Vida Cristã - Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil - OFM

Meditação diária

abril/2025

  • Olhar para os povos originários

    É indispensável prestar uma atenção especial às comunidades aborígenes com as suas tradições tornar-se os principais interlocutores, especialmente quando se culturais. Não são apenas uma minoria entre outras, mas devem tornar-se os principais interlocutores especialmente quando se avança com grandes projetos que afetam os seus espaços. Com efeito, para eles, a terra não é um bem econômico, mas dom gratuito de Deus e dos antepassados que nela descansam, um espaço sagrado com o qual precisam interagir para manter a sua identidade e os seus valores. Eles, quando permanecem nos seus territórios, são quem melhor os cuida. Em várias partes do mundo porém, são objeto de pressões para que abandonem suas terras e as deixem livres para projetos extrativos e agropecuários que não prestam atenção à degradação da natureza e da cultura.

    Papa FranciscoCarta Encíclica Laudato si’

  • Luta pela identidade integrada e feliz

    Para se poder falar de autêntico progresso, será preciso verificar que se produza uma melhoria global na qualidade de vida humana; isto implica analisar o espaço onde as pessoas transcorrem a sua existência. Os ambientes onde vivemos influem sobre a nossa maneira de ver a vida, sentir e agir. Ao mesmo tempo, no nosso quarto, na nossa casa, no nosso lugar de trabalho e no nosso bairro, usamos o ambiente para exprimir a nossa identidade. Esforçamo-nos por nos adaptar ao ambiente e, quando este aparece desordenado, caótico ou cheio de poluição visual e acústica, o excesso de estímulos põe à prova as nossas tentativas de desenvolver uma identidade integrada e feliz.

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  • Formas do viver bem

    Admirável é a criatividade e generosidade de pessoas e grupos que são capazes dar a volta às limitações do ambiente, modificando os efeitos adversos dos condicionalismos e aprendendo a orientar a sua existência no meio da desordem precariedade. Por exemplo, em alguns lugares onde as fachadas dos edifícios estão muito deterioradas, há pessoas que cuidam com muita dignidade do interior das suas habitações, ou que sentem bem pela cordialidade e amizade das pessoas. A vida social positiva e benfazeja dos habitantes enche de luz um ambiente à primeira vista inabitável.

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  • Rede de comunhão e pertença

    É louvável a ecologia humana que os pobres conseguem desenvolver, no meio de tantas limitações. A sensação de sufocamento, produzida pelos aglomerados residenciais e pelos espaços com alta densidade populacional, é contrastada se se desenvolvem calorosas relações humanas de vizinhança, se desenvolvem calorosas relações humanas de vizinhança, se criam comunidades, se as limitações ambientais são compensadas na interioridade de cada pessoa que se sente inserida numa rede de comunhão e pertença. Deste modo, qualquer lugar deixa de ser um inferno e torna-se o contexto de uma vida digna.

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  • Amor diante do caos e da precariedade

    Inversamente está provado que a penúria extrema vivida em alguns ambientes privados de harmonia, magnanimidade e possibilidade de integração, facilita o aparecimento de comportamentos desumanos e a manipulação das pessoas por organizações criminosas. Para os habitantes de bairros periféricos muito precários, a experiência diária de passar da superlotação ao anonimato social, que se vive nas grandes cidades, pode provocar uma sensação de desenraizamento que favorece comportamentos antissociais e violência. Todavia, tenho a peito reiterar que o amor é mais forte. Muitas pessoas, nestas condições, são capazes de tecer laços de pertença e convivência que transformam a superlotação numa experiência comunitária, onde se derrubam os muros do eu e superam as barreiras do egoísmo. Esta experiência de salvação comunitária é o que muitas vezes suscita reações criativas para melhorar um edifício ou um bairro.

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  • Saber ouvir para transformar

    Dada a relação entre os espaços urbanizados e o comportamento humano, aqueles que projetam edifícios, bairros, espaços públicos e cidades precisam da contribuição dos vários saberes que permitem compreender os processos, o simbolismo e os comportamentos das pessoas. Não é suficiente a busca da beleza no projeto, porque tem ainda mais valor servir outro tipo de beleza: a qualidade de vida das pessoas, a sua harmonia com o ambiente, o encontro e ajuda mútua. Por isso também, é tão importante que o ponto de vista dos habitantes do lugar contribua sempre para a análise da planificação urbanista.

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  • Integração urbana

    É preciso cuidar dos espaços comuns, dos marcos visuais e das estruturas urbanas que melhoram o sentido de pertença, a nossa sensação de enraizamento, o nosso sentimento de “estar em casa” dentro da cidade que nos envolve e une. É importante que as diferentes partes de uma cidade estejam bem integradas e que os habitantes possam ter uma visão de conjunto em vez de se encerrarem num bairro, renunciando a viver a cidade inteira como um espaço próprio partilhado com os outros.

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  • Preservação dos ambientes sociais

    Toda a intervenção na paisagem urbana ou rural deveria considerar que os diferentes elementos do lugar formam um todo, sentido pelos habitantes como um contexto coerente com a sua riqueza de significados. Assim, os outros deixam de ser estranhos e podemos senti-los como parte de uns “nós” que construímos juntos. Pela mesma razão, tanto no meio urbano como no rural, convém preservar alguns espaços onde se evitem intervenções humanas que os alterem constantemente.

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  • Ecologia humana

    A falta de habitação é grave em muitas partes do mundo, tanto nas áreas rurais como nas grandes cidades, nomeadamente porque os orçamentos estatais em geral cobrem apenas uma pequena parte da procura. E não só os pobres, mas uma grande parte da sociedade encontra sérias dificuldades para ter uma casa própria. A propriedade da casa tem muita importância para a dignidade das pessoas e o desenvolvimento das famílias. Trata-se de uma questão central da ecologia humana.

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  • Cidades que integram os “diferentes”

    Se num lugar concreto já se desenvolveram aglomerados caóticos de casas precárias, trata-se primariamente de urbanizar estes bairros, não de erradicar e expulsar os habitantes. Mas, quando os pobres vivem em subúrbios poluídos ou aglomerados perigosos, “no caso de ter de se proceder à sua deslocação, para não acrescentar mais sofrimento aos que já padecem, é necessário fornecer-lhes ama adequada e prévia informação, oferecer-lhes alternativas de alojamentos dignos e envolver diretamente os interessados”. Ao mesmo tempo, a criatividade deveria levar à integração dos bairros precários numa cidade acolhedora: “Como são belas as cidades que superam a desconfiança doentia e integram os que são diferentes, fazendo desta integração um novo fator de progresso. Como são encantadoras as cidades que, já no seu projeto arquitetônico, estão cheias de espaços que unem, relacionam, favorecem o reconhecimento do outro!”.

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  • Ecologia e transporte público

    Nas cidades, a qualidade de vida está largamente relacionada com os transportes, que muitas vezes são causa de grandes tribulações para os habitantes. Nelas, circulam muitos carros utilizados por uma ou duas pessoas, assim o tráfico se toma intenso, eleva-se o nível de poluição, consomem-se enormes quantidades de energia não renovável e torna-se necessária a construção de mais estradas e parques de estacionamento que prejudicam o tecido urbano. Muitos especialistas estão de acordo sobre a necessidade de dar prioridade ao transporte público. Mas é difícil que algumas medidas consideradas necessárias sejam pacificamente acolhidas pela sociedade, sem uma melhoria substancial do referido transporte, que, em muitas cidades, comporta um tratamento indigno das pessoas devido à superlotação, ao desconforto, ou à reduzida frequência dos serviços e à insegurança.

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  • Vidas abandonadas

    O reconhecimento da dignidade peculiar do ser humano contrasta frequentemente com a vida caótica que têm de fazer as pessoas nas nossas cidades. Mas isso não deveria levar a esquecer o estado de abandono e desleixo que sofrem também alguns habitantes das áreas rurais, aonde não chegam os serviços essenciais e há trabalhadores reduzidos a situações de escravidão, sem direitos e expectativas de uma vida mais dignificante.

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  • Ecologia e ciência

    A ecologia estuda as relações entre os organismos vivos e o meio ambiente onde se desenvolvem. E isso exige que se pare para pensar e discutir acerca das condições de vida e de sobrevivência de uma sociedade, com a honestidade de pôr em questão modelos de desenvolvimento, produção e consumo. Nunca é demais insistir que tudo está interligado. O tempo e o espaço não são independentes entre si; nem os próprios átomos ou as partículas subatômicas se podem considerar separadamente. Assim como os vários componentes do planeta físicos, químicos e biológicos estão relacionados entre si, assim também as espécies vivas formam uma trama que nunca acabaremos de individuar e compreender. Boa parte da nossa informação genética é partilhada com muitos seres vivos. Por isso, os conhecimentos fragmentários e isolados podem tornar-se uma forma de ignorância, quando resistem a integrar-se numa visão mais ampla da realidade.

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  • Diante do Crucificado

    Ele sofre essa pena e esse abandono
    no horror da noite e do sofrimento. 
    (Blaise  Pascal)

    O mais belo dos filhos dos homens, aquele que se aninhara no corpo transparente de Maria, que andara buscando o que estava perdido, aquele que abraçara as crianças, olhara firme dos olhos de Zaqueu teve um triste desfecho. Não ousamos entrar no pensamento de Jesus. Seria imprudência. A bondade se torna objeto de chacotas e de ridículo. Pancadas, pregos, espinhos, falta de ar.  E o Pai? Parece distante.  Noite e dor.  Noite que não acaba e dor que não é aliviada.  Concluía sua vida num gesto de entrega da mais alta nobreza, mas no horror da noite e do sofrimento. “Pai,  em tuas mãos…”.


    Imagem ilustrativa de Frei Fábio Melo Vasconcelos

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