Exaltação da Santa Cruz
- Exaltação da Santa Cruz
- Textos bíblicos para este domingo
- Reflexões do exegeta Frei Ludovico Garmus
- Brilhando sobre o mundo, Tu és um sol de amor e paz!
- O que é carregar a cruz?
- A Glória na Cruz
- Reflexão em vídeo de Frei Leandro Costa Santos
Exaltação da Santa Cruz
A cruz é sinal de compromisso cristão
“Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho unigênito, para que não morra todo o que nele crer, mas tenha a vida eterna” (Jo 3,16).
Celebrar a Exaltação da Santa Cruz é um convite para contemplar a cruz de Jesus Cristo, aquele que veio ao mundo para a redenção da humanidade. A cruz, para os cristãos, é o símbolo maior de um amor incondicional e de doação, daquele que é o Cordeiro imolado do Pai.
Nas celebrações deste domingo, as leituras e o Evangelho nos conduzem a reflexões profundas sobre nossa existência enquanto filhos e filhas de Deus. Somos convidados a olhar para Jesus Cristo e, assim, compreender o real sentido de ser cristão.
Nosso Pai nos enviou seu Filho em carne e osso para que pudesse viver entre nós, semeando a paz, a justiça, o amor e a esperança. Mesmo assim, a humanidade, especialmente os detentores do poder, insiste em tomar decisões em nome de Deus e de Jesus Cristo, sem olhar para a cruz e compreender o verdadeiro sentido desse importante símbolo cristão e o que ele representa para a humanidade.
Diante de tantas guerras, sejam elas em qual formato forem — bélicas, econômicas, pelo domínio territorial ou cibernéticas —, os mais impactados são os pobres, os oprimidos e os marginalizados. Quantos crucificados ainda teremos de ver e acompanhar, muitas vezes em tempo real, em nossa atualidade, para lembrar que a cruz não é um adorno, mas a forma pela qual Deus nos revela que muitos de nossos irmãos precisam do nosso amor e da nossa compaixão?
Equipe de Comunicação da Província
Textos bíblicos para este domingo
Primeira Leitura: Números 21,4-9
Leitura do livro dos Números – Naqueles dias, 4os filhos de Israel partiram do monte Hor, pelo caminho que leva ao mar Vermelho, para contornarem o país de Edom. Durante a viagem, o povo começou a impacientar-se 5e se pôs a falar contra Deus e contra Moisés, dizendo: “Por que nos fizestes sair do Egito para morrermos no deserto? Não há pão, falta água, e já estamos com nojo desse alimento miserável”. 6Então o Senhor mandou contra o povo serpentes venenosas, que os mordiam; e morreu muita gente em Israel. 7O povo foi ter com Moisés e disse: “Pecamos, falando contra o Senhor e contra ti. Roga ao Senhor que afaste de nós as serpentes”. Moisés intercedeu pelo povo, 8e o Senhor respondeu: “Faze uma serpente de bronze e coloca-a como sinal sobre uma haste; aquele que for mordido e olhar para ela viverá”. 9Moisés fez, pois, uma serpente de bronze e colocou-a como sinal sobre uma haste. Quando alguém era mordido por uma serpente e olhava para a serpente de bronze, ficava curado.
Palavra do Senhor.
Salmo Responsorial: 77(78)
Das obras do Senhor, ó meu povo, não te esqueças!
1. Escuta, ó meu povo, a minha lei, / ouve atento as palavras que eu te digo; / abrirei a minha boca em parábolas, / os mistérios do passado lembrarei. – R.
2. Quando os feria, eles então o procuravam, / convertiam-se, correndo para ele; / recordavam que o Senhor é sua rocha / e que Deus, seu redentor, é o Deus altíssimo. – R.
3. Mas apenas o honravam com seus lábios / e mentiam ao Senhor com suas línguas; / seus corações enganadores eram falsos / e, infiéis, eles rompiam a Aliança. – R.
4. Mas o Senhor, sempre benigno e compassivo, / não os matava e perdoava seu pecado; / quantas vezes dominou a sua ira / e não deu largas à vazão de seu furor. – R.
Segunda Leitura: Filipenses 2,6-11
Leitura da carta de São Paulo aos Filipenses – 6Jesus Cristo, existindo em condição divina, não fez do ser igual a Deus uma usurpação, 7mas ele esvaziou-se a si mesmo, assumindo a condição de escravo e tornando-se igual aos homens. Encontrado com aspecto humano, 8humilhou-se a si mesmo, fazendo-se obediente até a morte, e morte de cruz. 9Por isso, Deus o exaltou acima de tudo e lhe deu o Nome que está acima de todo nome. 10Assim, ao nome de Jesus, todo joelho se dobre no céu, na terra e abaixo da terra 11e toda língua proclame: “Jesus Cristo é o Senhor”, para a glória de Deus Pai. – Palavra do Senhor.
Evangelho: João 3,13-17
Nós vos adoramos, Senhor Jesus Cristo, e vos bendizemos, / porque pela cruz remistes o mundo! – R.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João – Naquele tempo, disse Jesus a Nicodemos: 13“Ninguém subiu ao céu, a não ser aquele que desceu do céu, o Filho do Homem. 14Do mesmo modo como Moisés levantou a serpente no deserto, assim é necessário que o Filho do Homem seja levantado, 15para que todos os que nele crerem tenham a vida eterna. 16Pois Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho unigênito para que não morra todo o que nele crer, mas tenha a vida eterna. 17De fato, Deus não enviou o seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por ele”.
Palavra da salvação.
Reflexões do exegeta Frei Ludovico Garmus
Exaltação da Santa Cruz
Oração: “Ó Deus, que para salvar a todos dispusestes que vosso Filho morresse na cruz, a nós que conhecemos na terra este mistério, dai-nos colher no céu os frutos da redenção”.
1ª Primeira leitura: Nm 21,4b-9
Aquele que for mordido e olhar para ela viverá.
As dificuldades da caminhada pelo deserto provocaram reclamações e críticas do povo contra Deus e contra a liderança de Moisés. Como punição divina houve uma praga de serpentes, comuns no deserto (além de escorpiões: Dt 8,15), que picavam as pessoas, provocando a morte. Moisés intercedeu pelo povo e Deus lhe mandou fazer uma serpente de bronze – a região onde passavam era conhecida pelas minas de cobre – e colocá-la num poste; quem olhasse para ela, ficaria curado. A serpente no mundo antigo é símbolo da fertilidade e da medicina, portanto da vida. Em Jo 3,14-16 esta serpente é lembrada no diálogo de Jesus com Nicodemos (Evangelho): Quem olhar com fé para Cristo crucificado obtém a salvação: “Olharão para aquele a quem traspassaram” (Jo 19,37).
Salmo responsorial: Sl 77
Das obras do Senhor, ó meu povo, não te esqueças!
2ª Segunda leitura: Fl 2,6-11
Humilhou-se a si mesmo. Por isso, Deus o exaltou.
O Filho de Deus podia ter escolhido o caminho do poder, mas assumiu a condição de servo. Jesus apresentou-se como quem é “manso e humilde de coração” (cf. Mt 11,29), colocou-se a serviço de todos: “Eu estou no meio de vós como quem serve” (cf. Lc 22,27). Não se identificou com a classe dominante, mas com a maioria das pessoas sujeitas à dominação, exploradas, desprezadas e marginalizadas. Tornou-se solidário com todos os “crucificados” da história humana. Como o servo do Cântico de Isaías, foi obediente até a morte de cruz. Por isso, o Pai o ressuscitou dos mortos.
O caminho de Cristo tornou-se o caminho do cristão. Este hino sobre Jesus é precedido por um texto no qual Paulo exorta a comunidade ao amor fraterno: Não querer ser o maior, mas o menor entre os irmãos; não buscar o próprio interesse, mas o dos outros (Fl 2,1-5), Paulo anuncia Cristo crucificado, escândalo para os judeus e loucura para os pagãos (1Cor 1,23). Ele próprio desejava gloriar-se somente na cruz de Jesus Cristo (Gl 6,14).
Aclamação ao Evangelho
Nós vos adoramos, Senhor Jesus Cristo, e vos bendizemos, porque pela cruz remistes o mundo!
3º Evangelho: Jo 3,13-17
É necessário que o Filho do Homem seja levantado.
Nicodemos era um fariseu. No diálogo com Jesus (Jo 3,1-12), teve dificuldade de entender que era preciso nascer de novo, isto é, do alto; ou seja, de Deus. Agora Jesus lhe diz que o Filho do Homem deve ser exaltado. Devia ser elevado numa cruz, para conceder a vida eterna a todos os que nele crerem. Como símbolo da fé e do batismo que dão vida nova, Jesus cita o episódio da serpente de bronze que Moisés ergueu no deserto, a pedido de Deus, para salvar o povo pecador, vítima de picadas de serpentes venenosas. Quem fosse picado por uma delas e olhasse para a serpente de bronze erguida num poste, ficaria curado.
A vinda do Filho de Deus a este mundo é uma “descida” para viver entre os homens. A presença humana do Filho de Deus termina com sua exaltação na cruz, que coincide com a exaltação na glória, como Ressuscitado. Esta descida e subida é a manifestação do amor de Deus: “Deus amou tanto o mundo, que deu o seu filho unigênito, para que não morra todo o que nele crer, mas tenha a vida eterna”. Olhando para a cruz, acolhendo Cristo pela fé, recebemos a garantia da vida eterna. É pelo batismo que entramos no Reino de Deus (3,3.5).
Este Reino de Deus é um projeto de vida: “Deus não enviou o seu filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por ele”. Pela humilhação e exaltação do Filho de Deus (Segunda leitura) somos envolvidos pelo projeto de Deus, que oferece a vida plena, isto é, a salvação para todos. Mas ela acontece pela nossa adesão livre (fé) a este projeto: “Se alguém quer vir após mim, renuncie-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me” (Mc 8,35).
FREI LUDOVICO GARMUS, OFM, é professor de Exegese Bíblica do Instituto Teológico Franciscano de Petrópolis (RJ). Fez mestrado em Sagrada Escritura, em Roma, e doutorado em Teologia Bíblica pelo Studium Biblicum Franciscanum de Jerusalém, do Pontifício Ateneu Antoniano. É diretor industrial da Editora Vozes e editor da Revista “Estudos Bíblicos”, editada pela Vozes. Entre seus trabalhos está a coordenação geral e tradução da Bíblia Sagrada da Vozes.
Brilhando sobre o mundo, Tu és um sol de amor e paz!
Frei Clarêncio Neotti
A que o Cruz é o símbolo maior dos cristãos. O primeiro gesto padre faz na hora do batismo é uma cruz na cabeça do batizando, marcando-o desde o primeiro momento com o sinal bendito, que nos distingue de todas as outras religiões. E o último gesto no enterro de um cristão é a colocação da cruz na cabeceira da sepultura. Ela nos acompanha a vida toda, com seu sentido de morte e com seu sentido de glória. Do alto das torres, contempla o ir e o vir da cidade. Na parede do escritório, abençoa nosso trabalho. À cabeceira da cama, vela nosso sono. Pendurada sobre nosso peito, recorda que fomos redimidos por sua força salvadora.
O povo cristão, forçado pelas circunstâncias a carregar sua cruz de cada dia, e sabendo que Jesus convidara a todos para segui-lo com a cruz às costas (Lc 9,23), sempre venerou, com carinho e devoção, a Cruz do Senhor. A festa de hoje é celebrada neste dia, desde o ano 335, quando foi consagrada a Basílica da Ressurreição no Calvário, também chamada Igreja do Santo Sepulcro. Já os Evangelistas viram na Cruz não apenas um lugar de suplício, tormento e vergonha, mas também um trono de glória, de onde, triunfante, reina o vencedor da morte.
Antes da reforma litúrgica efetuada pelo Concilio Vaticano II (1963-1965), havia mais uma festa da Santa Cruz, no dia 3 de maio, que recordava a descoberta e recuperação da Cruz do Senhor por Santa Helena, mãe do Imperador Constantino (+ 337). Por terem os descobridores portugueses celebrado Missa em terra firme e plantado o marco de posse de Portugal sobre o nosso território, no começo de maio, o Brasil recebeu o nome de Terra de Santa Cruz.
FREI CLARÊNCIO NEOTTI, OFM, entrou na Ordem Franciscana no dia 23 de dezembro de 1954. Durante 20 anos, trabalhou na Editora Vozes, em Petrópolis. É membro fundador da União dos Editores Franciscanos e vigário paroquial no Santuário do Divino Espírito Santo (ES). Escritor e jornalista, é autor de vários livros e este comentário é do livro “Ministério da Palavra – Comentários aos Evangelhos dominicais e Festivos”, da Editora Santuário.
O que é carregar a cruz?
José Antonio Pagola
A cruz é o critério decisivo para verificar o que merece trazer o nome de cristão. Quando as gerações cristãs o esquecem, sua religião se aburguesa, se dilui e se esvazia da verdade. Por isso, nós crentes precisamos perguntar-nos qual é o significado mais original do apelo de Jesus: “Quem não carregar sua cruz atrás de mim não pode ser meu discípulo”.
Embora pareça surpreendente, nós cristãos desenvolvemos frequentemente diversos aspectos da cruz, esvaziando-a de seu verdadeiro conteúdo. Assim, há cristãos que pensam que seguir o Crucificado é buscar pequenas mortificações, privando-se de satisfações e renunciando a prazeres legítimos para chegar- através do sofrimento – a uma comunhão mais profunda com Cristo.
Sem dúvida, é grande o valor de uma ascese cristã, e mais ainda numa sociedade como a nossa, mas Jesus não é um asceta que vive buscando mortificações; quando fala da cruz, não está convidando a una “vida mortificada”.
Há outros para quem “carregar a cruz” é aceitar as contrariedades da vida, as desgraças ou adversidades. Mas os evangelhos nunca falam destes sofrimentos “naturais” de Jesus. Sua crucificação foi consequência de sua atuação de obediência absoluta ao Pai e de amor aos últimos.
Sem dúvida precisamos valorizar o conteúdo cristão desta aceitação, do “lado escuro e doloroso” da vida, a partir de uma atitude de fe; mas, se queremos descobrir o sentido original do chamado de Jesus, precisamos recordar com toda a simplicidade o que era “carregar a cruz”.
Carregar a cruz fazia parte do ritual da execução: o réu era obrigado a atravessar a cidade carregando a cruz e levando o titulus, um cartaz onde aparecia seu delito. Desta maneira, era mostrado como culpado perante a sociedade, excluído do povo, indigno de continuar vivendo entre os seus.
Foi esta a verdadeira cruz de Jesus. Ver-se rejeitado pelos dirigentes do povo e aparecer como culpado diante de todos, precisamente por sua fidelidade ao Pai e seu amor libertador aos homens.
Sem menosprezar outros aspectos da vida cristã, nós crentes precisamos recordar que o seguidor de Jesus deve estar disposto a sofrer as reações, rejeições e condenações de seu próprio povo, de seus amigos e até de seus familiares, provocadas precisamente por sua fidelidade a Deus e ao Evangelho.
JOSÉ ANTONIO PAGOLA cursou Teologia e Ciências Bíblicas na Pontifícia Universidade Gregoriana, no Pontifício Instituto Bíblico de Roma e na Escola Bíblica e Arqueológica Francesa de Jerusalém. É autor de diversas obras de teologia, pastoral e cristologia. Atualmente é diretor do Instituto de Teologia e Pastoral de São Sebastião. Este comentário é do livro “O Caminho Aberto por Jesus”, da Editora Vozes.
A Glória na Cruz
Johan Konings, S.J
No Brasil, “Terra da Santa Cruz”, convém contemplar a cruz de Cristo. Não para recair no dolorismo de tempos idos, quando se pensava que quanto mais sofrimento, mas regalia no céu E que Jesus teve de sofrer na cruz para “pagar” a Deus. A liturgia de hoje nos ensina a olhar para a cruz num outro sentido: como manifestação do próprio ser de Deus, que é amor. A cruz não é um instrumento de suplicio que Deus aplica a seu filho (por nossa culpa), mas o sinal de quanto o Pai e o Filho nos amam-o Filho instruído pelo Pai (“obediente até a morte”. 2ª leitura). Nada de sádica exigência de sangue, só amor até o fim (cf. Jo 13,1; 19,28-30).
Ninguém jamais viu Deus (Jo 1,18). Portanto, não temos nenhuma razão para pensar que ele seja um Deus cobrador, castigador. O único retrato de Deus que temos é Jesus (Jo 1,18). Mas esse retrato só ficou pronto na hora em que Jesus ia dar sua vida pelos que o seguiam, os que acolhiam sua palavra, e pelos que através destes a iam acolher: na véspera da morte: “Quem me viu, tem visto (= tem diante dos olhos) o Pai” (Jo 14,9). Nestas poucas palavras resume-se toda a existência humana de Jesus, sua pregação ao povo e aos discípulos, seus gestos de amor e de libertação, coisas que ele não quis negar, como também não renegou seus amigos, na hora do perigo da morte. Amou até o fim (Jo 13,1) e, por isso, rompendo com os poderes deste mundo e vencendo-os pelo amor, morreu a morte dos escravos e rebeldes, na cruz.
Essa cruz é, portanto, o estandarte sobre o qual se eleva e se exibe ao mundo o próprio ser de Deus, seu amor que é sua glória. Ela atrai a si o olhar de todos que procuram a salvação (Jo 12,32-33). E assim como há uma relação entre o mal e o sinal de salvação para o qual levantam os olhos (cf. 1ª leitura, a serpente levantada), assim também enxergamos no Cristo elevado na cruz o mal do qual ele nos cura: o sofrimento que nosso desamor causa a ele e a todos nós. Aniquilado pelo pecado do mundo, ele mostra no seu corpo e sangue o infinito amor do Pai que nos quer salvar.
Contemplar a cruz não é afundar no dolorismo, mas reconhecer o amor de Deus que salva o mundo do desamor.
PE. JOHAN KONINGS nasceu na Bélgica em 1941, onde se tornou Doutor em Teologia pela Universidade Católica de Lovaina, ligado ao Colégio para a América Latina (Fidei Donum). Veio ao Brasil, como sacerdote diocesano, em 1972. Em 1985 entrou na Companhia de Jesus (Jesuítas) e, desde 1986, atuou como professor de exegese bíblica na FAJE, Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia, em Belo Horizonte. Faleceu no dia 21 de maio de 2022. Este comentário é do livro “Liturgia Dominical, Editora Vozes.
Reflexão em vídeo de Frei Leandro Costa Santos