Vida Cristã - Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil - OFM

Esperança revolucionária

12/02/2025

Estimados irmãos e irmãs, Paz e Bem!

O jubileu “Peregrinos de Esperança” que estamos vivendo, convida-nos a observar os diversos acontecimentos em nossa Igreja, fraternidade e sociedade.

A cada 25 anos a Igreja convoca os seus filhos e filhas a viverem um “tempo de graça”. Nesse momento o Papa Francisco chama a todos os fiéis para vivenciar a experiência do amor de Deus, que desperta no coração a esperança.

O Sucessor de São Pedro, clama por todos os batizados que são peregrinos/estrangeiros que marcham rumo à Pátria Definitiva, são todos os filhos e filhas do Altíssimo, que não se deixam abater diante das “desesperanças” da vida. Ser peregrino de esperança nesse século é ter a plena confiança em Deus, pois a “esperança não decepciona – Spes non confundit” (Cf. Rm 5,5).

São Paulo anunciava a boa-nova e propaga esperança à comunidade primitiva de Roma, escreveu o apóstolo em sua epístola aos romanos: “Nós nos gloriamos também nas tribulações, sabendo que a tribulação produz a perseverança, a perseverança produz a fidelidade comprovada, e fidelidade comprovada produz a esperança.” (Cf. Rm 5,3-5). Necessitamos da intercessão do Apóstolo, para sermos propagadores também dessa esperança que produz “revolução”.

A esperança, de que tanto Paulo anunciou, é a segunda das três virtudes teologais, simbolizada por uma âncora, sendo essa âncora o próprio Cristo, “Chama viva da nossa esperança”. Vivemos em uma sociedade, cercada de medos e incertezas, causando a “pandemia da desesperança”, deixando de lado a fé e a crença no Deus da Esperança – “Ponho em vós toda a minha esperança” – (Cf. Sl 54,24).

Queridos leitores, precisamos observar via ótica da fé, que a esperança deve ser maior que o desespero. Esperar é crer em um “virá”; um “amanhã”; um “avante”, uma “promessa”, uma “pandemia de esperança”, etc.

Há 800 anos, São Francisco de Assis percebeu em Jesus Cristo, Porta Santa, a “nossa Esperança” (Cf. 1 Tm 1,1). Querendo ser instrumento nas mãos do Cristo, sendo fiel seguidor do Evangelho, levando esperança aos desesperados. A pandemia do desespero não havia chegado no Santo de Assis mesmo diante das tribulações, pois confiava totalmente nas promessas evangélicas – “Vós sois nossa esperança.” (Cf. Bilhete para Frei Leão, in Louvores a Deus). Caros companheiros de estrada, lancemo-nos nas mãos de Deus, revigoremos nossas forças no Cristo, como crianças no colo da mãe.

Na quaresma de 2000, durante a Campanha da Fraternidade, a Igreja do Brasil entoava um sublime hino que nos ajuda a viver esse ano jubilar: “somos gente da Esperança que caminha rumo ao Pai…” Refrão: “De mãos dadas a caminho…” (Cf. Hino: Somos gente da Esperança. Campanha da Fraternidade 2000).

Byung-Chul Han, em seu livro “O Espírito da Esperança”, descreve alguns pontos sobre a esperança. O hino citado, diz que “SOMOS”, é isto mesmo, somos gente da Esperança! E Byung-Chul Han, ajuda-nos a explicar esse “somos”, dizendo a importância da primeira pessoa do plural: “o sujeito da Esperança é um nós.” (Cf. O Espírito da Esperança. Byung-Chul Han). SOMOS PEREGRINOS, caminhamos juntos; viandantes fraternos; tripulantes na grande barca de Pedro, etc. Unindo nossas forças como grande família é que viveremos plenamente esse ano jubilar. Viver bem esse ano nos trará a “revolução universal do novo”, que ainda não sabemos o que é, pois, as graças que o Paráclito nos concede é um mistério, mas toda revolução fomenta e traz novas esperanças. “A esperança é o fermento da revolução, o fermento novo: incipt vita nova.” – (Cf. O Espírito da Esperança. Byung-Chul Han).

Essa revolução só experimentaremos se caminharmos juntos como Igreja e sociedade com propósitos. Uma revolução de Esperança nos mares que a Barca dos Apóstolos navega por toda Igreja, um dilúvio de Esperança é que precisamos, “afogarmo-nos em águas esperançosas”.

A Igreja admoesta-nos através do catecismo sobre a virtude da esperança, e garante as graças salutares que ela nos dá:

A esperança cristã retoma e realiza a esperança do povo eleito, que tem sua origem e modelo na esperança de Abraão, cumulada, em Isaac, das promessas de Deus, e purificada pela prova de sacrifício. “Ele, contra toda a esperança, acreditou na esperança de tornar-se pai de muitos povos” (Rm 4,18). (Cf. Catecismo da Igreja Católica, n° 1819).

A catequese da Igreja ensina que virtude é a inclinação que cada cristão tem para fazer o bem e se doando por inteiro. Contudo, para obter-se tais virtudes, é necessário adquirir uma das quatros, virtudes cardeais, ou seja, a PRUDÊNCIA. A prudência é a “regra certa” da ação, diz-nos São Tomás de Aquino referenciando Aristóteles em seus escritos. A virtude da prudência é a portadora de todas as outras virtudes, pois ela conduz as outras via canal de graça. Entretanto, a esperança é quem inspira a ação, pois ela nos impulsiona para o futuro, quebrando barreiras; paradigmas; injustiças, etc.

Necessitamos ser aquelas talhas de água, “enchidas até a boca”, transformada em vinho nas Bodas de Caná da Galileia, expressando que a graça de Deus não é pela metade ou rasa, mas transbordante. Carecemos ser “talhas transbordantes de Esperança”. Toda essa unção esperançosa precisa ser espalhada pelo mundo, não podemos ser egoístas, devemos ser fontes vivas de esperança ao ponto de ajudar os irmãos a encherem também as suas talhas, para assim, enchermos juntos as talhas vazias do mundo.

Peçamos essa graça ao Senhor para que em nosso cotidiano nos revigore enchendo nossa esperança. Que o ano jubilar seja para todos, motivo de renovar a nossa Esperança plena no poder da Trindade.

Que o Deus da esperança encha vocês de completa alegria e paz na fé, para que vocês transbordem de esperança, pela força do Espírito Santo.” (Cf. Rm 15,13).


Noviços 2025     

 

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