SEXTA-FEIRA SANTA VIA-SACRA PRESIDIDA PELO PAPA FRANCISCO COLISEU A CRUZ, INTRODUÇÃO Adoramus te, Christe Schola cantorum: Adoramus te, Christe, et benedicimus tibi, Santo Padre: Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. R/. Amen. Estávamos no dia 19 de Março de 2013. O Papa Francisco tinha sido eleito poucos dias antes. Fez a homilia sobre São José, dizendo que fora o «guardião» de Maria e de Jesus[1] e que o seu estilo era feito de discrição, humildade, silêncio, presença constante e fidelidade total. Na Via-Sacra que estamos prestes a começar, haverá uma referência constante ao dom de sermos guardados pelo amor de Deus, nomeadamente por Jesus crucificado, e ao dever de, por nossa vez, sermos por amor guardiões da criação inteira, de todas as pessoas, especialmente da mais pobre, de nós mesmos e das nossas famílias, para fazer brilhar a estrela da esperança. Queremos viver esta Via-Sacra numa profunda intimidade com Jesus. Vendo com atenção aquilo que está escrito nos Evangelhos, individuar-se-ão discretamente alguns sentimentos e pensamentos que poderiam ocupar a mente e o coração de Jesus naquelas horas de provação. Ao mesmo tempo, deixar-nos-emos interpelar por algumas situações de vida que caracterizam – positiva ou negativamente – os nossos dias. Expressaremos assim uma ressonância, que traduz o nosso desejo de realizar algum passo de imitação de Nosso Senhor Jesus Cristo na sua paixão. Oração Ó Pai, que quisestes salvar os homens com a morte do vosso Filho na Cruz, concedei-nos que, tendo conhecido na terra o seu mistério de amor, sejamos suas testemunhas, por palavras e obras, junto de todos aqueles que nos fazeis encontrar na vida diária. Por Cristo Senhor Nosso. Amen.
I ESTAÇÃO V/. Adoramus te, Christe, et benedicimus tibi. Do Evangelho segundo São Lucas «Isto é o meu corpo, que vai ser entregue por vós (…). Este cálice é a nova Aliança no meu sangue, que vai ser derramado por vós».[2] Do Evangelho segundo São Marcos «Tomando novamente a palavra, Pilatos disse-lhes: “Então que quereis que faça daquele a quem chamais rei dos judeus?” Eles gritaram novamente: “Crucifica-o!” (…) Pilatos, desejando agradar à multidão, soltou-lhes Barrabás; e, depois de mandar flagelar Jesus, entregou-o para ser crucificado».[3] SENTIMENTOS E PENSAMENTOS DE JESUS Acabei de celebrar a Páscoa com os meus discípulos. Tinha-o desejado ardentemente:[4] a última Páscoa, antes da paixão, antes de voltar para Ti! Inesperadamente, porém, senti-me turbado. A um discípulo meu, o diabo meteu-lhe no coração a ideia de me trair.[5] No jardim do Getsémani, veio ter comigo. Com um gesto que significa amor, saudou-me dizendo: «Salve, Mestre!». E deu-me um beijo.[6] Que amargura, naquele momento! Durante a ceia, implorei-Te, Pai, que guardasses os meus discípulos no teu nome, para serem um só, como Nós o somos.[7] A NOSSA RESSONÂNCIA Nós somos, ó Jesus, ainda mais frágeis na fé do que os primeiros discípulos. Corremos o risco de Vos trair, quando o vosso amor deveria levar-nos a crescer no amor por Vós. Precisamos de oração, vigilância, sinceridade e verdade. Assim a fé crescerá. E será robusta e jubilosa. OREMOS Guardados pela Eucaristia «O vosso corpo e o vosso sangue, Senhor Jesus, nos guardem para a vida eterna».[8] Que este milagre se realize para os sacerdotes que presidem à Eucaristia e para todos nós, fiéis, que nos aproximamos do altar para receber-Vos a Vós, pão vivo descido do céu. Todos: Pater noster, qui es in cælis: Stabat Mater dolorosa
II ESTAÇÃO V/. Adoramus te, Christe, et benedicimus tibi. Do Evangelho segundo São Marcos «Depois de o terem escarnecido, tiraram-lhe o manto de púrpura e revestiram-no das suas vestes. Levaram-no, então, para o crucificarem».[9] SENTIMENTOS E PENSAMENTOS DE JESUS Rodeiam-me os soldados do governador. Para eles, já não sou uma pessoa, mas uma coisa. À minha custa querem divertir-se, fazer pouco de mim. Por isso me vestem de rei. Está pronta também uma coroa, mas de espinhos. Batem-me na cabeça com uma cana. Cospem sobre mim. Levam-me para fora.[10] Ecoam em mim palavras dramáticas do profeta Isaías sobre o Servo do Senhor. Dizem que não tem aparência de beleza; é desprezado; é o homem das dores; é como um cordeiro levado ao matadouro; é eliminado da terra dos vivos; é ferido de morte. Aquele Servo sou Eu, para desvendar a grandeza do amor de Deus pelo homem.[11] A NOSSA RESSONÂNCIA Assim Vós, ó Jesus, fostes «contado entre os pecadores».[12] Na primeira geração cristã, precisamente porque falavam publicamente de Vós, Pedro e João, Paulo e Silas atravessaram o limiar da prisão. [13] E assim aconteceu muitas vezes ao longo dos séculos. Mesmo nestes dias, há homens e mulheres que são presos, condenados ou até mesmo trucidados, só porque são crentes ou comprometidos em prol da justiça e da paz. Não se envergonham da vossa cruz. São, para nós, admiráveis exemplos a imitar. OREMOS COM AS PALAVRAS DE UM MÁRTIR Na manhã do dia 2 de Março de 2011, o paquistanês Shahbaz Bhatti, Ministro das Minorias, foi morto por um grupo de homens armados. No seu testamento espiritual, tinha escrito: «Lembro-me de uma sexta-feira de Páscoa, quando tinha apenas treze anos: ouvi um sermão sobre o sacrifício de Jesus pela nossa redenção e pela salvação do mundo. E pensei que devia corresponder àquele seu amor dando amor aos nossos irmãos e irmãs, colocando-me ao serviço dos cristãos, especialmente dos pobres, dos necessitados e dos perseguidos que vivem neste país islâmico. À luz deste testemunho, oremos: Senhor Jesus, sustentai intimamente os perseguidos. Difunda-se pelo mundo o direito fundamental à liberdade religiosa. Nós Vos damos graças por todos aqueles que oferecem, como «anjos», sinais maravilhosos do vosso Reino que vem. Todos: Pater noster, qui es in cælis: Cuius animam gementem,
III ESTAÇÃO V/. Adoramus te, Christe, et benedicimus tibi. Do Livro do profeta Isaías «Foi ferido por causa dos nossos crimes, esmagado por causa das nossas iniquidades. O castigo que nos salva caiu sobre ele, fomos curados pelas suas chagas».[14] SENTIMENTOS E PENSAMENTOS DE JESUS Sinto-me vacilar enquanto dou os primeiros passos para o Calvário. Já perdi muito sangue. Tenho dificuldade em aguentar o peso do madeiro que devo levar. E, assim, caio por terra. Alguém me levanta. Em volta de mim, vejo tantas pessoas. Certamente haverá também quem me ame. Outros são apenas curiosos. Penso em João Batista que, no início da minha vida pública, disse: «Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!»[15] Revela-se agora a verdade daquelas palavras. A NOSSA RESSONÂNCIA Ó Jesus, este é o dia em que de modo algum devemos parecer-nos com o fariseu que se louva a si mesmo, mas com o publicano que não ousa sequer levantar a cabeça.[16] Por isso, Vos pedimos confiadamente a Vós, Cordeiro de Deus, o perdão dos nossos pecados por pensamentos, palavras, actos e omissões. Meditando no peso da vossa cruz, não nos envergonharemos de traçar sobre nós mesmos o sinal da cruz: «É uma ajuda eficaz: gratuita para os pobres e, para quem é fraco, não requer qualquer esforço. Trata-se, efectivamente, de uma graça de Deus».[17] OREMOS O vosso Filho partilhou a nossa vida humana Nós Vos glorificamos, Pai Santo, porque repetidas vezes, pelos profetas, nos formastes na esperança da salvação. Nós Vos glorificamos, porque de tal modo amastes o mundo que nos enviastes o vosso Filho Unigénito. Para cumprir o vosso plano salvador, Ele viveu a nossa condição humana em tudo igual a nós, excepto no pecado; anunciou a salvação aos pobres, a libertação aos oprimidos, a alegria aos que sofrem.[18] Obrigado, ó Pai! Todos: Pater noster, qui es in cælis: O quam tristis et afflicta
IV ESTAÇÃO V/. Adoramus te, Christe, et benedicimus tibi. Do Evangelho segundo São Lucas «Simeão abençoou-os e disse a Maria, sua mãe: “Este menino está aqui para queda e ressurgimento de muitos em Israel e para ser sinal de contradição; uma espada trespassará a tua alma. Assim hão-de revelar-se os pensamentos de muitos corações. (…) Sua mãe guardava todas estas coisas no seu coração».[19] SENTIMENTOS E PENSAMENTOS DE JESUS No meio da multidão, está a minha mãe. O meu coração bate agitado. Não consigo vê-la bem. O sangue escorreu-me também para o rosto. Quando tinha apenas quarenta dias, fui levado ao Templo, de acordo com a Lei de Moisés, para a oferta. Ao meu pai e à minha mãe, falou um profeta. Chamava-se Simeão. Tomou-me nos seus braços. Disse que eu haveria de ser um «sinal de contradição» e que, à minha mãe, «uma espada haveria de trespassar-lhe a alma». Palavras que, neste momento, se fazem ardente realidade para ela e para mim. Hoje tem plena realização a oferta daquele dia.[20] A NOSSA RESSONÂNCIA «Ó Filho meu, de linhagem divina, sois arrastado pelas mãos destes génios do mal e suportais-lho; viestes pôr-vos em cadeias e, voluntariamente, deixais-vos levar por eles, Vós que sois o libertador das cadeias do género humano acorrentado! Oh como me sinto destruída! Dizei-me, dizei-me uma palavra, Palavra de Deus Pai, não passeis, em silêncio, diante da vossa serva feita vossa mãe».[21] Ó Jesus, o drama que enfrentais, juntamente com a vossa mãe, por uma ruela de Jerusalém, faz-nos pensar em tantos dramas familiares presentes no mundo. Há-os para todos: mães, pais, filhos, avós e avôs. Julgar é fácil; mais importante, porém, é pormo-nos no lugar dos outros e ajudá-los até onde nos for possível. Vamos procurar fazê-lo. OREMOS «Fazei o que Ele vos disser» Maria Santíssima, mãe de Jesus, esposa de José, nós vos pedimos que acompanheis o Sínodo dos Bispos dedicado à família. Intercedei pelo Papa, pelos Bispos e por todos aqueles que estão directamente envolvidos nele. Sejam dóceis ao Espírito Santo e cheguem a um válido discernimento. Sempre tenham presente o salmo que diz: «O amor e a verdade vão encontrar-se».[22] Em Caná, ó Maria, sugeristes aos serventes: «Fazei o que Ele vos disser».[23]Sustentai os esposos e os pais cristãos, chamados a dar testemunho da beleza duma família inspirada e guiada pelas directrizes de Jesus. Todos: Pater noster, qui es in cælis: Quæ mærebat et dolebat
V ESTAÇÃO V/. Adoramus te, Christe, et benedicimus tibi. Do Evangelho segundo São Lucas «Quando o iam conduzindo, lançaram mão de um certo Simão de Cirene, que voltava do campo, e carregaram-no com a cruz, para a levar atrás de Jesus».[24] SENTIMENTOS E PENSAMENTOS DE JESUS Ouço gritos em redor de mim. À força agarram um camponês que passava por ali, talvez por acaso. Sem grandes explicações, constringem-no a carregar o meu peso. Sinto-me aliviado. Mandam-lhe que se ponha atrás de mim. Iremos juntos até ao lugar do suplício. Mais do que uma vez, ao pregar o Reino de Deus, eu dissera: «Quem não tomar a sua cruz para me seguir, não pode ser meu discípulo».[25] Mas agora este homem carrega inclusive a minha. Talvez não saiba sequer quem sou, mas entretanto ajuda-me e segue-me. A NOSSA RESSONÂNCIA EM LOUVOR DE SIMÃO «Bem-aventurado sejas também tu, Simão, que levaste durante a vida a cruz atrás do nosso Rei. Sentem-se orgulhosos aqueles que levam as insígnias dos reis, e contudo desvanecer-se-ão os reis com as suas insígnias. Bem-aventuradas as tuas mãos que se ergueram para levar em procissão a cruz de Jesus, que nos deu a vida».[26] Também para alguns de nós, o encontro convosco, ó Senhor, talvez se tenha dado de forma totalmente imprevista. Mas depois cresceu. Consideramos ser uma grande graça vossa o facto de não faltarem, entre nós, cireneus. Eles carregam a cruz dos outros. Fazem-no com perseverança. É o amor que os move. A sua presença torna-se fonte de esperança. Põem em prática o convite de São Paulo: «Carregai as cargas uns dos outros».[27] E deste modo guardam os irmãos. OREMOS Quem não precisa de um cireneu? Senhor Jesus, dissestes que «a felicidade está mais em dar do que em receber».[28] Tornai-nos disponíveis, também a nós, para cumprirmos a tarefa do «cireneu». Quem observar o nosso estilo de vida, sinta-se encorajado vendo-nos cultivar o que é belo, justo, verdadeiro, essencial. Quem for frágil ver-nos-á humildes, porque, em muitos aspectos, também nós somos frágeis. Quem receber de nós sinais de gratuidade, perceberá que nós mesmos temos mil motivos para dizer «obrigado». Mesmo quem não puder correr, poderá estar tranquilo porque nos é querido; encontrar-nos-á prontos a abrandar: não queremos deixá-lo para trás. Todos: Pater noster, qui es in cælis: Quis est homo qui non fleret,
VI ESTAÇÃO V/. Adoramus te, Christe, et benedicimus tibi. Do Evangelho segundo São Lucas «Jesus ia de cidade em cidade, de aldeia em aldeia, proclamando e anunciando a Boa-Nova do Reino de Deus. Acompanhavam-no os Doze e algumas mulheres, que tinham sido curadas de espíritos malignos e de enfermidades: Maria, chamada Madalena, da qual tinham saído sete demónios; Joana, mulher de Cuza, administrador de Herodes; Susana e muitas outras, que os serviam com os seus bens».[29] SENTIMENTOS E PENSAMENTOS DE JESUS No meio da multidão, há muitas mulheres. A gentileza impele alguma delas a aproximar-se para me limpar o rosto. Este gesto faz-me aflorar ao pensamento diversos encontros. Um deu-se apenas há uma semana. Ceei, por amizade, em Betânia, hóspede de Marta, Maria e Lázaro. Maria ungiu-me os pés com perfume de nardo puro. Disse-lhe, para surpresa dela, que o conservasse para a minha sepultura.[30] Vejo-me também sentado junto do poço de Sicar. Estava cansado e com sede. Chega então uma mulher samaritana com um cântaro. Peço-lhe água. Aludo a uma água que jorra para a vida eterna. Parecia que estivesse à espera deste dom para abrir o seu coração. Queria contar-me tudo sobre si mesma. Vi-a, maravilhado, escavar dentro da sua consciência. Regressou à praça da cidade, falando de mim e dizendo: «Não será ele o Messias?»[31] A NOSSA RESSONÂNCIA Ó Jesus, nesta noite, é significativa entre nós a presença feminina. Nos Evangelhos, as mulheres ocupam um lugar relevante. Assistiram-Vos, a Vós e aos apóstolos, com os seus bens. Algumas delas estiveram presentes durante a vossa paixão. E serão as primeiras a levar o anúncio da vossa ressurreição. O génio feminino desafia-nos a viver a fé permeada de carinho para convosco.[32] Assim no-lo ensinam todos os Santos. Queremos percorrer a sua estrada. OREMOS O dom da maternidade espiritual Senhor Jesus, o anúncio da fé no mundo e o caminho das comunidades cristãs são imensamente apoiados pelas mulheres. Conservai-as como testemunhas daquela felicidade que floresce do encontro convosco e constitui o segredo profundo da sua vida. Guardai-as como sinal luminoso de maternidade junto dos últimos que, no seu coração, se tornam os primeiros. Todos: Pater noster, qui es in cælis: Quis non posset contristari,
VII ESTAÇÃO V/. Adoramus te, Christe, et benedicimus tibi. Do Evangelho segundo São Mateus «Jesus chegou a um lugar chamado Getsémani (…) para orar. E, levando consigo Pedro e os dois discípulos de Zebedeu, começou a entristecer-se e a angustiar-se. Disse-lhes então: “A minha alma está numa tristeza de morte; ficai aqui e vigiai comigo”. E orava dizendo: “Meu Pai, se é possível, afaste-se de mim este cálice. No entanto, não seja como Eu quero, mas como Tu queres».[34] Do Evangelho segundo São Lucas «Então, vindo do Céu, apareceu-lhe um anjo que o confortava. Cheio de angústia, pôs-se a orar mais instantemente, e o suor tornou-se-lhe como grossas gotas de sangue, que caíam na terra».[35] SENTIMENTOS E PENSAMENTOS DE JESUS A fadiga não é apenas física. Há algo mais profundo que devo ter em conta. Ontem à noite, estive longamente a rezar ao Pai, prostrado no chão. O meu suor era como gotas de sangue. Estava já na agonia. Estou compartilhando a experiência suprema e difícil de todo o ser humano às portas da morte. Obrigado, meu Pai, por me teres mandado naquele momento um anjo do céu para me confortar! A NOSSA RESSONÂNCIA Jesus, quanta tristeza no abismo de muitas almas feridas pela solidão, o abandono, a indiferença, a doença, a morte de um ente querido! Incalculável é, depois, o sofrimento daqueles que estão no meio de acontecimentos cruéis, de palavras de ódio e falsidade; ou que encontram corações de pedra que provocam lágrimas e levam ao desespero. O coração do homem – o coração de todos nós – espera por algo muito diverso: uma guarda feita de amor. Assim no-lo ensinais Vós, ó Jesus, a nós e a todos os homens de boa vontade: Amai-vos uns aos outros assim como Eu vos amei.[36] OREMOS Coração meu, guarda e consola! Abre-te, coração meu. Sê amplo como o coração de Deus. Abre-te para levares esperança. Abre-te para tomares ao teu cuidado. Abre-te para ouvir. Abre-te para pores bálsamo nas feridas. Abre-te para dares luz a quem está nas trevas. Guarda e consola hoje, amanhã e sempre. Todos: Pater noster, qui es in cælis: Pro peccatis suæ gentis
VIII ESTAÇÃO V/. Adoramus te, Christe, et benedicimus tibi. Do Evangelho segundo São Lucas «Seguiam Jesus uma grande multidão de povo e umas mulheres que batiam no peito e se lamentavam por Ele. Jesus voltou-se para elas e disse-lhes: “Filhas de Jerusalém, não choreis por mim, chorai antes por vós mesmas e pelos vossos filhos”».[38] SENTIMENTOS E PENSAMENTOS DE JESUS Ainda poucos dias passaram da minha entrada em Jerusalém. Uma pequena multidão de discípulos fez-me festa. Até me aclamou dizendo: «Bendito seja o rei que vem em nome do Senhor».[39] Na sua simplicidade, aquele momento foi solene. E contudo os fariseus deram mostras de desagrado. A festa não me impediu as lágrimas provocadas pela vista da cidade.[40] Agora, enquanto sigo fadigosamente para o Gólgota, ressoam vozes de mulheres que se lamentam por mim e batem no peito. A NOSSA RESSONÂNCIA Também hoje, Jesus, vendo as nossas cidades, podereis talvez ter motivos para chorar. É que também nós podemos ser cegos diante de Vós, sem entender o caminho de paz por Vós indicado.[41] Mas agora sentimos como vossa chamada aquela que expressastes no Sermão da Montanha: «Felizes os puros de coração, porque verão a Deus. Felizes os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus». E aquilo que dissestes, depois, aos vossos discípulos: «Vós sois o sal da terra. (…) Vós sois a luz do mundo. (…) Assim brilhe a vossa luz diante dos homens, de modo que, vendo as vossas boas obras, glorifiquem o vosso Pai, que está nos céus».[42] OREMOS Na luz da Jerusalém do Céu Senhor Deus, chamastes-nos para a Jerusalém do Céu, que é a tenda de Deus com os homens. Prometestes que lá serão enxugadas todas as lágrimas dos nossos olhos. Não haverá mais morte, nem luto, nem pranto, nem dor. Vós sereis o nosso Deus e nós o vosso povo.[43] Guardai em nós a esperança de que, depois do tempo fatigoso da sementeira em lágrimas, chega o tempo jubiloso da ceifa.[44] Todos: Pater noster, qui es in cælis: Eia, Mater, fons amoris,
IX ESTAÇÃO V/. Adoramus te, Christe, et benedicimus tibi. Do Evangelho segundo São João «Saí do Pai e vim ao mundo; agora deixo o mundo e vou para o Pai».[45] SENTIMENTOS E PENSAMENTOS DE JESUS A minha viagem terrena está prestes a terminar. Quando nasci, a minha mãe recostou-me numa manjedoura.[46]Passei quase toda a minha vida em Nazaré. Mergulhei na história do povo eleito. Como enviado itinerante do Pai, anunciei a largura do seu amor, que não esquece ninguém; o comprimento do seu amor, fiel através de todas as gerações; a altura do seu amor, esperança que vence a própria morte; e a profundidade do seu amor,[47] que me enviou, não para os justos, mas para os pecadores.[48] Muitos me ouviram e seguiram, tornando-se meus discípulos; outros não me compreenderam. Também alguns me combateram e, por fim, condenaram-me. Mas neste momento, mais do que nunca, sou chamado a revelar o amor de Deus pelo homem.[49] A NOSSA RESSONÂNCIA Jesus, perante o vosso amor e o do Pai, perguntamo-nos sobre o risco de nos deixar fascinar pelo mundo, para quem a vossa paixão e morte não passam de «loucura e escândalo», quando na verdade são «poder e sabedoria de Deus»?[50] Porventura não seremos cristãos mornos, ao passo que o vosso amor é um mistério de fogo? Porventura damo-nos conta de que, antes de Deus vir até junto de nós, não sabíamos quem pudesse ser Deus? Quando chegastes Vós, Filho Unigénito, Deus, que nos tinha plasmado à sua imagem, permitiu-nos levantar o olhar para Ele e prometeu-nos o Reino dos céus? Como não havemos então de amar Aquele que nos amou primeiro?[51] OREMOS «Abbá, ó Pai» Senhor Deus, ousamos dizer-Vos: «Pai nosso». Pensar em nós mesmos como filhos é um dom maravilhoso do qual Vos somos eternamente gratos. Sabemos, ó Pai, que não somos apenas um grão de pó no universo. Destes-nos uma grande dignidade, chamastes-nos à liberdade. Libertai-nos de toda a forma de escravidão. Não nos deixeis vagar longe de Vós. Guardai, ó Pai, cada um de nós. Guardai cada homem que habita na terra. Todos: Pater noster, qui es in cælis: Fac ut ardeat cor meum
X ESTAÇÃO V/. Adoramus te, Christe, et benedicimus tibi. Do livro dos Salmos «Repartem entre si as minhas vestes e sorteiam a minha túnica».[52] SENTIMENTOS E PENSAMENTOS DE JESUS Mantenho-me em silêncio. Sinto-me humilhado por um gesto aparentemente banal. Já fui despojado horas atrás. Penso na minha Mãe, aqui presente. A minha humilhação é também a sua. Também desta forma é trespassada a sua alma. A Ela devo a túnica que me foi arrancada e que é um símbolo do seu amor por mim.[53] A NOSSA RESSONÂNCIA A vossa túnica, Senhor, leva-nos a meditar sobre um momento de graça e, simultaneamente, sobre factos que violam a dignidade do homem. A graça é a do Baptismo. À criança que acaba de se tornar cristã, diz-se: «És nova criatura e estás revestida de Cristo. Esta veste branca seja para ti símbolo da dignidade cristã: ajudada pela palavra e o exemplo dos teus pais e padrinhos, conserva-a imaculada até à vida eterna».[54] Aqui está a verdade mais profunda da existência humana. Ao mesmo tempo o amor com que guardais todas as criaturas faz-nos pensar em situações terríveis: o tráfico de seres humanos, a condição das crianças-soldado, o trabalho que se torna escravidão, as crianças e os adolescentes despojados de si mesmos, feridos na sua intimidade, barbaramente profanados. Vós impelis-nos a pedir humildemente perdão a quantos sofrem estes ultrajes e a rezar para que, finalmente, desperte a consciência de quem obscureceu o céu na vida das pessoas. Diante de Vós, ó Jesus, renovamos o propósito de «vencer o mal com o bem».[55] OREMOS Os dois caminhos «Feliz o homem que não segue o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem toma parte na reunião dos libertinos; antes põe o seu enlevo na lei do Senhor e nela medita dia e noite. É como a árvore plantada à beira da água corrente: dá fruto na estação própria e a sua folhagem não murcha; em tudo o que faz, é bem sucedido».[56] Todos: Pater noster, qui es in cælis: Sancta Mater, istud agas,
XI ESTAÇÃO V/. Adoramus te, Christe, et benedicimus tibi. Do Evangelho segundo São João «Então entregou-o para ser crucificado (…). Pilatos redigiu um letreiro e mandou pô-lo sobre a cruz. Dizia: “Jesus Nazareno, Rei dos Judeus”».[57] SENTIMENTOS E PENSAMENTOS DE JESUS Estão a pregar-me mãos e pés. Os braços são estendidos. Os pregos penetram dolorosamente na minha carne. Estou bloqueado no corpo, mas livre no coração, tal como livremente vim ao encontro da minha paixão.[58] Livre, porque sou habitado pelo amor, um amor que quereria incluir a todos. Observo quem está a crucificar-me. Penso naqueles que lho ordenaram: «Perdoa-lhes, Pai, porque não sabem o que fazem».[59] Ao meu lado, estão outros dois condenados à crucifixão. Um deles pede-me que o recorde quando estiver no meu reino. Sim – digo-lhe –, «hoje estarás comigo no Paraíso».[60] A NOSSA RESSONÂNCIA Vemo-Vos, Jesus, pregado na cruz. E, na nossa consciência, surgem impelentes estas interrogações: Quando será abolida a pena de morte, praticada ainda hoje em numerosos Estados? Quando será cancelada toda a forma de tortura e a supressão violenta de pessoas inocentes? O vosso Evangelho é a mais firme defesa do homem, de cada homem. OREMOS «Tende piedade de nós!» Senhor Jesus, abraçastes a cruz para nos ensinar a dar a nossa vida por amor; na hora da morte, prestastes ouvidos ao ladrão arrependido. Tende piedade de nós! Todos: Pater noster, qui es in cælis: Tui Nati vulnerati,
XII ESTAÇÃO V/. Adoramus te, Christe, et benedicimus tibi. AS PALAVRAS DE JESUS NA CRUZ Jesus clamou com voz forte: «Meu Deus, meu Deus, porque me abandonaste?»[62] Depois, dirigindo-se à mãe: «Mulher, eis o teu filho!» E ao discípulo João: «Eis a tua mãe!»[63] Disse ainda: «Tenho sede»;[64] mais tarde: «Tudo está consumado»;[65] e por fim: «Pai, nas tuas mãos, entrego o meu espírito».[66] A NOSSA RESSONÂNCIA Na cruz, Vós rezastes, Jesus. E precisamente assim vivestes o auge da vossa vocação e missão. Naquele momento, falastes à vossa mãe e ao discípulo João. Através deles, faláveis também a nós. Fomos confiados à vossa Mãe. Pedistes-nos para a acolhermos na nossa vida, a fim de sermos guardados por Ela tal como o fostes Vós. Intensa impressão nos fez o facto de, ao longo duma agonia que durou horas, terdes clamado com voz forte a Deus usando as palavras do Salmo 21, que exprimem os sofrimentos mas também as esperanças do justo. O evangelista Lucas recorda que, pouco antes de morrer, dissestes: «Pai, nas tuas mãos, entrego o meu espírito».[67] A resposta do Pai virá: será a vossa ressurreição. ORAÇÃO «Omnia nobis est Christus» (Santo Ambrósio) – «Temos necessidade de Vós, ó Cristo, para conhecer o nosso ser e o nosso destino. – Temos necessidade de Vós, para encontrar as verdadeiras razões da fraternidade entre os homens, os alicerces da justiça, os tesouros da caridade, o bem supremo da paz. – Temos necessidade de Vós, ó grande Sofredor das nossas dores, para conhecer o sentido do sofrimento. – Temos necessidade de Vós, ó Vencedor da morte, para nos libertar do desespero e da incoerência. – Temos necessidade de Vós, ó Cristo, para aprender o amor verdadeiro e percorrer, com a alegria e a força da vossa caridade, o nosso caminho cansativo, até ao encontro final convosco, amado, esperado, bendito pelos séculos dos séculos».[68] Todos: Pater noster, qui es in cælis: Vidit suum dulcem Natum
XIII ESTAÇÃO V/. Adoramus te, Christe, et benedicimus tibi. Do Evangelho segundo São Mateus «O centurião e os que com ele guardavam Jesus, (…) disseram: “Este era verdadeiramente o Filho de Deus!” Estavam ali, a observar de longe, muitas mulheres (…). Entre elas, estavam Maria de Magdala, Maria, mãe de Tiago e de José, e a mãe dos filhos de Zebedeu».[69] Jesus passou deste mundo para o Pai. A sua paixão dá-nos a graça de descobrir, no seio da história, a paixão de Deus pelo homem. Os santos corresponderam a ela, tornando-se discípulos e apóstolos. A isto somos chamados também nós. A NOSSA RESSONÂNCIA – «Em Vós, Jesus – Palavra feita carne –, somos chamados a ser a Igreja da misericórdia. OREMOS «Estendei a toda a família humana, ó Pai, o reino de justiça e de paz que preparastes por meio do vosso Filho Unigénito, nosso rei e salvador. Assim será concedida aos homens a verdadeira e dulcíssima paz; os pobres encontrarão justiça; serão confortados os aflitos e todas as tribos da terra serão abençoadas n’Ele, nosso Senhor e nosso Deus, que vive e reina convosco, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos».[71] Todos: Pater noster, qui es in cælis: Fac me tecum pie flere,
XIV ESTAÇÃO V/. Adoramus te, Christe, et benedicimus tibi. Do Evangelho segundo São João «Depois disto, José de Arimateia (…) pediu a Pilatos que lhe deixasse levar o corpo de Jesus. E Pilatos permitiu-lho. Veio, pois, e retirou o corpo. Nicodemos (…) apareceu também trazendo uma mistura de perto de cem libras de mirra e aloés. Tomaram então o corpo de Jesus e envolveram-no em panos de linho com os perfumes, segundo o costume dos judeus».[72] SENTIMENTOS DE DOIS AMIGOS DE JESUS O corpo dos condenados à crucifixão era considerado indigno até de sepultura. Mas, ao contrário, dois homens influentes, José de Arimateia e Nicodemos, guardaram solicitamente o corpo de Jesus. «Que sorte, para mim e para vós – diz-nos José de Arimateia –, termo-nos tornado discípulos de Jesus![73] Eu, antes, era-o às escondidas. Mas agora encontro em mim uma grande coragem. Até enfrentei Pilatos para ter o corpo de Jesus.[74] Mais do que a coragem, foram decisivos o carinho e a alegria. Estou contente por ter disponibilizado um sepulcro novo, escavado na rocha.[75] Digo-vos: Amai o nosso Salvador!» Nicodemos poderia acrescentar: «Teve lugar em horas nocturnas o meu primeiro encontro com Jesus. Por Ele, fui convidado a renascer do Alto.[76] Mas só pouco a pouco fui compreendendo aquelas suas palavras. Agora estou aqui para honrar os seus membros. De bom grado adquiri uma mistura de mirra e aloés.[77] Mas a verdade é que Ele fez muito mais por mim: perfumou a minha vida!» MARIA FALA AO NOSSO CORAÇÃO «João manteve-se ao meu lado. Ao pé da cruz, a minha fé foi posta a dura prova. Como fiz em Belém e, depois, em Nazaré, também agora em silêncio medito.[78] Confio em Deus. Não se apagou a minha esperança de mãe. Confiai vós também! Para vós todos, peço a graça duma fé forte. Para aqueles que atravessam dias sombrios, a consolação». OREMOS Avé Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco, bendita sois vós entre as mulheres e bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus. Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós, pecadores, agora e na hora de nossa morte. Amen. Todos: Pater noster, qui es in cælis: Quando corpus morietur, Amen.
DISCURSO DO SANTO PADRE O Santo Padre dirige a palavra aos presentes. No final do discurso, o Santo Padre dá a Bênção Apostólica: V/. Dominus vobiscum. V/. Sit nomen Domini benedictum. V/. Adiutorium nostrum in nomine Domini. V/. Benedicat vos omnipotens Deus, R./ Amen. Crux fidelis Schola cantorum R. Crux fidelis, inter omnes arbor una nobilis, 1. Pange, lingua, gloriosi prœlium certaminis, 2. De parentis protoplasti fraude factor condolens,
[1] Cf. Mt 1, 24.
[2] Lc 22, 19-20.
[3] Mc 15, 12-13.15.
[4] Cf. Lc 22, 15.
[5] Cf. Jo 13, 9.
[6] Cf. Mt 26, 49.
[7] Cf. Jo 17, 11.
[8] Cf. Missal Romano, Rito da Comunhão, oração do celebrante. Cf. Jo 6, 53-58; Ef 2, 4-6.
[9] Mc 15, 20.
[10] Cf. Mc 15, 16-20.
[11] Cf. Is 53, 2-8.
[12] Is 53, 12; cf. Lc 22, 37.
[13] Cf. Act 5, 17-33; 16, 16-24.
[14] Is 53, 5.
[15] Jo 1, 29.
[16] Cf. Lc 18, 10-13.
[17] Cirilo de Jerusalém, Catequeses baptismais 13,36.
[18] Cf. Missal Romano, Oração Eucarística IV.
[19] Lc 2, 34-35.51.
[20] Cf. Lc 2, 22-24.28.33-35.
[21] Gregório de Nazianzo, A paixão de Cristo, 445-460.
[22] Sal 85/84, 11.
[23] Jo 2, 5.
[24] Lc 23, 26.
[25] Lc 14, 27.
[26] Efrém o Sírio, Hinos sobre a crucifixão, IX, 1.
[27] Gal 6, 2.
[28] Act 20, 35.
[29] Lc 8, 1-3.
[30] Cf. Jo 12, 1-7.
[31] Jo 4, 29.
[32] Cf. J. Ratzinger, A mulher, guardiã do ser humano – Introdução à Carta apostólicaMulieris dignitatem, Giornale di Teologia, 195, Brescia 1990, 16-17.
[33] Sal 22/21, 12a.
[34] Mt 26, 36-39.
[35] Lc 22, 43-44.
[36] Cf. Jo 13, 34.
[37] Mt 5, 13.14.
[38] Lc 23, 27-28.
[39] Lc 19, 38.
[40] Cf. Lc 19, 41.
[41] Cf. Ibidem.
[42] Mt 5, 8-9.13.14.16.
[43] Cf. Ap 21, 4; Is 25, 6-9.
[44] Cfr Sal 126/125, 5.
[45] Jo 16, 28.
[46] Cf. Lc 2, 7.
[47] Cf. Ef 3, 18-19; Col 1, 27; 1 Tm 1, 1; Heb 6, 18-20.
[48] Cf. Mc 2, 17.
[49] Cf. Jo 13, 1.
[50] Cf. 1 Cor 1, 23-24.
[51] Cf. Carta a Diogneto, VIII, 1; X, 2-3.
[52] Sal 22/21, 19.
[53] Cf. Mt 27, 35.
[54] Ritual do Baptismo das Crianças, Entrega da veste branca; cf. Gal 3, 27.
[55] Cf. Rm 12, 21.
[56] Sal 1, 1-3.
[57] Jo 19, 16.19.
[58] Cf. Missal Romano, Oração Eucarística II.
[59] Lc 23, 34.
[60] Lc 23, 43.
[61] Liturgia Ambrosiana, Laudes de Sexta-feira Santa, Aclamações a Cristo Senhor.
[62] Mt 27, 46; Mc 15, 34.
[63] Jo 19, 26.27.
[64] Jo 19, 28.
[65] Jo 19, 30.
[66] Lc 23, 46.
[67] Ibidem.
[68] Cf. João Baptista ontini, Carta pastoral Omnia nobis est Christus, 1955, Oração final.
[69] Mt 27, 54-56.
[70] Cf. Carlos Maria Martini, Carta de apresentação do Sínodo 47° da Diocese de Milão, 1 de Fevereiro de 1995: inParole alla Chiesa, parole alla Città, Bolonha 2002, 986-989.
[71] Liturgia das Horas Ambrosiana, vol. IV, Tempo Ordinário, II Semana, Vésperas de Quinta-feira.
[72] Jo 19, 38-40.
[73] Cf. Mt 27, 57.
[74] Cf. Mt 27, 58.
[75] Cf. Mt 27, 60.
[76] Cf. Jo 3, 2-15.
[77] Cf. Jo 19, 39.
[78] Cf. Lc 2, 19.51.
MEDITAÇÕES preparadas por Sua Excelência Reverendíssima D. Renato Corti Bispo Emérito de Novara (Itália)
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