Vida Cristã - Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil - OFM

Nossa Senhora da Conceição Aparecida

Nossa Senhora da Conceição Aparecida

Frei Regis Daher, OFM

A Virgem Maria, a Mãe de Deus, é invocada conforme a história do povo cristão, em locais e regiões as mais distintas. Mesmo no Brasil, ela é chamada por muitos ‘nomes’. É quase automático nos lábios das pessoas, diante do inesperado ou do mistério grande das coisas, a exclamação: “Virgem Maria”! ou “Nossa Senhora”!

Para o descrente ou apenas o racional, a exclamação pode simplesmente ser um reflexo religioso inconsciente… No entanto, é curioso e muito significativo, que culturalmente o povo brasileiro chame sempre pela “mãe”, por uma “mulher”… que a fé sabe ser uma “bendita entre as mulheres”, porque é “cheia de graça”!

No Brasil, ela ganhou as feições simples e humildes de seu povo. É simplesmente a “Aparecida”, porque surgiu das águas, nas redes de gente simples como ela, os pescadores do rio Paraíba. A água escureceu sua imagem da argila, cor da terra. Apareceu negra, cabeça separada do corpo, que o homem colou e uniu. Outros sinais da identificação com o seu Filho e os seus irmãos: os renascidos da água e do espírito, membros do mesmo e único corpo, do qual o Cristo é a cabeça.

Antes dela ser “Aparecida”, já era a “Conceição”, aquela que concebe e dá à luz à própria Luz que veio a este mundo. Sabiamente diziam os Padres da Igreja que, primeiro Maria concebeu seu Filho na fé, crendo na Palavra que lhe foi anunciada e, por isso concebeu-O também no seu corpo. Tornou-se, então, o modelo e protótipo da Igreja, de todos os que, como ela, geram o Cristo pela fé.

São Francisco de Assis, na sua 2ª Carta aos Fiéis (48-53), depois de falar sobre a necessidade da completa conversão da atitude de egocentrismo, afirma:

“Aqueles que assim agirem e perseverarem até o fim, verão repousar sobre si o Espírito do Senhor e ele fará neles sua morada permanente, e serão filhos do Pai celestial cujas obras fazem. E serão esposos, irmãos e mães de nosso Senhor Jesus Cristo. Somos seus esposos, quando a alma crente está unida a Jesus Cristo pelo Espírito Santo. Somos seus irmãos quando fazemos a vontade de seu Pai, que está nos céus. Somos suas mães, se com consciência pura e sincera o trazemos em nosso coração e nosso seio e o damos à luz por obras santas que sirvam de luminoso exemplo para os outros”.

Para São Francisco a grandeza e a importância de Maria está no fato dela ter feito Cristo nosso irmão, dando-lhe a carne de nossa humanidade. Ele a vê sempre unida ao seu Filho. Por isso, a devoção a ela se faz na vida conforme o Evangelho. Francisco não só recorre à proteção de Maria, mas assume as atitudes dela frente a Deus, e como ela, concebe, gera e dá à luz à Palavra de Deus, dando-lhe vida e forma. É a fecundidade espiritual dos que, como Maria, geram o Cristo em suas vidas.

Liturgia para a Solenidade

Evangelho

Nossa Senhora da Conceição Aparecida

1ª Leitura: Est 5, 1b-2; 7-2b-3
Salmo: 44
2ª Leitura: Ap 12, 1.5.13a.15.16a
Evangelho: Jo 2,1-11

Vida nova para os homens –* 1 No terceiro dia, houve uma festa de casamento em Caná da Galiléia, e a mãe de Jesus estava aí. 2 Jesus também tinha sido convidado para essa festa de casamento, junto com seus discípulos.

3 Faltou vinho e a mãe de Jesus lhe disse: «Eles não têm mais vinho!» 4 Jesus respondeu: «Mulher, que existe entre nós? Minha hora ainda não chegou.» 5 A mãe de Jesus disse aos que estavam servindo: «Façam o que ele mandar.»

6 Havia aí seis potes de pedra de uns cem litros cada um, que serviam para os ritos de purificação dos judeus. 7 Jesus disse aos que serviam: «Encham de água esses potes.» Eles encheram os potes até a boca. 8 Depois Jesus disse: «Agora tirem e levem ao mestre-sala.» Então levaram ao mestre-sala.

9 Este provou a água transformada em vinho, sem saber de onde vinha. Os que serviam estavam sabendo, pois foram eles que tiraram a água. Então o mestre-sala chamou o noivo 10 e disse: «Todos servem primeiro o vinho bom e, quando os convidados estão bêbados, servem o pior. Você, porém, guardou o vinho bom até agora.»
11 Foi assim, em Caná da Galiléia, que Jesus começou seus sinais. Ele manifestou a sua glória, e seus discípulos acreditaram nele. 12 Depois disso, Jesus desceu para Cafarnaum com sua mãe, seus irmãos e seus discípulos. E aí ficaram apenas alguns dias.


* 2,1-12: Segundo João, a primeira semana de Jesus termina com a festa de casamento em Caná. João relata este episódio por causa do seu aspecto simbólico: o casamento é o símbolo da união de Deus com a humanidade, realizada de maneira definitiva na pessoa de Jesus, Deus-e-Homem. Sem Jesus, a humanidade vive uma festa de casamento sem vinho. Maria, aliviando a situação constrangedora, simboliza a comunidade que nasce da fé em Jesus, e as últimas palavras que ela diz neste evangelho são um convite: «Façam o que Jesus mandar.» Jesus diz que a sua hora ainda não chegou, pois só acontecerá na sua morte e ressurreição, quando ele nos reconcilia com Deus.
Jesus utilizou a água que os judeus usavam para as purificações. Os judeus estavam cegos pela preocupação de não se mancharem, e sua religião multiplicava os ritos de purificação. Mas Jesus transformou a água em vinho! É que a religião verdadeira não se baseia no medo do pecado. O importante é receber de Jesus o Espírito. Este, como vinho generoso, faz a gente romper com as normas que aprisionam e com a mesquinhez da nossa própria sabedoria.

O episódio de Caná é uma espécie de resumo daquilo que vai acontecer através de toda a atividade de Jesus: com sua palavra e ação, Jesus transforma as relações dos homens com Deus e dos homens entre si.

Bíblia Sagrada – Edição Pastoral


Comentário

Nossa Senhora da Conceição Aparecida, Padroeira do Brasil

A liturgia de hoje é marcada pela idéia da intercessão de Maria, padroeira principal do Brasil. A 1ª leitura lembra a intervenção da rainha Ester junto ao Rei Assuero em favor do povo judeu, ao qual ela mesma pertencia. Ao mesmo tempo, menciona-se a graciosa beleza desta “flor de seu povo”. O evangelho é escolhido em função da idéia da intervenção de Maria no milagre do vinho, nas bodas de Cana. Convém observar que Maria aí aparece como a “senhora – mãe” – o tratamento hebraico “Mulher” significa isso -, que se sente responsável pelo que diz respeito à sua família: a presença de Jesus e seus amigos a fez sentir-se responsável pelo abastecimento de vinho.

Ora, este evangelho não é propriamente mariológico, mas cristológico. Mostra Jesus dando início aos sinais da sua grande obra (Jo 2,11), antes que se realize a sua “hora” (cf. 2,4). A abundância de vinho é um sinal de que Jesus vem cumprir a missão messiânica (cf. a abundância de vinho no tempo messiânico, Am 9,13-14 etc.), mas esta missão só é levada a termo na “hora” da morte e glorificação (cf. Jo 13, 1ss; 17,5 etc.).

Temos aqui um ensejo para explicar o sentido do costume de pedir “graças” a Deus pela intercessão de N. Senhora. Geralmente, pedem-se benefícios materiais. Mas Deus e Maria não têm como tarefa específica resolver nossos problemas materiais. As graças materiais são apenas sinais de que Deus nos quer bem. Ora, ele nos quer bem sempre, também no sofrimento e na ausência de benefícios materiais! Por outro lado, nem todo benefício material pode ser interpretado como sinal do bem-querer de Deus, pois há muita gente materialmente bem provida cujo coração está longe de Deus! Reflitamos, pois, a partir do presente evangelho, sobre o sentido do pedir graças mediante a intercessão de N. Senhora. Em Caná, Maria pede uma intervenção material, e esta se realiza, porém não como um fim em si, mas como sinal da grande obra do Cristo, sua morte, na “hora” que naquele momento ainda não havia chegado (2,4). Assim também, o que nós pedimos pela intervenção de N. Senhora, sendo atendidos conforme o pedido ou de outro modo, se toma sinal do amor até morrer, que seu Filho nos dedica. É assim que devem ser interpretadas as preces de súplica: “Dai-nos, Senhor, um sinal de vosso amor?”.

A idéia da intercessão, na presente liturgia, concerne sobretudo à Pátria brasileira, portanto, uma realidade histórico-material. Pode-se pedir a Maria que ela cuide para que a ninguém faltem as condições para viver dignamente. Mas que neste pedido, então, se traduza também a disponibilidade para colaborar e participar no grande testemunho de amor que Cristo iniciou e assinalou por seu primeiro “sinal” em Caná. Ou seja, que os pedidos exprimam a vontade de colaborar no reino de paz e amor, o meio mais seguro para fazer acontecer a realização do que pedimos. Se pedimos bênçãos pela Pátria, devemos estar dispostos a nos tornar instrumentos daquilo que pedimos (integração de todos numa sociedade justa e fraterna etc.).

A 2ª leitura é a mesma da festa da Assunção. Pode-se destacar o papel protetor que a Mulher – simultaneamente Igreja e Maria – exerce com relação ao Filho messiânico. Que a Igreja se lembre, portanto, que a intuição da fé, aplicando esta leitura a Maria, viu a semelhança no papel de ambas. Gerar e levar o Salvador ao mundo, e presenciar sua vitória, eis o que Maria e a Igreja têm em comum. Destacando a figura de Maria, a Igreja assume, até um certo grau, o que foi a obra de Maria. Isso vale também com relação à proteção da Pátria, que não é algo mágico, mas algo que se realiza mediante as nossas mãos, nosso empenho por uma Pátria melhor, mas justa, mais conforme à vontade de Deus.

A aclamação ao evangelho e o canto da comunhão aludem também à função “patrocinadora” de Maria.

Do livro “Liturgia Dominical”, de Johan Konings, SJ, Editora Vozes


Mensagem

Maria, Mulher-povo, mãe da Igreja

Nossa Senhora da Conceição Aparecida, Padroeira do Brasil. O povo a chama simplesmente de N. Senhora Aparecida. Aliás, para a “Imaculada Conceição” temos outra festa, em 8 de dezembro. Mas vale a pena, apoiados na liturgia, estabelecer um nexo entre a eleição de Maria desde a sua concepção e seu papel de intercessora, em virtude do qual ela aparece como padroeira do nosso povo. A 1ª leitura de hoje destaca o papel da intercessora, mediante a figura bíblica da rainha Ester, que intervém junto ao rei por seu povo, Israel. Na 2ª leitura a Mulher-Povo do Apocalipse protege seu filho messiânico. No evangelho aparece com maior clareza o papel mediador de Maria a favor do povo.

É o evangelho das bodas de Caná. Maria presencia uma festa de casamento, e também Jesus e seus companheiros. Quando falta vinho, Maria chama a atenção de Jesus para o impasse. E quando Jesus, misteriosamente, responde que ainda não chegou a sua hora – pois a sua hora mesmo é a da cruz – Maria não deixa de acreditar que Jesus transformará as bodas deste mundo em festa messiânica e plena alegria, vinho novo do tempo novo. Recomenda aos servidores que executem o que Jesus lhes disser. Talvez às cegas, mas confiante no projeto de Deus e no filho que Deus lhe deu, Maria assume sua missão de confiar o mundo a ele.

João, no seu evangelho, menciona Maria apenas duas vezes, aliás, sem chamá-la Maria, mas Mãe de Jesus e Mulher. A primeira menção é quando ela por assim dizer introduz Jesus na sua atividade pública, nas bodas de Caná. A outra é quando ela acompanha Jesus até o fim, ao pé da cruz. No primeiro texto, Jesus diz que sua hora ainda não chegou; é apenas o início dos sinais. O outro texto é quando se realiza “a Hora” de Jesus e sua obra é levada a termo, na cruz. Em ambos os textos, Jesus se dirige a Maria com o tratamento honroso de “Mulher” (nós diríamos: “Senhora”) – termo muitas vezes ligado à imagem do povo. A primeira vez, Jesus pronuncia a perspectiva da hora que deve vir, a segunda vez, confia à sua mãe o seu legado: o discípulo amado, que representa os fiéis. Maria está no início e no fim da obra de Jesus. Ela, a Mulher, a Mãe, é a referência de sua obra. Maria marca o lugar de Jesus neste mundo e está aí como referência do discípulo que toma o lugar do seu Filho.

Maria, Mãe da Igreja.

Do livro “Liturgia Dominical”, de Johan Konings, SJ, Editora Vozes

Novena de Nossa Senhora Aparecida

Primeiro encontro: Maria em minha vida

O dirigente deste encontro deve providenciar uma imagem de Nossa Senhora Aparecida, ve!as, flores e Bíblia).

1 – ACOLHIDA
Dirigente: Estamos reunidos aqui, com muita alegria, para acolher a todos e rezarmos a novena em preparação à festa de Nossa Senhora Aparecida, no dia 12 de outubro, dia da criança.
Vamos nos apresentar, se ainda não nos conhecemos, e desejar as boas-vindas uns aos outros.
Saudemos à Santíssima Trindade: Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.

2 – CANTO: Caminhando com Maria.

3 – ANIMADOR (A)
As crianças vão entrar trazendo a imagem de Nossa Senhora, velas, flores e a Bíblia. A criança que leva a imagem de Nossa Senhora irá entregá-la a uma pessoa que, por sua vez, a passa às outras, sendo que cada pessoa pode manifestar-se e falar o que significa Maria em sua vida.

4 – TEXTO BÍBLICO
Animador (a): Ester foi uma mulher atenta à realidade do seu tempo. O que ela pediu ao Rei foi a vida do seu povo.
Vamos ouvir com atenção esta história na Bíblia.
Leitor (a): Ester 7,1-7

5 – PERGUNTAS

Animador (a): 1) O que acham da atitude de Ester?

2) Há alguma semelhança deste fato com nossa comunidade? Com nosso País?

3) Podemos comparar a missão de Ester com a missão de Maria? Por quê?

Leitor (a) 1: Na segunda quinzena de outubro de 1717, três pescadores, Felipe Pedroso, Domingos Garcia e João Alves, ao lançarem sua rede para pescar nas águas do Rio Paraíba, colheram a Imagem de Nossa Senhora da Conceição, no lugar denominado Porto do Itaguassu. Felipe Pedroso levou-a para sua casa, conservando-a consigo até 1732, quando a entregou a seu filho Anastácio Pedroso. Este construiu um pequeno oratório para rezar o terço, devido à ocorrência de milagres, graças à devoção a Nossa Senhora Aparecida. A 26 de julho de 1745 foi inaugurada a primeira capela (cf. livro da Liturgia das Horas, dia 12 de outubro).

6- PRECES
1) Para que o exemplo de Ester anime muitas mulheres na defesa e na luta pela vida de seu povo. Rezemos…
2) Para que Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil, interceda junto a Jesus em favor do nosso País e de todo o seu povo trabalhador. Rezemos…
3) Pelas principais autoridades, para que governem com justiça e se voltem para os mais necessitados. Rezemos…
4) Para que as famílias, as comunidades, aquecidas pelo amor de nossa Mãe Aparecida, possam ser para as crianças, adolescentes e jovens exemplos de união fraterna e testemunho do Evangelho. Rezemos…

7- ORAÇÃO
Senhor nosso Deus, pela intercessão de Nossa Senhora Aparecida, socorrei o povo na busca de vida mais digna. Livrai-nos de todo o mal e ajudai-nos a buscar cada vez mais o caminho, a verdade e a vida. Por Jesus Cristo Nosso Senhor. Amém.

8 – PARA O PRÓXIMO ENCONTRO
Convidar crianças para virem participar da homenagem a Nossa Senhora Aparecida, trazendo uma flor.
Nesta semana procure um vizinho, um parente ou um colega que se encontra doente, desempregado, preso. Faça-lhe uma visita e leve a ele (a) uma palavra amiga e convide-o (a) a participar deste encontro. Se não for possível, ofereça-lhe um livrinho da novena.

9 – CANTO FINAL: Viva a Mãe de Deus e Nossa.

10 – Bênção
Pela intercessão de Nossa Senhora Aparecida, peçamos a Deus que nos abençoe: Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.

SEGUNDO ENCONTRO: O SIM DE MARIA

1- ACOLHIDA
Dirigente: No segundo dia de nossa novena, vamos pedir a Maria, Mãe de Jesus e nossa Mãe, para olhar seus filhos e suas filhas que somos todos nós. Especialmente para que ela olhe as crianças e os jovens que se encaminham para a vida sem o preparo e as forças necessárias para vencer as dificuldades que o mundo de hoje apresenta. Com maternal proteção nos dê coragem para ajudá-los a crescer e a vencer, assim como cuidou de Jesus, criança e adolescente em Nazaré.
Todos: Maria, nossa Mãe Aparecida, rogai por nós.
Maria, padroeira do Brasil, rogai por nós.

2 – CANTO: És Maria, a virgem que sabe ouvir.

3 – ANIMADOR(A)
Irmãs e irmãos, nesta novena, estamos caminhando com Maria. Vamos aproveitar para fazer um balanço do nosso jeito de viver, comparando-o com o projeto de Deus vivido por Maria. Ela assume colaborar com Deus, gerando a vida no seu próprio corpo.
Vamos acender as velas, pedindo a Maria que nunca se esqueça de suas filhas e seus filhos. E que caminhe conosco no dia-a-dia de nossa vida.
Rezemos uma dezena do terço em honra de Nossa Senhora Aparecida, pela intenção das crianças. A cada Ave-Maria, uma criança coloca a flor que trouxe para enfeitar a imagem de Maria.

4- TEXTO BÍBLICO
Animador(a): Neste texto, Maria acolhendo o anúncio do Anjo torna-se disponível para fazer a vontade de Deus.
Leitor(a) 1: Lucas 1,26-38.

5 – PERGUNTAS
Animador(a): 1) Vocês têm alguma experiência do chamado de Deus em suas vidas? Quem gostaria de contar?
2) Quais os motivos que hoje nos impedem de responder “Sim” ao projeto de Deus?
Leitor(a) 1: Maria era de Deus.
Todos: Ela ouviu, acreditou e viveu a Palavra de Deus e dela se alimentou. Teve fé nesta palavra. Tinha um coração aberto e a vontade disposta de ser a Serva do Senhor, como se dissesse: “Estou aqui às ordens de Deus”.
Leitor(a) 2: Maria era do povo.
Todos: Sempre atenta às pessoas e preocupada com o que estava acontecendo ao seu redor, Maria pede esclarecimentos, mas não coloca impedimentos na realização do sonho de Deus para o povo…

6 – PRECES
Animador(a): Proclamemos a grandeza de Deus, que é Pai e Mãe. Ele quis que Maria, mãe de seu Filho, fosse lembrada por todas as gerações. Peçamo-lhes humildemente. Todos: Nossa Senhora Aparecida, rogai por nós!
Leitor(a) 1: Vós, que fizestes de Maria a Mãe da Misericórdia, concedei a todos os que estão em perigo sentir o seu amor materno.
Todos: Nossa Senhora Aparecida, rogai por nós!
Leitor(a) 2: Vós que confiastes a Maria a missão de mãe de família no lar de Jesus e José, fazei que, por sua intercessão, todas as mães vivam, na família, a compreensão e a abertura para a comunidade.
Todos: Nossa Senhora Aparecida, rogai por nós!

7- ORAÇÃO
Todos: Ó Deus todo-poderoso, nesta novena em preparação à festa de Nossa Senhora Aparecida, no dia 12 de outubro, dia da criança, nós vos pedimos, concedei que o povo brasileiro, fiel à sua vocação, viva na paz e na justiça e possa chegar um dia à pátria definitiva. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.

8- PARA O PRÓXIMO ENCONTRO
Providenciar um novelo de barbante. Combinar para que algum dos participantes possa trazer.

9 – CANTO: Virgem Mãe Aparecida.

10 – Bênção
Pela intercessão de Nossa Senhora Aparecida, rainha e padroeira do Brasil, desça sobre nós a bênção de Deus todo-misericordioso: Pai, Filho e Espírito Santo. Amém.

TERCEIRO ENCONTRO: O ENCONTRO DE DUAS GRÁVIDAS

1- ACOLHIDA
Dirigente: É muito bom estarmos de novo reunidos, celebrando a novena de Nossa Senhora Aparecida e aumentando o nosso conhecimento desta boa mãe que, como nós todos aqui, conheceu bem as dificuldades da vida, sem desanimar na luta.
Hoje é o terceiro dia da novena e vamos tentar compreender melhor a situação das mães que, como Nossa Senhora, não têm lugar para dar seus filhos à luz. Juntos vamos aprender das mães a lição da solidariedade.

2 – CANTO: Eu te saúdo, Maria, mãe!

3- ANIMADOR(A)

Vamos formar uma rede. Quem receber o novelo responde a pergunta:
O que é ser mãe nos dias de hoje?
(Tempo para formar a rede).

4 – TEXTO BÍBLICO
Dirigente: Com a rede formada, vamos fazer um momento de silêncio para ouvir o Evangelho.
Leitor(a): Lucas 1,38-42.
Animador(a): Todos nós sabemos que as mães são muito importantes nas nossas comunidades. Aliás, na prática mesmo, quem dá vida às comunidades são as mulheres. Mas não podemos fechar os olhos às dificuldades que as mães enfrentam hoje em dia com a dupla jornada de trabalho, o abandono dos maridos, a situação das doenças, a falta de atendimento médico e de orientações adequadas. Estas dificuldades não são só das mães, são de toda a comunidade. Muitas vezes nós nem ficamos sabendo e até omitimos nossa ajuda e solidariedade.
(A rede desfaz-se lentamente).

Dirigente: Vamos partilhar o que compreendemos da leitura da Palavra de Deus que acabamos de ouvir; e vamos ver também como anda a solidariedade aqui em nossa comunidade.

5 – PERGUNTAS
Animador(a): 1) O que tem de parecido entre o texto bíblico e a nossa vida aqui na comunidade?
2) Nossa Senhora e Santa Isabel ficaram felizes por causa da vida nova que ia chegar na família de cada uma delas. Como é que reagimos quando sabemos da notícia que mais um neném vai nascer em nossa família? Por quê?
3) Nossa Senhora ficou com Santa Isabel mais ou menos durante 3 meses. Ela não foi só para ajudar a prima na lida da casa. Ela foi partilhar um pouco de sua vida, pedir apoio, pois também estava grávida pela primeira vez, e numa situação difícil. Foi um encontro de solidariedade. Alguém tem alguma experiência parecida para contar? Como se sentiu ajudando e sendo ajudado(a)?

6 – PRECES
Ao final de cada prece canta-se o refrão:
Dá-nos a bênção, ó Mãe querida, Nossa
Senhora Aparecida. (Bis)

1) Por todas as mães aqui presentes, para que saibam ensinar e aprender com seus filhos e filhas. Cantemos…
2) Para que todos os homens e mulheres possam experimentar a graça da solidariedade e da maternidade. Cantemos…
3) Para que a nossa comunidade não feche os olhos diante das dolorosas dificuldades que as mães enfrentam hoje e possa ser solidária às suas lutas por saúde, creche, escola. Cantemos…

7- PARA O PRÓXIMO ENCONTRO
Convidar outras mães para participar desta novena.
Discutir juntos a possibilidade de haver alguma organização das mulheres na comunidade. Se já existir, como fortalecê-la.
Trazer fotos ou gravuras de mães de diferentes culturas.

8 – CANTO: Ave cheia de graça.

9 – Bênção
Se houver alguma grávida no grupo, pedir a ela que abençoe a todos. Se não, pedir para a mãe mais jovem que estiver presente.
A Mãe: Que Deus Pai e Mãe, por meio de Nossa Senhora Aparecida, abençoe a todos nós, dando-nos força e coragem nos caminhos de solidariedade para a construção do Reino. Amém.

QUARTO ENCONTRO: MARIA MÃE DAS MÃES

1 – ACOLHIDA
Dirigente: Nossa caminhada vai continuando. Este é o quarto dia de nossa novena. Ontem celebramos o encontro de duas grávidas: Maria e Isabel. Uma gerou João Batista, o profeta que preparou os caminhos para Jesus de Nazare. Jesus quis nascer de uma mulher, como as crianças que conhecemos aqui. Vamos agora dar um abraço apertado nas mães que estão aqui presentes.

2 – CANTO: Maria de Nazaré.

3 – ANIMADOR(A)
Neste momento vamos colocar, no meio do grupo, as fotos ou gravuras das mães que trou- xemos para este encontro.

Enquanto isto, cantemos o refrão:
“Dá-nos a bênção, ó mãe querida, Nossa Senhora Aparecida”. (Bis)
Junto com as fotos vamos também colocar a imagem de Nossa Senhora.

4 – TEXTO BÍBLICO
Dirigente: Iremos ouvir a Boa Notícia do nascimento de Jesus. Prestemos atenção para perceber o que nos impressiona mais neste acontecimento.
Leitor(a): Lucas 2,1-11.

5 – PERGUNTAS
Dirigente: 1) O que nos impressiona mais neste fato do nascimento de Jesus?
2) Qual tem sido o maior desafio para as mães, nos dias de hoje?
3) Qual a maior alegria para o coração de uma mãe? Será que Maria viveu esta alegria?
Animador(a): Vamos passar de mão em mão as figuras que trouxemos. Maria experimentou as angústias, a insegurança, as perseguições. Ela sabe entender os nossos clamores. Quem quiser, e ao segurar uma das figuras, poderá fazer seu pedido a Nossa Senhora.

6 – PRÓXIMO ENCONTRO
Providenciar uma bacia com agua, plantas cheirosas, mochila, chinelo, classificados de jornais, carteira de trabalho, um pedaço de pau (tipo bengala).

7 – CANTO – Mãe do céu morena.

8 – BÊNÇÃO
As mães presentes estendem as mãos, abençoando a todos e cantando o refrão: Dá-nos a bênção, ó mãe querida, Nossa Senhora Aparecida. (Bis)

QUINTO ENCONTRO: FUGA PARA O EGITO

ACOLHIDA
Dirigente: Hoje é o quinto dia da nossa novena. Sejam todos bem-vindos e tenham a certeza de que é grande a alegria de tê-los aqui nesta casa. Nesta novena queremos colocar sob a proteção de Nossa Senhora as crianças, os trabalhadores e trabalhadoras de nosso País. Enquanto cantamos, vamos colocando, no centro do grupo, o que trouxemos para este encontro.

2 – CANTO: Migrante.

3 – ANIMADOR(A)
Rezemos uma dezena do terço para que no Brasil haja mais justiça e respeito pelo povo. Antes de cada Ave-Maria diremos uma intenção:

1) Pelas crianças e adolescentes;
2) Pelos mendigos;
3) Pelos sem-terra e sem-casa;
4) Pelos idosos;
5) Pelos desempregados;
6) Pelos analfabetos;
7) Pelos que passam fome;
8) Pelos violentados;
9) Pelas vitimas da prostituição;
10) Pela intenção pessoal de cada um.
Dirigente: Alguém da casa vai nos abençoar com água perfumada. Enquanto isso, vamos cantar:
Oi que prazer, que alegria, o nosso
encontro de irmãos. (Bis)

4 – TEXTO BÍBLICO
Dirigente: Com atenção, vamos ouvir a Palavra de Deus no Evangelho de Mateus. Leitor(a): Mateus 2,12-15.

5 – PERGUNTAS
Animador(a):
1) A partir de casos que conhecemos ou vivemos, quais os motivos que levam as pessoas a saírem de sua terra de origem?
2) Vamos acompanhar José, nesta viagem, tendo que fugir para o Egito, junto com sua família. Provavelmente ele esteve desempregado por algum tempo. O que tem a ver desemprego com imigração? Você conhece alguém nesta situação?

6- PRECES
Cada um que quiser pode pegar um dos símbolos trazidos e, com ele em suas mãos, fazer um pedido de perdão.

7- ORAÇÃO
Dirigente: Vamos rezar um Pai-Nosso e uma Ave-Maria (de mãos dadas) pelos imigrantes e desempregados desta comunidade.

8 – PARA O PRÓXIMO ENCONTRO
Trazer velas pequenas.

9 – CANTO: Maria libertadora.

10 – BÊNÇÃO: Eu me viro pra todos os lados.
Jocyr Rodrigues (Salmo 120)

Eu me viro pra todos os lados
Perguntando: “Quem quer me ajudar?”
Mas sei quem tem pena de mim:
É quem fez esta terra e o céu. (Bis)

Tu não vais tropeçar nos caminhos:
Quem te guarda está sempre acordado
Pois não pode dar nem um cochilo
O vigia do povo de Deus. (Bis)

O Senhor fica sempre ao teu lado
Te guardando com todo cuidado
Pra que o sol não te queime de dia
Nem a lua de noite te ofenda. (Bis)

Ele vai te livrar dos desastres
Ele sempre te afasta dos males
Te protege na ida e na volta
Toda hora, sem nunca faltar. (Bis)

SEXTO ENCONTRO: MATANÇA DOS MENORES

1 – ACOLHIDA
Dirigente: Estamos no sexto dia de nossa novena. Vamos conversar um pouco sobre como estamos nos sentindo e o que estão significando para nós estes encontros. (Tempo para partilha).

2 – CANTO – (À escolha do grupo ao final do livrinho.)

3 – ANIMADOR(A)
Nas nossas comunidades e cidades são praticadas muitas violências contra crianças e adolescentes: exploração de trabalho infantil, estupro, assassinato por policiais, maus-tratos na família, prostituição infantil, subnutrição, falta de vagas nas escolas… Muitas vezes, esses fatos estão acontecendo na nossa comunidade e nós não ficamos sabendo. Outras vezes, ficamos sabendo e não fazemos nada, lavamos nossas mãos.
Por causa disso, há muitas crianças e adolescentes morrendo um pouco a cada dia e outras morrendo brutalmente. No encontro de hoje, vamos ver que Nossa Senhora e seu filho também passaram por algo parecido.

4 – TEXTO BÍBUCO
Animador(a): Na Palavra de Deus que vamos escutar, poderemos perceber que quem tem poder e não o usa para o bem tem medo de perder esse poder. Por isso, qualquer ameaça ao seu poder é eliminada, mesmo que essa ameaça seja uma criança. (Acender as velas pequenas que cada um trouxe de casa).

Leitor(a): Mateus 2,13-18.
(Após a leitura do Evangelho, apagar as velas uma a uma e fazer um momento de silêncio).

5 – PERGUNTAS
Dirigente:
1) 0 que há de parecido entre este fato que nós ouvimos da vida de Nossa Senhora e seu filho e a nossa realidade?
2) Por que Herodes manda matar as crianças? E por que ainda hoje acontecem coisas parecidas?
3) O que sabemos nós sobre o Estatuto da Cnança e do Adolescente, sobre os Conselhos de Direito e Conselhos Tutelares?

6- PRECES
(Enquanto as pessoas vão rezando e cantando, as velas, que haviam sido apagadas, voltam a ser acesas).
Vamos agora pedir a Nossa Senhora que nos ajude a compreender e a trabalhar para que nossas crianças e adolescentes tenham uma vida digna e sem violência.

1) Pelas crianças e adolescentes doentes, sem escola, explorados no trabalho, vítimas de maus-tratos e abusos sexuais, para que o seu grito de dor seja ouvido e atendido por todos nós, cantemos…
Oh! velai por nossas famílias / Pela infância desvalida.
Pelo povo brasileiro / O Senhora Aparecida.

2) Pelos pais, mães e responsáveis, para que protejam e tratem seus filhos com carinho, cantemos…

3) Pelas famílias, comunidades, conselhos e autoridades responsáveis pelo cumprimento do Estatuto da Criança e do Adolescente, para que cumpram seu papel na garantia dos direitos dos pequenos, cantemos…

7 – ORAÇÃO
Dirigente: Rezemos juntos um Pai-Nosso e uma Ave-Maria:
Todos: Pai nosso… Ave, Maria…

8 – PARA O PRÓXIMO ENCONTRO
Escolher pessoas que deverão convidar alguém que possa falar para a comunidade sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e sobre o funcionamento dos Conselhos de Direito e Conselhos Tutelares. Marcar a data e o local para o encontro.
Trazer sugestões de como poderá ser o encerramento da nossa novena, no dia das crianças.

9 – CANTO: Eu acredito que o mundo será melhor.

10 – BÊNÇÃO
Uma jovem: O Deus de Maria, que cumpre as suas promessas em favor de seu povo, nos conceda uma noite tranqüila e uma manhã de luz, agora e para sempre. Amém.
Louvado seja nosso Senhor Jesus Cristo
Para sempre seja louvado!

SÉTIMO ENCONTRO: A COMUNIDADE EM FESTA

1 – ACOLHIDA
Dirigente: Hoje é o sétimo dia da novena de Nossa Senhora Aparecida. Se houver pessoas que estejam vindo participar pela primeira vez, podem se apresentar.
2 – CANTO: Pelas estradas da vida.

3 – ANIMADOR(A)
Vamos agora partilhar um pouco as qualidades que nós temos e que podemos colocar a serviço da comunidade. O que sabemos e gostamos de fazer?
(Tempo para conversar).

4 – TEXTO BÍBLICO
Animador(a): Todos nós temos muitas coisas para oferecer. O Evangelho de João mostra Maria marcando presença no meio do povo, colocando seus dons a serviço numa festa muito alegre. Era uma festa de casamento.

Leitor(a): João 2,1-6.

5 – PERGUNTAS
Dirigente: (Fazer um comentário sobre a festa de Caná, comparando-a com as festas em nossa comunidade).

1) Quais as festas que mais reúnem o povo em nossa comunidade? Como eu participo?
2) Como a comunidade valoriza a presença das crianças e dos jovens nas festas?
3) Como entendemos a nossa vocação cristã a partir do exemplo de Maria nesta festa?

6 – PRECES
Vamos agora fazer nossas preces espontâneas. O que gostaríamos de agradecer ou pedir a Deus neste momento?

7 – PARA O PRÓXIMO ENCONTRO
O que vamos providenciar para nossa festa de encerramento?
Como vamos dividir as tarefas? Alguém da casa em que será o próximo encontro poderia preparar uma barca de papel bem bonita para ser usada?

8 – CANTO: Animados pela fé.

9 – BÊNÇÃO
Cada um coloca a mão no ombro do outro. A mulher mais idosa presente abençoa a todos dizendo: Pela intercessão de Nossa Senhora Aparecida, o Senhor nos abençoe e nos guarde, o Senhor nos mostre seu rosto brilhante e tenha piedade de nos; o Senhor nos mostre seu rosto e nos conceda a sua paz! Amém (Livro dos Números 6,22-26).

OITAVO ENCONTRO:  JESUS E OS PESCADORES
1- ACOLHIDA
(Todos em círculo e a imagem de Nossa Senhora Aparecida ao centro).

Dirigente: Estamos no oitavo dia da nossa novena. Temos no meio de nós a presença de Nossa Senhora Aparecida. Sejam todos bem-vindos a esta celebração. Vamos juntos rezar uma dezena do terço lembrando do amor de Maria por todos nós e pedindo pelos (as) trabalhadores (as) e pelos (as) desempregados (as).

2 – ANIMADOR(A)
Vamos passar a barca preparada para este encontro de mão em mão. E com a barca na mão, cada pessoa que quiser, poderá dizer o que irá levar desta novena para sua vida.

3 – CANTO: A barca.
Leitor (a): Em 1717, chega em São Paulo o conde de Assumar, governador da capitania de São Paulo e Minas Gerais.

Os pescadores da região foram intimados a levar peixes frescos para enriquecer a mesa do governante. Os pescadores ficaram apavorados com aquela ordem pois há muito tempo não conseguiam peixes para sua sobrevivência. Um grande número de pescadores já tinha abandonado a profissão de pescador, buscando no trabalho da roça a sobrevivência de sua família.
O rio quase não possuía peixes. O que fazer?
Organizados em grupos, prepararam suas redes e canoas e voltaram ao Rio Paraíba. Trabalharam a noite toda e não conseguiram nenhum peixe. Viveram momentos de grande aflição. Os castigos seriam inevitáveis.
João Alves lança sua rede pela ultima vez. Ao puxá-la, vê o corpo de uma imagem. Lança a rede novamente e eis que com ela apanha a cabeça da imagem. Com grande emoção enrola as duas partes da imagem em um pedaço de pano e volta a lançar as redes. Dali em diante, as redes se encheram de peixes.

4 – TEXTO BÍBLICO Animador(a): Jesus também conviveu com os pescadores. Vamos ouvir agora o Evangelho que relata o chamado que Jesus faz aos pescadores no Lago da Galiléia.

Leitor(a): Marcos 1,16-20.

5 – PERGUNTA
Dirigente: O que achamos mais importante na história que ouvimos e no texto do Evangelho? (Tempo para conversar sobre a pergunta).

6 – PRECES
1) Para que saibamos perceber o chamado de Jesus em nossa vida, rezemos ao Senhor…
2) Para que saibamos valorizar todas as pessoas na comunidade e incentivá-las a colocar seus dons a serviço de todos, rezemos ao Senhor…
3) A imagem de Maria foi pescada por trabalhadores. Que ela nos ensine a nos comprometer com aqueles que lutam pela sobrevivência de suas famílias, rezemos ao Senhor…

7 – CANTO: Dá-nos a bênção

8 – O QUE FALTA AINDA A SER COMBINADO PARA A NOSSA CELEBRAÇÃO FINAL?

9- BÊNÇÃO
Os homens estendem as mãos sobre o grupo e abençoam a todos, dizendo:
Deus tenha piedade e nos abençoe, fazendo sua face brilhar sobre nós, para que na terra se conheça o seu caminho, e em todas as nações a sua salvação (Salmo 67).

NONO ENCONTRO: CELEBRAÇÃO DE ENCERRAMENTO

Durante a novena, cada grupo prepara a sua celebração de encerramento. A sugestão é que se faça um encontro de encerramento em que poderão se reunir diferentes grupos de novena. Esperamos que seja um encontro bem festivo, com a participação das crianças e adolescentes, jovens e trabalhadores(as).

História

Seis décadas depois de criada a Vila de Guaratinguetá, um certo capitão José Correia Leite, adquiriu terras em Tetequeras, nas margens do Rio Paraíba do Sul, cerca,de três léguas abaixo de Pindamonhangaba. O Porto existente em sua fazenda, ficou então conhecido pelo nome de Porto José Correia Leite (atual Porto Itaguaçú).

Em dezembro de 1716, o rei D. João V, nomeou D. Pedro Miguel de Almeida Portugal e Vasconcelos, conhecido como Conde de Assumar, para governar como Capitão General a Capitania de São Paulo e Minas Gerais, que pouco depois seria desmembrada em duas, por sugestão dele mesmo. Foi homem importante, viria a ser mais tarde vice-rei da Índia. Embarcou no Rio de Janeiro para Angra dos Reis, Parati e Santos, daí galgou a Serra do Mar e foi a São Paulo, onde tomou posse em 04 de setembro de 1717. Pouco depois seguiu para Minas Gerais, pela chamada estrada real, hospedando-se com toda sua comitiva em Guaratinguetá de 17 a 30 de outubro, à espera de suas bagagens que deixara no porto de Parati.

A Câmara Municipal da Vila de Santo Antonio de Guaratinguetá viu-se em apuros para abastecer a mesa de tão ilustre visitante, por isso convocou os pescadores Domingos Garcia, Felipe Pedroso e João Alves, e os mesmos saíram em pescaria pelo Rio Paraíba. Desceram e subiram o rio várias vezes e nada conseguiram, chegando ao Porto “José Correia” o pescador João Alves arremessando sua rede às águas do Rio Paraíba sentiu que algo ali se prendera, puxou-a de volta ao barco e viu que se tratava de uma imagem de Nossa Senhora da Conceição, sem a cabeça. Arremessou novamente a rede e apanhou a cabeça da imagem. Os três pescadores sem nada entender continuaram a pescaria, quando para surpresa de todos os peixes surgiram em abundância para aqueles homens.

Segundo o relato daquelas humildes pessoas, foram tantos peixes logo conseguido, depois de “aparecida” a imagem, que a canoa ficou cheia. Até ameaçava afundar. Alegraram-se muito com o ocorrido e foram levar o pescado à Câmara Municipal de Santo Antonio de Guaratinguetá, mas primeiro passaram pela casa de Felipe Pedroso e deixaram a preciosa encomenda confiada aos ciudados de Silvana da Rocha, mãe de João, esposa de Domingos e irmã de Felipe. Puseram-na dentro de um baú, enrolada em panos, separada uma parte da outra.

A casa de Silvana foi o primeiro oratório que teve aquela imagem, e ficou com ela cerca de nove anos, até 1726, data provável de seu falecimento. O marido e o filho, Deus já os chamara antes. Assim tornou-se herdeiro da imagem seu irmão, Felipe Pedroso, o único sobrevivente da milagrosa pescaria. Sua casa foi o segundo oratório, por seis anos, perto da Ponte Sá (proximidade da atual Estação Ferroviária) e também o terceiro, por mais sete anos, na Ponte Alta, para onde se mudara. Em 1739, Felipe Pedroso mudou-se mais uma vez, já velho, para o Itaguaçú, e fez a entrega da imagem a seu filho Atanásio. Até então a imagem ficava dentro do baú, guardada, e só era tirada de lá nas horas da preces, quando era posta sobre uma mesa. Na casa de Atanásio Pedroso, que ficou sendo seu quarto oratório, ela passou a ter altar e oratório de madeira, feitos por ele. Chamava sempre parentes e amigos e com eles rezava o terço e entoava cânticos. O número de devotos começou a aumentar, alguns sentiram-se favorecidos por graças e até por milagres, que apregoavam. A fama da Santa Aparecida foi crescendo e a notícia dos prodígios chegou aos ouvidos do vigário da Paróquia, Padre José Alves, que mandou seu sacristão, João Potiguara, assistir as rezas e observar. Baseado nas informações desse, e tendo ouvido outras pessoas, resolveu o vigário construir uma capelinha ao lado da casa de Atanásio, que, nessas alturas, estava morando no Porto Itaguaçú, onde a imagem fora encontrada.

Consta que o vigário quis levar a imagem para Guaratinguetá, levou-a por duas ou três vezes, mas o povo ia às escondidas e a trazia de volta. Depois corria a notícia de que a imagem fugira de volta para o bairro Itaguaçú. Resolveu o padre José Alves Vilela, no ano de 1743, construir uma Capela no alto do Morro dos Coqueiros, a qual terminou sua construção dois anos depois, abrindo a visitação pública em 26 de julho de 1745 (dia consagrado a Santa Ana), dia em que foi celebrada a primeira missa.

Assim, 28 anos depois de “aparecida” a imagem nas águas do Rio Paraíba do Sul, ela teve sua capela, que iria durar 138 anos, até 1883.

Em 1894, chegou em Aparecida um grupo de padres e irmãos da Congregação dos Missionários Redentoristas, para trabalhar no atendimento aos romeiros que acorriam aos pés da Virgem Maria para rezar com a Senhora “Aparecida” das águas.
No dia 8 de setembro de 1904, D. José Camargo de Barros coroou solenemente a Imagem de Nossa Senhora Aparecida. Em 29 de abril de 1908, a igreja recebeu o título de Basílica Menor, passados vinte anos, no dia 17 de dezembro de 1928, a vila que se formou ao redor da Igreja no alto do Morro dos Coqueiros tornou-se Município, e em 1929, Nossa senhora foi proclamada Rainha do Brasil e sua Padroeira oficial, por determinação do Papa Pio XI.

Com o passar do tempo o aumento do número de romeiros foi aumentando e a Basílica tornou-se pequena. Foi então que os Missionários Redentoristas e os senhores Bispos iniciaram no dia 11 de novembro de 1955 a construção da atual Basílica Nova, o maior Santuário Mariano do Mundo. Em 1980, ainda em construção, recebeu o título de Basílica Menor pelo Papa João Paulo II. Em 1984, foi declarada oficialmente Basílica de Aparecida Santuário Nacional, pela CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil).

Homilia do Papa Francisco em Aparecida

Queridos irmãos e irmãs!

Quanta alegria me dá vir à casa da Mãe de cada brasileiro, o Santuário de Nossa Senhora Aparecida. No dia seguinte à minha eleição como Bispo de Roma fui visitar a Basílica de Santa Maria Maior, para confiar a Nossa Senhora o meu ministério de Sucessor de Pedro. Hoje, eu quis vir aqui para suplicar à Maria, nossa Mãe, o bom êxito da Jornada Mundial da Juventude e colocar aos seus pés a vida do povo latino-americano.

Queria dizer-lhes, primeiramente, uma coisa. Neste Santuário, seis anos atrás, quando aqui se realizou a V Conferência Geral do Episcopado da América Latina e do Caribe, pude dar-me conta pessoalmente de um fato belíssimo: ver como os Bispos – que trabalharam sobre o tema do encontro com Cristo, discipulado e missão – eram animados, acompanhados e, em certo sentido, inspirados pelos milhares de peregrinos que vinham diariamente confiar a sua vida a Nossa Senhora: aquela Conferência foi um grande momento de vida de Igreja. E, de fato, pode-se dizer que o Documento de Aparecida nasceu justamente deste encontro entre os trabalhos dos Pastores e a fé simples dos romeiros, sob a proteção maternal de Maria. A Igreja, quando busca Cristo, bate sempre à casa da Mãe e pede: “Mostrai-nos Jesus”. É de Maria que se aprende o verdadeiro discipulado. E, por isso, a Igreja sai em missão sempre na esteira de Maria.

Assim, de cara à Jornada Mundial da Juventude que me trouxe até o Brasil, também eu venho hoje bater à portada casa de Maria, que amou e educou Jesus, para que ajude a todos nós, os Pastores do Povo de Deus, aos pais e aos educadores, a transmitir aos nossos jovens os valores que farão deles construtores de um País e de um mundo mais justo, solidário e fraterno. Para tal, gostaria de chamar à atenção para três simples posturas: Conservar a esperança; deixar-se surpreender por Deus; viver na alegria.

1. Conservar a esperança. A segunda leitura da Missa apresenta uma cena dramática: uma mulher – figura de Maria e da Igreja – sendo perseguida por um Dragão – o diabo – que quer lhe devorar o filho. A cena, porém, não é de morte, mas de vida, porque Deus intervém e coloca o filho a salvo (cfr. Ap 12,13a.15-16a). Quantas dificuldades na vida de cada um, no nosso povo, nas nossas comunidades, mas, por maiores que possam parecer, Deus nunca deixa que sejamos submergidos. Frente ao desânimo que poderia aparecer na vida, em quem trabalha na evangelização ou em quem se esforça por vivera fé como pai e mãe de família, quero dizer com força: Tenham sempre no coração esta certeza! Deus caminha a seu lado, nunca lhes deixa desamparados! Nunca percamos a esperança! Nunca deixemos que ela se apague nos nossos corações! O “dragão”, o mal, faz-se presente na nossa história, mas ele não é o mais forte. Deus é o mais forte, e Deus é a nossa esperança! É verdade que hoje, mais ou menos todas as pessoas, e também os nossos jovens, experimentam o fascínio de tantos ídolos que se colocam no lugar de Deus e parecem dar esperança: o dinheiro, o poder, o sucesso, o prazer. Frequentemente, uma sensação de solidão e de vazio entra no coração de muitos e conduz à busca de compensações, destes ídolos passageiros. Queridos irmãos e irmãs, sejamos luzeiros de esperança! Tenhamos uma visão positiva sobre a realidade. Encorajemos a generosidade que caracteriza os jovens, acompanhando-lhes no processo de se tornarem protagonistas da construção de um mundo melhor: eles são um motor potente para a Igreja e para a sociedade. Eles não precisam só de coisas, precisam sobretudo que lhes sejam propostos aqueles valores imateriais que são o coração espiritual de um povo, a memória de um povo. Neste Santuário, que faz parte da memória do Brasil, podemos quase que apalpá-los: espiritualidade, generosidade, solidariedade, perseverança, fraternidade, alegria; trata-se de valores que encontram a sua raiz mais profunda na fé cristã.

2. A segunda postura: Deixar-se surpreender por Deus. Quem é homem e mulher de esperança – a grande esperança que a fé nos dá – sabe que, mesmo em meio às dificuldades, Deus atua e nos surpreende. A história deste Santuário serve de exemplo: três pescadores, depois de um dia sem conseguir apanhar peixes, nas águas do Rio Parnaíba, encontram algo inesperado: uma imagem de Nossa Senhora da Conceição. Quem poderia imaginar que o lugar de uma pesca infrutífera, tornar-se-ia o lugar onde todos os brasileiros podem se sentir filhos de uma mesma Mãe? Deus sempre surpreende, como o vinho novo, no Evangelho que ouvimos. Deus sempre nos reserva o melhor. Mas pede que nos deixemos surpreender pelo seu amor, que acolhamos as suas surpresas. Confiemos em Deus! Longe d’Ele, o vinho da alegria, o vinho da esperança, se esgota. Se nos aproximamos d’Ele, se permanecemos com Ele, aquilo que parece água fria, aquilo que é dificuldade, aquilo que é pecado, se transforma em vinho novo de amizade com Ele.

3. A terceira postura: Viver na alegria. Queridos amigos, se caminhamos na esperança, deixando-nos surpreender pelo vinho novo que Jesus nos oferece, há alegria no nosso coração e não podemos deixar de ser testemunhas dessa alegria. O cristão é alegre, nunca está triste. Deus nos acompanha. Temos uma Mãe que sempre intercede pela vida dos seus filhos, por nós, como a rainha Ester na primeira leitura (cf. Est 5, 3). Jesus nos mostrou que a face de Deus é a de um Pai que nos ama. O pecado e a morte foram derrotados. O cristão não pode ser pessimista! Não pode ter uma cara de quem parece num constante estado de luto. Se estivermos verdadeiramente enamorados de Cristo e sentirmos o quanto Ele nos ama, o nosso coração se “incendiará” de tal alegria que contagiará quem estiver ao nosso lado. Como dizia Bento XVI: “O discípulo sabe que sem Cristo não há luz, não há esperança, não há amor, não há futuro” (Discurso inaugural da Conferência de Aparecida [13 de maio de 2007]: Insegnamenti III/1 [2007], 861). Queridos amigos, viemos bater à porta da casa de Maria. Ela abriu-nos, fez-nos entrar e nos aponta o seu Filho. Agora Ela nos pede: “Fazei o que Ele vos disser” (Jo 2,5). Sim, Mãe nossa, nos comprometemos a fazer o que Jesus nos disser! E o faremos com esperança, confiantes nas surpresas de Deus e cheios de alegria. Assim seja.

Senhora Nossa, Maria Aparecida

Entre as cidades do Rio de Janeiro e de São Paulo, às margens da Rodovia Dutra e do Rio Paraíba se ergue a majestosa Basílica de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, Padroeira do Brasil.  Os que já tivemos ocasião de viver algum tempo naquele espaço sabemos do encanto e da beleza do espetáculo de fé que ali se assiste.

Dizemos, com razão, que ali é a Casa da Mãe.  Os fiéis acorrem de todos os cantos.  Há ônibus de peregrinos que rodam horas e horas.  Há pessoas que fazem parte do caminho a pé.  Há os que sobre de joelhos ladeiras e escadas. Em todos e em cada um dos peregrinos e dos devotos estão os filhos que buscam estar um pouco na Casa da Mãe.  Há os que trazem o agradecimento das graças obtidas e os que  não aguentam mais as dores do corpo e do coração e fazem promessas à  Mãe de Jesus. Cansados da viagem,  sem poderem dormir, essas mulheres e esses homens de fé  querem colocar-se sob o manto da Mãe. Há mães que pedem pela conversão dos filhos, há esposos e esposas que suplicam graças para sua família e a solidez de seu casamento.  Há pessoas dadas à bebida e às drogas que buscam força… Sempre um espetáculo de fé.

A primeira leitura da missa tirada do livro de  Ester fala da prece de Ester pelo povo. A Igreja coloca a mesma prece nos lábios de Maria: “Se ganhei as tuas boas graças, ó rei, e se for de teu agrado, concede-me a vida, eis o meu pedido, e a vida do meu povo, eis o meu desejo”. Belíssimas palavras! A Mãe de Jesus olhando a multidão dos fiéis  pede ao  Filho e ao Pai que dê vida ao povo. Podemos imaginar que Maria peça também pelos pobrezinhos e quase miseráveis que lá estão e nem mesmo tenham pão para viver e sobreviver.

A segunda leitura tirada do Apocalipse  fala de uma mulher vestida de sol. Sabemos que essa luminosa criatura que tinha também a lua sob seus pés é Maria, a Imaculada em sua Conceição, que pisa a cabeça da serpente e que é assim a Mãe dos Pecadores.  Doce esse título da Senhora:  Maria, mãe dos pecadores que nos dirigimos à  Casa da Mãe.

No relato das Bodas de Caná  ouvimos Maria dizer a todos: “Por favor, diante das carências da vida, da consciência das falhas e pecados que comente… façam tudo o que ele mandar… ele transformará  água em vinho, desespero em esperança, morte em vida…Façam tudo o que ele mandar”.

Quando João Paulo II esteve em Aparecida, por ocasião da Dedicação da Basílica Nacional, disse:  “Viva a Mãe de Deus e nossa, sem pecado concebida! Viva a Virgem  Imaculada, a Senhora Aparecida”. Desde que eu pus os pés em terra brasileira, nos vários pontos por onde passei, ouvi este cântico. Ele é, a ingenuidade e singeleza de suas palavras,  um grito da alma, um saudação, uma invocação cheia de filial devoção e confiança para com aquela que, sendo verdadeira Mãe de Deus, nos foi dada por seu Filho no momento extremo de sua vida para ser nossa Mãe”.

Frei Almir Ribeiro Guimarães

Consagração a Nossa Senhora

Ó Maria Santíssima, que em vossa imagem querida de Aparecida, espalhais inúmeros benefícios sobre todo o Brasil, eu, embora indigno de pertencer ao número de vossos filhos e filhas, mas cheio do desejo de participar dos benefícios da vossa misericórdia, prostrado a vossos pés, consagro-vos o entendimento, para que sempre pense no amor que mereceis; consagro-vos a língua para que sempre vos louve e propague vossa devoção; consagro-vos o coração para que depois de Deus vos ame sobre todas as coisas.

Recebei-nos, ó Rainha incomparável, no ditoso número de vossos filhos e filhas, acolhei-nos debaixo de vossa proteção; socorrei-nos em nossas necessidades espirituais e temporais, e sobretudo na hora de nossa morte.

Abençoai-nos, ó Mãe Celestial, e com vossa poderosa intercessão fortalecei-nos em nossa fraqueza, a fim de que, servindo-vos fielmente nesta vida, possamos louvar-vos, amar-vos e render-vos graças no céu, por toda a eternidade.

Assim seja.