Vida Cristã - Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil - OFM

Viagem apostólica do Papa Francisco a Portugal

Esta é uma viagem especial, uma viagem de oração

Fátima – O Papa Francisco já está em terras portuguesas. O avião papal tocou terra pouco depois das 16 horas locais, dando inicio à peregrinação Apostólica do Santo Padre. O Sucessor de Pedro vem às terras lusitanas para, junto com os fiéis portugueses e peregrinos provenientes de mais de 30 países do mundo, a celebração do primeiro Centenário das Aparições de Fátima.

Durante o voo, Francisco agradeceu aos cerca de 70 jornalistas presentes no avião papal pela companhia e pelo trabalho que eles irão fazer. “Esta é uma viagem um pouco especial – disse -uma viagem de oração, um encontro com o Senhor e com a Santa Mãe de Deus. Obrigado pela companhia e vamos adiante”. O Papa saudou pessoalmente cada um dos jornalistas.

O avião papal aterrissou na base aérea de Monte Real onde se realizou a cerimônia de boas-vindas e um encontro privado com o Presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa, que recebeu o Papa nas escadas do avião. Francisco visitou ainda a Capela do Ar, no interior da base aérea. Nesta capela rezaram Paulo VI em 1967 e João Paulo II em 1991. Francisco rezou diante da imagem de Nossa Senhora do Ar por alguns minutos.

Ainda na base aérea, o Papa Francisco, que foi acolhido por 3 crianças vestidas de pastores, saudou um grupo de jovens doentes filhos de militares. Francisco recebeu um buque de flores e assinou o livro de honra da instituição. À capela deixou uma imagem de São Francisco como presente.

O Papa deixou a base aérea de helicóptero até o Estádio de Fátima, um voo de cerca 20 minutos. O helicóptero com o Santo Padre a bordo fez um giro panorâmico sobre o Santuário e a grande praça, repleta de fiéis que com braços elevados ao céu saudaram a chegada de Francisco.

Do Estádio, com o nome de Francisco, até o Santuário, o Papa de papamóvel manteve o primeiro contato com os fiéis portugueses e peregrinos que ao lado das ruas se acotovelaram para receber e saudar Francisco. Milhares de pessoas deram as boas-vindas ao Sucessor de Pedro.

A Praça diante do Santuário estava completamente tomada pelos fiéis e peregrinos que desde ontem e desde as primeiras horas do dia se reuniram em grupos para esperar Francisco. Numa festa de cores e louvores, os “irmãos na fé” cantaram e acenaram com bandeiras à passagem do Papa que imediatamente se dirigiu para uma visita à Capelinha, onde há 100 anos Nossa Senhora apareceu a Lúcia, Francisco e Jacinta. O Papa colocou aos pés da imagem de Nossa Senhora uma rosa de ouro.

Na manhã de sábado, Francisco e Jacinta serão canonizados na mesma Cova da Iria, onde receberam a visita de Nossa Senhora.

Hoje, por volta das 21h30, hora local, o Papa presidirá a bênção das velas, ele mesmo vai acender uma, e a meditação do Terço na Capelinha. O Papa fará ainda uma breve alocução para a introdução dos mistérios do terço, que prosseguirá conduzido pelo Cardeal Secretário de Estado, Dom Pietro Parolin, que também celebrará a Santa Missa. Amanhã o grande dia com o ápice da peregrinação. A Santa Missa com a canonização de Francisco e Jacinta.

Francisco reza na Capelinha das Aparições

Uma longa oração silenciosa diante da imagem de Nossa Senhora, na Capelinha das Aparições, entregando a ela “os irmãos e irmãs do mundo inteiro resgatados pelo” sangue de seu Filho.

Após passar com o papamóvel em meio à multidão reunida na esplanada do Santuário, Francisco dirigiu-se à Capelinha das Aparições, onde depositou um buquê de flores diante da imagem da Virgem. Então, em meio a um grande silêncio, apresentou-se diante dela “nas vestes de Pastor universal”, oferecendo-lhe “o buquê das mais lindas «flores» que Jesus confiou” aos seus cuidados, ou seja, “os irmãos e irmãs do mundo inteiro resgatados” pelo sangue de Jesus, “sem excluir ninguém”.

Após, recitou em português a seguinte oração:

“Salve Rainha, bem-aventurada Virgem de Fátima,
Senhora do Coração Imaculado, qual refúgio e caminho que conduz até Deus!
Peregrino da Luz que das tuas mãos nos vem, dou graças a Deus Pai que, em todo o tempo e lugar, atua na história humana;
peregrino da Paz que neste lugar anuncias, louvo a Cristo, nossa paz, e para o mundo peço a concórdia entre todos os povos;
peregrino da Esperança que o Espírito alenta, quero-me profeta e mensageiro para a todos lavar os pés, na mesma mesa que nos une.
Refrão cantado pela assembleia:

Ave o clemens, ave o pia!
Salve Regina Rosarii Fatimæ.
Ave o clemens, ave o pia!
Ave o dulcis Virgo Maria.

O Santo Padre:

Salve Mãe de Misericórdia, Senhora da veste branca!
Neste lugar onde há cem anos a todos mostraste os desígnios da misericórdia do nosso Deus,
olho a tua veste de luz e, como bispo vestido de branco,
lembro todos os que, vestidos da alvura batismal,
querem viver em Deus e rezam os mistérios de Cristo para alcançar a paz.
Salve, vida e doçura,
Salve, esperança nossa,
ó Virgem Peregrina, ó Rainha Universal!
No mais íntimo do teu ser,
no teu Imaculado Coração,
vê as alegrias do ser humano
quando peregrina para a Pátria Celeste.
No mais íntimo do teu ser,
no teu Imaculado Coração,
vê as dores da família humana
que geme e chora neste vale de lágrimas.
No mais íntimo do teu ser,
no teu Imaculado Coração,
adorna-nos do fulgor de todas as joias da tua coroa
e faz-nos peregrinos como peregrina foste Tu.
Com o teu sorriso virginal
robustece a alegria da Igreja de Cristo.
Com o teu olhar de doçura
fortalece a esperança dos filhos de Deus.
Com as mãos orantes que elevas ao Senhor
a todos une numa só família humana.
Ó clemente, ó piedosa,
ó doce Virgem Maria,
Rainha do Rosário de Fátima!
Faz-nos seguir o exemplo dos Bem-aventurados Francisco e Jacinta,
e de todos os que se entregam à mensagem do Evangelho.
Percorreremos, assim, todas as rotas,
seremos peregrinos de todos os caminhos,
derrubaremos todos os muros
e venceremos todas as fronteiras,
saindo em direção a todas as periferias,
aí revelando a justiça e a paz de Deus.
Seremos, na alegria do Evangelho, a Igreja vestida de branco,
da alvura branqueada no sangue do Cordeiro
derramado ainda em todas as guerras que destroem o mundo em que vivemos.
E assim seremos, como Tu, imagem da coluna luminosa
que alumia os caminhos do mundo,
a todos mostrando que Deus existe,
que Deus está,
que Deus habita no meio do seu povo,
ontem, hoje e por toda a eternidade.
Salve, Mãe do Senhor,
Virgem Maria, Rainha do Rosário de Fátima!
Bendita entre todas as mulheres,
és a imagem da Igreja vestida da luz pascal,
és a honra do nosso povo,
és o triunfo sobre o assalto do mal.
Profecia do Amor misericordioso do Pai,
Mestra do Anúncio da Boa-Nova do Filho,
Sinal do Fogo ardente do Espírito Santo,
ensina-nos, neste vale de alegrias e dores,
as verdades eternas que o Pai revela aos pequeninos.
Mostra-nos a força do teu manto protetor.
No teu Imaculado Coração,
sê o refúgio dos pecadores
e o caminho que conduz até Deus.
Unido aos meus irmãos,
na Fé, na Esperança e no Amor,
a Ti me entrego.
Unido aos meus irmãos, por Ti, a Deus me consagro,
ó Virgem do Rosário de Fátima.
E, finalmente envolvido na Luz que das tuas mãos nos vem,
darei glória ao Senhor pelos séculos dos séculos. Amen.”

Francisco depositou aos pés da Virgem uma Rosa de Ouro, uma distinção que os Papas atribuem a personalidades ou santuários, igrejas ou cidades, em reconhecimento e recompensa por serviços prestados à Igreja ou a bem da sociedade.

Ao final, abençoou algumas crianças e percorreu de papamóvel a esplanada do Santuário, antes de dirigir-se à Casa de Retiros Nossa Senhora do Carmo.

Papa declara santos os pastorinhos de Fátima

(Portugal) – No dia em que a Igreja celebra Nossa Senhora de Fátima, o Papa Francisco canonizou os pequenos pastores Jacinta e Francisco Marto, que cem anos atrás, tiveram as visões e receberam a mensagem de Nossa Senhora. São as primeiras crianças não mártires santificadas pela Igreja.

Foi também a primeira vez que uma canonização foi celebrada em Portugal e cerca de meio milhão de fiéis de todas as partes do mundo tomaram conta da esplanada diante do Santuário. Muitos já estavam lá desde a noite de sexta-feira para garantir seu lugar na missa.

Ao chegar à Basílica de Nossa Senhora do Rosário, o Papa cumprimentou o sacerdote mais idoso de Portugal, de 104 anos, que viveu toda a história do Santuário, e rezou diante do túmulo dos pequenos irmãos, que morreram aos 9 e 10 anos.

No exterior, Francisco incensou a imagem de Nossa Senhora, em cuja coroa está encastrada a bala que atingiu o Papa João Paulo II no atentado sofrido na Praça São Pedro, em 13 de maio de 1981.

A missa, da qual participou também o menino brasileiro Lucas Batista, 9 anos, curado graças à intercessão dos pastorzinhos, teve início com o rito da canonização. O bispo de Leiria-Fátima, Dom Antonio Marto, pediu ao Papa que procedesse à canonização dos meninos e leu as suas biografias.

Em sua homilia, proferida em português, o Papa começou relatando a primeira visão dos dois irmãos e da prima, Lúcia, naquela manhã de cem anos atrás e “a Luz de Deus que irradiava de Nossa Senhora e envolvia-os no manto de Luz que Deus Lhe dera”.

“Fátima é sobretudo este manto de Luz que nos cobre, aqui como em qualquer outro lugar da Terra quando nos refugiamos sob a proteção da Virgem Mãe para Lhe pedir, como ensina a Salve Rainha, «mostrai-nos Jesus». Queridos peregrinos, temos Mãe”.

Hoje, prosseguiu Francisco, “nos reunimos aqui para agradecer as bênçãos sem conta que o Céu concedeu nestes cem anos, passados sob o manto de Luz que Nossa Senhora, a partir deste esperançoso Portugal, estendeu sobre os quatro cantos da Terra”.

“Dos braços da Virgem”, disse o Papa, “virá a esperança e a paz que necessitam e que suplico para todos os meus irmãos no Batismo e em humanidade, de modo especial para os doentes e pessoas com deficiência, os presos e desempregados, os pobres e abandonados. Queridos irmãos, rezamos a Deus com a esperança de que nos escutem os homens; e dirigimo-nos aos homens com a certeza de que nos vale Deus”.

Concluindo, Francisco exortou os fiéis: “Sob a proteção de Maria, sejamos, no mundo, sentinelas da madrugada que sabem contemplar o verdadeiro rosto de Jesus Salvador, aquele que brilha na Páscoa, e descobrir novamente o rosto jovem e belo da Igreja, que brilha quando é missionária, acolhedora, livre, fiel, pobre de meios e rica no amor”.


ÍNTEGRA DA HOMILIA

«Apareceu no Céu (…) uma mulher revestida de sol»: atesta o vidente de Patmos no Apocalipse (12, 1), anotando ainda que ela «estava para ser mãe». Depois ouvimos, no Evangelho, Jesus dizer ao discípulo: «Eis a tua Mãe» (Jo 19, 26-27). Temos Mãe! Uma «Senhora tão bonita»: comentavam entre si os videntes de Fátima a caminho de casa, naquele abençoado dia treze de maio de há cem anos atrás. E, à noite, a Jacinta não se conteve e desvendou o segredo à mãe: «Hoje vi Nossa Senhora». Tinham visto a Mãe do Céu. Pela esteira que seguiam os seus olhos, se alongou o olhar de muitos, mas… estes não A viram. A Virgem Mãe não veio aqui, para que A víssemos; para isso teremos a eternidade inteira, naturalmente se formos para o Céu.

Mas Ela, antevendo e advertindo-nos para o risco do Inferno onde leva a vida – tantas vezes proposta e imposta – sem-Deus e profanando Deus nas suas criaturas, veio lembrar-nos a Luz de Deus que nos habita e cobre, pois, como ouvíamos na Primeira Leitura, «o filho foi levado para junto de Deus» (Ap 12, 5). E, no dizer de Lúcia, os três privilegiados ficavam dentro da Luz de Deus que irradiava de Nossa Senhora. Envolvia-os no manto de Luz que Deus Lhe dera. No crer e sentir de muitos peregrinos, se não mesmo de todos, Fátima é sobretudo este manto de Luz que nos cobre, aqui como em qualquer outro lugar da Terra quando nos refugiamos sob a proteção da Virgem Mãe para Lhe pedir, como ensina a Salve Rainha, «mostrai-nos Jesus».

Queridos peregrinos, temos Mãe, temos Mãe! Agarrados a Ela como filhos, vivamos da esperança que assenta em Jesus, pois, como ouvíamos na Segunda Leitura, «aqueles que recebem com abundância a graça e o dom da justiça reinarão na vida por meio de um só, Jesus Cristo» (Rm 5, 17). Quando Jesus subiu ao Céu, levou para junto do Pai celeste a humanidade – a nossa humanidade – que tinha assumido no seio da Virgem Mãe, e nunca mais a largará. Como uma âncora, fundeemos a nossa esperança nessa humanidade colocada nos Céus à direita do Pai (cf. Ef 2, 6). Seja esta esperança a alavanca da vida de todos nós! Uma esperança que nos sustente sempre, até ao último respiro.

Com esta esperança, nos congregamos aqui para agradecer as bênçãos sem conta que o Céu concedeu nestes cem anos, passados sob o referido manto de Luz que Nossa Senhora, a partir deste esperançoso Portugal, estendeu sobre os quatro cantos da Terra. Como exemplo, temos diante dos olhos São Francisco Marto e Santa Jacinta, a quem a Virgem Maria introduziu no mar imenso da Luz de Deus e aí os levou a adorá-Lo. Daqui lhes vinha a força para superar contrariedades e sofrimentos. A presença divina tornou-se constante nas suas vidas, como se manifesta claramente na súplica instante pelos pecadores e no desejo permanente de estar junto a «Jesus Escondido» no Sacrário.

Nas suas Memórias (III, n. 6), a Irmã Lúcia dá a palavra à Jacinta que beneficiara duma visão: «Não vês tanta estrada, tantos caminhos e campos cheios de gente, a chorar com fome, e não tem nada para comer? E o Santo Padre numa Igreja, diante do Imaculado Coração de Maria, a rezar? E tanta gente a rezar com ele?» Irmãos e irmãs, obrigado por me acompanhardes! Não podia deixar de vir aqui venerar a Virgem Mãe e confiar-lhe os seus filhos e filhas. Sob o seu manto, não se perdem; dos seus braços, virá a esperança e a paz que necessitam e que suplico para todos os meus irmãos no Batismo e em humanidade, de modo especial para os doentes e pessoas com deficiência, os presos e desempregados, os pobres e abandonados. Queridos irmãos, rezamos a Deus com a esperança de que nos escutem os homens; e dirigimo-nos aos homens com a certeza de que nos vale Deus.

 

Pois Ele criou-nos como uma esperança para os outros, uma esperança real e realizável segundo o estado de vida de cada um. Ao «pedir» e «exigir» o cumprimento dos nossos deveres de estado (carta da Irmã Lúcia, 28/II/1943), o Céu desencadeia aqui uma verdadeira mobilização geral contra esta indiferença que nos gela o coração e agrava a miopia do olhar. Não queiramos ser uma esperança abortada! A vida só pode sobreviver graças à generosidade de outra vida. «Se o grão de trigo, lançado à terra, não morrer, fica ele só; mas, se morrer, dá muito fruto» (Jo 12, 24): disse e fez o Senhor, que sempre nos precede. Quando passamos através dalguma cruz, Ele já passou antes. Assim, não subimos à cruz para encontrar Jesus; mas foi Ele que Se humilhou e desceu até à cruz para nos encontrar a nós e, em nós, vencer as trevas do mal e trazer-nos para a Luz.

Sob a proteção de Maria, sejamos, no mundo, sentinelas da madrugada que sabem contemplar o verdadeiro rosto de Jesus Salvador, aquele que brilha na Páscoa, e descobrir novamente o rosto jovem e belo da Igreja, que brilha quando é missionária, acolhedora, livre, fiel, pobre de meios e rica no amor.

Dom Antônio Marto, fez uma saudação ao Papa Francisco

“A minha alma proclama a grandeza do Senhor e o meu espírito exulta de alegria em Deus, meu Salvador”!

Caríssimo Papa Francisco: tomo as palavras do cântico da Virgem Maria para exprimir o sentimento de alegria que enche os nossos corações pelo dom da vossa presença no meio de nós e, sobretudo, para convosco cantar a misericórdia do Senhor que aqui ecoou há cem anos na mensagem da Senhora “mais brilhante que o sol”, dirigida a toda a humanidade. Convosco queremos exclamar: Bendito seja Deus, rico de misericórdia, pelo grande amor com que nos amou!

É uma alegria imensa dar-vos as boas vindas a este santuário onde pulsa o coração materno de Portugal: Salve, Santo Padre! Bem-vindo a Fátima! Estais em vossa casa!

Nesta minha breve saudação trago-vos o abraço e o afeto de todo o povo católico de Portugal e de tan­tos homens e mulheres de boa vontade que vos estimam. Todos têm os olhos fixos no Papa Francisco como uma voz profética claramente audível no panorama mundial, cheio de perigos e medos, e capaz de abater muros de separação, de lançar pontes de encontro entre os homens e os povos, de ser a voz dos sem voz (dos pobres, dos sofredores e descartados), de abrir caminhos de esperança e de paz, de levar a alegria e o amor de Deus, a alegria do evangelho, a todas as criaturas em quaisquer condições que se encontrem. Obrigado pelo vosso testemunho, Santo Padre, que nos toca tão profundamente!

Queremos agradecer-vos, de modo particular, terdes vindo até nós como peregrino, segundo o lema da vossa visita: “Com Maria, peregrino na esperança e na paz”!

Aqui estais connosco, peregrino entre os peregrinos vindos de todo o mundo, nesta assembleia da Igreja peregrina, Igreja viva, santa e pecadora, para celebrar a ação de graças pelo centenário das aparições da Virgem Maria e pela sua mensagem de graça, de misericórdia e de paz que daqui partiu, há cem anos, para todo o mundo por intermédio de três crianças, os pastorinhos de Fátima. E também para agradecer ao Senhor as pequenas e grandes maravilhas de graça que Ele realizou em Maria e através da sua mensagem, ao longo destes cem anos, em tantas histórias dos peregrinos devotos, em frutos de conversão, de reconciliação, de santidade, de comunhão, de paz.

Como poderíamos nós celebrar este centenário sem a presença do Papa, se o afeto a ele e a oração por ele fazem parte da mensagem que garante o amparo da Mãe da Igreja à Igreja peregrina no meio das perseguições e ao seu Pastor universal?

Fátima, a Igreja e Portugal, todos os peregrinos do mundo inteiro agradecem-vos, Santo Padre, por terdes querido partilhar connosco este momento alto da celebração do centenário das aparições. Por isso queremos dizer-vos todos juntos em coro: Muito obrigado, Papa Francisco! Muito obrigado! Nunca vos esqueceremos!

Estaremos sempre unidos a vós como filhos reconhecidos a um pai que nos visita com a sua ternura e o seu sorriso e nos encoraja a viver mais intensamente e com mais entusiasmo como discípulos de Jesus ao jeito de Maria, Mãe de Jesus e Mãe nossa.

À intercessão materna de Nossa Senhora de Fátima e dos beatos Francisco e Jacinta Marto confiamos a vossa pessoa para que o Senhor vos dê fortaleza, coragem e fecundidade no vosso ministério apostólico ao serviço da Igreja em saída ao encontro das periferias humanas e da paz no mundo.

† António Marto, Bispo de Leiria-Fátima