
Movido pela compaixão de Deus
Jesus capta e vive a realidade insondável de Deus como bondade e compaixão. O que define Deus não é o poder, mas as suas entranhas maternais de Pai. A compaixão é o modo de ser de Deus, sua forma de olhar o mundo e tratar as pessoas. O Pai vive tudo a partir da compaixão. Esta é a experiência de Deus que Jesus comunica em suas parábolas mais comovedoras”.
É exatamente esta compaixão de Deus que atrai Jesus para as vítimas, os que mais sofrem, os maltratados pela vida ou pelas injustiças dos poderosos. O Deus da lei e da ordem, o Deus do culto e dos sacrifícios, o Deus do sábado, jamais poderia gerar a atividade profética que caracteriza Jesus. É a compaixão de Deus que toma Jesus tão sensível ao sofrimento dos inocentes e à humilhação dos excluídos. Nada poderia ofender mais o Pai do que fazer sofrer injustamente os seus filhos ou tolerar esse sofrimento com indiferença.
José Antonio Pagola, “Recuperar o projeto de Jesus”, Vozes