Vida Cristã - Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil - OFM

Dinheiro e verdadeiro culto a Deus

No tema da riqueza e de nossa relação com o dinheiro, o Evangelho é muito mais duro e exigente do que normalmente imaginamos, ou do que estamos acostumados a considerar. Para Jesus, quando se trata da relação com o dinheiro, o que cada um coloca em jogo é o verdadeiro culto a Deus. Além disso, coloca em jogo seu próprio ser (Mt 6,24)392. Ou seja, na relação com o dinheiro comprova-se o que cada um realmente é. Por isso compreende-se que os verdadeiros inimigos de Jesus fossem pessoas muito religiosas (fariseus), que pensavam e agiam como gente endinheirada. Pessoas tão religiosas quanto ricas (Lc 16,14; 11,39; 20,47)393. Sem dúvida essas são as pessoas que Deus despede de mãos vazias (Lc 1,53).

Mas, atenção! Jesus não é inimigo da riqueza; é inimigo da má repartição da riqueza. O que Jesus não suporta é que haja indivíduos e famílias com riquezas sobrando, pessoas que só olham para os próprios interesses, ao passo que pobres, mendigos, desclassificados e marginalizados não dispõem do mínimo para suprir suas necessidades básicas. A Parábola do Rico e Lázaro (Lc 16,19-31) e a do Grande Banquete (Lc 14,15-24; Mt 22,1-10) são dois exemplos eloquentes da mentalidade de Jesus e da mensagem fundamental do Evangelho: a salvação que Deus oferece e a solução para o mundo pertencem apenas aos que se identificam com os pobres, pertence aos que não se identificam com essa sociedade que
montamos e gerimos segundo os interesses, as conveniências e os benefícios de alguns.

José M. Castillo, “O Evangelho marginalizado”, Editora Vozes

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