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Frei Faustino Tomelin

* 29.03.1937       † 13.01.2018

Frei Faustino Tomelin (80 anos) faleceu no dia 13 de janeiro, às 10h40, no Hospital São José, Criciúma (SC), vítima de parada cardíaca. Ele se encontrava nesta cidade onde foi descansar por alguns dias com a família. No dia 5 de janeiro, Frei Faustino sofreu uma queda de sua cadeira de rodas quando foi fazer alguns exames no hospital por causa de uma gripe. Após exames de tomografia e raio X, constatou-se sério problema na coluna. O seu quadro piorou devido a uma parada cardíaca, ocasião em que lhe foi implantado um marcapasso. Após esse procedimento, ele foi sedado e, durante esses últimos dias, permaneceu incomunicável, sem reação. Na manhã de sábado, Frei Faustino, então, veio a falecer.
O velório aconteceu na Igreja Matriz de Santo Amaro da Imperatriz (SC), e a Missa de corpo presente foi presidida pelo Ministro Provincial, Frei Fidêncio Vanboemmel, às 9h30, no domingo dia 14 de janeiro.

Frei Faustino nasceu no seio de uma família, que segundo ele, tinha “profunda religiosidade”: “Tudo era dirigido a Deus e vinha de Deus. As orações antes das refeições eram sagradas. Qualquer problema ou dificuldade fazia com que a família inteira se colocasse em oração, de joelhos”, dizia. “Sou o sétimo de uma família de 13 irmãos. Sou o do meio, porque depois de mim nasceram mais seis meninos. Assim tenho seis irmãs mais velhas do que eu e seis irmãos mais novos”, revelava em entrevista às Comunicações (2006).

Dados pessoais, formação e atividades

Nascimento: 29.03.1937 (80 anos)
Natural de Santa Maria, Município de Benedito Novo (SC)
Vestição: 19.12.1957
Primeira Profissão: 20.12.1958
Profissão Solene: 02.02.1962
Ordenação Presbiteral: 12.12.1963
1959-1960 – estudos de Filosofia
1961-1964 – estudos de Teologia
15.01.1965 – São Paulo (Sede Provincial e Paróquia São Francisco) – Estágio Pastoral e secretário do Ministro Provincial; vigário paroquial
28.01.1968 – São Lourenço – Vigário paroquial
31.12.1969 – Petrópolis – Pároco e Vigário paroquial
04.12.1979 – Florianópolis – Guardião e pároco
15.12.1982 – Santo Amaro da Imperatriz – Guardião e pároco
18.01.1986 – Florianópolis – Definidor, guardião e pároco
18.01.1989 – Niterói – Guardião, vigário paroquial e Definidor
10.02.1990 – Rio/Ipanema – Definidor e Vigário paroquial
18.01.1992 – Forquilhinha – Guardião e pároco
29.11.1997 – Ituporanga (Paróquia) – Vigário da casa e Vigário Paroquial
22.11.2000 – Santo Amaro da Imperatriz – Vigário da casa e Vigário paroquial
19.03.2004 – Santo Amaro da Imperatriz – Vigário da casa

Para ele, um tio padre e quatro tias religiosas tiveram muita influência em sua vocação. “Quase todas as famílias daquela região tinham um ou mais filhos na vida religiosa. Minha primeira professora foi uma Irmã Catequista, que se interessava por todos que manifestassem vontade de seguir a vida religiosa ou sacerdotal. Mas, certamente, os padres que vinham celebrar na nossa capela também influenciaram minha vocação. Eram os padres franciscanos de Rodeio. Com as longas vestes, paciência com a mula que os trazia, o carinho do povo e, principalmente, com as crianças, tudo isso me impressionava”, recordava. “Desde pequeno, desde quando me lembro, sempre falava em ser padre… Antes mesmo de ir à escola, já falava em ser padre, pelas influências acima descritas: tio padre, tias freiras etc”.

Em 1948, ingressou no Seminário Nossa Senhora de Fátima, em Rodeio, para fazer as 3ª e 4ª séries. Passou depois por Rio Negro, onde concluiu o ensino fundamental e depois por Agudos, onde concluiu o Ensino Médio.

Frei Faustino se definia como uma “pessoa calma” e que gostava de estudar todos os detalhes da sua ação. Procurava ser acolhedor, mas reconhecia que sua timidez, “marca que trago da infância”, não ajudava, principalmente quando tinha que ir a festas. “Deixava de fazer muitas coisas por timidez. Em parte superei isso, mas ficaram muitos resquícios que atrapalharam muito o meu trabalho”, revelou. Frei Faustino prezava pela pontualidade. “Procuro sempre ser compreensivo e condescendente com as falhas e limitações dos outros, mas não admito falta de empenho, de organização, de diálogo. Às vezes, ofendo pela sinceridade”, revelava. Frei Faustino gostava de trabalhar com o povo simples do meio rural.

Mas quando veio para Santo Amaro da Imperatriz, em 2001, esteve diante do seu maior pesadelo: amputar a perna direita devido a uma queda no canteiro do convento, que estourou veias e tendões. “Era domingo de Ramos. Eu fiquei ainda uma semana com a perna enfaixada até ser operado no sábado de aleluia. O médico chegou e me disse que se quisesse salvar a vida e a outra perna, precisava amputar. Eu sentia muita dor e gritava dia e noite. Depois da cirurgia, as dores passaram”, contou o frade nesta entrevista (2006).

Segundo Frei Tomelin, naquele momento não deu para imaginar as consequências. “Lembro que me mandaram uma psicóloga para conversar comigo. Ela disse: ‘Mandaram-me aqui para falar com o sr’. Dsse-lhe: ‘Senta aí. Qual é o seu problema?’ (risos)”, brincou o frade, reconhecendo: “Depois, quando gente vê as limitações, e, muitas vezes, a maneira de ser tratado, é duro…”.

A partir de 2001, Frei Faustino foi orientador espiritual da Pastoral da Mãe Peregrina de Schönstatt, quando esta se iniciou na Paróquia de Santo Amaro.

Diariamente, Frei Tomelin celebrava a Santa Missa na residência dos frades, onde participavam fiéis da comunidade. Ele também celebrava na Matriz de Santo Amaro e nas suas comunidades.

R.I.P

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