Quem somos - Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil - OFM

Frei João Maria dos Santos

* 11.07.1950   † 17.07.2021

 

Faleceu no dia 17 de julho, por volta das 23 horas, Frei João Maria dos Santos, mais uma vítima do novo coronavírus. A informação foi dada pelo guardião Frei João Francisco da Silva, da Fraternidade do Seminário Frei Galvão, em Guaratinguetá (SP), onde residia o frade desde o início deste ano. Por conta deste fato, seu sepultamento foi realizado dentro dos protocolos sanitários, às 8h do dia 18 de julho, após um breve momento de Oração em frente ao jazigo do Seminário Frei Galvão.

Segundo Frei João Francisco, no dia 14 de julho, Frei João Maria passou mal durante a Missa conventual que presidia no Seminário e foi levado ao Hospital Frei Galvão, de Guaratinguetá, pelo SAMU. A médica acreditava que possivelmente ele teria infartado por conta de suposta falha do marcapasso. Também apresentava quadro de insuficiência pulmonar, o que dificultava manter o coração em funcionamento. Frei João foi sedado e intubado.

A saúde de Frei João Maria era frágil. Em 2019, quando estava celebrando no Santuário de Angelina, chegou a desmaiar por causa de uma queda de pressão.

O frade menor

Frei João Maria nasceu em Erval Velho, SC, no dia 11 de julho de 1950. Filho do casal Manoel Antônio dos Santos e Jordelina dos Santos (falecidos), era o caçula de 10 filhos (4 homens e 6 mulheres). Dentre as lembranças mais marcantes da vida em família, destacava a religiosidade dos pais. Seu discernimento, acreditava, começou aos 12 anos: “Ajudava nas capelas e o contato com os sacerdotes despertou a minha vocação”, contou na sua ficha autobiográfica quando ingressou na Ordem dos Frades Menores em 1979. Ele dizia que queria “ser frade para ajudar mais pessoas”, lembrando que nasceu no seio de uma família simples, onde os pais lutaram muito para criar os filhos.

O Ministro Provincial, Frei Antônio Nader, num depoimento em 1979, define bem Frei João Maria: “Ele foi um bom seminarista, excelente noviço e um clérigo exemplar, pois era sério e muito esforçado, homem de muita responsabilidade. Introvertido, era de poucas conversas. Cresceu muito no campo espiritual durante esses anos de postulantado, noviciado e durante os estudos de Filosofia. Gozava de grande reputação entre os colegas, mestres, superiores em geral e dos professores. Era benquisto na comunidade local e provincial. Sua grande preocupação era de uma descoberta cada vez maior da vida religiosa e de uma vivência mais perfeita. Era um pouco perfeccionista, mas muito equilibrado. Filho de família humilde. Quando ingressou no seminário, seus pais já tinham falecido. Faltou apoio maior da família e um estímulo mais acentuado. Hoje, ele conta com esse apoio por parte dos irmãos. Frei João Maria, apesar de introvertido, mostrou sempre um bom humor, procurando ser uma presença viva na vida comunitária. Sabia ouvir e falar na hora certa. Generoso ao extremo, combatia seriamente o egoísmo. No curto período que passou em Petrópolis estudando Filosofia, demonstrou ser um frade aberto às ideias, às reformas e crescia harmoniosamente em todos os campos da vida religiosa e estudantil. Chegou ao segundo ano de Filosofia e não demonstrou nunca nenhuma dificuldade nos estudos. Bem conceituado entre os colegas, era por todos estimado”.

Frei João era dotado de qualidades práticas, sendo ótimo pedreiro, padeiro, motorista. Enfim, para qualquer trabalho era sempre prestativo.

Quando estava para professar solenemente, destacou que “o tempo todo percorri as pegadas de São Francisco. Foi um caminho muito árduo, com quedas e decepções, mas ao mesmo tempo fui descobrindo que a vida religiosa não é para aqueles justos e perfeitos, e sim para aqueles que se dispõem a caminhar”.

Quando fez o pedido para a Ordem do Presbiterado, disse: “Sei que nada conseguirei sozinho, mas confio plenamente na providência divina a fim de desempenhar com segurança meu ministério sacerdotal”. Para sua ordenação presbiteral, na Igreja do Sagrado Coração de Jesus em Petrópolis (RJ), escolheu como lema “Senhor, a quem iríamos nós? Só Tu tens palavra de vida eterna (Jo 6,68)”.

Dados pessoais, formação e atividades

11/07/1950 – Nascimento em Erval Velho, SC (71 anos)
11/08/1979 – Admissão na Ordem dos Frades Menores em Rodeio, SC (41 anos de Vida Religiosa)
11/08/1980 – Profissão simples na Ordem dos Frades Menores
03/04/1983 – Profissão Solene
11/08/1984 – Ordenação presbiteral

Atividades na Evangelização

09/08/1983 – Secretário do Instituto dos Meninos Cantores
05/06/1984 – Estágio no Colégio Bom Jesus
31/01/1985 – Vigário cooperador em Santos, SP
1987 – Vigário Paroquial em Pedra Preta, MT
1990 – Capelão Militar em Dourados, MS
27/08/1997 – Pároco em Água Doce, SC
28/01/1999 – Vigário Paroquial em São João de Meriti, RJ
12/08/1999 – Atendente Conventual em Guaratinguetá, Graças, SP
09/01/2002 – Pároco em Ponte Branca, MT
02/04/2003 – Formador no Seminário Diocesano de Várzea Grande, MT
07/11/2003 – A serviço da Diocese de Guiratinga, MT
20/12/2006 – Vigário da Casa e Pároco da Paróquia de Ituporanga, SC
03/02/2011 – A serviço da Custódia da Terra Santa
10/11/2011 – Guardião e pároco em Florianópolis, SC
19/03/2014 – Período de secularização “Ad experimentum” na Diocese de Dourados, MS
25/02/2016 – Vigário Paroquial e Reitor do Santuário de Angelina, SC
24/11/2020 – Atendente Conventual no Seminário Frei Galvão, Guaratinguetá, SP

DEPOIMENTOS

O Santuário de Angelina, onde estava até o início deste ano, prestou homenagem ao frade: “Comunicamos com pesar a Páscoa do Frei João Maria. Os últimos anos do seu mandato foi ofertado em nossa paróquia. Louvamos a Deus pela sua vida. Sempre sorridente testemunhou a alegria do Evangelho. “Dai-lhes, Senhor, o eterno descanso entre os esplendores da luz perpétua. Descanse em paz. Amém!”

O Santuário Frei Galvão, em Guaratinguetá, também homenageou o frade que servia ali: “Nosso Santuário de Frei Galvão sentirá muito a sua falta, destacando a sua presença incansável no atendimento das confissões durante a semana. Um frade sereno, acolhedor e misericordioso que certamente deixou sua marca no início da história franciscana nesse Santuário. Nossa gratidão e nossas preces pelo seu descanso eterno. Confiamos ao Bom Pastor, este filho de Francisco de Assis. Dai-lhe Senhor, o descanso eterno, e brilhe para ele vossa Luz!”

Frei Pedro Pinheiro foi colega de turma e deu o seguimento depoimento: “Frei João foi um indivíduo inspirado pelo chamado à Vocação Franciscana em 1975, que com alguns outros assim como eu, também ingressou no SEVOA, em Guaratinguetá. Em 1976 fizemos noviciado juntos em Rodeio e em Petrópolis iniciamos os estudos de Filosofia e Teologia… Neste tempo, ele decidiu por outras escolhas para subsequentemente retornar e recomeçar o trajeto que houvera iniciado…! Para mim será sempre um exemplo de despojamento e seriedade na busca de valores ideais, da inspiração religiosa franciscana. Querido amigo, Frei João Maria, que você possa experimentar a harmonia no Amor de Deus, nesta sua merecida conquista da comunhão dos Santos! Que a intensa luz de sua simplicidade possa servir também como sinal de inspiração para os nossos novos confrades que hão de vir depois de nós! Deus o acolha em seu Reino de Misericórdia e de Amor!”

R.I.P

Da Secretaria Provincial


A Custódia Franciscana das Sete Alegrias, no MT-MS, onde foi Frei João Maria trabalhou como missionário, fez a seguinte homenagem:

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ACESSE A LISTA COMPLETA DE FRADES FALECIDOS