* 29.11.1908 †12.12.2007
Frei Pascoal Fusinato comunicou o falecimento do confrade Frei Eugênio, ocorrido por volta das 16h15, no Hospital Santa Isabel, em Blumenau. Minutos antes, Frei Pascoal havia feito as orações e estava em sua companhia. Esteve internado no hospital aproximadamente por três meses, desde que sofreu uma queda e teve fratura no fêmur. Recuperou-se bem da fratura. Posteriormente, teve problemas com a deglutição e afogava-se facilmente com os alimentos e líquidos. Com a fisioterapia foi se recuperando gradativamente e passou a se alimentar muito bem.
Durante este período, nunca se queixou da saúde ou de seu estado, mas frequentemente repetia aos confrades e à sua acompanhante, Sra. Elza Helena Castellani, que era uma pessoa muito feliz. Na semana passada, estava com os pulmões muito congestionados, de modo que, por duas ou três vezes ao dia submetia-se à aspiração. Com isso, deixou de se alimentar com regularidade e o processo de infecção pulmonar avançou sempre mais. Na manhã do dia 7, Frei Pascoal regressando da celebração dos jubileus em Rondinha, esteve com ele e administrou a unção dos enfermos.
Foi a única ocasião em que Frei Eugênio se manifestou dizendo que não estava bem. “Por volta das 14 horas deste dia 7, eu, Frei Regis, em companhia do Moacir Beggo e de Frei Germano Guesser, viemos visitá-lo. Na porta do armário do quarto ainda estavam os cartões e as mensagens do seu aniversário natalício (99 anos), celebrado pelos confrades no dia 29 de novembro. Fui entregar sua vela jubilar dos 77 anos de vida franciscana e transmitir a ele nosso carinho, apoio e comunhão fraterna, em nome dos demais jubilados e de toda a Província. Disse a ele que, na missa dos jubileus em Rondinha, nós todos nos lembramos de sua pessoa e rezamos por seu conforto espiritual.
Estava consciente e ouviu tudo com muita atenção. Quando abri o papel e lhe entreguei sua vela decorada, ele esboçou uma reação de alegria: “Oh!”. Quando eu disse que nós queríamos rezar com ele, pediu que acendêssemos a vela jubilar. E assim fizemos. Depois da oração, eu e Frei Germano lhe demos a Bênção de São Francisco”. “Em nome da Província e dos confrades de Blumenau, agradeci a Frei Eugênio por tudo o que ele significa para nós, como pessoa humana, como religioso exemplar, e pelo testemunho límpido de fidelidade a Deus. Aproveitei a ocasião para também agradecer sua acompanhante, Sra. Elza Helena Castellani, que cuidou dele durante todo este tempo. Ela é natural de Olivença, RO, e estava desempregada em Blumenau, sem casa e família. Cuidou de uma senhora que veio a falecer e depois conheceu os frades e passou a cuidar de Frei Eugênio. Por duas vezes, quando falava do confrade, se emocionou, dizendo: “Ele é muito bonzinho. Não reclama de nada. Colabora com tudo, principalmente quando vou lhe dar o banho”. Frei Regis Daher
O Frade Menor
Por questão de tempo e brevidade e para não atrasar o envio do boletim aos confrades e fraternidades, vamos detalhar nas Comunicações do mês de dezembro, o signifcado mais abrangente e profundo deste nosso confrade.
Por hora, basta dizer que ele é um daqueles raros ícones de vida franciscana, que se tornou uma referência para muitas gerações, daqueles valores mais essenciais da nossa forma de vida. Neste triênio jubilar da Ordem, quando somos convidados a contemplar e buscar o vigor daquela “graça das origens”, talvez a vida e o testemunho de Frei Eugênio Schuch sejam para nós a comprovação, em “carne e osso”, daquilo que São Francisco nos deixou como sua herança mais valiosa.
Descanse em paz!
Dados Pessoais e formação
• 29.11.1908 – Nascimento, em Angelina, SC.
• 22.01.1931 – Vestição na Ordem Terceira.
• 23.01.1932 – Profissão na Ordem Terceira.
• 14.02.1935 – Vestição na Ordem Primeira.
• 20.02.1936 – Profissão na Ordem Primeira.
• 20.02.1939 – Profissão solene na Ordem dos Frades Menores.
Atividades
• 1930-1931 – Rodeio, SC – lavoura.
• 1932-1934 – Lages, SC – Sacristão e Porteiro.
• 1935 – Rodeio – Sacristão e Jardineiro.
• 1936-1940 – Lages – Sacristão e Jardineiro.
• 1941-abril 1943 – Amparo – Sacristão e Jardineiro.
• Maio 1943-1951 – Quissamã, RJ – Porteiro e síndico do Convento.
• 1952-1953 – Curitiba, PR – Cozinheiro.
• 1954-1958 – Rio Negro, PR – Padeiro.
• 1959-1961 – Petrópolis, RJ – Padeiro e trabalhos domésticos.
• 1962 (janeiro-junho) – Palmas, PR – Porteiro.
• 1962 (julho)-1979 – Rodeio, SC – Padeiro e trabalhos domésticos.
• 1980-2007 – Confecção de hóstias, sacristão, zelador e “anjo da guarda” da Fraternidade.