Quem somos - Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil - OFM

Frei Rogério Neuhaus

(1863 – 1934)

Henrique Neuhaus, terceiro filho do casal João Geraldo Neuhaus e Cristina Haddick, nasceu aos 29 de novembro de 1863, em Borken, Alemanha, num ambiente familiar religioso de muito respeito e piedade. O quarto e último filho tornou-se também franciscano na Província da Saxônia, Alemanha: Frei Lindolfo Neuhaus.

Conhecendo os franciscanos pelos frades esmolares que regularmente visitavam Grütlohn, lugarejo onde residiam os Neuhaus, e com vontade de tornar-se também religioso, apresentou-se aos 17 anos no convento de Harreveld, Holanda, onde foi aceito.

No dia 03 de maio de 1881 recebeu o burel e o nome de Frei Rogério, iniciando com fervor a escalada para a santidade.

Na catedral de Pederborn, Alemanha, foi ordenado sacerdote, aos 17 de agosto de 1890, pelo bispo Dom Agostinho Gockel.

Levado pelo ideal missionário, associo-se à segunda leva de restauradores da Província da Imaculada Conceição do Brasil: 4 sacerdotes e 4 irmãos religiosos leigos.

Aportaram a 02 de dezembro de 1891 em Salvador, BA, mas já no dia seguinte prosseguiram viagem para o sul, desembarcando no Desterro (antigo nome da capital do Estado de Santa Catarina: Florianópolis) e chegando dia 12 de dezembro de 1891 em Teresópolis (agora: Vila Teresópolis, SC), a primeira residência dos frades restauradores no sul do Brasil.

Em 13 de fevereiro de 1892, foi enviado a Lages, SC, seguindo com tropeiros para o novo destino, que seria por longos anos seu campo de ação e de santificação, tornando-se verdadeiramente o “Apóstolo do planalto catarinense”.

A ignorância religiosa, a indiferença, a frieza, a maçonaria, a falta de tradição familiar, a pobreza, foi o que Frei Rogério encontrou ao iniciar o seu pastoreio de almas, quase tudo resultado da longa falta de assistência religiosa e sacerdotal. Ele enfrentou esta luta pelo reino de Deus, sem um instante de esmorecimento, mourejando, dia e noite, pelo longo espaço de 30 anos nos Estados do Paraná e Santa Catarina.

As contínuas viagens pastorais no lombo da mula, por dias e semanas seguidas, através de picadas intransitáveis, por rios a serem vadeados, em meio ao mau tempo e às enchentes, sempre o perigo de ser assaltado pelos bugres, ou acometido pelas doenças e febres, enfrentando o frio cortante, tudo isso foram situações que se repetiam. Mas seu amor às almas, sua afabilidade, sua piedade e zelo, seu coração voltado para Deus, o faziam sempre mais e mais querido pelos fiéis e lembrado até os dias de hoje, pois, realmente viveu com o povo e pelo povo, ou como diríamos hoje, inserido no povo de Deus.

Relembrando ligeiramente o episódio dos fanáticos, que nos anos de 1912-1916 conturbaram regiões fronteiriças entre o Paraná e Santa Catarina, e que insuflados por um pretenso monge José Maria de Santo Agostinho (Miguel Lucena de Boaventura, desertor do exército e polícia paranaense), deram origem à guerra do Contestado. Frei Rogério teve contato com esse ‘profeta’, e apesar de toda a caridade e heroísmo, seu papel de pacificador resultou inútil.

Em 1922, estando lotado em Palmas, PR, percebeu Frei Rogério que estava perdendo a visão. Consultado o médico, este constatou a gravidade do mal e o aconselhou a procurar recurso em centros mais bem equipados. Assim veio ele, primeiramente para São Paulo e depois para a cidade do Rio de Janeiro, então capital da República.

Aqui seu apostolado aparentemente obscuro e escondido foi o do confessionário, onde atuou com resultados surpreendentes e maravilhosos, visitava também com muita freqüência, e na cidade toda, os doentes nas casas, nos hospitais, nos asilos e nas casas de caridade. Só o Senhor é testemunha do imenso bem que ele realizou silenciosamente nos 12 últimos anos de vida.

Tornou-se sempre mais o homem de Deus, voltado unicamente para esse Deus que de contínuo se manifestava na sua generosidade ilimitada para com o próximo. Sua piedade, sua confiança em Deus, eram realmente notáveis.

O ano de 1934 trouxe sinais evidentes de que a caminhada de Frei Rogério estava terminando. No dia 01 de março de 1934, foi internado na Casa de Saúde São José, com câncer generalizado, nos intestinos. Sem esperança de cura, os médicos resolveram colostomizá-lo, a fim de lhe darem certo alívio, no que ele não consentiu, desejoso que estava de levar a cruz até o fim.

Na madrugada do dia 23 de março de 1934, Frei Rogério entrou em agonia. O corpo banhado em suor, revolvia-se na cama. Inquieto tentava levantar-se, foi posto numa cadeira; voltou ao leito. O rosto se contorcia e desfigurava pelas dores atrozes.

Por volta das 5 horas a luta chegou ao fim. Dezoito minutos antes das 6 horas uma grande serenidade se derramou sobre seu semblante. “Um santo acabava de chegar à casa do Pai”.

A notícia do passamento, comoveu toda a cidade. O funeral foi uma verdadeira apoteose para este humilde, modesto e desprendido filho de São Francisco. Todos que com ele conviveram ou dele se aproximaram, sempre o tiveram em conta de um exemplaríssimo homem de Deus; e essa veneração ainda continua. “Pertransiit benefaciendo” (At 10, 38). Realmente ele passou pelo mundo espalhando e fazendo unicamente o bem.

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