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A paz que nasce do não julgar
O julgamento não nos proporciona serenidade alguma. Pois, enquanto julgamos os outros, experimentamos inconscientemente que nós também não somos perfeitos. Assim, a renúncia a querer julgar os outros ou condená-los é um caminho para a paz interior conosco mesmos. Deixar que os outros sejam simplesmente como são é também um modo possível de sermos mais nós mesmos.
(GRÜN, Anselm. O céu começa em você: a sabedoria dos Padres do Deserto para hoje. Petrópolis: Vozes, (2014))
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Silêncio que revela a verdade interior
O julgamento dos outros nos torna cegos para as nossas próprias falhas. Calar em relação aos outros nos proporciona um autoconhecimento mais lúcido e faz com que paremos de projetar as nossas falhas sobre eles.
(GRÜN, Anselm. O céu começa em você: a sabedoria dos Padres do Deserto para hoje. Petrópolis: Vozes, (2014))
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Rezar em vez de julgar
Talvez pensemos que falamos sobre o outro por estarmos preocupados com sua salvação. Na realidade, porém, só fazemos barulho sobre os pecados deles. Em vez disso, melhor seria rezar por ele e experimentar, por meio da oração, que todos somos tentados e que ninguém de nós pode garantir que poderá livrar-se dos seus defeitos.
(GRÜN, Anselm. O céu começa em você: a sabedoria dos Padres do Deserto para hoje. Petrópolis: Vozes, (2014))
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O calar que impede a crítica constante
O calar é também o caminho para libertar-se do perigo de constantemente criticar e julgar o outro. Corremos sempre o perigo de avaliar, apreciar e criticar a todo ser humano que encontramos. O calar impede de julgar e nos leva a confrontar-nos sempre de novo conosco mesmos. Ele cria uma barreira e inibe que projetemos nossos lados sombrios sobre o outro.
(GRÜN, Anselm. O céu começa em você: a sabedoria dos Padres do Deserto para hoje. Petrópolis: Vozes, (2014))
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Silenciar para ver sem preconceitos
Muitas vezes, faz-se necessário o exercício consciente do calar a fim de que também o coração possa calar. Muitas vezes, precisamos proibir-nos expressamente de falar sobre o outro a fim de podermos vê-lo sem preconceitos.
(GRÜN, Anselm. O céu começa em você: a sabedoria dos Padres do Deserto para hoje. Petrópolis: Vozes, (2014))
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O julgamento revela mais sobre nós
Quem julga os outros ainda não aprendeu a conhecer-se realmente. Hoje em dia, existem muitos movimentos piedosos que vivem às custas dos outros. Eles se definem à medida que ficam rebaixando e ultrajando os outros. Quando alguém tem necessidade de amaldiçoar os homens por seguirem um outro caminho espiritual, isso será sempre um sinal de que seu próprio caminho não é o correto.
(GRÜN, Anselm. O céu começa em você: a sabedoria dos Padres do Deserto para hoje. Petrópolis: Vozes, (2014))
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Calar para unir-se a Deus
A meta do calar é unir-nos com Deus, é estar de tal modo abertos para que ele possa preencher nossos pensamentos e sentimentos, que possamos experimentá-lo no fundo de nosso coração, que possamos presenciá-lo como a fonte de nossa interioridade, como fonte que, por ser divina, jamais se esgota.
(GRÜN, Anselm. O céu começa em você: a sabedoria dos Padres do Deserto para hoje. Petrópolis: Vozes, (2014))
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Salvação e autorrealização
Não há contradição alguma entre a auto finalidade própria da pessoa e a vivência da salvação oferecida por Deus Ágape. A aceitação do Amor, que é Deus, nunca instrumentaliza o ser humano. Pelo contrário, esta aceitação constitui a mais profunda autorrealização do mesmo. O fim último do homem, a salvação, e a sua plena autorrealização se identificam.
(GARCÍA RUBIO, Alfonso. Antropologia teológica: Salvação cristã: salvos de quê e para quê? Petrópolis: Vozes, 2019)
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Espírito, corpo e o mundo verdadeiro
Só pelo espírito é que o ser humano é humano. É pelo espírito que o ser humano pertence ao mundo das ideias, ao mundo perfeito, eterno, divino, universal etc., quer dizer, pertence ao mundo verdadeiro. A libertação da individualização causada pelo corpo é vista como necessária para que o espírito retorne à universalidade que lhe é própria.
(GARCÍA RUBIO, Alfonso. Antropologia teológica: Salvação cristã: salvos de quê e para quê? Petrópolis: Vozes, 2019)
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Primeiro passo do encontro humano
O primeiro passo consiste em aprender a olhar a outra pessoa de maneira humana e a permitir que ela me olhe também humanamente, consiste em se olhar mutuamente nos olhos, “ver” e “ser visto” humanamente.
(GARCÍA RUBIO, Alfonso. Antropologia teológica: Salvação cristã: salvos de quê e para quê? Petrópolis: Vozes, 2019)
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Dignidade cristã: identidade e serviço
No cristianismo, a afirmação do ser humano é defendida com toda força, dado o caráter pessoal de cada indivíduo, cada um criado à imagem de Deus, único e irrepetível. Cada ser humano, pessoa única, tem uma dignidade incomensurável. Cada ser humano, vimos, é chamado a ser ele mesmo, fiel à própria identidade profunda. O “eu sou” cristão, a autoafirmação do cristão, é uma necessidade básica da realidade de ser pessoa. A autoafirmação, mostra-nos Jesus, passa pelo serviço aos outros, especialmente aos mais desprezados e abandonados.
(GARCÍA RUBIO, Alfonso. Antropologia teológica: Salvação cristã: salvos de quê e para quê? Petrópolis: Vozes, 2019)
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Dignidade humana: compromisso social e justiça
A defesa e a promoção da dignidade da pessoa humana comporta tanto o compromisso no nível do indivíduo ou do pequeno grupo, mas, igualmente, o compromisso no âmbito macrossocial em favor da justiça e da solidariedade e contra situações e estruturas que destroem ou impedem o desenvolvimento dessa dignidade.
(GARCÍA RUBIO, Alfonso. Antropologia teológica: Salvação cristã: salvos de quê e para quê? Petrópolis: Vozes, 2019)
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Aceitação de Deus e transcendência
A pessoa pode aceitar Deus como Deus, na sua transcendência, superando a tentação de manipulá-lo a serviço dos próprios interesses e necessidades. Pode aceitar Deus que irrompe na vida humana, frequentemente, de maneira desconcertante e imprevisível. Certamente, no encontro com Deus, o ser humano pode encontrar respostas aos seus problemas, só que se trata de respostas dadas conforme os critérios de Deus.
(GARCÍA RUBIO, Alfonso. Antropologia teológica: Salvação cristã: salvos de quê e para quê? Petrópolis: Vozes, 2019)
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Liberdade para amar e relacionar-se
A libertação do homem e da mulher tem como objetivo viver a liberdade não de maneira orgulhosa e arrogante, mas a liberdade para amar, para se relacionar de maneira fecunda e dialógica com Deus, com os outros seres humanos e consigo próprio bem como para viver um relacionamento responsável em face do meio ambiente. Quer dizer, trata-se da liberdade para desenvolver as relações básicas constitutivas da humanização integral, conforme o projeto de Deus.
(GARCÍA RUBIO, Alfonso. Antropologia teológica: Salvação cristã: salvos de quê e para quê? Petrópolis: Vozes, 2019)
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A cruz e a cura da criança interior
Já que Cristo nos abraça na cruz, nós abraçamos juntamente com Ele a criança ferida dentro de nós: a criança abandonada, negligenciada, ignorada, envergonhada, incompreendida e rejeitada.
(BOFF, Leonardo; GRÜN, Anselm. O Divino em nós. Vozes Nobilis, 2017)
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Deus além das projeções infantis
Existem pessoas que projetam seus desejos sobre Deus. Então se decepcionam quando Deus não se manifesta como o pai amoroso ou a mãe compreensível, mas como um Deus misterioso que não conseguimos compreender e que, muitas vezes, parece estar ausente. Mas Ele é mais do que a projeção de desejos infantis: é aquele que, desde os primórdios, tem ocupado a mente de todos os filósofos e pensadores.
(BOFF, Leonardo; GRÜN, Anselm. O Divino em nós. Vozes Nobilis, 2017)
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Deus como o divino que a tudo conecta
Não podemos falar do ser humano sem falar desse mistério que existe em nós e do qual sempre procuramos nos aproximar. Não podemos falar do divino em nós sem pensar no divino que impregna todo o cosmos. Deus é a energia misteriosa que provocou o big bang e o devir do cosmos, que impulsiona o surgimento da vida, a evolução e a história, e que conecta tudo a tudo.
(BOFF, Leonardo; GRÜN, Anselm. O Divino em nós. Vozes Nobilis, 2017)
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Deus e a singularidade humana
O desejo de experimentar Deus como pessoa, de ter um encontro pessoal com Ele está dentro de nós. Não é um sinal de infantilismo, mas corresponde à nossa natureza como seres humanos. A imagem dele sempre corresponde também à autoimagem. Experimentar Deus como pessoa é também a condição para experimentar a si mesmo como pessoa. Aquele que falar apenas do divino corre o risco de ignorar sua própria existência como pessoa. Ele se sente um com tudo, mas esquece que ele é, também, uma pessoa singular. E justamente como pessoa está em seu próprio direito é que também posso entrar em um relacionamento com outras pessoas, posso me sentir um com a natureza e experimentar a união com Deus. Não se trata, porém, de uma fusão com Deus, mas de uma união como unidade.
(BOFF, Leonardo; GRÜN, Anselm. O Divino em nós. Vozes Nobilis, 2017)
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Sentir Deus é sentir a si mesmo
Somente consegue sentir a presença de Deus quem também é capaz de sentir a natureza ou aquele que, como dizem os budistas, têm empatia por tudo o que é: pelas pedras, plantas, animais e pessoas. Quem não tiver um relacionamento consigo mesmo e com a natureza também perde o relacionamento com Deus; ele não consegue sentir a presença de Deus, e Deus se torna um estranho para ele. Portanto, o primeiro passo para voltar a sentir a presença de Deus é aprender a sentir a si mesmos. A nos encarar com honestidade e percebermos como realmente somos.
(BOFF, Leonardo; GRÜN, Anselm. O Divino em nós. Vozes Nobilis, 2017)
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Autoconhecimento como passo para o divino
O primeiro passo para voltar a sentir a presença de Deus é aprender a sentir a si mesmo. Procuro sentir minha respiração, permitir que ela me conduza até o fundo da minha alma. Fico atento aos impulsos internos da minha alma, que me ajudam a transcender a mim mesmo e ao cotidiano.
(BOFF, Leonardo; GRÜN, Anselm. O Divino em nós. Vozes Nobilis, 2017)
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O chamado à responsabilidade
Não vivemos sem laços, sem responsabilidades, abandonados. Estamos ligados a Deus e somos responsáveis perante Ele; respondemos com nossa existência humana ao seu chamado. Hoje, porém, responsabilidade também significa assumir a responsabilidade por todo o cosmos.
(BOFF, Leonardo; GRÜN, Anselm. O Divino em nós. Vozes Nobilis, 2017)
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Poder interior, livre-arbítrio e destino
Você tem em seu interior o poder capaz de transformar a sua vida. Você tem a capacidade de descobrir o seu próprio potencial; de reescrever a sua história; de assumir o controle da sua própria vida; de descobrir a alegria, que é um direito seu desde seu nascimento; de ter uma vida como a de um príncipe ou a de uma princesa, pois você é filho de Deus, que é o Rei dos reis.
Deus dotou cada um de nós com o livre-arbítrio, e todos nós temos a liberdade de mudar o nosso destino em todos os momentos da vida. Em outras palavras, nós temos a liberdade de escolha para agir; para escolher entre o certo e o errado. Em cada etapa da vida, podemos nos esforçar para melhorar a nossa condição. Por meio de nossas ações podemos, de fato, ser bem-sucedidos e alterar o nosso próprio destino.
(VASWANI, J. P. Faça a escolha certa. Editora Vozes, 2022)
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A escolha da atitude: sorrir e ser grato
Existem muitas pessoas neste mundo que não podem se dar ao luxo de ficar diante de um guarda-roupa pensando sobre que vão vestir naquele dia. Mas até mesmo essas pessoas têm a opção de escolher suas atitudes para enfrentar o dia: reclamar, queixar-se ou ser alegre e positivo.
Com que frequência você escolhe sorrir? É uma das melhores escolhas disponíveis para todos nós.
Com que frequência você escolhe ser grato? A ingratidão também é uma escolha deliberada.
(VASWANI, J. P. Faça a escolha certa. Editora Vozes, 2022)
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Escolhendo a vida (com V maiúsculo)
Nós temos uma imensa dificuldade para escolher as roupas que queremos vestir, a comida que queremos comer, os cursos que queremos seguir na faculdade, o trabalho que vamos escolher e o local onde vamos morar. Mas não devemos cair no hábito de fazer escolhas baseadas na pura força do hábito ou na consciência superficial. Isso apenas nos torna semelhantes a cavalos de olhos vendados.
A escolha mais importante que todos nós devemos fazer é escolher a Vida, com V maiúsculo.
(VASWANI, J. P. Faça a escolha certa. Editora Vozes, 2022)
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Viver no momento presente também é uma escolha
Independentemente de outras escolhas que tenhamos de enfrentar na vida, existe uma escolha crucial que todos nós devemos fazer a cada minuto, a cada segundo do dia. Devemos escolher viver no presente e não deixar a sombra do passado ou o medo do futuro afetarem o nosso momento da vida presente.
Obviamente, todos nós estamos vivendo no presente – você pode replicar. Não estamos em uma máquina do tempo que pode nos transportar para o passado ou para o futuro.
É verdade, você está vivendo e respirando agora. O momento presente é o momento que está acontecendo, a única realidade. Mas o seu foco está no momento presente? Você está consciente da santidade da vida, do precioso ar que respira, da absoluta alegria de estar vivo neste momento?
(VASWANI, J. P. Faça a escolha certa. Editora Vozes, 2022)
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O tesouro do presente
A plena atenção e o viver no momento presente permitem que você desfrute da riqueza e do tesouro que cada segundo oferece. Se você está preocupado com o passado, ansioso pelo futuro, irritado com as circunstâncias ou apenas chateado com alguém, você joga fora esse tesouro! A atenção lhe dá maior controle e maior consciência de como você interage com as pessoas e de como você reage às situações. Você percebe que é um desperdício atacar com raiva ou ser consumido pelo medo. Você aprende a regular o seu comportamento. Você se torna menos agressivo, menos ressentido e mais pacífico.
(VASWANI, J. P. Faça a escolha certa. Editora Vozes, 2022)
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O essencial é agir
Tomar uma decisão é uma coisa; colocá-la em prática é uma questão completamente diferente. Você já ouviu a charada sobre os três sapos em um tronco? Um deles decidiu pular. Quantos você acha que restaram?
A resposta inesperada é esta: ainda tem três sapos no tronco; porque um deles apenas tomou a decisão, mas não teve nenhuma atitude.
A tomada de decisão é um grande passo, porém é apenas metade da batalha. O essencial é fazer a escolha e agir de acordo com ela.
(VASWANI, J. P. Faça a escolha certa. Editora Vozes, 2022)
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Escolha informada como virtude
A escolha não é uma agressão; a escolha não é uma afirmação monstruosa da vontade de cada um. A escolha é, na maioria das vezes, uma tomada de decisão informada. Por vezes, é apenas uma questão de escolher a resposta certa, a atitude certa, para enfrentar as circunstâncias. Muitas vezes a resposta certa a determinada situação pode ser a boa e velha virtude da paciência.
(VASWANI, J. P. Faça a escolha certa. Editora Vozes, 2022)
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Viver verdadeiramente como escolha
O que é viver verdadeiramente? É fazer uma escolha dos valores, ideais e aspirações que realmente nos interessam. É determinar como vivemos no dia a dia, quais crenças e valores fundamentais prezamos e qual a melhor maneira de cumprir o propósito para o qual viemos a este mundo. Se não conseguirmos fazer essa escolha fundamental, que diferença pode haver entre nós e aqueles seres que consideramos inferiores a nós, nomeadamente os animais, que vivem pelos seus instintos primitivos e sentidos básicos?
(VASWANI, J. P. Faça a escolha certa. Editora Vozes, 2022)
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Focar no presente e a escolha da consciência
Antes de mais nada, precisamos entrar no fluxo; precisamos focar nossa atenção no presente. Isso significa libertar as nossas mentes da desordem do passado bem como das preocupações e ansiedades do futuro. É fazer a escolha de nos tornarmos verdadeiramente atentos e conscientes de quem somos e do que estamos fazendo.
Não são essas algumas das escolhas conscientes e difíceis que temos de fazer?
(VASWANI, J. P. Faça a escolha certa. Editora Vozes, 2022)
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Ação imediata: atuar sobre as metas
Certamente é bom ter objetivos, mas, uma vez tendo escolhido o seu objetivo, não se perca em devaneios ociosos e em especulações sem fim. As metas pessoais e profissionais exigem que você atue sobre elas; o momento de agir é agora.
Você está desperto, consciente, atento, aqui e agora?
(VASWANI, J. P. Faça a escolha certa. Editora Vozes, 2022)