* 07.02.1936 † 11.10.2018
Nosso cfrade Frei Josué Celante faleceu na madrugada do dia 11 de outubro, às 04h30, no Hospital de Concórdia. Ele havia sido internado no dia 10, com infecção urinária. As 21h30, teve uma crise respiratória que levou os médicos a interná-lo a UTI. A causa mortis atestada são várias: infecção urinária, pneumonia e insuficiência respiratória aguda.
A missa de Exéquias de Frei Josué foi celebrada às 17h00 na igreja matriz de Concórdia. Ele foisepultado no mausoléu dos frades no Cemitério Municipal.
O frade menor
Filho de José e Tecla, descendentes de italianos que imigraram para o Brasil a partir de 1880, Frei José é o sétimo de 10 irmãos (cinco homens e cinco mulheres) de uma família muito religiosa. Segundo contava, em sua casa rezava-se de manhã e à noite o terço diariamente. No pequeno refeitório da residência, além da cruz, na parede havia uma foto de dois tios que se tornaram Irmãos Lassalistas. “Também tive muitos primos que ingressaram no seminário, alguns se tornaram religiosos e religiosas. Mas quem me ajudou diretamente neste discernimento foi a professora e catequista Maria Pozzobom, na cidade de Herval D’Oeste, para onde mudamos depois de Guaporé (RS), onde nasci. Outra pessoa que me ajudou muito foi Frei Orestes Pikmeier, que era muito amigo da minha família”, recordava, lembrando que a família frequentava a Capela São Pedro da Comunidade, em Serra Alta, onde era coroinha.
Dados pessoais, formação e atividadesNascimento: 07.02.1936 (82 anos de idade); |
Em 1948, ingressou no Seminário Franciscano de Luzerna. “Minhas irmãs dizem que quando criança era muito brincalhão. Cantava, rezava e aprontava… exibindo-me e divertindo a moçada. Acho que fiquei mais introvertido depois no seminário, mas sempre gostei de esportes e passatempos agradáveis”, descrevia-se Frei Josué. Durante a formação no Seminário gostava de ler a vida dos santos, “as pessoas mais importantes para a humanidade”. Gostava também dos filósofos e durante o curso de Filosofia ganhou o apelido de “Raimundo Lulo”, um dos mais importantes filósofos e teólogos da Idade Média. “A Teologia não chegou a me empolgar. Muito teórica e sem vida. Faltava Deus”, confessava.
Para ele, o voto de obediência não era problema: “Topei qualquer ‘parada’. Não fugi daquilo que achei que deveria enfrentar. Mesmo quando tive de começar do ‘abcd’ como professor indicado para o seminário. Procurava fazer com que o aluno explicitasse na aula o que aprendeu e estudou para que eu pudesse aprofundar o estudo”.
Não escondia que a vida fraterna tinha suas dificuldades: “Tinha dificuldade em entender a lei e a justa liberdade de filhos de Deus. Não sou muito a favor de rigorismos. Bastam as cruzes e as alegrias de cada dia”, dizia.
Segundo ele, há uma grande distância entre a vida franciscana primitiva e a que se vive hoje. “Onde estaria o justo equilíbrio?”, perguntava.
Como vigário e pároco, gostava de administrar as Paróquias e era muito empreendedor. “Não era por prazer, mas como forma de me engajar e participar em tudo da construção da comunidade viva”, dizia.
Numa frase, Frei Josué se resume: “Procuro fazer o bem e respeitar os outros. Paz e bem sempre, mesmo quando há sofrimento”.
Às vésperas da Solenidade da Mãe Aparecida, recomendemos a ela nosso confrade, pedindo que interceda por ele junto ao Filho amado, a quem Frei Josué procurou servir nos anos em que esteve entre nós.
R.I.P.