoas, acolher essas pessoas na casa paroquial! Por que nos pobres eu descobri que amava meus pais de verdade? Porque de fato, amar os pobres não é fácil. A história de Francisco não é nem fictícia nem romântica. É difícil mesmo. O pobre, o marginalizado, o bêbado é aquela pessoa que não tem nada para dar em troca. Muitas vezes você entra contato com uma pessoa que não tem boa aparência, não tem dinheiro, não cheira bem, ao contrário, não tem nada para te dar, ou até provoca rejeição: ou um tipo de doença, ou o drama que a pessoa vive, ou ameaça porque a pessoa não está no pleno uso da razão. A hora que eu for capaz de amar aquela pessoa que não tem nada, esse é o Cristo Crucificado diante do qual Francisco mudou a vida dele e depois passou a viver no mundo, construindo igrejas. Foi diante do Cristo Crucificado que Francisco percebeu esse mistério, essa chave. Qual chave? Que eu descobri também. Não amava meu pai. Amava aquilo que ele me dava. E vice-versa. A partir da experiência com as pessoas que ninguém quer amar porque não são amadas, aí, sim, Deus pôde completar a obra em mim, me fazendo olhar meus pais com outros olhos. Antes os olhos eram de interesses. De repente, os olhos do próprio Cristo, do amor verdadeiro”, refletiu.
“Quando o Frei Jhones fala ‘completar em mim a obra começada’, ele está querendo amar aqueles que ninguém quer amar, como Francisco amou, e como Jesus mais ainda. E o próprio Pedro. Ninguém se converte de um dia para o outro. Pedro foi convertendo aos poucos, de modo que ele já podia responder a Jesus: agora estou enxergando o que é o verdadeiro amor. Senhor, tu sabes que eu te amo! Essa é a palavra de Frei Jhones a Jesus hoje: Senhor, tu sabes que eu te amo!”, concluiu.
Na sequência, diante da Igreja, Frei Jhones manteve um diálogo com o bispo, que manifestou o seu consentimento para o ministério presbiteral, suas funções e o seu modo de vida.
Depois, de joelhos, colocou suas mãos nas mãos do bispo e prometeu obediência a ele e ao seu legítimo superior. Em seguida, prostrado, em sinal de total dedicação a Deus, o eleito e toda a assembleia cantaram a Ladainha de Todos os Santos, pedindo assim a intercessão daqueles que nos precederam na fé. Veio, então, o momento central da ordenação: a imposição das mãos e a Oração Consecratória.
Cada momento ou gesto do rito foi explicado por Frei Gabriel. Pela imposição das mãos do bispo e pela Prece de Ordenação será conferido a Frei Jhones o dom do Espírito Santo, que o transforma e o capacita para a sua missão. “Nós acompanhamos em total silêncio”, pediu.
Terminado este momento, Frei Jhones recebeu as vestes de presbítero (casula e estola), trazidas pelo irmão Júnior. Frei Jhones foi revestido dos paramentos próprios do presbítero com a ajuda do Ministro Provincial, Frei Paulo Roberto Pereira.
O bispo, agora, ungiu com o óleo da crisma a palma das mãos do novo presbítero e atou suas mãos, que foram desamarradas pelos pais. Frei Jhones, então, deu a sua primeira bênção aos pais, enquanto era saudado pela assembleia. Na sequência, Frei Jhones recebeu as ofertas do pão e do vinho. O cálice foi trazido por sua irmã Ana Paula. Dom Maurício as entregou a Frei Jhones como sinal de oferenda do povo que, de agora em diante, ele irá apresentar em cada Eucaristia.
Num gesto de comunhão fraterna, representando a acolhida do neo-sacerdote entre os presbíteros, Frei Jhones recebeu o abraço da paz de Dom Maurício e de seus confrades e sacerdotes presentes na Celebração. Terminado o rito, Frei Jhones já pôde participar como concelebrante da Eucaristia.
AGRADECIMENTOS
Pe. Silvano Palmeira agradeceu à Comunidade Paroquial que não mediu esforços para que a ordenação acontecesse e também agradeceu pela ajuda aos frades durante a Semana Missionária em preparação para este momento.
Frei Paulo Pereira falou da gratidão de todos os frades da família que vai desde Santa Catarina até o Espírito Santo, ousando levar ao mundo Paz e Bem: “É uma ousadia por causa da nossa incompletude, da nossa fragilidade. Gratidão ao povo que reza por nós, ao povo que nos acompanha. Gratidão a esta paróquia inspirada em Santo Antônio que vai sempre se lembrar de nós. Olhando para o Padroeiro vai falar: ‘É daquela família!’ E cada vez que tiver festa de Santo Antônio, todo mundo vai lembrar: ‘Os irmãos de Santo Antônio já andaram por aqui. Muito obrigado a esta Paróquia, ao Pe. Silvano, desde o primeiro momento muito acolhedor no exercício da fraternidade, que é tão caro a São Francisco. D. Maurício, muito obrigado. O sr. disse no sermão que foi conhecer o Frei Jhones e o convidou para almoçar. Junto à mesa nos damos a conhecer. E hoje tivemos o privilégio de estar à mesa da Eucaristia, o sr. deu o Pão Eucarístico para todos nós e temos certeza que nos conhecemos mais e nos comprometemos a servir melhor o povo. Obrigado, D. Maurício, que não é franciscano de hábito, mas é franciscano de coração. Obrigado Frei Jhones que deve servir ao povo. Todo presbítero, especialmente o presbítero franciscano, não deve nunca arredar o pé dessa missão. Servir e amar o povo, sobretudo o povo mais simples, o povo mais necessitado. Rezem sempre por nós e por nossa missão!”
Frei Jhones fez os agradecimentos e disse que Deus deu a graça de pertencer a três famílias: “A primeira, são os meus pais, meus sacerdotes que ofereceram a Deus minha vida, seus irmãos, sobrinhos, tios e tias, avós que do céu (se emociona) acompanham esse momento com suas preces. Depois, Deus deu a família franciscana, que me acolheu em 2010. Nos últimos anos, ganhei novas famílias: primeiro nesta Paróquia de Macatuba, depois na Paróquia em Duque de Caxias, no Convento e Santuário São Francisco, na capital, nas famílias das casas de formação e agora na Paróquia São Pedro Apóstolo de Gaspar”, lembrou.
“Só uma coisa lhe peço: completai em mim a obra começada e que o ministério que hoje abraço seja para louvor e glória da Santíssima Trindade e a ela rendo louvor e glória”, completou.
Frei Roger Strapazzon (Fotos) e Moacir Beggo
Primeira Missa
Macatuba (SP) – Neste 4º domingo da Quaresma, 27 de março, Frei Jhones Lucas Martins iniciou o seu Ministério Presbiteral ao celebrar a primeira Missa, às 10 horas, na Paróquia Santo Antônio, em Macatuba, onde foi ordenado presbítero ontem por Dom Maurício Grotto de Camargo, Arcebispo de Botucatu (SP).
Frei Jeâ Andrade, animador do Serviço Vocacional da Província (SAV), fez a acolhida do povo e deu as boas vindas a todos nesta Eucaristia. Frei Jhones teve como concelebrantes o pároco Pe. Silvano Palmeira, Frei Paulo Santana, os diáconos Frei Josemberg Aranha e Frei Alan Leal de Mattos. Muitos dos seus confrades que estiveram na ordenação, participaram das Primícias, como o Ministro Provincial da Província da Imaculada Conceição, Frei Paulo Roberto Pereira e o Vigário Provincial, Frei Gustavo Medella.
Num domingo de temperatura mais amena, os paroquianos lotaram novamente a igreja, tendo ainda a presença da caravana de amigos de Frei Jhones que veio de Duque de Caxias (RJ).
Frei Jeâ explicou que é costume na Província de, na Primeira Missa, o neo-sacerdote convidar outro irmão para fazer a pregação. Por isso, Frei Jhones escolheu Frei Paulo Roberto Santana, com quem conviveu quando residiu na Fraternidade de Duque de Caxias.
Durante toda a sua homilia, Frei Paulo procurou mostrar como Francisco de Assis vê o ministério sacerdotal. Logo no início, tomou a Admoestação IV do Seráfico Pai: “Não vim para ser servido, mas para servir diz o Senhor (Mt 20,28). Aqueles que foram constituídos acima dos outros se gloriem tanto deste ofício de prelado como se tivessem sido destinados para o ofício de lavar os pés dos irmãos…”
“Nesse serviço, você clama ao Altíssimo como está no seu lema escolhido: ‘Completai em mim a obra começada’ (Sl 137,8). Este é o chamado ao qual você Frei Jhones ardentemente responde com a sua entrega, em primeiro plano na obediência como frade menor e, consequentemente, agora como um dos mais novos sacerdotes da Mãe Igreja”, disse.
Frei Paulo lembrou que o Seráfico Pai não foi um presbítero instituído, mas intuiu profundamente o que é e deve ser um sacerdote: “Sendo servo de todos, tenho por obrigação servir e ministrar a todos as odoríferas palavras de meu Senhor” (Carta aos Fiéis). “Sendo assim, devereis ser como nosso Pai Francisco: um arauto do grande Rei, para que o próprio Deus seja o locutor e pregador da mensagem da Boa Nova, que deve se estender para os corações dos homens em todo tempo e lugar”, observou o pregador.
Frei Paulo citou São João Crisóstomo para ensinar e mostrar onde se encontra o verdadeiro sentido do sacerdócio: “Conheço minha alma, sei como ela é fraca e pusilânime. Conheço a dignidade do sacerdócio e as dificuldades de exercê-lo. Pois mais numerosos do que os ventos que revoltam o mar, são as ondas que inquietam a alma do sacerdote”.
“Caro confrade, Frei Jhones, e demais sacerdotes, São João Crisóstomo nos ensina também quais qualidades devemos honrar como servidores nesse ministério do Cristo servo dos servos: despir-se de qualquer ambição; ser prudente; ser justo e honesto na função que lhe foi confiada; irradiar a beleza da alma; possuir zelo para com as viúvas e os pobres; exercitar a hospitalidade e o acolhimento; e realizar visitas aos necessitados”, ensinou.
Segundo Frei Paulo, muitos afirmam ver em Frei Jhones um homem de Deus e fiel zeloso no que a Igreja lhe confia. “Essa apreciação tão positiva, mais do que motivo de orgulho, deverá ser um desafio para você, pois nos faz lembrar o que nosso Seráfico Pai São Francisco de Assis nos exorta em 2Cel 142:’Trata de ser tão bom como todos dizem, porque são muitos os que confiam em ti. Por isso te aconselho a não seres diferente daquilo que esperam de ti’. Isto é, colocar-se na fiel disposição da sua escolha, como expressa profundamente o seu lema sacerdotal”, ressaltou Frei Paulo.
Frei Paulo também trouxe a “Carta a Toda Ordem” para enfatizar o ministério do sacerdote. “Peço ainda no Senhor a todos os meus irmãos sacerdotes, os que são, vierem a ser ou desejarem ser sacerdotes do Altíssimo (…)” – hoje fala também a você, Frei Jhones, ao celebrar a missa – “ofereça o verdadeiro sacrifício do santíssimo corpo e sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo, com disposição sincera, com reverência e com santa e pura intenção. Considerai a vossa dignidade irmãos sacerdotes e sede santos porque Ele é santo… vós, mais que todos, amai-o, reverenciai-o, honrai-o… Portanto, nada de vós retenhais para vós mesmos, para que totalmente vos receba quem totalmente se vos dá!” (Ord 14-29)”, citou o frade.
“De acordo com a nossa Regra, o nosso ministério é sempre da Igreja e a serviço da Igreja. Essa é a nossa primeira Vocação. Assim, com a Igreja e na Igreja, o frade menor pode atender o chamado de Deus para o serviço ministerial e presbiteral e, fiel à sua opção pela pobreza, escolhe e assume o trabalho em espírito de: oração e devoção; fraternidade e solidariedade com seus irmãos e com o povo de Deus; minoridade, simplicidade e partilha, sobretudo com os pequenos e os pobres deste mundo. Por tanto, todo o nosso fazer se realiza, antes de tudo, na experiência diária de vida na Fraternidade, na comunidade eclesial, na sociedade e, em particular, entre os pobres”, exortou Frei Paulo.
E Frei Paulo concluiu: “Frei Jhones, pela graça da ordenação sacerdotal, você se torna semelhante a Cristo, pois exerce as suas funções. Está agora configurado ao Cristo Sacerdote, Mestre e Bom Pastor. Seja um autêntico servo do povo de Deus, irmão de todo irmão. Lembremos das palavras do Santo Padre, o Papa Francisco, dirigida a todos nós sacerdotes e de modo especial, no dia de hoje, a você Frei Jhones: “Vo-lo peço: sede pastor com o cheiro das ovelhas, pastor no meio do seu rebanho, e pescador de homens”, recordou.
Pediu orações ao novo presbítero Frei Jhones, e convidou a rezar como ensina o Seráfico Pai São Francisco: “Altíssimo, glorioso Deus, iluminai as trevas dos nossos corações, dai-nos uma fé integra, uma esperança firme e uma caridade perfeita. Dai-nos, Senhor, o reto sentir e conhecer, afim que possamos cumprir o sagrado encargo que na verdade acabais de nos dar. Amém!”
Diante da imagem de São José, tendo ao seu lado os seus confrades diáconos Frei Josemberg e Frei Alan, o neopresbítero consagrou o seu ministério ao Padroeiro Universal da Igreja.
Nos agradecimentos, o Ministro Provincial, Frei Paulo Roberto Pereira, disse que voltamos para a casa na certeza de que nossa obra está apenas começando. “Muito obrigado pelo seu sim, Frei Jhones, obrigado a esta Igreja nossa família, obrigado aos frades. Quero agradecer ao Serviço de Animação Vocacional e aos missionários e à irmã missionária pela missão nesta semana. Agradeço a vocês e às famílias que abriram as portas para recebê-los e, sobretudo, quero agradecer ao Pe. Silvano por nos acolher aqui nesta semana e neste dia de gratidão”, disse.
Frei Jhones recebeu homenagens e também fez seus agradecimentos. Ele lembrou que durante a próxima semana estará celebrando nas Comunidades da Paróquia Santo Antônio de Macatuba.
Frei Roger Strapazzon (Fotos) e Moacir Beggo
Entrevista
Frei Jhones Lucas Martins será ordenado presbítero no dia 26 de março, às 10 horas, em Macatuba (SP), pelas mãos do Arcebispo de Botucatu, Dom Maurício Grotto de Camargo. A ordenação presbiteral e a Primeira Missa, no dia 27, às 10 horas, serão celebradas na Igreja Santo Antônio.
Frei Jhones nasceu no dia 6 de abril de 1990, em Macatuba, São Paulo. Filho de Donizetti Martins e Maria Aparecida dos Santos Martins, possui dois irmãos. Ingressou no Seminário São Francisco de Assis em Ituporanga (SC) em 2010 e fez o Postulantado em 2011, em Guaratinguetá. “Em 2012, em Rodeio fiz o noviciado e, em 3 de janeiro de 2013, professei os primeiros votos. Em 2013, fui para Rondinha cursar Filosofia. Em 2016 fui em missão para Quibala, Angola, na casa dos postulantes”, conta Frei Jhones. Fez a Profissão Solene no dia 15 de setembro de 2018. Em 2020, voltou a Petrópolis para terminar a Teologia. Em 19 de dezembro de 2020 se ordenou diácono e foi transferido para o Largo São Francisco. E atualmente foi transferido para Gaspar.
Franciscanos – Frei Jhones, fale um pouco de sua família.
Frei Jhones – Meus pais são Maria Aparecida dos Santos Martins e Donizetti Martins. São meus irmãos Ana Paula Martins e Junior Ricardo Martins. Tenho 4 sobrinhos. Meus pais sempre foram muito presentes em minha vida, seja minha vida escolar seja em minha vida vocacional. Meu pai, há 20 anos, é ministro da Eucaristia e Catequista. Minha mãe, por um tempo foi ministra da Eucaristia, mas parou para cuidar da minha avó Dona Luzia, mãe de meu pai. Minha avó também tem papel importante em minha vida religiosa vocacional. Penso que é graças às suas orações que hoje me tornei quem sou na Igreja e na vida franciscana.
Franciscanos – Quando se deu o discernimento vocacional?
Frei Jhones – Bom, desde que eu me entendo por gente quero ser padre. Falo padre, porque quando criança não sabia a diferença. Quando fui crescendo, fui entendendo a diferença entre clero regular e clero secular. Com isso, me apaixonei pela vida religiosa. Durante os anos de 2006-2007, fiz uma experiência em uma comunidade religiosa chamada de Oblatos de Cristo Sacerdote, na qual sou grato até hoje por tudo o que me ensinaram. E foi nessa congregação que conheci a espiritualidade franciscana. Pois, na cidade de Pindamonhangaba onde morei havia uma creche que era cuidada pelos frades de uma instituição franciscana, mas não eram OFM. Conhecendo eles, conheci Francisco e conhecendo Francisco percebi que era isso que queria. Saí dos oblatos em 2007. E, no ano de 2008, fiz encontros na Diocese primeiramente e, no final de 2008, fui pesquisando sobre São Francisco e conheci o site e vi que em Agudos havia o seminário. Foi lá que eu mergulhei no carisma por meio do Frei Nazareno. Comecei, então, a fazer os encontros vocacionais. Gostei tanto, que não tinha como eu fazer outra escolha para minha vida do que ser frade.
Franciscanos – Por que escolheu ser frade?
Frei Jhones – Acho que essa pergunta tem que ser feita para São Francisco, o porquê ele me quis frade (risos). Sempre perguntei a mim mesmo porque ser frade? Penso que não há uma resposta clara, há sempre nuances. Não há nada mais belo do que sentar à mesa em uma casa franciscana e perceber que ali estamos entre irmãos. A beleza franciscana me atrai. Podemos discordar de várias coisas, mas o que nos une é a beleza de querermos estar juntos. Por isso, eu penso que se o frade não quer estar junto dos irmãos, não dá pra ser frade. Escolhi ser frade, porque quero estar junto.
Franciscanos – Há espaço para o carisma franciscano no mundo de hoje?
Frei Jhones – Penso que o carisma franciscano, na sua maneira de ser, somente tem a contribuir para o mundo de hoje. Todos nós, franciscanos, apontamos o Cristo como a nossa maneira de ser. Ser franciscano é ser outro Cristo a exemplo de nosso Pai São Francisco. Precisamos resgatar sempre a imagem de Cristo em nós para ser no mundo instrumento de Paz e Bem. Há espaços na medida em que deixamos Cristo agir.
Franciscanos – Vale a pena ser religioso franciscano? Deixe uma mensagem para os jovens que querem conhecer o carisma franciscano.
Frei Jhones – Não vale a pena, vale a vida inteira. Sempre carrego em meu coração o que uma Irmã Franciscana Catequista disse uma vez: “Quando você entrar para o convento, entre como se fosse para sempre”. Deste modo, eu não sei ser outra coisa nesse mundo do que um consagrado franciscano. E você, jovem, que está nas etapas de formação, nunca se esqueça de alimentar “o seu para sempre”. Três coisas necessárias: 1. Oração, pois tudo é para o Louvor e Glória da Santíssima Trindade; 2. Não olhes para trás; e 3. Tudo para Deus, no serviço à Igreja e a todos os homens.
Moacir Beggo