Vida Cristã - Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil - OFM

A Oração de São Francisco de Assis

28/09/2010

Frei Vitório Mazzuco

A oração é uma necessidade do espírito. É o momento onde deixamos de lado as ocupações e damos mais atenção à nossa interioridade. Pela oração colocamos em plena comunhão a nossa dimensão humana e divina. Podemos buscar no Evangelho inúmeras situações onde o próprio Jesus está dedicando o seu tempo à oração, fazendo dela a força principal do seu Reino. Francisco de Assis, seguidor e imitador de Jesus Cristo, também se faz homem-oração. Rezava muito, com paixão, com disciplina. Sua oração é muito despojada, simples, direta, espontânea, repetitiva, mas era sempre um fazer oração, um rezar como trabalho de espírito. Através da oração, Francisco firmava cada momento sua conversão e se orientava pelos caminhos de Deus. Por ela deixava fluir uma torrente de louvor, gratidão e admiração. Para Francisco, rezar é dialogar, pensar e tocar o Deus da Vida! Francisco foi um homem original porque muito amou. Os apaixonados são muito criadores e criativos! Assim, ele se expõe diante de Deus: tocando as raízes da Vida! Assim chegou melhor às Obras.

FRANCISCO DE ASSIS: HOMEM FEITO ORAÇÃO
Diz Tomás de Celano, biógrafo de São Francisco, na sua Vita II: “Quando rezava nos matos e nos lugares desertos, enchia os bosques de gemidos, derramava lágrimas por toda parte, batia no peito e, achando-se mais escondido que num esconderijo, conversava muitas vezes em voz alta com o seu Deus. Respondia ao juiz, fazia pedidos ao pai, conversava com o amigo, brincava com o esposo. Transformado não só em orante mas na própria oração, unia a atenção e o afeto num único desejo que dirigia ao Senhor” (2Cel 95). Este texto de Celano nos lembra que, para rezar, é preciso considerar a bondade de Deus colocada em destaque na sua Paternidade. Rezar é ser filho que pede ao pai. É saber encontrar gosto em pedir, em saborear as palavras das preces. Rezar é considerar Deus em todo lugar, hora e tempo. É abandonar-se nos braços da Providência. Rezar é fazer do próprio coração uma aconchegante morada do Senhor. É colocar todo o ser na prece: corpo e alma, todas as potencialidades do humano para dizer o Senhor.

FAZEI-ME UM INSTRUMETO DA TUA PAZ!
Não é em meio a tensões, conflitos, intranqüilidade, que dizemos as melhores palavras e tomamos as melhores decisões. Nenhum projeto bom nasce de uma cabeça quente. O tempo de Francisco não era um tempo tão diferente do nosso. Havia também o rumor das Cruzadas, a luta contra os muçulmanos, os mercadores e comerciantes crescendo e criando a agitação do consumo, o dinheiro vai aparecendo como força. Os pobres, os doentes que não podem mais produzir, vão conhecendo o desprezo. Havia luta pelo poder entre Imperador e Papa… No meio da efervescência da Idade Média, Francisco reza no silêncio de São Damião, nos bosques, nas cavernas, nos ermos. É preciso buscar o sossego da prece para conviver com os conflitos. Onde buscaremos o espírito que necessitamos para solucionar problemas? Na paz com Deus e na interioridade de cada um. Quem vai mais à paz de si mesmo realiza mais a paz social. A humanidade, como todo organismo vivo, tem seus momentos de crise. No meio desta crise, aprendamos a rezar na conquista da paz.

ONDE HOUVER ÓDIO QUE EU LEVE O AMOR!
O que é o amor? Diante de algo tão grande sentimos o limite de nossas palavras para defini-lo. Mas sabemos que é um impulso, é um sentimento, é uma sensação divina que transforma maravilhosamente as pessoas, que traz vontade de viver, de olhar-se na ternura, de compartilhar a vida, de assemelhar-se. É uma energia que eleva o humano para além dele mesmo, dá vigor aos fracos, coragem aos indecisos e saúde aos que carregam algum mal. Quando sentiu que seu tempo conhecia o ódio, Francisco saiu gritando: “O Amor não é amado!” Porém, não ficou apenas no grito, mas encarnou o amor. Percebeu como Deus ama e começou a amar a vida e os irmãos do jeito de Deus. Amar é ser generoso, é doação total. Francisco captou tudo isto nos dons da criação, do universo. Aprendeu a falar com a pessoa amada e percebeu a Revelação do Amor. Amar é seguir e imitar o Amado, e Francisco fez deste amor Encarnação. Fez o Bem que redime; e soube sofrer com os que escolheu para amar. Francisco fez do Amor Cruz e Eucaristia!

ONDE HOUVER OFENSA QUE EU LEVE O PERDÃO!
Aprendamos com o belo espírito franciscano a viver em paz com nossos semelhantes! Como isto ajuda-nos a encarar a vida! Nós sabemos que hoje temos de conviver com desgraças e ofensas, com gostos diversos, antipatias, interesses contrários, podre política, calúnia, corrupção, disputas, desatenções, conflitos, amarguras. E no meio disso tudo, quanta ofensa que dói! Francisco de Assis aprendeu que, mais do que uma lei cristã, perdoar é uma necessidade. Ódio, rancor, vingança, desgosto, nos trazem apenas sentimentos negativos. Perdoar é um santo remédio para as nossas crises. Perdoar é desenterrar a bondade que está oculta em si e no outro. O perdão desarma o inimigo. Perdoar enriquece, vence a mesquinhez, supera o amor-próprio e nos lança para o outro. Perdoar é ir além dos limites da nossa generosidade. Perdoar é enfrentar o mal com as armas do bem. Perdoar é treinar a esquecer mais facilmente o mal que nos foi feito. O perdão é o fruto maior do Amor! No meio dos conflitos do seu tempo, Francisco não viveu o ódio, mas a Paz e o Bem.

ONDE HÁ DESESPERO, QUE EU LEVE A ESPERANÇA!
Faz parte do espírito franciscano lutar contra o pessimismo! Hoje tantos que possuem juventude e energia, talento e tantas possibilidades, colocam na cabeça que, não conseguem nada na vida, curtem as tendências do mal, consultam cartomantes, entregam para os profissionais de vidência o seu destino. E, assim, vão vivendo uma certa insegurança, uma certa insatisfação; preferem pagar para ouvirem palavras de estímulos do que lutar com as próprias forças para se motivarem para a vida. Não é por aí!
Desespero e desânimo se vence com o esforço perseverante de dizer: “Eu posso! Eu sou capaz!” Sem a paixão pela vontade de querer acertar, a vida se paralisa. Quem vive a esperança está sempre caminhando e não fica lamentando-se à beira do caminho. A esperança nos dá forças para fazermos grandes e pequenas coisas; traz serenidade de espírito; leva a olhar mais objetivamente às coisas do mundo. Ela é a certeza de conseguir o desejado; a alegria do coração. É dizer sempre: “Espero que Sim!”

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