Quem somos - Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil - OFM

Léa Marina Surian

* 05.02.1920       † 06.11.2003

Faleceu no dia 06 de novembro, em São Paulo-SP, aos 83 anos de idade, em consequência de insuficiência cardíaca. Irmã de sangue de nossos dois confrades, Frei Carmelo e Frei Floriano, e nossa irmã por vocação franciscana, afiliada à Ordem Primeira desde 1980, por iniciativa de Frei Antônio Alexandre Nader. Léa nasceu no dia 5 de fevereiro de 1920, na cidade de São José do Rio Pardo-SP, filha de Leopoldo Surian e Emília Guaraldo Surian. O casal teve 13 filhos. Posteriormente a família mudou-se para a São Paulo, com residência na Rua Riachuelo, aos fundos do Convento São Francisco, onde os filhos cresceram na convivência com os frades e na participação da vida da Igreja.

Léa Surian, juntamente com Alice da Silva Ramos e Olga Barone faziam parte da equipe de catequistas da paróquia e, também do grupo teatral. Com outras jovens, eram colaboradoras constantes de Frei Dâmaso Venker e Frei Maximiliano Kaufhold. Da mesma forma, seus irmãos e irmãs também cresceram neste ambiente franciscano familiar. Seguiram-se os anos de estudo e profissionalização destas jovens. Léa ingressou no Ministério Público em 1954, como Secretária da Corregedoria Geral. Em 1970 ficou à disposição da Secretaria do Trabalho e Administração no Governo de Abreu Sodré. A partir de 1980, ficou à disposição do Gabinete da Secretaria da Justiça.

Com Alice e Olga, mesmo durante o tempo de suas atividades profissionais, Léa também continuava colaborando nos serviços de secretaria, com Frei Ludovico Gomes de Castro (1945-1952) e, posteriormente, com Frei Walter Kempf (1962-1968). Era pessoa da confiança dos provinciais que confiavam a ela muitos dos serviços de redação, revisão e correspondência oficial e comercial. No período em que Frei Ludovico ocupou-se em tempo integral na supervisão das obras de construção do Seminário de Agudos, Léa Marina já lhe garantia sua ajuda com o trabalho em São Paulo.

Porém, ao lado da sua competência profissional, e ao longo dos anos desenvolveu paralelamente seu talento em diferentes atividades artísticas. Ainda menina, iniciou-se na “Arte de Dizer” (declamação de poemas e textos teatrais), sob a orientação e o incentivo de seu pai, Leopoldo Surian. Com a vinda da família para São Paulo, Léa conquistou espaço e condições de estudo e aperfeiçoamento, dedicando-se também às atividades de teatro, televisão e cinema. Seu currículo artístico é extenso. Frequentemente era convidada pelos frades para apresentações em nossas casas de formação.

Em 30 de junho de 1980, por ocasião da celebração do jubileu de prata sacerdotal de seus irmãos Frei Floriano e Frei Carmelo, em São Lourenço-MG, Frei Ildefonso Silveira, então Definidor Provincial, em nome de Frei Basílio Prim, entregou o documento da Cúria Geral da Ordem, concedendo à Léa Mariana Surian sua afiliação à Ordem dos Frades Menores. Alguns dias depois, Léa escreveu uma carta de agradecimento ao Ministro Provincial Frei Basílio Prim, da qual destaco dois pensamentos seus:

1) Ao agradecer-lhe, comovida, o privilégio, surgem à retina de minha lembrança afetiva, as saudosas e inesquecíveis figuras de Frei Dâmaso Venker, Frei Heliodoro Müller, Frei Walter Kempf, e ainda do estimado Frei Ludovico Gomes de Castro, com os quais tive a grata oportunidade de colaborar mais efetivamente, e apenas apoiada na recordação desse passado, é que recebi humildemente o DOM franciscano com que fui generosamente contemplada, pois ele me encontrou, no presente, de “mãos vazias.

2) Quero reafirmar aqui a minha gratidão, a minha fidelidade e o meu amor à sempre querida Ordem do Seráfico Pai, envovendo a todos os caríssimos “confrades”…

Revestida com o hábito franciscano, Léa Marina foi velada na nossa Igreja e Santuário de São Francisco, já na primeiras horas da manhã do dia 6, acompanhada com as orações de sua irmã Maria José e de inúmeros sobrinhos(as) e familiares. Frei Floriano estava em Agudos visitando o irmão Frei Carmelo, e chegou em tempo da missa exequial.

Às 12 horas teve início a missa presidida por Frei Augusto Koenig e concelebrada por Frei Floriano, pelo Visitador Frei Antônio Schauerte, pelos Definidores reunidos no Congresso Capitular e pelos demais confrades da fraternidade local. O texto escolhido do evangelho foi o da parábola das dez jovens (Mt 25, 1-13). Na homilia, Frei Augusto ressaltou que o “óleo da lâmpada” é a vivência das virtudes, acumulado ao longo de toda a vida, e que isto se constitui na verdadeira vigilância, para a qual a morte não representa ameaça, ruptura ou fim. Aplicou a mensagem à nossa irmã Léa que, como franciscana, encheu a ‘lâmpada’ de sua vida com o óleo da caridade!

Num segundo momento da reflexão, Frei Regis Daher recordou alguns aspectos da pessoa e da vida franciscana de Léa Surian, mencionados neste artigo. Lembrou ainda as palavras que Frei Basílio Prim escreveu na carta de congratulação por ocasião da afiliação de Léa à Ordem Franciscana:

Sei que não é somente agora que lhe soou ‘a hora de São Francisco’. Ele já faz muito tempo fazia parte de sua vida. Mas, o fato de estar agora oficialmente agregada à Ordem significa de algum modo que São Francisco lhe dá pela segunda vez o santo Evangelho. Que, na expressão de Frei Egídio, daqui em diante, toda vez que pronunciar o nome de Francisco, sinta uma grande doçura! É esse o meu desejo.

Da palavra de Frei Basílio destaquei algumas idéias: >> Léa, Frei Carmelo e Frei Floriano e ao demais irmãos e irmãs, nasceram e cresceram num lar verdadeiramente cristão e religioso, iluminados pelo exemplo e testemunho dos pais. Nasceram e cresceram num “lar franciscano”. A mãe, D. Emília viveu para a família, para os pobres e para os leprosos. Em 1974 ingressou na OFS. Da família Léa ‘recebeu pela primeira vez o Evangelho’.

. Da sua convivência com os frades e pelo serviço que prestou à Igreja e à Província, em especial, pelos anos vividos à sombra do Convento São Francisco, Léa ‘recebeu pela segunda vez o Evangelho’.

. Por ocasião da morte de sua mãe, D. Emília, em 11.06.1978, Léa Marina “sentindo o desenlace, foi-lhe dizendo ao ouvido as últimas estrofes do Cântico do Sol até adormecer no Senhor”. Agora, na sua “hora”, Léa ‘recebeu pela terceira vez o Evangelho’, no seu encontro definitivo com o Cristo, através da irmã Morte, e esta, “não lhe fará mal”!

Ao final da missa, Frei Floriano, em nome de Frei Carmelo e da família, agradeceu a Deus, o dom da vida e da arte com que Léa anunciou o Evangelho. Frei Augusto rezou as orações da encomendação e, às 15 horas seguiu-se o sepultamento no Cemitério do Morumbi, no jazigo da família. Que Deus seja tua recompensa e teu descanso!

Por Frei Regis Daher

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