Vida Cristã - Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil - OFM

Outubro 2011

I. LEITURA ESPIRITUAL

Volta Francisco, volta à terra!

 

Ele devia ter se chamado Pascoal

 

Voara para os céus um homem, um poeta, uma visão nova da vida, um homem como outro não apareceu mais sobre a terra! Voou para o Alto? Não voltará? Volta de novo à terra, ó Pai Francisco. Andaste no trabalho ingente e doloroso de arredar os espinhos que escondem no coração do mundo o Reino dos céus; chagaste no trabalho os teus pés e mãos, teu peito estalou de cansaço num rasgão sangrento. E já os lobos amansavam suas gulas e sanhas, e as andorinhas andavam presas no encanto de tua voz, e os homens deixavam os campos de batalha para correr atrás de ti em convívio fraterno, e até os infiéis, enternecidos, escutavam teus cantares de Paz e Bem. Parece que já nos sorria o paraíso (O Poverello São Francisco de Assis, Pe. Fernando Felix Lopes, Braga, p. 493-494).

1. Quando chega o mês de outubro, nossa atenção se volta para a comemoração de São Francisco, para o desfecho de sua vida, para a páscoa desse homem. Pensamos também em nós todos, que nos dizemos franciscanos e que, ao longo do tempo da vida, vamos construindo nossa identidade, hoje num tempo de incertezas, numa época de sérios questionamentos. Desde os primórdios de nossa história fomos compreendendo que ser cristão franciscano era viver em estado de passagem, de andança, de peregrinação. Roupas e calçados leves, uma vida nas mãos de Deus, uma história a ser construída com as visitas do Senhor, peregrinos sem muita bagagem e pobres caminhando quase que sem lenço nem documento com outros peregrinos, também pobres e simples. Esse o sonho de nossa juventude. O peso das obras e as engrenagens da instituição nem sempre ajudam. É bom contemplar esses momentos finais da vida de Francisco, celebrar sua páscoa e cantar com ele a chegada desta Irmã que leva para a Terra dos Vivos, a Irmã Morte.

2. Lá está ele estendido sobre a terra, esse Francisco! Sem nada e de tudo cumulado. Um homem que foi se tornando transparente. Está deitado na terra nua, encarnação total da pobreza. Canta o salmo, lembra a noite de despedida do Senhor no evangelho de João. Esperando a chegada de Fra Jacoba, ia se despedindo de todos, depois de ter composto a última estrofe para o Cântico das Criaturas. Havia feito a sua parte. “Daquele corpo em destroços, ali estendido no chão, cresce e sobe ao apagar-se na distância das Alturas, a melodia do salmo. E, subindo, a voz como se fora de um homem renascido, na justiça original, voz de criança, argêntea e bela, abre nas trevas da noite esteira de tanta luz que arrasta consigo um bando de cotovias entontecidas por aquela madrugada nova” (O Poverello…, p. 493).

3. André Vauchez, celebrado historiador da Idade Média, evoca alguns detalhes da última passagem de Francisco: “Não há razão alguma para colocar em dúvida o relato dos últimos momentos edificantes do final dos dias de Francisco. Como ele tinha se esforçado por fazer de sua vida um exemplum, Francisco quis teatralizar sua morte fazendo dela um “drama sagrado”, revivendo as últimas etapas da vida de Cristo, da Ceia ao Getsêmani, deixando assim aos irmãos inesquecível lembrança. A Legenda Perusina acrescenta um episódio que tem uma nota de humanidade em todo o desenrolar da cena. Poucos dias antes de sua morte, Francisco teria tido a visita de uma viúva de alta linhagem, Jacoba de Settesoli, que pertencia à família romana dos Frangipani e pela qual ele tinha uma profunda estima e que era retribuída. Quando o Poverello pensou em escrever-lhe para informar de seu estado de saúde, espontaneamente ela veio a Assis trazendo-lhe o que era necessário para atravessar essa última etapa: uma túnica cinza com a qual ele podia ser enterrado, cera para fazer as velas e incenso para perfumar o lugar onde ele ia entregar sua alma. Francisco não havia ainda morrido e Jacoba estava ali e trazia também um mostacciuollo, um doce feito à base de amêndoas, açúcar e mel, que Francisco apreciava muito e que ele tinha degustado por ocasião de sua precedente visita. Comeu-o de uma só vez. Esse episódio acrescenta uma nota pitoresca a esse edificante final de vida: Jacoba, como mulher não podia entrar na Porciúncula, no interior da clausura. Francisco teria escapado a eventuais críticas dos que o cercavam dando à nobre romana um título masculino de “Fra (Irmão) Jacoba”. Aquele que, logo em seguida seria celebrado como um novo Cristo, precisou de uma nova Madalena… E ainda: um santo que se respeita não morre comendo doces! Certamente esta é a razão pela qual este pormenor não aparece nos textos posteriores a 1250 quando a reputação de santidade do Poverello estava solidamente estabelecida” (François d’Assise, Entre l ’ histoire et la mémoire. Bayard, Paris 2009, p. 219-220). Uma morte cheia de humanidade!

4. Esta foi a páscoa de Francisco. A páscoa definitiva na total nudez, na dramatizaçaõ que repetia os últimos momentos de Cristo. Sua vida toda, no entanto, fora uma existência de passagens. Bem no começo de tudo, quando ainda estava em pecados, o Senhor fizera com que ele começasse suas passagens, dirigindo-se aos leprosos. O Senhor o havia conduzido… O Altíssimo é que o convidava ao êxodo. No beijo dado ao leproso houve uma passagem outra: o amargo se transformou em doce e o doce em amargo. Sempre essas passagens que são sugeridas pelo Senhor. Houve a passagem de viver dos lucros da loja do pai para a vida unicamente nas mãos de Deus. Ele e seus irmãos haveriam de ser peregrinos, pessoas com pouca bagagem, sempre em viagem. “Os irmãos não se apropriem de nada, nem de casa, nem de lugar, nem de coisa alguma. E como peregrinos e forasteiros neste mundo servindo ao Senhor em pobreza e humildade…” (Regra bulada VI). Tudo é provisório, só Deus é definitivo. Reclamar da falta de conforto e buscar segurança é voltar às cebolas do Egito. Os biógrafos falam que ser peregrino é ser recebido em casa alheia, ter a nostalgia da pátria, irradiar a paz à sua passagem.

5. Assim, no verdor de nossos dias, quisemos nós que nossa vida também fosse uma existência marcada pela passagem. Tentamos sair de nós mesmos. Prometemos estar sempre a caminho do Senhor numa vida de intimidade, de busca do silêncio, de auscultação dos caminhos que ele quiser nos mostrar. Pegamos na mão de confrades que começamos a conhecer no noviciado e fomos em frente… talvez ajuntando coisas demais ao longo do caminho: bens materiais, apegos ao nosso ego, vontade de ter mais do que o necessário, falta de coragem de buscar uma terra distante que Deus nos estava mostrando, carreirismo, vontade de poder… Isso, sim, significa voltar às cebolas do Egito. Por vezes tivemos a tentação de nos deter e não caminhar como Abraão na certeza de há uma terra luminosa por detrás da neblina. Nem sempre tivemos coragem de morrer a nós mesmos. Mas muitas vezes, é verdade, na celebração da Eucaristia, fomos também fazendo a nossa páscoa e sentimos que, nesses momentos, havia um fogo novo a nos queimar o interior.

6. Francisco, um pouco antes de subir o Alverne, experimentou aperto no peito e no coração. Tinha a impressão de que a Ordem se lhe escapava das mãos. Não era aquilo que o Senhor queria dos frades. Houve densas trevas em sua caminhada. Sim, parecia que sua obra estava na rota do desvio. A Ordem tinha crescido demais: “Uma angústia profunda apoderou-se então de Francisco. Não seria desviar a fraternidade de sua vocação original, de seu carisma próprio, querer fazer dela uma Ordem, no sentido estrito da palavra? Sempre será difícil conciliar o espírito messiânico da fraternidade com as exigências de uma Ordem. Uma Ordem impõe estruturas, uma regra, uma hierarquia; cria inevitavelmente distinções e, às vezes, até exclusões. Privilegia a instituição, o coletivo. A fraternidade tal qual concebia Francisco, era antes um espaço de liberdade, onde cada irmão podia viver segundo o Espirito do Senhor. Um lugar de acolhimento de todos. Uma zona franca para a vida pura e irradiante, pela própria qualidade de suas relações” (E. Leclerc, O sol nasce em Assis, Vozes, p. 66-67).

7. Francisco sofria. Os frades haviam esquecido o espírito de simplicidade. Por vezes, a cólera subia-lhe ao semblante. Ele foi aos poucos se aproximando de uma área definitiva de passagem, de morte a si mesmo. Estava decepcionado com a Ordem: “Esta crise moral, agravada pela doença, foi para Francisco a passagem obrigatória para um despojamento radical. Ele se perguntava o que o Senhor esperava dele. O que fazer? Quase cego, sofrendo de diversas enfermidades, achou bom pedir sua demissão de ministro. Retirou-se para a solidão de um eremitério para esconder seu sofrimento e sua reovlta” ( E. Leclerc, idem, p. 68).

8. Ele não podia fechar-se num mutismo e num isolamento estéril. Não podia ficar ruminando amargura. Deus o esperava. Foi convidado a empreender uma última passagem. Teve de despojar-se de sua obra pessoal para, no dizer de Leclerc, tornar-se ele mesmo obra de Deus. Foi convidado pelo Senhor a não se perturbar. A Ordem e a obra eram do Senhor. “Francisco entendeu a exortação. E, como Abraão acreditou na Palavra, lançou no coração de Deus toda preocupação: Deus é , isto basta! Então, o coração de Francisco, abismando-se na adoração, tornou-se leve. Leve como a cotovia dos campos. Podia de novo expandir-se a céu aberto. Havia recuperado a alegria e o canto. Havia compreendido que a paz do coração é a forma suprema da pobreza” (p. 68).

9. E aí estamos nós no tempo dos redimensionamentos, da refundação, da busca de caminhos novos que possam ser abertos pelo Espírito. Nos tempos de nossos primeiros entusiasmos quisemos (e continuamos a querer) ser do Senhor e fazer de nossa vida uma existência de serviço para os irmãos, na simplicidade de nossa vida fraterna e nas andanças missionárias, tentando dizer, pelo exemplo e pela palavra, que o Amor precisa ser amado.. Mas tudo muda. Muda o modo de fazer pastoral. As igrejas se esvaziam. Nossas obras, há tempos atrás tão necessárias para a evangelização, tornaram-se pesadas, vazias e inúteis. Monstros, elefantes brancos! Desfazer-se delas? Custa. A própria vida religiosa conhece passagens. José Arregui, OFM, num artigo provocador, publicado na revista espanhola Lumen (2002), escreve: “Creio que é preciso desdramatizar radicalmente a escassez ou ausência de novas vocações: o reino de Deus, o sonho de Deus de um mundo mais feliz, não depende que nossas casas, obras e congregações perdurem. É necessário ir mais adiante e ter a coragem de encarar até mesmo a falta de vocações como um sinal do reino. Não será uma voz do Espírito, um sinal do Espírito criador, o espírito de Pentecostes, cheio de imaginação e novidade? O futuro do Espírito é vida, e a vida é uma novidade permanente. A vida se sobrepõe à morte quando sabemos aceitar a morte de tudo o que não é vivo, vital, vivificador. É preciso aprender a morrer para aprender a viver, não querer aferrar-se à vida que se vai, não querer reter o tempo, não aferrar-se ao nosso próprio passado. O futuro é a novidade de Deus, a imaginação do Espírito” (Ante el futuro de la vida religiosa, p. 206-207). Trata-se novamente do tema da passagem. Passagem-páscoa em nossa vida pessoal franciscana e páscoa das atividades, das obras, do peso daquilo que nos impede de sermos transparências do mundo que se chama reino.

10. Importante viver em profundidade. Viver em profundidade não significa agir freneticamente ad extra nem inventar coisas demais ad intra. Nossas instituições andam estressadas. Projetos, programas, encontros de revitalização, reuniões e reuniões, papéis, por vezes muitos papéis. Não podemos desanimar. Necessário reavivar a brasa, a chama. Mais importante é infundir ânimo àqueles que estão com mais de sessenta e espiam o futuro da Ordem com certa reticência. Será fundamental aceitar pascalmente nossa pobreza. Importante será aceitar nossa pobreza, nossos equívocos, nossas perdas. Nessa situação é possível viver com alegria, com dignidade. Arregui afirma: “Realismo não significa desânimo(…) É possível morrer com confiança e essa, talvez, seja a máxima fecundidade evangélica. Se vivermos com esse realismo confiante, podesemos, mesmo sendo poucos e idosos e sem fazer nada de especial, constituir pequenas células de busca e de esperança viva” (p.210).

11. Ignace-Etienne Motte e Gérard Hégo escreveram um livro que fez história e continua atual: A Páscoa de São Francisco (Ed. Franciscana de Braga). Na conclusão, os autores afirmam que Francisco leva a lógica pascal do Evangelho até ultimas consequências. “Quem é apenas peregrino e forasteiro neste mundo, deve necessariamente desprender-se efetivamente de todos os bens do mundo: daí o primado da pobreza. Esta é a contribuição principal da espiritualidade franciscana à espiritualidade cristã. Coube a São Francisco descobri-la e trazê-la à plena luz. Não o fez através da especulação, pois não era teólogo; fê-lo pela experiência vivida. Peregrino e estrangeiro neste mundo, conduzido pelo Senhor para a Terra Prometida, a Terra dos Vivos, o Reino dos céus; assim, pode resumir-se a lição de sua vida. Possivelmente ninguém antes dele teria compreendido o Mistério da Páscoa, realizando-o de maneira concreta pela vida de pobreza: a pobreza franciscana é, antes de tudo, uma atitude religiosa que se explica em grande parte pela mística da Páscoa, a Páscoa de Moisés e a Páscoa de Jesus, morto e ressuscitado e elevado ao Reino dos céus (p.203-204).

12. Sim, somos homens e mulheres da Páscoa. Não nos fixamos em nada, a não ser no Senhor que nesses tempos anda pedindo que caminhemos para frente, mesmo na forte e densa neblina. Está claro: não podemos entrar nessa dança de andar de um lado para o outro, dando a impressão de que estamos renovando não sei o que. Visitar nossas origens, soprar as brasas, viver unidos em nossas casas, deixar que o Senhor nos mostre caminho, deixar que nosso coração bata com as batidas do coração de Deus e não com o frenesi barulhento de um mundo, de um espírito do mundo, que anda querendo que deixemos a trilha da Terra Prometida.

13. “Volta, Pai São Francisco, ao teu trabalho de encher a terra com a paz do Reino de Deus! Mas se não voltas, então espera-me, ó Pai, espera-me que também me quero partir contigo” ( O Poverello…p. 494).

14. Depois de tudo o que foi dito e refletido nessas linhas, me veio uma ideia não tão absurda. Francisco, que primeiro recebeu o nome de João dado pela mãe, depois de Francesco, o francezinho, dado pelo pai Bernardone, na realidade foi construindo uma vida que se transformou no homem das passagens, da Páscoa, e deveria se chamar Frei Pascoal.

Frei Almir Ribeiro Guimarães

II. PÁGINAS FRANCISCANAS

Das nove coisas que ajudam a alcançar a devoção

 

Todos aprendemos a admirar São Pedro de Alcântara, frade franciscano espanhol místico, reformador da Ordem, conselheiro de Santa Teresa, pregador e grande asceta. A Página Franciscana deste mês, em nossa revista eletrônica, foi extraída de seu opúsculo Tratado da Oração e da Meditação, publicado pela Editora Vozes, p. 116-117. São princípios de ascética e de disciplina. São Pedro é festejado a 19 de outubro e é padroeiro da Catedral de Petrópolis. Nossos leitores não estranhem a construção das frases e algumas maneiras “antigas” de abordar o tema. Não estranhem as construções do texto.

 

Muitas são as coisas que ajudam a devoção; porque primeiramente faz muito ao caso tomar estes santos exercícios mui deveras e muito a peito, com um coração mui determinado e oferecido a tudo o que for necessário para conseguir esta pérola preciosa, por árduo e dificultoso que seja, porque é certo nenhuma coisa grande haver que não seja dificultosa e assim também o é esta, aos menos nos princípios.

Ajuda a isso também a guarda do coração de todo gênero de pensamentos ociosos e vãos, de todos os efeitos e amores peregrinos, de todas as turbações e movimentos apaixonados, pois está claro que cada coisa destas impede a devoção e que não menos convém ter o coração afinado para orar e meditar do que a viola para tanger.

Ajuda também a guarda dos sentidos, especialmente dos olhos e dos ouvidos e da língua, porque pela língua se derrama o coração e pelos olhos e ouvidos se enche de diversas imaginações, das coisas com que se perturba a paz e sossego da alma. Por onde com razão se diz que há de o contemplativo ser surdo, cego e mudo porque quanto menos se derramar por fora tanto mais recolhido estará por dentro.

Ajuda, para isto mesmo, a soledade, porque não só tira aos sentidos e ao coração ocasião de distração e as ocasiões dos pecados, como também convida o homem a que more dentro de si mesmo e trate com Deus e consigo, movido pela oportunidade do lugar que não admite outra companhia que esta.

Ajuda, outrossim, a leitura dos livros espirituais e devotos, porque dão matéria de consideração e recolhem o coração e despertam a devoção e fazem com que o homem de boa-mente pense naquilo que lhe soube docemente; mas antes sempre se representa à memória o que abunda no coração.

Ajuda a lembrança continua de Deus, o andar sempre na sua presença e o uso daquelas breves orações que Santo Agostinho chama de jaculatórias, porque estas guardam a casa do coração e conservam o calor da devoção. E, assim, se acha o homem a cada hora pronto para chegar-se à oração. Este é um dos principais documentos da vida espiritual e um dos maiores remédios para aqueles que não têm tempo nem lugar para se darem à oração e muitíssimo aproveitarão em pouco tempo o que trouxer sempre este cuidado.

Ajudam também a continuação e perseverança nos bons exercícios em seus tempos e lugares ordenados, maiormente à noite ou de madrugada, que são os tempos mais convenientes para a oração, como toda a Escritura nos ensina.

Ajudam as asperezas e abstinências corporais: a mesa pobre, a cama dura, o cilício e a disciplina e outras coisas semelhantes, porque todas estas coisas, assim como nascem de devoção, assim também despertam, conservam e acrescem a raiz de onde nascem.

Ajudam, finalmente, as obras de misericórdia, porque nos dão confiança para padecer diante de Deus e acompanham nossas orações com serviços, porque se não possam chamar de todo rogos secos e merecem que seja misericordiosamente recebida a oração, pois procede de misericordioso coração.

III. ORAÇÕES

O Mestre Jesus de Nazaré

 

Mês após mês, queremos oferecer aos nossos estimados
leitores eletrônicos preces, orações para o dia-a-dia da vida.

 

Senhor Jesus,

gosto de te chamar de Mestre.
Tu mesmo disseste que és nosso único Mestre!
Mestre quero ser teu discípulo,
não sozinho, mas com outros, com muitos outros.
Gosto de ver quando te retiras e buscas o semblante
do Pai no mistério da montanha.
Tu me levas ao mistério do Pai com tua oração
silenciosa e discreta.
Gosto de ver quando elevas os olhos para dar
graças ao Pai que revela seus segredos aos pobres
e pequeninos e os esconde dos grandes e portentosos.
Contemplo teu semblante sereno
na Montanha das bem-aventuranças, no lago de Genesaré.
Enternece-me ver a compaixão de teu olhar
diante das multidões que não tinham pão
e eram como ovelhas sem pastor.
Tu és o Mestre da fala e do silêncio.
Tu te calaste tantas vezes.
Nada falaste diante de Pilatos,
diante daqueles que te condenavam
mentirosa, hipócrita, ardilosamente.
Tu não levantaste a voz quando rajadas de
escarro chegavam à tua face divino-humana.
Tu te calaste diante de Pai calado
na hora das horas.
Tu te fizeste silêncio eloquente em tua paixão de amor.
Tu tens o direito de me chamar.
Tu és bom, profundamente bom
quando me chamas para ser teu discípulo.
Ecoa ainda dentro de mim as palavras que um dia
pronunciastes: “Vem e segue-me”.
Cheio de confusão e ao mesmo tempo profundamente alegre,
quero deixar bagagens e orgulho,
vaidade e valises, e colocar meus pés nos teus pés,
meus passos titubeantes em teus passos decididos.
Tu és o Mestre vivo e o Mestre da vida.
Acolhe neste momento o coração partido e dolorido
deste teu indigno discípulo.

EU TE PERTENÇO

Prece adaptada de oração de Santa Teresa d’Avila

Majestade soberana, eterna sabedoria,
Deus único, bondade sublime:

Eu te pertenço, porque me criaste,
porque me resgataste,
porque me carregaste,
porque me chamaste,
porque me esperaste,
porque não me perdi.
Que esperas de mim, Senhor?

Dá-me a morte ou a vida,
dá-me a saúde ou a doença,
dá-me a luta ou a paz consumada,
a fraqueza ou a força provada,
a tudo darei meu assentimento.
Que esperas de mim, Senhor?

Dá-me a riqueza ou a pobreza,
o consolo ou a desolação,
dá-me a alegria ou a tristeza,
dá-me o inferno ou dá-me o céus,
vida serena ou ardência do sol, já que tudo te pertence.
Que esperas de mim, Senhor?

Dá-me a sabedoria,
ou, por teu amor, a ignorância,
dá-me anos de abundância,
ou então tempo de fome e de penúria,
dá-me as trevas ou a claridade,
joga-me de um lado para o outro.
O que esperas de mim, Senhor?

Se quiseres que eu descanse, por amor descansarei; se me encarregas de trabalhos, quero morrer trabalhando, dize-me onde, quando e como.
Fala, tu que tanto amo.
Que esperas de mim, Senhor?

Que somente tu, vivas em mim.
Que esperas de mim, Senhor?

QUANDO OS AVÓS REZAM PELOS NETOS…

Senhor, aqui estamos para te confiar nossos netos.
Eles constituem a promessa do mundo de amanhã.
Dá-nos a graça de continuar a realizar junto deles
a missão que nos confiaste.

Dá-nos um coração cheio de ternura para acolhê-los,
escutá-los, compreendê-los, dialogar com eles.
Possamos ser atentos a tudo o que eles vivem.
Derrama em cada um de nós o teu Espírito Santo:
que ele nos impregne de teu amor,
de tua sabedoria e de tua força.

Por nossos netos oferecemos os achaques
da idade avançada
e todos os sofrimentos que a vida nos apresenta.
Te oferecemos nossas preocupações e
todas as limitações que vamos vivendo.
Sabemos que podes transformar
esses nossos incômodos em fonte de graça para o mundo,
esse mundo para o qual nossos netos darão sua contribuição.

Nós te agradecemos, de antemão,
por nos concederes tantas graças,
tu que podes nos dar bem além do que esperamos.

Que esses nossos netos
sejam pessoas revestidas de dignidade e nobreza,
que não sejam companheiros da indolência e
não queiram copiar em suas vidas a vida torta e vazia
de tantos jovens e adultos.
Que eles possam ser generosos para com todos,
mormente para com os que jazem à beira do caminho.
Que nossos netos tenham como ponto de honra
de suas vidas buscar o teu rosto, Senhor grande e belo.

SEGURANÇA NOS TEUS BRAÇOS

Senhor Jesus,
meu Senhor e meu Salvador,
em teus braços estou em segurança.
Se me guardares,
nada terei a temer.
Se me abandonares,
nada poderei mais esperar.

Nada sei a respeito do futuro.
Repousando, porém, em ti,
em ti esperarei incessantemente.
Peço que me dês
o que melhor for para mim.
Entrego-me sem reservas a ti,
bem sabes aquilo que me é necessário e eu não sei.
Tu que estás suspenso na cruz,
concede-me conhecer-te e amar-te.

Cardeal Newman (1801-1890)

IV. E A FAMÍLIA, COMO VAI

“Meu marido morreu…”

 

A morte é sempre uma senhora que não é bem recebida. Há mortes e mortes. Há a morte de um esposo que foi um grande companheiro.

 

Aquela mulher sabia que o marido não viveria por mais muito tempo. Depois de meses acompanhando a doença do esposo, a mulher foi notificada que o fim era iminente. Estava sentada na sala, quase cochilando quando a enfermeira veio lhe dizer que o desfecho tinha acontecido sem avisos. Sem demonstrações externas de desespero, ela levantou-se e foi chorando docemente até o quarto dos fundos. Permaneceu ali esperando o médico que haveria de fazer o atestado de óbito. Ela estava preparada. O fim era mais do que previsível. Antes de tomar qualquer providência, esperou que todos se retirassem e permaneceu, ali, em silêncio, pensando, enquanto sentia que o corpo do esposo ainda estava morno.

Pensando, pensando, pensando… “Aqui está apenas o teu invólucro frio, meu marido, meu companheiro, pai de meus filhos e avô de meus netos… Quantos anos de convivência respeitosa, carinhosa… quanta cumplicidade, quantas lutas que juntos galhardamente empreendemos, quantos planos traçados e realizados, quantas paisagens que juntos contemplamos, quanta noites à cabeceira dos filhos e de nossos pais, quantos pesos que carregamos juntos, sempre juntos, quantas conversas, quantas diferenças e tantas semelhanças. Respiramos juntos os mesmos ares, cantamos em festas comuns, enxugamos as lágrimas um dos olhos do outro. Juntos buscamos a Deus, juntos saboreamos os salmos, juntos acolhemos os filhos, juntos fizemos com que eles fossem meninos de pé, juntos fizemos com que eles tivessem coragem para irem pelo mundo afora com asas fortes. Fomos amigos, fomos amantes, fomos companheiros, fomos discípulos de Cristo, fomos claridade para tantos que passaram por nós e cruzaram nossos caminhos. Estivemos fielmente juntos. Até agora. Com teu olhar e com tuas mãos fracas tu andavas dizendo que estavas de partida. Diante de teu corpo, invólucro do meu marido, meu esposo, só tenho uma coisa a fazer: agradecer a Deus tua vida, teu carinho, tua força, tua pessoa e tudo o que foste, tu que acabas de dar o último suspiro aqui, nesse quarto dos fundos, cercado de livros, de souvenirs, de tantas recordações. Tu serás sepultado com o terno azul marinho, a camisa rosa e a gravata azul… que te caía tão bem… tu ficavas bonito, meu companheiro, meu esposo, pai de meus filhos e avô de meus netos. Que Deus te receba nas mansões celestes. Um dia nos reveremos”.

Assim disse a esposa ao esposo que mal havia morrido no quarto dos fundos.

V. PASTORAL

Depois do tempo do noviciado

 

Em nossa reflexão de pastoral desta edição de outubro do Tirando do Baú…queremos chamar atenção para alguns tópicos importantes na vida religiosa depois de serem fechadas as cortinas do noviciado. Trata-se, então, de viver um tempo de preparação para a profissão solene ou votos perpétuos e, para alguns, predispor-se para a ordenação presbiteral. Este é um tema da pastoral vocacional ou pastoral do acompanhamento de vocações de vida de especial consagração. Na verdade, a formação inicial é base do futuro frade consagrado a Deus e aos homens.

A maturidade humana é essencial numa caminhada de fidelidade e só é possível quando a pessoa se confronta consigo mesma em profundidade, de forma a ser capaz de reconciliar-se com a própria história, descobrir a passagem de Deus em sua vida e projetar o próprio futuro à luz de Deus e das próprias experiências (Frei José Rodriguez Carballo, Ministro Geral da OFM).

  1. Não há que discutir: fechadas as cortinas do noviciado começa o tempo da vida franciscana. Há essa formação inicial e depois o cuidado pela vocação e missão ao longo de todo o tempo da vida. Queremos ser bem-sucedidos nessa empreitada. Apesar de todas as transformações do mundo presente e do tempo de hoje, desejamos fugir da mediocridade e superficialidade. Não desejamos ser apenas e tão-somente “funcionários de uma empresa”. Temos diante dos olhos o ideal da santidade. O que Deus quer de nós? O que queremos, de fato, de nossa vida? Para onde o Espirito está soprando? Como Deus anda passando em nossa vida pessoal, de nossa fraternidade e do mundo? O Ministro Geral OFM, refletindo sobre o tempo da formação inicial, insiste na formação personalizada: “Essencial na metodologia formativa é o acompanhamento espiritual e vocacional personalizado antes da profissão solene e especialmente nos primeiros anos depois dela. Antes da profissão, para dar possiblidade de um adequado conhecimento de si, para que não aconteça que o eu que faz a profissão seja diferente do eu real e para descobrir as verdadeiras motivações que levam os candidatos abraçar nossa forma de vida, para que não aconteça que estas sejam diferentes das evangélicas. Na formação inicial, não basta um “acompanhamento de grupo”; é necessário um acompanhamento espiritual e vocacional personalizado. Depois da profissão solene, esse acompanhamento é necessário para evitar que o neoprofesso se sinta abandonado a si mesmo e ao seu destino como, às vezes, os próprios frades mais jovens me confessam” (Fr. José Rodriguez Carballo, Com lucidez e audácia, n.115). O Ministro Geral dos Menores insiste num formação personalizada. O jovem formando deverá projetar o futuro à luz de Deus e das próprias experiências.
  2. Apesar de todas as turbulências, continuamos acreditando nesse caminho de vida cristã todo especial que é o da vida religiosa consagrada. Por vezes, temos dificuldade de ver claro o projeto a abraçar, de modo especial, em nosso viver o Evangelho à maneira de Francisco. Num determinado momento de nossa caminhada pessoal tivemos a certeza de um chamado (ou ao menos a quase certeza). Nunca nos esqueceremos desse tempo bendito em que o Senhor nos convocou ao seu seguimento. Temos bem nítidos no espirito esses dias em que tivemos vontade de dizer de verdade: O que queres de mim? Fizemos a experiência do cor inquietum. Com nossos vinte anos tínhamos uma imensa vontade de ver o lugar onde Jesus morava, de seguir o Senhor. E numa alegria indescritível aceitamos começar a etapa do noviciado. Queríamos começar a arrumar melhor nosso coração.
  3. Uns guardam lembranças ternas desse tempo. Outros, não tanto. Os meses do noviciado, normalmente, são marcados por uma experiência de Deus no recolhimento, no silêncio, no ofício divino sereno e bonito. Muitos “sentiram” como que o sabor doce da presença do Senhor. Rezaram com toda verdade o salmo: “Provai e vede como o Senhor é bom”. Fomos também, através de certos estágios, fazendo a experiência do encontro com o leproso. Mestres de noviciado “sábios” levam os noviços a fazer experiência da miséria, da dor, da doença. Nesse tempo que podemos dizer de “abençoado”, experimentamos o frescor de uma vida pura, transparente, sem preocupações desnecessárias. Muitos começamos a estimar de verdade os frades da casa e a nos exercitar na suave e desafiadora experiência da fraternidade. Fomos convidados a ir traçando as linhas fundamentais de nossa existência minorítica: zelo na oração, solidariedade fraterna, vontade de ir ao encontro dos outros, sobretudo dos mais frágeis. Certamente, as linhas básicas desse projeto feito com carinho, sensibilidade foram, quem sabe, um tanto quanto idealizadas.
  4. Vem, então, o tempo do pós-noviciado e antes dos votos solenes (e da eventual ordenação presbiteral). A formação do religioso e do franciscano é tarefa que nunca acaba. O empenho formativo leva à santidade de vida. Todo o esquema de formação depois do noviciado, certamente, girará em torno de uma construção da identidade vocacional. Haverá esse intento de uma integração ordenada das forças psíquicas: harmonia entre vida comunitária e missão, equilíbrio entre vida interior e atividade, acerto entre realização pessoal e entrega ao projeto carismático. Uma pessoa integrada haverá de mostrar uma mais equilibrada inteligência emocional, uma sociabilidade não dependente, modesta liderança, eficiência serena e uma profundidade de sentido capaz de ser transmitida aos demais (cf. Luís García Dominguez, SJ, Jóvenes professos: algunos riesgos de la etapa, in Vida Religiosa, n. 251, p. 251ss).
  5. Depois do noviciado continua a formação através da absorção de valores. Os jovens que fizeram o noviciado nada mais são do que pessoas que se sentiram profundamente tocadas pelos valores evangélicos: fé, esperança, caridade; vontade de entregar-se ao anúncio do evangelho, intimidade com o Senhor, os votos… Mas também os valores pessoais: saúde, bom nome, convivência, êxito pessoal. Será fundamental trabalhar na harmonização de todos esses valores. Podemos querer o sucesso pessoal e, ao mesmo tempo, a humildade do evangelho, dar e receber, buscar satisfações de ofensas e perdoar, desejamos amor e, ao mesmo tempo, há um vulcão oblativo. Pode acontecer que os religiosos, depois do noviciado, voltem a sentir aquele espírito do “mundo” do qual tentaram se desvencilhar depois que sentiram o chamamento para o seguimento mais de perto do Senhor. Pode acontecer um rebaixamento do ideal. A impressão que se tem é que os valores se tornaram pouco relevantes. “Sem ideias, o motor antropológico não se movimenta, a motivação não se ativa e a pessoa não se sente motivada a dar o melhor de si mesma. O sujeito deixa de crescer, para em vez de caminhar, acomoda-se à figura deste mundo em vez de configurar-se conforme o ideal de Jesus Cristo”. O velho homem se anima. Quer ressuscitar. Volta-se aos tempos que precederam o convite para o grande seguimento…
  6. Há a vida. Nosso caso dos frades há o estudos de filosofia e teologia. Sente-se uma premência das instituições educacionais. Estudar… estudar de verdade… ou passar pelos estudos sem maior profundidade. De repente, o estudante de filosofia ou de teologia toma a dianteira e o religioso cumpre obrigações um tanto friamente. Em nossas casas há essas atividades de pastoral que são para a própria formação, mas que podem eventualmente constituir, até certo ponto, uma “distração”. Os jovens frades aprendem com os estágios de pastoral, mas correm o risco de começarem a se “derramar” num ativismo. De repente, estão diante do tempo da profissão solene e não se vestiram do fogo necessário para empreender a grande caminhada da vida consagrada. De repente, estão às portas do presbiterado, se fazem ordenados e não atinam com a beleza do sacerdócio ministerial.
  7. Pode ser que nesse momento da história, devido à complexidade da pastoral, ao fechamento de obras, a tantos outros percalços, alguns religiosos expressem o desejo de fazer estudos na linha das humanas, no campo da comunicação e da administração. Buscam competência. Muitas Províncias têm um relativo número de frades formados e que se sentem mais aptos a exercer determinadas tarefas no interior da Ordem e da Igreja. Será preciso harmonizar essa formação profissional com a formação do religioso. Profissões solenes emitidas por pessoas “apenas” preocupadas com a “carreira” podem ser desastrosas.
  8. Um dos percalços depois do tempo do noviciado seria o do ativismo disperso. “Vive assim quem está em tudo e nada aprofunda, aquele que pula de lá para cá nas tarefas próprias de um jovem religioso (estudar, viver em comunidade, fazer uma pastoral, sair com amigos, etc.), mas vive na sucessão de sequências desconexas, sem se aprofundar nas relações, sem que nada influencie sua vida de oração, incapaz de estar consigo mesmo. Vive distraído. Em tais situações está numa multidão de objetos de atenção, atraído por uma multidão de coisas interessantes. Parece cair na tentação de saber tudo, de experimentar tudo, querendo reter tudo e não somente o que tem valor”. Tais pessoas não integram, mas acumulam e sem assimilação pode-se chegar ao ponto da saturação. O que ajuda a crescer é a mudança qualitativa.
  9. “Em todo o processo formativo, deve-se prestar atenção para harmonizar a vida no Espírito, as experiências apostólicas, a formação intelectual e a maturidade humana. A vida no Espirito será alimentada pela escuta da Palavra, pela experiência da oração pessoal, pela contemplação da cruz e por uma intensa vida sacramental. Por isso, devemos investir na cultura da interioridade, para deixar espaço à ação do Espírito no coração; deveremos investir na vida de fé de oração pessoal e comunitária. A formação deve ajudar a despertar nos nossos jovens uma profunda consciência evangelizadora e missionária. Se essa consciência for fraca, facilmente podem aparecer problemas de identidade vocacional. Por isso, é necessário pôr nossos formandos em situações nas quais possam fazer experiências apostólicas que plasmem sua mente e seu coração para a evangelização mediante a reflexão sobre o trabalho, a partilha e a oração; sem esquecer que as experiências apostólicas devem ser bem preparadas, constantemente acompanhadas e periodicamente avaliadas. Uma formação intelectual profunda ajudará a consolidar a vocação. Por isso, sem dúvida, exige-se que, ao lado da seriedade dos estudos, estes sejam integrados na caminhada formativa e se realizem dentro das exigências de nossa vocação e missão. Por último, a maturidade humana é essencial numa caminhada de fidelidade e só é possível quando a pessoa se confronta consigo mesma em profundidade, de forma a ser capaz de reconciliar-se com a própria história, descobrir a passagem de Deus em sua vida e projetar o próprio futuro à luz de Deus e das próprias experiências” (n. 115).

Questionamentos

  1. O que mais chamou sua atenção nesse texto?
  2. Fechadas as cortinas do noviciado, o que ficou grudado à pele e ao coração?
  3. Ao longo do tempo da formação inicial convém traçar as linhas de um projeto pessoal e fraterno de vida. Quais suas diretrizes mestras?
  4. O que garante ao frade menor fugir da mediocridade e da superficialidade?
  5. Que disposições básicas deverão ser cultivadas antes a profissão solene?
  6. Que desejos mais profundos animam o coração dos frades quando pedem a ordenação presbiteral?
  7. Como vocês enxergam o amanhã de nossa Província? Para onde sopram os ventos? Vocês se sentem à vontade?