Vida Cristã - Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil - OFM

Apresentação do Senhor

  • Primeira Leitura
  • Salmo Responsorial
  • Evangelho
  • Sabor da Palavra
Malaquias 3,1-4

1Eis que envio meu anjo, e ele há de preparar o caminho para mim; logo chegará ao seu templo o Dominador, que tentais encontrar, e o anjo da aliança, que desejais. Ei-lo que vem, diz o Senhor dos exércitos; 2e quem poderá fazer-lhe frente no dia de sua chegada? E quem poderá resistir-lhe quando ele aparecer? Ele é como o fogo da forja e como a barrela dos lavadeiros; 3e estará a postos, como para fazer derreter e purificar a prata: assim ele purificará os filhos de Levi e os refinará como ouro e como prata, e eles poderão assim fazer oferendas justas ao Senhor. 4Será então aceitável ao Senhor a oblação de Judá e de Jerusalém, como nos primeiros tempos e nos anos antigos.

Palavra do Senhor.

Ou Hebreus 2,14-18

Irmãos, 14visto que os filhos têm em comum a carne e o sangue, também Jesus participou da mesma condição, para assim destruir, com a sua morte, aquele que tinha o poder da morte, isto é, o diabo, 15e libertar os que, por medo da morte, estavam a vida toda sujeitos à escravidão. 16Pois, afinal, não veio ocupar-se com os anjos, mas com a descendência de Abraão. 17Por isso, devia fazer-se em tudo semelhante aos irmãos, para se tornar um sumo sacerdote misericordioso e digno de confiança nas coisas referentes a Deus, a fim de expiar os pecados do povo. 18Pois, tendo ele próprio sofrido ao ser tentado, é capaz de socorrer os que agora sofrem a tentação.

Palavra do Senhor.


Imagem ilustrativa de Frei Fábio Melo Vasconcelos

Sl 23(24)
O rei da glória é o Senhor onipotente!

“Ó portas, levantai vossos frontões! † Elevai-vos bem mais alto, antigas portas, /
a fim de que o rei da glória possa entrar!” – R.

Dizei-nos: “Quem é este rei da glória?” † “É o Senhor, o valoroso, o onipotente, /
o Senhor, o poderoso nas batalhas!” – R.

“Ó portas, levantai vossos frontões! † Elevai-vos bem mais alto, antigas portas, /
a fim de que o rei da glória possa entrar!” – R.

Dizei-nos: “Quem é este rei da glória?” † “O rei da glória é o Senhor onipotente, /
o rei da glória é o Senhor Deus do universo.” – R.

Lucas 2,22-40 ou 22-32

[22Quando se completaram os dias para a purificação da mãe e do filho, conforme a Lei de Moisés, Maria e José levaram Jesus a Jerusalém, a fim de apresentá-lo ao Senhor, 23conforme está escrito na Lei do Senhor: “Todo primogênito do sexo masculino deve ser consagrado ao Senhor”. 24Foram também oferecer o sacrifício – um par de rolas ou dois pombinhos -, como está ordenado na Lei do Senhor. 25Em Jerusalém havia um homem chamado Simeão, o qual era justo e piedoso e esperava a consolação do povo de Israel. O Espírito Santo estava com ele 26e lhe havia anunciado que não morreria antes de ver o Messias que vem do Senhor. 27Movido pelo Espírito, Simeão veio ao templo. Quando os pais trouxeram o menino Jesus para cumprir o que a Lei ordenava, 28Simeão tomou o menino nos braços e bendisse a Deus: 29“Agora, Senhor, conforme a tua promessa, podes deixar teu servo partir em paz; 30porque meus olhos viram a tua salvação, 31que preparaste diante de todos os povos: 32luz para iluminar as nações e glória do teu povo, Israel”.] 33O pai e a mãe de Jesus estavam admirados com o que diziam a respeito dele. 34Simeão os abençoou e disse a Maria, a mãe de Jesus: “Este menino vai ser causa tanto de queda como de reerguimento para muitos em Israel. Ele será um sinal de contradição. 35Assim serão revelados os pensamentos de muitos corações. Quanto a ti, uma espada te traspassará a alma”. 36Havia também uma profetisa, chamada Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser. Era de idade muito avançada; quando jovem, tinha sido casada e vivera sete anos com o marido. 37Depois ficara viúva e agora já estava com oitenta e quatro anos. Não saía do templo, dia e noite servindo a Deus com jejuns e orações. 38Ana chegou nesse momento e pôs-se a louvar a Deus e a falar do menino a todos os que esperavam a libertação de Jerusalém. 39Depois de cumprirem tudo, conforme a Lei do Senhor, voltaram à Galileia, para Nazaré, sua cidade. 40O menino crescia e tornava-se forte, cheio de sabedoria; e a graça de Deus estava com ele.

Palavra da salvação.

Abriram-se os olhos do idoso cheio de anos

Maria e José levam o Menino para ser apresentado no templo. Cena de ternura e de fé. Uma quase menina leva seu filho, enrolado em panos, para ser apresentado ao Deus da luz, ao Deus luminoso que havia colocado também nos olhos do Menino uma claridade para iluminar os olhos cansados do velho Simeão. Uma família de Deus. Não uma família de qualquer jeito, dessas famílias das novelas da televisão. Tudo pela metade. Imagino que o casal com uma gaiolinha tinha simplicidade e serena alegria no semblante. A lei mandava que fosse feita uma oferenda e uma consagração.

Simeão estava por lá. Para lá fora porque o havia impelido o Espírito.  Cheio de esperança tinha a convicção de que um dia veria a salvação que Deus tinha prometido aos seus. E realmente o dia tinha chegado. Há festa no ar. “Simeão tomou o menino nos braços e bendisse a Deus”. Ele podia partir, podia passar pela porta da morte. Seus olhos cansados e envelhecidos tinham visto a salvação. Toma o Menino nos braços, canta, rejubila-se, alegra-se, dança.  Usa essa expressão que atravessará todos os tempos:“Meus olhos viram a salvação que preparaste diante de todas as nações… luz para iluminar as nações e glória do teu povo Israel”. Todos os dias os religiosos rezamos, nas Completas, antes de dormir, Cântico luminoso do idoso cheio de luz e cheio de anos.

Maria naquele momento ouve palavras misteriosas. Uma espada de dor haveria de traspassar-lhe o coração. Eloi Leclerc, em seu O povo de Deus no meio da noite, assim escreveu: “Maria sentiu apertar-se-lhe o coração. Viera muito feliz, apresentar o filho ao Senhor e oferecer-lhe o sacrifício de duas rolas. Mas as palavras do ancião e o Espírito que o inspirava projetaram de súbito em sua alma uma luz trágica. Não, ela não ficava desobrigada com as duas rolinhas brancas. Eram apenas uma figura pálida.  A realidade era outra.  “Não quiseste sacrifício nem oblação, mas preparaste-me um corpo. Os holocaustos e sacrifícios pelo pecado não te agradaram. Então eu disse:  Eis-me aqui, porque de mim está escrito no livro: Venho, ó Deus, para fazer a tua vontade”. Maria contemplava o seu filho nos braços do ancião. A carne de sua carne seria um dia a vítima. O seu filho seria o Servo desfigurado que se obstinariam a abater e que se ofereceria à morte para a salvação de todos. Ó, porque nela esta violência e dilaceração entre a carne e o espírito? O silêncio era completo. Maria ouvia apenas as palpitações de seu próprio coração. Acabava de entrar na noite de Deus. Jamais se sentira tão pobre, tão afastada do Senhor. E, contudo, nunca estivera dele tão próxima”  (p. 152-153).

Abriram-se os olhos de um idoso cheio de anos…

Frei Almir Guimarães

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