
São Francisco de Sales – memória
- Primeira Leitura
- Salmo Responsorial
- Evangelho
- Sabor da Palavra
2 Samuel 5,1-7.10
Leitura do segundo livro de Samuel – Naqueles dias, 1todas as tribos de Israel vieram encontrar-se com Davi em Hebron e disseram-lhe: “Aqui estamos. Somos teus ossos e tua carne. 2Tempo atrás, quando Saul era nosso rei, eras tu que dirigias os negócios de Israel. E o Senhor te disse: ‘Tu apascentarás o meu povo Israel e serás o seu chefe’”. 3Vieram, pois, todos os anciãos de Israel até o rei em Hebron. O rei Davi fez com eles uma aliança em Hebron, na presença do Senhor, e eles o ungiram rei de Israel. 4Davi tinha trinta anos quando começou a reinar e reinou quarenta anos: 5sete anos e seis meses sobre Judá, em Hebron, e trinta e três anos em Jerusalém, sobre todo Israel e Judá. 6Davi marchou então com seus homens para Jerusalém, contra os jebuseus que habitavam aquela terra. Estes disseram a Davi: “Não entrarás aqui, pois serás repelido por cegos e coxos”. Com isso queriam dizer que Davi não conseguiria entrar lá. 7Davi, porém, tomou a fortaleza de Sião, que é a cidade de Davi. 10Davi ia crescendo em poder, e o Senhor, Deus todo-poderoso, estava com ele.
Palavra do Senhor.
Sl: 88(89)
Minha verdade e meu amor estarão sempre com ele.
1. Outrora vós falastes em visões a vossos santos: † “Coloquei uma coroa na cabeça de um herói / e do meio deste povo escolhi o meu eleito. – R.
2. Encontrei e escolhi a Davi, meu servidor, / e o ungi, para ser rei, com meu óleo consagrado. / Estará sempre com ele minha mão onipotente, / e meu braço poderoso há de ser a sua força. – R.
3. Minha verdade e meu amor estarão sempre com ele, / sua força e seu poder, por meu nome, crescerão. / Eu farei que ele estenda sua mão por sobre os mares, / e a sua mão direita estenderei por sobre os rios”. – R.
Marcos 3,22-30
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos – Naquele tempo, 22os mestres da Lei, que tinham vindo de Jerusalém, diziam que ele estava possuído por Belzebu e que pelo príncipe dos demônios ele expulsava os demônios. 23Então Jesus os chamou e falou-lhes em parábolas: “Como é que satanás pode expulsar a satanás? 24Se um reino se divide contra si mesmo, ele não poderá manter-se. 25Se uma família se divide contra si mesma, ela não poderá manter-se. 26Assim, se satanás se levanta contra si mesmo e se divide, não poderá sobreviver, mas será destruído. 27Ninguém pode entrar na casa de um homem forte para roubar seus bens sem antes o amarrar. Só depois poderá saquear sua casa. 28Em verdade vos digo, tudo será perdoado aos homens, tanto os pecados como qualquer blasfêmia que tiverem dito. 29Mas quem blasfemar contra o Espírito Santo nunca será perdoado; será culpado de um pecado eterno”. 30Jesus falou isso porque diziam: “Ele está possuído por um espírito mau”.
Palavra da salvação.
Francisco de Sales e a “devoção”
Francisco de Sales é o santo que fala da vida devota. Transcrevemos a página que oferecida como meditação neste dia no Oficio das Leituras da Liturgia das Horas:
Na criação, Deus criador mandou às plantas que cada uma produzisse fruto conforme sua espécie. Do mesmo modo, ele ordenou aos cristãos, plantas vivas de sua Igreja, que produzissem frutos de devoção, cada qual de acordo com sua categoria, estado e vocação.
A devoção deve ser praticada de modos diferentes pelo nobre e pelo operário, pelo servo e pelo príncipe, pela viúva, pela solteira e pela casada. E isto ainda não basta. A prática da devoção deve adaptar-se às forças, ao trabalho e aos deveres particulares de cada um.
Dize-me, por favor Filoteia, se seria conveniente que os bispos quisessem viver na solidão como os cartuxos; que os casados não se preocupassem em aumentar seus ganhos mais do que os capuchinhos; que o operário passasse o dia todo na igreja como o religioso; e que o religioso estivesse sempre disponível para todo tipo de encontros a serviço do próximo, como o bispo? Não seria ridícula, confusa e intolerável esta devoção?
Contudo, este erro absurdo acontece muitíssimas vezes. E no entanto, Filoteia, a devoção quando é verdadeira não prejudica a ninguém; pelo contrário, tudo aperfeiçoa e consuma. E quando se torna contrária à legítima ocupação de alguém, é falsa, sem dúvida alguma.
A abelha extrai o seu mel das flores sem lhes causar dano algum, deixando-as intactas e frescas como as encontrou. Todavia a verdadeira devoção age melhor ainda, porque não somente não prejudica a qualquer espécie de vocação ou tarefa, mas também a engrandece e embeleza.
Toda a variedade de pedras preciosas lançadas no mel tornam-se mais brilhantes, cada qual conforme a sua cor; assim também cada um se torna mais agradável e perfeito em sua vocação quando esta for conjugada com a devoção: o cuidado da família se torna tranquilo, o amor mútuo entre marido e mulher mais sincero, o serviço que se presta ao príncipe mais fiel, e mais suave e agradável o desempenho de todas as ocupações.
É um erro, senão até mesmo uma heresia querer excluir a vida devota dos quartéis de soldados, das oficinas dos operários, dos palácios dos príncipe, do lar das pessoas casadas. Confesso, porém, caríssima Filteia, que a devoção puramente contemplativa, monástica e religiosa de modo algum pode ser praticada em tais ocupações ou condições. Mas para além destas três espécies de devoção, existem muitas outras próprias para o aperfeiçoamento daqueles que vivem no estado secular.
Portanto, onde quer que estejamos, podemos e devemos aspirar à vida perfeita.
Liturgia das Horas III, p. 1204-1205