Quem somos - Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil - OFM

Frei Fernando Jansen da Silva Mello

* 10.12.1927     + 14/06/2011

Notícia de Frei Fernando Araújo, guardião da Fraternidade São Francisco – ITF, Petrópolis:

“São 0h25 da manhã de 15 de junho. Venho por meio deste e-mail informar que o Fr. Fernando Jansen faleceu ontem, dia 14 de junho, ao fim da tarde.

Depois do jantar os confrades Fr. Ludovico e Fr. Moser foram a seu quarto, pois sentiram sua falta à mesa. Bateram em sua porta mas ele não atendeu. Em seguida ligaram para mim, que estava dando aulas no curso do Fr. Neylor, lá no Rio de Janeiro. Quando cheguei, abri a porta do quarto dele e o encontrei já falecido. Ainda não temos o laudo médico informando a causa-mortis. Isso me surpreendeu, pois hoje ele estava animado, conversando muito comigo antes do almoço. No entanto ele há alguns dias falava muito na morte. Tudo indica que morreu dormindo”.

Frei Fernando será velado na capela do ITF. A missa de corpo presente será hoje às 15h00. Em seguida, Frei Fernando será sepultado no mausoléu dos frades do Convento do Sagrado, em Petrópolis.

Dados pessoais e formação

• Nascido aos 10.12.1927, em Santo Amaro da Purificação – BA (83 anos de idade);
• 17.09.1963 – admissão à Ordem III, em Rio Negro-PR;
• 18.09.1964 – profissão na Ordem III (46 anos de Vida Franciscana);
• 18.12.1966 – admissão ao Noviciado da Ordem I, em Rodeio, SC;
• 20.12.1967 – primeira profissão;
• 07.07.1969 – profissão solene;
• 28.01.1968 – Petrópolis;
• 06.03.1972 – São Paulo – Pari;
• 20.12.1976 – Agudos – Seminário;
• 03.12.1979 – São Paulo – S. Francisco – porteiro;
• 25.06.1980 – São Paulo – Pari – porteiro;
• 04.07.1986 – Curitiba – porteiro;
• 14.04.1993 – Petrópolis – São Francisco – pintor, serviços gerais;

ENTREVISTA CONCEDIDA EM 2007
FREI FERNANDO JANSEN: VOCAÇÃO E ARTE

Auto-retrato de Frei Fernando 
Por Moacir Beggo

Ao conhecer o modo e a vida dos franciscanos quando fez fotos na clausura do Convento Santo Antônio, no Rio de Janeiro, a vida do baiano Fernando Jansen da Silva Mello mudou da água para o vinho. “Eu tinha muita vontade de entrar na clausura, que naquele tempo (anos 60) era proibida a qualquer leigo. Mas, um dia, fui convidado a fotografar o Convento para uma revista vocacional. Aí registrei todo o pessoal trabalhando na cozinha, no jardim, na alfaiataria. Todos eram irmãos e trabalhavam de hábitos. Fiquei muito impressionado com aquela doação e resolvi experimentar”, lembra Frei Fernando, natural de Santo Amaro da Purificação.

A arte da fotografia aproximou Fernando de São Francisco de Assis e, mais tarde, como frade, viu que a arte era parte de sua vida.  Em 68, quando foi transferido para o Convento do Sagrado, em Petrópolis, começou a pintar como autodidata.

Ele conta que sentiu dificuldades nesta fase inicial e veio estudar em São Paulo. Mais tarde fundou sua escola em Curitiba e não parou mais de se dedicar à pintura.

Frei Fernando vive hoje no Instituto Teológico Franciscano (ITF) de Petrópolis, onde tem seu ateliê. Conheça um pouco mais, nesta entrevista,  este artista franciscano.

Da Bahia para a vida religiosa

Em 1950, fiz um concurso em Salvador e me chamaram para trabalhar em São Paulo, onde fiquei durante cinco anos. Depois, pedi demissão e resolvi viajar um pouco pelo Sul em busca de uma proposta melhor de emprego. Fui até Porto Alegre, onde morei um ano. Mas minha mãe adoeceu – era câncer – e resolvi voltar para Salvador, para ficar com ela. Depois de seis meses, ela faleceu e resolvi voltar para o Rio Grande do Sul. No caminho, parei no Rio, onde tinhas dois irmãos, e eles me seguraram ali. Resultado: morei no Rio por sete anos. Neste período, comecei a trabalhar também com fotografia e fui convidado para fotografar o Convento Santo Antônio para uma revista vocacional. Fiz as fotografias e fiquei muito grato porque tinha muita vontade de entrar na clausura, que naquele tempo era proibida a qualquer leigo. Fiz fotos do pessoal trabalhando na cozinha, no jardim, na alfaiataria. Todos eram irmãos e trabalhavam de hábitos. Aí eu fiquei muito impressionado com aquela doação e resolvi experimentar a vida religiosa. Era o tempo de Frei Clímaco, nos anos 60”.

O ingresso na Vida Franciscana

“Era uma vocação adulta, tanto que na época era noivo. Mas desmanchei o noivado e fiquei livre para fazer esta experiência. Queria ser irmão leigo. Depois de seis meses, em 1962, deram a resposta positiva e fui para São Sebastião como postulante. De lá me mandaram para a Rodeio, como irmão terceiro. Nesta época, o mestre Frei Hugolino Back disse que não tínhamos formação e atrapalhávamos muito os noviços clérigos. Aí nos mandou para Rio Negro, que era naturalmente o lugar em que os irmãos-terceiros ficavam três anos no regime de formação. Passados quatro anos – eu fiquei mais um ano  porque era professor dos irmãos de português, inglês e matemática –, fui fazer o Noviciado para a Ordem Primeira, em 1967. Fiz o Noviciado – aí já era com o Mestre Frei Basílio Prim – e ganhei a primeira transferência para o Convento do Sagrado, em Petrópolis, onde fiquei 4 anos”.

Autodidata

“Quando comecei a pintar como autodidata, senti muita dificuldade e resolvi estudar. Mas aqui (em Petrópolis) não tinha escola de pintura e pedi transferência para São Paulo, onde fui estudar na Escola Contemporânea de Artes, do artista plástico Eunibaldo Tinoco. Eu sentia muita dificuldade em desenhar porque aprendi lidar mais com as cores, mas não tinha, vamos dizer assim, noção de desenho. Entrei direto na pintura. Resolvi estudar desenho – e também pintura – com uma professora particular. Jane Bloomberg. Era israelita e ficamos muitos amigos. Estudei oito anos com ela. Devido a isso, ajudava a ensinar os alunos”.

De aluno para mestre

“Depois disso, fui transferido para a Curitiba, onde abri a minha própria escola. O Bom Jesus me cedeu uma sala de catequese grande e tinha uma média de 8 ou 10 alunos em cada turma, chegando a ter um total de 200 alunos. Em sete anos em Curitiba, me expandi e trabalhei muito.

Arte de improvisar

“Eu sou muito criativo. Então, enjoava de fazer mais de três quadros na mesma linha. Automaticamente passava para outra técnica ou estilo. Em São Paulo, já comecei a diversificar o meu trabalho, porque queria dar aula. Não gostava de planejar. Gostava de improvisar na própria tela”.

Estilo

“Gosto, valorizo, aprecio, respeito, admiro os pintores de estilo clássico, mas não tenho esta tendência. Dificilmente vou além de três horas para pintar um quadro. Minha pintura é rápida, improvisada. Quando acho que está bom, termino e já assino. Mais tarde, procurando na literatura, vi outros pintores como eu. Mas eu não copiei ninguém”.

Arte sacra

“Não fiquei exclusivamente na pintura a religiosa. Pintei muita imagens, principalmente de Cristo e São Francisco. Lembrei de uma história curiosa. O Bispo de Curitiba, D. Pedro Fedalto, visitou o meu ateliê um dia e viu um nu feminino que tinha pintado. Disse: “Frei, você precisa pintar mais São Francisco de hábito”. Achei graça e disse que a gente não deveria ter vergonha de pintar aquilo que Deus não teve vergonha de criar. E ele ainda brincou comigo: “É, poderia pôr um ‘paninho’ para não pegar poeira” (risos)

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