A compaixão de Deus não é alguma coisa abstrata ou indefinida, mas um gesto concreto e específico no qual Deus procura se aproximar de nós. De nós, que clamamos das profundezas da nossa imperfeição por uma mão que nos toque, um braço que nos abrace, lábios que nos beijem, uma palavra que nos comunique algo aqui e agora, e um coração que não tema os nossos medos e temores; de nós, que sentimos nossa própria dor como nenhum outro ser humano consegue, conseguiu ou conseguirá, e que estamos sempre esperando por alguém que ouse se aproximar – de nós uma pessoa se aproximou que poderia realmente afirmar, “eu estou com vocês”.

Jesus Cristo, que é Deus conosco, se aproximou de nós com a liberdade do amor, ele que não precisava experimentar a nossa condição humana, mas que preferiu fazê-lo de forma voluntária por amor.

Henri Nouwen, Donald P. McNeill, Douglas A. Morrison, “Compaixão”, Vozes.