Frei Jacir de Freitas Faria [1]
Cada ser humano experimenta de forma diferenciada a dor morte. Perder o pai não é o mesmo que perder a mãe, um filho, uma filha ou um amigo (a). Tudo depende de como nos relacionamos com eles em vida. Em tempos de pandemia, milhões acrescentaram à morte a dor o não poder dar adeus aos seus parentes e amigos.
Amor e morte são palavras sinônimas! Com o tempo, a dor se transforma em saudade eterna. Só o luto é que não pode ser eterno. A roda vida deve continuar até o seu destino reservado a todos os mortais.
A mãe será sempre o cordão umbilical que se rompe com a morte. Rompido, chega o vazio da orfandade. A morte de um filho é o mesmo que devolver para Deus o dom recebido, gerado no mesmo Amor que nos ajuda a vencer os sofrimentos da vida.
Guardo comigo a certeza de que um dia verei a Deus, quando então poderei contemplá-lo face a face numa felicidade eterna. A esperança apocalíptica se realizará: “Deus enxugará toda lágrima dos nossos olhos, pois a morte já não mais matará. Nada mais existirá, nem luto, nem choro, nem dor (Ap 21,4). “Bem-aventurados entre os mortos o que adormeceu no Senhor. Repousar de suas fadigas vai, quem por Deus viveu no labor” (Ap 14,13).
O grande desafio da vida é traçar laços de eternidade na finitude da vida terrena para encontrar a imortalidade da vida Eterna em Deus. Essa é a nossa fé! Esse é o sentido da vida e da morte!
[1]Doutor em Teologia Bíblica pela FAJE (BH). Mestre em Ciências Bíblicas (Exegese) pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma. Professor de Exegese Bíblica. É membro da Associação Brasileira de Pesquisa Bíblica (ABIB). Sacerdote Franciscano. Autor de dez livros e coautor de quinze. Youtube: Frei Jacir Bíblia e Apocrifos. https://www.youtube.com/channel/UCwbSE97jnR6jQwHRigX1KlQ