Se perguntasse pela capacidade de amar do ser humano encontraria muitas respostas, porém existe um único e incontestável modelo: amor de Mãe! Persistência, fé, entrega, disciplina, jeito prestativo, cuidado caseiro, lágrimas silenciosas, horizonte largo de inúmeras preocupações, de ver só qualidade no filho mesmo quando o filho, muitas vezes, é só estrada e distância.
Podemos até entrar nesta fome de comprar, visitar vitrines, escolher presentes para o Dia das Mães, mas nada é maior do que o presente que recebemos: ter uma mãe, ou como no meu caso, uma mãe já estabelecida na eternidade. Que presente é este? Ter sentimentos para sempre, saudades para sempre, certeza de pertencer a esta substância humana e divina que somos, porque uma raiz espiritual foi plantada em nós pela prece frequente de mãe. Sentir-se ovelha pequenina conduzida por divina pastora que jamais deixa de estar perto do rebanho.
Penso em mãe e penso naquele Amor de rotina e trabalho prazeroso, tolerância, carinho, habilidade em administrar conflitos, responsabilidade, atividade criativa em ajeitar gavetas, guardar roupas espalhadas, espanar poeira, ter tempo para a cozinha, trabalhar dentro e fora e ainda pintar as unhas maltratadas por detergentes e dizer baixinho: ainda sou a estética feminina unindo beleza a tanta coisa para arrumar.
Será que a espécie humana estaria ainda viva sem ela? Último ponto de encontro do clã, da família, daquele costume de ir à casa dela num domingo de tarde, para, num café com bolo, viver a única sociedade possível: aquela que se encontra ao redor de uma mesa para jogar conversa fora. Casa de mãe é uma praça de união simbiótica: viver separadamente juntos, mas correr na hora que há necessidade de alimento, alento e proteção. Alguém de nós esqueceu o cheiro da casa da mãe? Perfume da terra de nossa infância, de nossos brincantes quintais, de crise de choro e aquelas palmadas pedagogicamente corretas que mandaram andar direito. Na mãe nascemos plenamente cada dia.
A mãe nos ensinou que amor é ação, doação desinteressada, fez deste modo de dar-se não um sacrifício, mas uma virtude, uma expressão de potência, porque em cada detalhe do amoroso cuidado, entrega a sua inteireza. Neste modo encontramos a afirmação incondicional da vida. Do ventre materno saímos e na medida do mesmo amor nos encontramos neste segundo domingo de maio. À minha mãe que já está no céu, peço a bênção! A todas as mães que necessariamente devem ser celebradas, o meu abraço e beijo! Feliz Dia das Mães!
Frei Vitório Mazzuco, OFM