• Do coração dos filhos brota, no segundo domingo de agosto, um hino de gratidão por esses homens que levam o nome de pai. Esse é tão belo que o Deus do céu o pediu emprestado para ele.
• Antes de ser pai, esse homem é esposo. No tempo da juventude encontrou uma mulher com a qual desejou criar vida comum, comunhão de sonhos, de corpos e de tudo. Essa mulher que chegou veio quebrar-lhe a solidão. Não é bom que o homem viva só. O marido é companheiro, amigo fiel de todos os momentos, parceiro de destino. Os filhos, pequenos e os filhos crescidos, sentem-se profundamente arrumados pro dentro quando têm a certeza de que existe um sólido amor entre o pai e a mãe. Sim, os pais começam a ser bons quando são ternos amigos da mãe de seus filhos. Certamente, uma das experiências mais doloridas que os filhos podem experimentar é a de ver o pai deixando a casa e interrompendo a caminhada venturosa de amor com a mãe deles.
• O pai é presença densa, presença de qualidade, presença forte e meiga no seio da casa. Não é apenas um provedor. Sua missão não consiste apenas em conseguir para sobrevivência de sua família. O que importa é a qualidade de sua presença. Os seres humanos chamados filhos e que enchem a casas são um dom de Deus confiado ao pai e à mãe. Os pais, na verdade, administram o presente que Deus lhes deu. Presença de qualidade. Presença forte mesmo quando tenha ocorrido a separação do casal.
• O pai sempre presente vai se tornando amigo e confidente. Aos poucos, conquista a confiança e a amizade dos filhos. Faz-se amigo de muito particular na turbulência da adolescência.
• Os pais não querem que seus filhos sejam cópia-xerox de sua vida. Eles observam o que vai acontecendo na vida dos filhos ao longo do tempo. Ajuda-os a discernir. Nada impõem. Importante que os filhos não sejam meros joguetes de circunstâncias nem adeptos de uma sociedade consumista e exploradora.
• O pai é como um vigia. Sim, o pai é vigilante sem ser autoritário, “castrador” ou déspota. Mas, não podem ser omissos, covardes e desatentos. Há valores que precisam ser abraçados. Necessário vigiar carinhosamente o crescimento da vida afetiva dos filhos para não venham eles a se machucar. Uma vigilância discreta e amorosa.
• O pai procurará também ser pai dos filhos que não gerou, mas que sua companheira trouxe de um união anterior. Não existe apenas o pai biológico, mas o pai que adota um filho e o conduz até os aposentos íntimos de seu coração.
• O pai da terra o ocupa-se também das coisas do Pai do céu. É alguém que anda numa séria busca do Senhor. Ele e a mulher criam em casa um espaço para que o Senhor possa entrar e sentar-se com a família à mesa da refeição. O pai não é um “beato”, mas alguém que denota uma inquietude de estar sempre na busca das estrelas. Os filhos ficam felizes de saber que se pai é amigo e confidente de Deus.
Frei Almir Guimarães