Silêncio não é somente a ausência de barulho e palavras. O silêncio possui uma qualidade própria. Ele possui a qualidade da existência pura. Quando algo não tem objetivo nem intenções, ele se cala. O ego sempre é barulhento.

Ele sempre é o centro das atenções. Ele levanta a voz. Ele sente a necessidade constante de se destacar e de ser visto. O silêncio é puro ser. O silêncio evoca pureza e simplicidade. Quando algo é puro e cristalino – sem segundas intenções – nós o percebemos como silencioso. No silêncio encontramos a origem, o original, o intocado, a clareza. No silêncio transparece a essência das coisas. Esse silêncio tem um jeito próprio de falar conosco – não em voz alta, mas de forma muito mais poderosa.

Anselm Grün, “Caderno de espiritualidade – A sublime arte de envelhecer”, Vozes