Especial Santo Antônio de Sant’Anna Galvão
- Apresentação
- Cronologia da vida de Frei Galvão
- Homilia do Papa João Paulo II na Concelebração Eucarística para a Beatificação de Frei Galvão
- Homilia do Papa Bento XVI na Canonização de Frei Galvão
- Uma vida no Convento São Francisco, em São Paulo
- O santo que conheceu a colher de pedreiro
- Os dons de Frei Galvão
- A Virgem milagrosa doada por Frei Galvão
- Aspectos da Espiritualidade e do Apostolado
- Cinquenta Invocações a Frei Galvão
- As Pílulas de Frei Galvão
- Festa de Frei Galvão 2025, em Guaratinguetá
- Tema e inspirações para a Festa de Frei Galvão
- Subsídios pastorais e litúrgicos para a celebração do dia 25 de outubro
- Um hino que nasce da espiritualidade da Paz
- Textos poéticos alusivos a Frei Galvão
Apresentação
Frei Antônio de Sant’Anna Galvão (1739–1822) nasceu em Guaratinguetá (SP) e dedicou sua vida ao serviço dos pobres e necessitados. Seus pais, Antônio Galvão de França e Isabel Leite Barros, deram aos seus 11 filhos profunda educação religiosa, exemplo de integral vida cristã e amor aos pobres. Na vida religiosa, Frei Galvão destacou-se pela simplicidade franciscana e pelo espírito de caridade.
A fé do povo e os milagres comprovados levaram à canonização desse filho do Vale do Paraíba no dia 11 de maio de 2007, pelo Papa Bento XVI, em uma grande celebração no Campo de Marte, em São Paulo. Desde então, passou a ser chamado de Santo Antônio de Sant’Anna Galvão, ou simplesmente Frei Galvão, como é carinhosamente louvado e reconhecido pelos seus devotos, antes mesmo de a Igreja reconhecê-lo como Santo.
Liturgicamente, o primeiro Santo brasileiro é celebrado em 25 de outubro, data da sua beatificação pelo saudoso Papa João Paulo II, que deu a ele o título de “Homem da Paz e da Caridade”.
Frei Galvão morreu em 23 de dezembro de 1822 e está sepultado no Mosteiro da Luz, na cidade de São Paulo. Contudo, este santo brasileiro, que era frade desta Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil, viveu 60 anos no Convento São Francisco, no Largo São Francisco, também na capital paulista.
Na homilia de sua canonização, o Papa Bento XVI disse: “Significativo é o exemplo do Frei Galvão pela sua disponibilidade para servir o povo sempre quando era solicitado. Conselheiro de fama, pacificador das almas e das famílias, dispensador da caridade especialmente dos pobres e dos enfermos. Muito procurado para as confissões, pois era zeloso, sábio e prudente. Uma característica de quem ama de verdade é não querer que o Amado seja ofendido, por isso a conversão dos pecadores era a grande paixão do nosso Santo. A Irmã Helena Maria, que foi a primeira ‘recolhida’ destinada a dar início ao ‘Recolhimento de Nossa Senhora da Conceição’, testemunhou aquilo que Frei Galvão disse: “Rezai para que Deus Nosso Senhor levante os pecadores com o seu potente braço do abismo miserável das culpas em que se encontram”. Possa essa delicada advertência servir-nos de estímulo para reconhecer na misericórdia divina o caminho para a reconciliação com Deus e com o próximo e para a paz das nossas consciências”.
Assim como São Francisco de Assis, São Frei Galvão, também dedicou sua vida ao Evangelho, no seguimento e Jesus Cristo, levando por onde passou a paz e o bem.
Neste Especial você terá mais detalhes sobre este Santo que está presente na devoção do povo brasileiro.
Cronologia da vida de Frei Galvão

1739 – Nasce em Guaratinguetá Antônio Galvão de França – o futuro Santo Antônio Santana Galvão.
1752 – Ingressa no Seminário de Belém da Cachoeira, mantido pelos Jesuítas na Bahia, com 13 anos.
1755 – Morre a Mãe, Dona Isabel Leite de Barros.
1757 – O jovem seminarista regressa a Guaratinguetá, permanecendo 2 anos com família.
1760 (15 de abril) – Orientado pelos franciscanos do Convento Santa Clara de Taubaté, ingressa na Ordem de São Francisco, recebe o hábito franciscano e inicia o período de Noviciado, no Convento de São Boaventura de Macacu, Porto das Caixas (Itaboraí), Capitania do Rio de Janeiro.
1761 (16 de abril) – Professa solenemente na Ordem franciscana e jura dar a vida, se necessário for, para defender o privilégio da Imaculada Conceição de Maria Santíssima.
1762 (11 de julho) – É ordenado Sacerdote no Rio de Janeiro e celebra sua 1ª Missa Solene em Guaratinguetá.
1762 (24 de julho) – Transferido para o Convento São Francisco, em São Paulo, continua seus estudos de Filosofia e Teologia.
1766 (9 de novembro) – Com 27 anos de idade, consagra-se como filho e perpétuo escravo de Nossa Senhora, assinando com o próprio sangue o documento consagração.
1768 (23 de julho) – Concluídos os estudos de Filosofia e Teologia, é nomeado Confessor, Pregador e Porteiro do Convento São Francisco.
1769 ou 1770 – É nomeado Confessor do Recolhimento de Santa Teresa, onde conhece a irmã Helena Maria do Espírito Santo.
1770 (30 de junho) – Falece o Capitão-mor Antônio Galvão de França, pai de Frei Galvão.
1770 (25 de agosto) – Participa da fundação, da solene sessão da “Academia dos Felizes”, primeira Academia de Letras de São Paulo.
1774 (2 de fevereiro) – Funda, com Madre Helena Maria do Espírito Santo, o Recolhimento da Luz, protegido pelo Governador da Capitania, Dom Luís Antônio de Sousa Botelho e Mourão, o Morgado de Mateus.
1775 (23 de setembro) – Morre Madre Helena do Espírito Santo.
1775 (29 de junho) – O Governador Martim Lopes decreta o fechamento de Recolhimento da Luz.
1775 (agosto) – O Recolhimento é reaberto.
1776 (9 de agosto) – Frei Galvão é nomeado Comissário da Ordem Terceira de São Francisco de Assis (atual Ordem Franciscana Secular).
1777 – É nomeado visitador do Convento São Luiz de Tolosa de Itu.
1779 – É novamente designado Comissário da Ordem Terceira, mas somente exerce o primeiro ano desse mandato.
1780 – É condenado ao desterro no Rio de Janeiro, pelo injusto e arbitrário Governador Martim Lopes, que, pressionado pela população, revoga o decreto de exílio. Frei Galvão retorna a São Paulo em triunfo.
1781 (6 de outubro) – É nomeado Mestre de Noviços e Presidente no Convento de São Boa¬ventura de Macacu, mas o Bispo de São Paulo e a Câmara conseguem impedir que ele se afaste da cidade .
1788 (25 de março) – As religiosas da Luz, até então instaladas em construções provisórias, transferem-se para o novo e amplo edifício, projetado e construído por Frei Galvão, que dá às religiosas os Estatutos por ele elaborados.
1796 – Recebe o privilégio de uma Presidência e uma Guardiania.
1792 – É mais uma vez nomeado Comissário da Ordem Terceira de São Francisco. Ao que parece, não chegou a assumir a funçâo.
1798 (24 de março) – É eleito Guardião (superior) do Convento de São Francisco, na capital paulista. O Bispo e a Câmara Municipal, receosos de que as novas funções o impeçam de prosseguir suas atividades no Recolhimento da Luz, intercedem para que ele seja dispensado da nomeação. Mas os superiores o mantém como Guardião e Capelão da Luz.
1801 – É reeleito Guardião de seu Convento.
1802 (9 de abril) – Recebe o privilégio de definidor (Conselheiro do Pe. Provincial, sem precisar ausentar-se de São Paulo).
1802 (15 de agosto) – Depois de 28 anos de esforços de Frei Galvão, é inaugurado e abençoado o Recolhimento da Luz.
1804 – É nomeado Visitador do Convento franciscano de Taubaté e de Itu.
1807 – Nomeado Visitador Geral e Presidente do Capítulo provincial de sua Ordem, mas renuncia a esses cargos por motivos de saúde.
1808 – Recebe a nomeação para Visitador dos Conventos do Sul pelo provincial Frei Antônio de Santa Úrsula Rodoalho. Vai em Missão a Piraí do Sul, onde deixa de presente uma estampa de Maria Santíssima (Da devoção desta estampa, nasce o Santuário das Brotas). Mas depois renuncia ao cargo.
1811 (25 de agosto) – Funda em Sorocaba o Recolhimento de Santa Clara.
1812 – Depois de 11 meses em Sorocaba, retorna a São Paulo.
1819 (por volta de) – Por graves problemas de saúde, passa a residir na Luz, com autorização do Bispo e de seus superiores franciscanos.
1822 (23 de dezembro) – Morre aos 83 anos de idade e é sepultado no presbitério da Igreja do Mosteiro da Luz.
1922 – Solene comemoração do centenário de sua morte em São Paulo.
1928 – 1ª biografia escrita por madre Oliva Maria de Jesus.
1938 (5 de junho) – Início do 1º processo de beatificação de Frei Galvão (Frei Adalberto Ortmann,OFM) nomeado por Dom Duarte Leopoldo e Silva.
1949 – 2º processo: Dom Carlos Vasconcelos Mota constitui um Tribunal eclesiástico para a causa da beatificação. Postulador Frei Dagoberto Romag.
1969 (23 de dezembro) – 3º processo: Dom Agnelo Rossi reabre o processo.
1980 (23 de novembro) – 4º processo: Dom Paulo Evaristo Arns retoma com firme decisão o andamento do processo, que só dá largos passos quando assume a causa a irmã Célia Cadorim em 1990.
1991 (5 de fevereiro) – Solene exumação dos restos mortais de Frei Galvão.
1996 – Frei Galvão é declarado “venerável”.
1997 (8 de abril) – É aprovada a beatificação.
1998 (25 de outubro) – Solene Beatificação de Frei Galvão, na Praça de São Pedro, em Roma, pelo Papa João Paulo II.
2007 (11 de maio) – Canonização de Santo Antônio de Sant’Ana Galvão no Campo de Marte em São Paulo pelo Papa Bento XVI.
Homilia do Papa João Paulo II na Concelebração Eucarística para a Beatificação de Frei Galvão

25 de Outubro de 1998
1. “Ouçam os humildes e alegrem-se” (Sl 33, 3).
Com estas palavras, a liturgia hodierna convida-nos à alegria, enquanto rendemos graças ao Senhor pelo dom dos novos Beatos. A alegria da Igreja exprime-se no cântico de louvor, que a assembleia eleva ao céu. Sim, os humildes ouçam e se alegrem considerando as obras que Deus realiza na vida dos Seus servos fiéis. A Igreja, que é o “Povo dos humildes”, escuta e alegra-se, porque nestes seus membros, incluídos entre os Beatos, vê refletido o amor misericordioso do Pai celeste. Com a liturgia, fazemos nossas as palavras inspiradas de Jesus: “Bendito és Tu, Pai, Senhor do céu e da terra, porque aos pequeninos revelaste os mistérios do reino dos céus” (Aclamação ao Evangelho).
Os “pequeninos”: como é diferente a lógica dos homens em relação à divina! Os “pequeninos”, segundo o Evangelho, são as pessoas que, sabendo ser criaturas de Deus, são avessas a qualquer presunção: colocam toda a sua expectativa no Senhor e por isso jamais se desiludem. Esta é a atitude fundamental do crente: fé e humildade são inseparáveis. Prova disto é também o testemunho prestado pelos novos Beatos: Zeferino Agostini, Antônio de Sant’Anna Galvão, Faustino Míguez e Teodora Guerin. Quanto mais uma pessoa é grande na fé tanto mais se sente “pequenina”, à imagem de Cristo Jesus, o qual, «sendo de condição divina… Se despojou a Si mesmo “ (Fl 2, 6-7) e veio ao meio dos homens como seu servo.
2. Para nós os novos Beatos são exemplos a imitar e testemunhas a seguir. Eles confiaram em Deus. A sua existência demonstra que a força dos pequeninos é a oração, como ressalta a Palavra de Deus deste Domingo. Os Santos, os Beatos são antes de tudo homens e mulheres de oração, bendizem o Senhor em todo o tempo, nos seus lábios há sempre louvor; bradam e o Senhor escuta-os, salva-os de todas as suas angústias, como nos recordou o Salmo responsorial (cf. Sl 33, 2.18). A sua oração penetra as nuvens, é incessante, não se cansa nem diminui, enquanto o Altíssimo não intervir (cf. Eclo 35, 16-18).
A força orante dos homens e das mulheres espirituais é sempre acompanhada pelo sentimento vivo da própria limitação e indignidade. É a fé, e não a presunção, que alimenta nos discípulos de Cristo a coragem e a fidelidade. Eles, como o apóstolo Paulo, sabem que o Senhor reserva a coroa da justiça para todos os que esperam com amor a Sua manifestação (cf. 2 Tm 4, 8).
3. “O Senhor assistiu-me e deu-me forças” (2 Tm 4, 17). Estas palavras do Apóstolo a Timóteo bem se aplicam ao Padre Zeferino Agostini o qual, embora entre inúmeras dificuldades, jamais perdeu a coragem. Ele é-nos apresentado hoje como humilde e firme testemunha do Evangelho no fecundo período da Igreja de Verona nos meados do século XIX. Sólida foi a sua fé, eficaz a sua ação caritativa e ardente o espírito sacerdotal que o distinguiu.
O amor do Senhor impeliu-o no seu apostolado voltado para os mais pobres, e em particular para a educação cristã das jovenzinhas, especialmente as mais necessitadas. Ele compreendeu bem a importância da mulher como protagonista do saneamento da sociedade, nos seus papéis de educadora para os valores da liberdade, da honestidade e da caridade.
Recomendava às Ursulinas, suas filhas espirituais: “As meninas pobres sejam o mais caro objeto dos vossos cuidados, das vossas atenções. Sensibilizai as suas mentes, educai para a virtude o seu coração, salvai as suas almas do funesto contato do mundo perverso” (Scritti alle Orsoline, 289). Possa o seu exemplo constituir um válido encorajamento para quantos hoje o honram como Beato e o invocam como protetor.
4. “O Senhor me assistiu e me deu forças, para que, por meu intermédio, a mensagem do Evangelho fosse plenamente proclamada” (2 Tm 4, 17).
Esta mensagem de S. Paulo a Timóteo reflete bem a vida do Frei Antônio de Sant’Anna Galvão, que quis corresponder à própria consagração religiosa, dedicando-se com amor e devotamento aos aflitos, aos doentes e aos escravos da sua época no Brasil.
Demos graças a Deus pelos contínuos benefícios outorgados pelo poderoso influxo evangelizador a que o Espírito Santo deu vida até hoje em tantas almas através do Frei Galvão. Sua fé genuinamente franciscana, evangelicamente vivida e apostolicamente gasta no serviço ao próximo, servirá de estímulo para o imitar como “homem da paz e da caridade “. A missão de fundar os Recolhimentos dedicados a Nossa Senhora e à Providência continua produzindo frutos surpreendentes: ardoroso adorador da Eucaristia, mestre e defensor da caridade evangélica, prudente conselheiro da vida espiritual de tantas almas e defensor dos pobres. Que Maria Imaculada, de quem Frei Galvão se considerava “filho e perpétuo escravo”, ilumine os corações dos fiéis e desperte a fome de Deus até à entrega ao serviço do Reino, mediante o próprio testemunho de vida autenticamente cristã.
5. “Quem se humilha será exaltado” (Lc 18, 14). Ao elevar à glória dos altares o sacerdote escolápio Faustino Míguez, cumprem-se estas palavras de Jesus que escutámos no Evangelho. O novo Beato, renunciando às próprias ambições, seguiu Jesus Mestre e consagrou a sua vida à educação das crianças e dos jovens, conforme o estilo de São José de Calasanz. Como educador, a sua meta foi a formação integral da pessoa. Como sacerdote, buscou sem cessar a santidade das almas. Como cientista, quis aliviar a enfermidade libertando a humanidade que sofre no corpo. Na escola e na rua, no confessionário e no laboratório, o Padre Faustino Míguez foi sempre transparência de Cristo, que acolhe, perdoa e anima.
“Homem do povo e para o povo», nada nem ninguém lhe esteve alheio. Constatou a situação de ignorância e marginalização em que vivia a mulher, a quem considerava a «alma da família e a parte mais interessante da sociedade”. Com a finalidade de a guiar desde a infância pelo caminho da promoção humana e cristã, fundou o Instituto Calasanziano das Filhas da Divina Pastora, dirigido para a educação das meninas na piedade e nas letras.
O seu exemplo luminoso, entretecido de oração, estudo e apostolado, prolonga-se hoje no testemunho das suas filhas e de tantos educadores que trabalham com denodo e alegria, para gravar a imagem de Jesus na inteligência e no coração da juventude.
6. “O Senhor assistiu-me e deu-me força a fim de que a palavra fosse anunciada por mim e os gentios a ouvissem” (2 Tm 4, 17). Nestas palavras dirigidas a Timóteo, São Paulo olha para trás através dos anos do seu trabalho apostólico, e afirma a sua esperança no Senhor diante das adversidades. As palavras do Apóstolo estavam gravadas no coração da Madre Teodora Guerin quando deixou a França, terra natal, em 1840, com outras cinco companheiras, para enfrentar as incertezas e perigos do território de fronteira da Indiana. A sua vida e o seu trabalho foram sempre guiados pela mão segura da Providência, na qual depositava plena confiança. Tinha entendido que devia dedicar-se plenamente ao serviço de Deus, procurando sempre a Sua vontade. Apesar das dificuldades e incompreensões iniciais, e dos sucessivos sofrimentos e aflições, ela sentia profundamente que Deus havia abençoado a sua Congregação das Filhas da Providência, fazendo-a crescer e forjando a união dos corações entre os seus membros. Nas escolas e orfanatos da Congregação, o testemunho da Madre Teodora levou muitas jovens e moças a conhecerem a solicitude amorosa de Deus na própria vida.
Hoje, ela continua a ensinar aos cristãos a abandonarem-se à providência do nosso Pai celeste e a dedicarem-se totalmente a fazer aquilo que Lhe é agradável. A vida da Beata Teodora é um testemunho de que, com Deus e por Deus, tudo é possível. Oxalá as suas filhas espirituais e todos os que fizeram a experiência do seu carisma, vivam hoje aquele mesmo espírito!
7. Caríssimos Irmãos e Irmãs, vindos de várias partes do mundo para esta festiva Celebração, saúdo-vos cordialmente e agradeço a vossa presença!
O testemunho oferecido pelos novos Beatos seja para nós um encorajamento a prosseguirmos com generosidade pela estrada do Evangelho. Ao olhar para eles que encontraram graça junto de Deus pela humilde submissão à Sua vontade, possa o nosso espírito sentir-se impelido a seguir o Evangelho com paciente e constante generosidade.
“Aquele que adora a Deus com alegria será bem recebido, e a sua oração chegará até às nuvens” (Eclo 35, 16). Eis a grande lição que estes nossos irmãos nos oferecem: honrar, amar e servir a Deus com toda a vida, conscientes sempre de que “aquele que se exalta ser á humilhado, e quem se humilha será exaltado” (Lc 18, 14).
Deus abra a todos com liberalidade os tesouros da Sua misericórdia: Ele, que «ouve a oração do oprimido» (Eclo 35, 13); que “está perto dos aflitos do coração” (Sl 35, 19); que liberta os pobres “de todas as suas angústias” (ibid., v. 18), que dá satisfação aos justos e restabelece a equidade (cf. Eclo 35, 18). A Virgem Maria, Rainha de todos os Santos, obtenha para nós e para cada crente o dom da humildade e da fidelidade, a fim de que a nossa oração seja sempre autêntica e agradável ao Senhor.
Louvado seja Jesus Cristo!
Fonte: www.vatican.va
Homilia do Papa Bento XVI na Canonização de Frei Galvão
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Bendirei continuamente ao Senhor, seu louvor não deixará meus lábios” (Sl 33,2)
Alegremo-nos no Senhor, neste dia em que contemplamos outra das maravilhas de Deus que, por sua admirável providência, nos permite saborear um vestígio da sua presença, neste ato de entrega de Amor representado no Santo Sacrifício do Altar. Sim, não deixemos de louvar ao nosso Deus. Louvemos todos nós, povos do Brasil e da América, cantemos ao Senhor as suas maravilhas, porque fez em nós grandes coisas. Hoje, a Divina sabedoria permite que nos encontremos ao redor do seu altar em ato de louvor e de agradecimento por nos ter concedido a graça da Canonização do Frei Antônio de Sant’Anna Galvão.
Nesta solene celebração eucarística foi proclamado o Evangelho no qual Cristo, em atitude de grande enlevo, proclama: “Eu te bendigo, Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas coisas aos sábios e entendidos e as revelaste aos pequenos” (Mt 11,25). Por isso, sinto-me feliz porque a elevação do Frei Galvão aos altares ficará para sempre emoldurada na liturgia que hoje a Igreja nos oferece. Saúdo com afeto a toda a comunidade franciscana e, de modo especial, as monjas concepcionistas que, do Mosteiro da Luz, da Capital paulista, irradiam a espiritualidade e o carisma do primeiro brasileiro elevado à glória dos altares.
Demos graças a Deus pelos contínuos benefícios alcançados pelo poderoso influxo evangelizador que o Espírito Santo imprimiu em tantas almas através do Frei Galvão. O carisma franciscano, evangelicamente vivido, produziu frutos significativos através do seu testemunho de fervoroso adorador da Eucaristia, de prudente e sábio orientador das almas que o procuravam e de grande devoto da Imaculada Conceição de Maria, de quem ele se considerava “filho e perpétuo escravo”.
Deus vem ao nosso encontro, “procura conquistar-nos até à Última Ceia, até ao Coração trespassado na cruz, até as aparições e as grandes obras pelas quais Ele, através da ação dos Apóstolos, guiou o caminho da Igreja nascente” (Carta encl. Deus caritas est, 17). Ele se revela através da sua Palavra, nos Sacramentos, especialmente da Eucaristia. Por isso, a vida da Igreja é essencialmente eucarística. O Senhor, na sua amorosa providência deixou-nos um sinal visível da sua presença.
Quando contemplarmos na Santa Missa o Senhor, levantado no alto pelo sacerdote, depois da Consagração do pão e do vinho, ou o adorarmos com devoção exposto no Ostensório, renovemos com profunda humildade nossa fé, como fazia Frei Galvão em “laus perennis”, em atitude constante de adoração.
Na Sagrada Eucaristia está contido todo o bem espiritual da Igreja, ou seja, o mesmo Cristo, nossa Páscoa, o Pão vivo que desceu do Céu vivificado pelo Espírito Santo e vivificante porque dá Vida aos homens. Esta misteriosa e inefável manifestação do amor de Deus pela humanidade ocupa um lugar privilegiado no coração dos cristãos. Eles devem poder conhecer a fé da Igreja, através dos seus ministros ordenados, pela exemplaridade com que estes cumprem os ritos prescritos que estão sempre a indicar na liturgia eucarística o cerne de toda obra de evangelização. Por sua vez, os fiéis devem procurar receber e reverenciar o Santíssimo Sacramento com piedade e devoção, querendo acolher ao Senhor Jesus com fé e sempre, quando necessário, sabendo recorrer ao Sacramento da reconciliação para purificar a alma de todo pecado grave.
Significativo é o exemplo do Frei Galvão pela sua disponibilidade para servir o povo sempre quando era solicitado. Conselheiro de fama, pacificador das almas e das famílias, dispensador da caridade especialmente dos pobres e dos enfermos. Muito procurado para as confissões, pois era zeloso, sábio e prudente. Uma característica de quem ama de verdade é não querer que o Amado seja ofendido, por isso a conversão dos pecadores era a grande paixão do nosso Santo. A Irmã Helena Maria, que foi a primeira “recolhida” destinada a dar início ao “Recolhimento de Nossa Senhora da Conceição”, testemunhou aquilo que Frei Galvão disse: “Rezai para que Deus Nosso Senhor levante os pecadores com o seu potente braço do abismo miserável das culpas em que se encontram”. Possa essa delicada advertência servir-nos de estímulo para reconhecer na misericórdia divina o caminho para a reconciliação com Deus e com o próximo e para a paz das nossas consciências.
Unidos em comunhão suprema com o Senhor na Eucaristia e reconciliados com Deus e com o nosso próximo, seremos portadores daquela paz que o mundo não pode dar. Poderão os homens e as mulheres deste mundo encontrar a paz, se não se conscientizarem acerca da necessidade de se reconciliarem com Deus, com o próximo e consigo mesmos? De elevado significado foi, neste sentido, aquilo que a Câmara do Senado de São Paulo escreveu ao Ministro Provincial dos Franciscanos no final do século XVIII, definindo Frei Galvão como “homem de paz e de caridade”. Que nos pede o Senhor?: “Amai-vos uns aos outros como eu vos amo”. Mas logo a seguir acrescenta: que “deis fruto e o vosso fruto permaneça” (cf. Jo 15,12.16) E que fruto nos pede Ele, senão que saibamos amar, inspirando-nos no exemplo do Santo de Guaratinguetá?
A fama da sua imensa caridade não tinha limites. Pessoas de toda a geografia nacional iam ver Frei Galvão que a todos acolhia paternalmente. Eram pobres, doentes no corpo e no espírito que lhe imploravam ajuda.
Jesus abre o seu coração e nos revela o fulcro de toda a sua mensagem redentora: “Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida por seus amigos” (ib.v. 13). Ele mesmo amou até entregar sua vida por nós sobre a Cruz. Também a ação da Igreja e dos cristãos na sociedade deve possuir esta mesma inspiração. As pastorais sociais, se forem orientadas para o bem dos pobres e dos enfermos, levam em si mesmas este sigilo divino. O Senhor conta conosco e nos chama amigos, pois só aos que se ama desta maneira se é capaz de dar a vida proporcionada por Jesus com sua graça.
Como sabemos a V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano terá como tema básico: “Discípulos e missionários de Jesus Cristo, para que nele nossos povos tenham vida”. Como não ver então a necessidade de acudir com renovado ardor à chamada, a fim de responder generosamente aos desafios que a Igreja no Brasil e na América Latina está chamada a enfrentar?
“Vinde a mim, vós todos que estais aflitos sob o fardo, e eu vos aliviarei”, diz o Senhor no Evangelho (Mt 11,28). Esta é a recomendação final que o Senhor nos dirige Como não ver aqui este sentimento paterno, e ao mesmo tempo materno, de Deus por todos os seus filhos? Maria, a Mãe de Deus e Mãe nossa, se encontra particularmente ligada a nós neste momento. Frei Galvão assumiu com voz profética a verdade da Imaculada Conceição. Ela, a Tota Pulchra, a Virgem Puríssima, que concebeu em seu seio o Redentor dos homens e foi preservada de toda mancha original, quer ser o sigilo definitivo do nosso encontro com Deus, nosso Salvador.
Não há fruto da graça na história da salvação que não tenha como instrumento necessário a mediação de Nossa Senhora.
De fato, este nosso Santo entregou-se de modo irrevogável à Mãe de Jesus desde a sua juventude, querendo pertencer-lhe para sempre e escolhendo a Virgem Maria como Mãe e Protetora das suas filhas espirituais.
Queridos amigos e amigas, que belo exemplo a seguir deixou-nos Frei Galvão! Como soam atuais para nós, que vivemos numa época tão cheia de hedonismo, as palavras que aparecem na Cédula de consagração da sua castidade: “tirai-me antes a vida que ofender o vosso bendito Filho, meu Senhor”. São palavras fortes de uma alma apaixonada, que deveriam fazer parte da vida normal de cada cristão, seja ele consagrado ou não, e que despertam desejos de fidelidade a Deus dentro ou fora do matrimônio. O mundo precisa de vidas limpas, de almas claras, de inteligências simples que rejeitem ser consideradas criaturas objeto de prazer. É preciso dizer não àqueles meios de comunicação social que ridicularizam a santidade do matrimônio e a virgindade antes do casamento.
É neste momento que teremos em Nossa Senhora a melhor defesa contra os males que afligem a vida moderna; a devoção mariana é garantia certa de proteção maternal e de amparo na hora da tentação. Não será esta misteriosa presença da Virgem Puríssima, quando invocamos proteção e auxílio à Senhora Aparecida? Vamos depositar em suas mãos santíssimas a vida dos sacerdotes e leigos consagrados, dos seminaristas e de todos os vocacionados para a vida religiosa.
Agradeçamos a Deus Pai, a Deus Filho, a Deus Espírito Santo, dos quais nos vêm, por intercessão da Virgem Maria, todas as bênçãos do céu; este dom que, juntamente com a fé, é a maior graça que o Senhor pode conceder a uma criatura: o firme anseio de alcançar a plenitude da caridade, na convicção de que não só é possível, mas também necessária a santidade, cada um no seu estado de vida, para revelar ao mundo o verdadeiro rosto de Cristo, nosso amigo! Amém!
Uma vida no Convento São Francisco, em São Paulo

Desde que foi transferido para o Convento São Francisco de São Paulo, para fazer os estudos de Filosofia e Teologia, em 24 de junho de 1762, Frei Galvão não deixou mais a capital paulista. Até a sua morte, em 1822, ele viveu como frade do Convento. Mesmo residindo no Recolhimento da Luz, a partir de 1819, ele não deixou de ser frade com residência no Convento dos franciscanos. Para residir no recolhimento, teve autorização dos superiores franciscanos e do Bispo.
Portanto, durante 60 anos, Frei Galvão construiu uma história no Convento São Francisco.
O Convento São Francisco foi uma das grandes casas de formação para religiosos e candidatos ao clero secular. Os frades que lá moravam dedicavam-se a todos os tipos de trabalhos apostólicos, como também à pregação de missões populares pelo interior da Capitania.
Segundo o livro “História e Vida de Frei Galvão”, de Frei Paulo Back, durante esse tempo de estudos, em São Paulo, o jovem sacerdote Frei Antônio de Sant’Ana Galvão começou a chamar a atenção dos confrades franciscanos e dos fiéis, tanto pela sua piedade como pelas demonstrações de qualidades excepcionais de seu caráter. Tornou-se, assim, uma pessoa muito querida.
Em 23 de julho de 1768, o Capítulo Provincial atribui a Frei Galvão as tarefas de pregador, confessor e porteiro do Convento São Francisco. Nos capítulos de 1770 e 1773, Frei Galvão foi mantido por seus superiores nessas tarefas e funções.
Mais tarde ele foi nomeado para ser confessor do Recolhimento de Santa Teresa, primeira casa religiosa de vida contemplativa em São Paulo.
Foi eleito guardião do Convento São Francisco em 1798 e reeleito em 1801. Enquanto construía o novo Recolhimento da Luz, foi nomeado Definidor e Visitador dos Conventos do Sul, funções mais altas na hierarquia da Província franciscana.
O santo que conheceu a colher de pedreiro

Os operários da construção civil brasileira, especialmente os pedreiros, podem se orgulhar porque agora têm um Padroeiro. O primeiro santo brasileiro gastou 28 anos de sua vida usando a colher de pedreiro, além de traçar no papel ou em alguma tábua a planta do Recolhimento (hoje, Mosteiro) e da Igreja da Luz, em São Paulo!
Frei Antônio de Sant’Anna Galvão, além de franciscano, sacerdote e fundador, pode, ou melhor, deve ser apresentado também como construtor e invocado como padroeiro de quem ganha o pão trabalhando entre andaimes, erguendo paredes, construindo casas ou projetando prédios, como fazem os engenheiros, os pedreiros e os serventes de pedreiro.
O frade projetou e atuou nas obras do Mosteiro da Luz e da capela. As obras foram feitas em grande parte por doações e esmolas conseguidas por Frei Galvão e Madre Helena do Espírito Santo.
Em 1788 o conjunto adquire sua feição atual. Nessa época há a inauguração de novos claustros e transferência das irmãs. Em 1802 é inaugurada a nova igreja (parcialmente concluída).
Após a morte de Frei Galvão, em 1822, seu sucessor, Frei Lucas da Purificação, prossegue as obras, finalizando o Dourado da Capela e sua frente com uma torre ( o projeto de Frei Galvão eram de duas torres) e constrói o cemitério.
Em 1868, há a venda de parte do terreno ao governo provincial. Historiadores afirmam que as terras ocupadas pelo Recolhimento da Luz, chegavam até o Rio Tamanduateí. Nos terrenos vendidos foram construídos quarteis policiais.
Em 1929, o recolhimento foi incorporado canonicamente à Ordem da Imaculada Conceição, sendo assim elevado à categoria de Mosteiro.
A tela de Carlos Oswald imortalizou Frei Galvão exercendo a dura profissão de pedreiro, como os Evangelhos imortalizaram José e Jesus de Nazaré na profissão de carpinteiros.
As mãos que na Santa Missa erguiam ao Pai o Corpo e Sangue de Jesus para pedir misericórdia, erguiam também o tijolo e a colher com argamassa para o bem-estar dos homens, filhos de Deus.
Fontes: www. franciscanos.org / www.mosteirodaluz.org.br
Os dons de Frei Galvão

Frei Galvão conquistou fama de santo devido aos seus “poderes sobrenaturais” como andar sem pisar no chão, estar em dois locais ao mesmo tempo e prever acontecimentos. A seguir, algumas das histórias registradas no livro “Frei Galvão – sua terra e sua vida”, de Thereza Regina e Tom Maia.
Os fiéis e a chuva
Frei Galvão estava celebrando uma missa em frente à igreja de Santo Antônio quando, na hora do sermão, formou-se uma grande tempestade e os fiéis ameaçaram sair correndo. O frei pediu para que ficassem, pois nada aconteceria para eles. O temporal atingiu toda a cidade, menos o local onde eles estavam rezando.
O lenço
A família de um senhor de Taubaté, que estava doente e prestes a morrer, lembraram-no de que ele deveria fazer uma confissão. O homem disse que já havia se confessado com Frei Galvão, mas ninguém acreditou porque o frei não estava na cidade. Para provar que estava falando a verdade, ele tirou debaixo do travesseiro um lenço que o frei tinha esquecido ali na hora da confissão. Na época, os familiares acabaram acreditando porque o frei já tinha fama do poder de bilocação (estar em dois lugares ao mesmo tempo).
O frango do diabo
Em Itu, um escravo ficou doente e fez promessa que, caso sarasse, levaria alguns frangos para Frei Galvão. Quando foi curado, o escravo amarrou os frangos em uma vara, mas no meio do caminho três deles fugiram. Dois foram capturados rapidamente e o terceiro, um carijó, fugiu velozmente. O escravo gritou “volta, frango do diabo” e a ave se enroscou em uma moita de espinhos e foi capturada. Quando ele foi dar o presente, o frei aceitou todos os frangos, menos o carijó, “porque este frango já o deste ao diabo”.
Fonte: www.franciscanos.org
A Virgem milagrosa doada por Frei Galvão

Frei Clarêncio Neotti
Frei Galvão está estreitamente ligado ao povo do vale do Rio Piraí, no Estado do Paraná. Em 1808, Frei Antônio de Sant’Anna Galvão, já com 70 anos, fora nomeado visitador provincial dos conventos franciscanos do Sul.
Saindo de São Paulo, passou por Sorocaba e, continuando pela estrada dos tropeiros e boiadeiros, alcançou as margens do Piraí. Lá, encontrando algumas famílias, fez o que sempre fazia em suas viagens a pé. Estacionou para pregar.
Domiciliou-se em casa de Dona Ana Rosa Maria da Conceição e, por alguns dias, atendeu o povo. Na despedida, deixou com Dona Ana Rosa uma estampa de Nossa Senhora, animando-a a confiar na Mãe Imaculada, intercessora e capaz de todos os milagres.
Chegou a dizer-lhe que a estampa era milagrosa. A mulher colou a estampa numa cartolina, escreveu embaixo: “Lembrança do Frei Galvão” e a pôs numa moldura de madeira, provavelmente a moldura de um velho espelho quebrado. E foi diante dela que Dona Ana Rosa passou a fazer suas orações.
A estampa doada por Frei Galvão é de uma singeleza absoluta. Mede 10 x 16 cm. No braço direito, Maria segura o Menino. A mão esquerda pousa leve e maternalmente no peito de Jesus. O Menino encosta a face no rosto da Mãe. Os pés de Maria pousam sobre nuvens sustentadas por três anjos. Além da auréola, doze estrelas, que lembram os privilégios de Maria, rodeiam a figura. Nas duas margens laterais vemos casas pobres e vasos de flores.
Hoje sabe-se que é cópia da popularmente chamada em Portugal “Nossa Senhora das Barracas”. E o nome vem do fato de estar a gravura encimada pelos dizeres latinos: “Sicut Tabernacula Cedar”, ou seja, “Como as tendas (barracas) de Cedar”.
A frase é tirada dos Cânticos, do começo da Canção da Amada: “Sou morena, porém graciosa como as tendas de Cedar, como os pavilhões de Salomão”.
Os cedarenos eram nômades e costumavam viver em barracas simples. A frase ligada a Maria recorda a origem pobre e a insegurança de sua vida. Mas, de imediato, se recorda a riqueza de Salomão.
Maria se torna a mulher mais rica, a cheia de graça, por causa do Menino que carrega no braço.
Viúva, Dona Ana Rosa da Conceição contraiu novas núpcias e mudou de casa. Na mudança, perdeu o quadro.
Procurou por tudo e não o encontrou. Tempos depois, passando por uma região que sofrera grande incêndio, surpreendentemente encontrou o quadro entre as cinzas e os brotos novos da vegetação: a moldura queimada, mas a imagem intacta.
A mulher compreendeu que acontecera alguma coisa de extraordinário. Compreendeu que a estampa dada por Frei Galvão e por ele chamada de “milagrosa” devia sair do âmbito familiar para a devoção pública.
O milagre se espalhou. Os tropeiros contaram adiante com admiração. A partir de então os boiadeiros calculavam o tempo em suas viagens para pernoitarem, eles e seu gado, nas redondezas da capela que a Virgem recebeu da devoção do povo.
O povo não se lembrou da Nossa Senhora das Barracas e rebatizou a estampa com o nome de Nossa Senhora das Brotas, para lembrar que fora reencontrada intacta entre cinzas e rebentos.
Mas não sabiam que no Alentejo, em Portugal, desde o século XVI, se venerava uma Virgem sob o título de Nossa Senhora das Brotas, invocada sobretudo pelos guardadores de animais.
Tive o privilégio de concelebrar a Missa solene de inauguração do novo Santuário de Nossa Senhora das Brotas, em Pirai do Sul, em dezembro de 1987.
Como o quadro de Frei Galvão fora reencontrado no dia 26 de dezembro, criou-se o costume de celebrar-lhe a festa no primeiro domingo depois do Natal.
Uma longa procissão de mais de cinco mil devotos sai a pé da igreja paroquial do Menino Deus e caminha cantando e rezando os três quilômetros até o Santuário, situado romântica e devotamente em meio ao verde de um bosque e à sombra de grandes pinheiros.
Que a devoção mariana do novo Beato nos leve a incrementar no Povo de Deus esse grande amor a Nossa Senhora, nossa Mãe!
Aspectos da Espiritualidade e do Apostolado

Dom Frei Caetano Ferrari
1. Místico e Contemplativo: Homem de oração e devoto de Nossa Senhora
Frei Galvão distingui-se, primeiramente, por uma rica “espiritualidade franciscana e mariana”. Um verdadeiro filho de São Francisco: homem de oração, de vida simples e penitente. Um devoto apaixonado de Nossa Senhora: no dia em que professou na Ordem, fez “juramento de defesa à Imaculada Conceição” como era costume naquele tempo. Os Frades eram defensores do privilégio da Conceição Imaculada, cujo dogma só foi proclamado em 1854. Mas, 4 anos depois da ordenação, aprofundou aquele compromisso, assinando com o próprio sangue uma “Cédula irrevogável de filial entrega a Maria Santíssima, minha Senhora, digna Mãe e Advogada”, pela qual consagrava-se “como filho e perpétuo escravo” da Mãe de Deus.
Era uma espiritualidade que nasceu e se alimentava de uma forte experiência de Deus. E se manifestava em convicções e atitudes muito claras e firmes: absoluta confiança na Providência Divina e submissão total à vontade de Deus.
A partir dessa base, dá para entender bastante bem de seu comportamento e ações. Era de obediência irrestrita. Nomeações e transferências: logo as assumia e se punha a cumprir. Decisões de autoridades a seu respeito: obedecia sem pestanejar. Vejam-se, por exemplo, a nomeação e transferência para o Noviciado de Macacu, a ordem do Governador quanto ao fechamento do Mosteiro e quanto a sua expulsão da cidade, etc. O que entendia ser vontade de Deus, como as inspirações da Irmã Helena, corria para pôr em prática. Por traz havia sempre a serenidade de quem confia em Deus.
Podem ser vistas como expressões fortes da mística e contemplação de Frei Galvão sua luta e empenho, por mais de 40 anos, em favor da fundação do Recolhimento da Luz e da formação e direção espiritual das Irmãs para a vida contemplativa, e sua fidelidade, por 60 anos, ao juramento de servir à causa da Conceição Imaculada e propagar sua devoção.
2. Pregador e Missionário itinerante: Apóstolo de São Paulo
Impulsionado pelo amor de Deus, que trazia no coração, Frei Galvão foi o grande pregador e anunciador da Palavra de Deus, tendo como centro de sua ação evangelizadora a cidade de Paulo. Logo que terminou os estudos, foi eleito em Capítulo Provincial “Pregador, Confessor e Porteiro” no Convento São Francisco. A sua pregação estava sempre aliada com o contato direto com o povo: a acolhida no Confessionário e Portaria, sua bondade e compreensão, seus conselhos e orientações, seu socorro e ajuda aos necessitados, enfermos e sofredores. Pouco a pouco sua fama atravessou fronteiras.
Sempre a pé, andou a pregar por muitas localidades fora da cidade: Sorocaba, Porto Feliz, Itu, Taubaté, Parnaiba, Indaiatuba, Mogi das Cruzes, Paraitinga, Pindamonhangaba, Guaratinguetá. A serviço da Província, viajou para mais longe: ao Rio de Janeiro, mais de uma vez, e chegou até Castro, Paraná, como Visitador da Ordem. As viagens, feitas a pé, se transformavam em roteiros missionários de pregação às diversas localidades. Em todos os lugares anunciava o Evangelho e a devoção à Imaculada. Ao passar por Piraí do Sul, indo para Castro, deixou a estampa de Nossa Senhora das Brotas, que lá se encontra na Capela das Brotas, e é venerada até os dias de hoje. Não seria exagerado dizer que a devoção à Nossa Senhora da Imaculada Conceição de Aparecida, a partir de seu Santuário na pequena cidade do Vale do Paraíba e ao lado de Guaratinguetá, tivesse sido alimentada pelo trabalho de difusão desta devoção por parte de Frei Galvão.
Frei Galvão foi chamado “Apóstolo de São Paulo”. Sua pregação tocava as pessoas e era acolhida pelo povo de todos os lugares, que para ouvi-lo se reunia em multidão.
Como Comissário da Ordem Terceira de São Francisco, eleito por duas vezes, cuidou de formar os Irmãos na vivência do ideal franciscano como caminho de santificação e de verdadeiro apostolado leigo.
3. Confessor e Conselheiro: Missionário da paz e da caridade
O maior bem que Frei Galvão trazia no coração era Deus. Este bem ele distribuía a quem o procurava. As pessoas da cidade e de longe vinham a procura de Frei Galvão para se confessar, para buscar seu conselho e orientação de vida. Ele se destacou como confessor e conselheiro do povo. Portador da bênção e do perdão de Deus, só podia mesmo trazer a paz: a paz da reconciliação com Deus, a paz da pessoa com outra pessoa, a paz na família, a paz na sociedade. Em Itu, deu-se o caso de pacificação de uma família que se costuma contar. Ele era um conselheiro sábio, prudente, maduro, mais do que isso, cheio de Deus. Por isso mesmo era considerado “Homem virtuosíssimo” e foi chamado “Homem da paz”.
Além de Confessor do povo, dedicou parte importante de sua vida, primeiro como Confessor e Atendente das Irmãs Carmelitas, no Recolhimento Santa Teresa, depois, até o fim da vida, como Confessor e Diretor espiritual das Irmãs Concepcionistas do Recolhimento da Luz. Para o Recolhimento da Luz foi tudo: co-fundador com a Irmã Helena, construtor, arquiteto, pedreiro, esmoler, sustentador, Confessor, Capelão e Orientador espiritual.
Embora sendo pacífico e pacificador, era defensor da justiça. Basta lembrar o caso da condenação à morte do soldado conhecido pelo nome de “Caetaninho”. Frei Galvão não hesitou em pôr-se declaradamente em sua defesa, não obstante o confronto inevitável com o Governador da Capitania que ordenara a condenação, uma condenação injusta e arbitrária.
Se era todo amor para Deus, era-o também para os necessitados. Aprendera em família a dar esmolas. Conta-se que, em criança, dera uma toalha de crivo e bordado da Mãe a um pobre que pedia esmolas. Acostumara a ser generoso, sobretudo com os pobres e necessitados. Conta-se também que ao tempo da construção do Mosteiro da Luz passava toda semana pelos bares das proximidades e pagava as dívidas dos serventes da obra, que eram negros escravos.
O povo o amava e o defendia. Assim aconteceu quando o Governador por vingança decretara o desterro de Frei Galvão. O povo cercou a casa do Governador que se viu obrigado a revogar a sentença. Com razão o povo distinguiu Frei Galvão com o nome de “Homem da caridade”.
Por todos estes títulos, o povo considerava Frei Galvão um santo, e sendo assim, ainda em vida, todos o chamavam “Padre Santo”. Fama esta que não se extinguiu depois da morte, mas perdurou por todo o tempo e o está levando, finalmente, à Beatificação.
Para a glória da Ssma. Trindade, o louvor da Imaculada Conceição, a honra de São Francisco e o bem de todos nós franciscanos e franciscanas e de todo o povo de Deus. Assim seja!
Fonte: www.franciscanos.org
Cinquenta Invocações a Frei Galvão

Frei Carmelo Surian, OFM
1. Frei Galvão, abrasado do desejo do infinito, que teu exemplo nos revigore no carisma seráfico.
2. Frei Galvão, herdeiro zeloso do carisma total de São Francisco, que teu exemplo nos desperte para a plenitude da nossa vocação.
3. Frei Galvão, amante da Regra Seráfica, que teu exemplo renove nosso ardor seráfico.
4. Frei Galvão, esplendor da Ordem Seráfica, que o brilho de tua vida prenda a nossa atenção.
5. Frei Galvão, Pai e Servo das Irmãs Contemplativas Concepcionistas, que apreciemos devidamente a “melhor parte” do Reino.
6. Frei Galvão, orientador seguro da Ordem Terceira, que teu exemplo suscite nos frades a urgência de transmitir a muitos leigos a dimensão leiga do nosso carisma.
7. Frei Galvão, alegre Filho de São Francisco de Assis, que saibamos também nós honrar tão grande Pai.
8. Frei Galvão, pobre por amor a Cristo pobre, que nossa pobreza seja ambiciosa das promessas de Jesus.
9. Frei Galvão, obediente por amor a Cristo obediente, que nossa obediência complete a obediência da cruz.
10. Frei Galvão, casto por amor a Cristo casto, que a urgência do Reino seja a nossa única forma de amar.
11. Frei Galvão, cultor da vida em fraternidade, que o Cristo esteja sempre à vontade no meio de nós.
12. Frei Galvão, simples como Francisco, que a simplicidade franciscana seja o ninho da nossa fé em Cristo e na Igreja.
13. Frei Galvão, astuto conforme o Evangelho, que nosso empenho pelo Reino seja pleno e vigoroso.
14. Frei Galvão, fidelíssimo à graça divina, que alimentemos viva consciência do nosso nada e nos deixemos atrair pelo tudo da cruz.
15. Frei Galvão, santo querido pelos confrades, que nossas fraternidades sejam sinais eloqüentes da caridade de Cristo.
16. Frei Galvão, superior sempre a serviço, que estejamos sempre atentos para lavar os pés uns aos outros.
17. Frei Galvão, respeitador dos pecadores, que jamais um frade menor atire a primeira pedra.
18. Frei Galvão, generoso e pronto no perdão, sejamos os primeiros no abraço reconciliado, mesmo quando a culpa “é do outro”.
19. Frei Galvão, rico de piedade para com os irmãos falecidos, que cultivemos com amor seráfico a memória de nossos mortos.
20. Frei Galvão, instrumento franciscano da paz, sejamos todos apaixonados promotores da paz que Cristo nos trouxe.
21. Frei Galvão, co-fundador do Mosteiro da Luz, sejamos mais ousados e menos comodistas na construção do Reino de Deus.
22. Frei Galvão, místico e fecundo na ação, que jamais nossa atividade amordace o grito da nossa oração.
23. Frei Gaivão, edificado sobre a rocha da humildade, seja a “kênosis” de Cristo a de nossa vida franciscana.
24. Frei Galvão, porteiro fiel e acolhedor. que saibamos acolher como gostamos de ser acolhidos.
25. Frei Galvão, renovador do evangelho franciscano, que saibamos renovar com fidelidade a herança recebida do Pai Seráfico.
26. Frei Galvão, morto para o mundo e renascido em Cristo, que o espírito do mundo prevaleça em nossas casas.
27. Frei Galvão, consagrado pelo sangue à Senhora Imaculada, que o Sangue Eucarístico do Cordeiro nos mantenha fiéis aos nossos votos.
28. Frei Galvão, ternamente agradecido a Jesus Crucificado, que seja a nossa vida uma perene Eucaristia.
29. Frei Galvão, testemunho do trabalho franciscano, que revelemos para o mundo, alegremente, que o trabalho é graça fecunda para o Reino e para o trabalhador.
30. Frei Galvão, franciscano de nome e de coração, que o frade menor seja a alma pura do nosso pensar e agir.
31. Frei Galvão, vigoroso às exigências da fé, que da rocha da fé bebamos a água viva que é Cristo.
32. Frei Galvão, caminheiro imperturbável da esperança cristã, que tenhamos sempre ao vivo: “grandes coisas prometemos, maiores nos foram prometidas”.
33. Frei Galvão, todo amor para Deus e para os irmãos, nosso espelho seja sempre: “Sede perfeitos como o Pai Celeste”.
34. Frei Galvão, liturg. por excelência, que jamais percamos a consciência de que a liturgia é antes de tudo “a Ação de Cristo Glorioso”.
35. Frei Galvão, rei, profeta e sacerdote segundo Cristo, que vivamos em plenitude estas funções que o Batismo nos confere.
36. Frei Galvão, zelosíssimo sacerdote do Altíssimo, que jamais percamos de vista a grandeza do ministério sacerdotal.
37. Frei Galvão, ministro da vida batismal, que o nosso compromisso franciscano se harmonize sempre com as promessas do Batismo.
38. Frei Galvão, educador da vida eucarística, sejamos todos segundo o coração eucarístico do Pai Seráfico.
39. Frei Galvão, reconciliador da vida cristã, que jamais esqueçamos que esta vida é a vida de Cristo.
40. Frei Galvão, testemunha da graça crismal, transpareça em nós o vigor da graça de Cristo, Sacerdote, Profeta e Rei!
41. Frei Galvão, fonte de benções para a vida matrimonial, que nosso zelo apostólico priorize a vida familiar.
42. Frei Galvão, sábio ministro da Palavra de Deus, tenhamos por ela o santo respeito que São Francisco cultivou e tanto recomendou.
43. Frei Galvão, seguro orientador das consciências, que ajudemos as pessoas a serem imagens vivas de Cristo.
44. Frei Galvão, pregador ambulante do Reino, sejamos testemunhas permanentes do Evangelho.
45. Frei Galvão, apoio fraterno dos sacerdotes, sejamos amigos sinceros de todos os sacerdotes.
46. Frei Galvão, fidelíssimo à hierarquia da Igreja, alimentemos sempre uma visão sacramental deste mistério.
47. Frei Galvão, convertedor dos corações, saibamos atrair a todos para o lado aberto de Cristo.
48. Frei Galvão, leitor penetrante do recôndito das almas, descubramos em todos a imagem viva ou morta de Deus Uno e Trino.
49. Frei Galvão, arquiteto da Casa de Deus, sejamos pedras vivas da Igreja de Cristo.
50. Frei Galvão, reflexo da Infinita Bondade de Deus, que saibamos ser “sorrisos do Pai para bons e para maus”.
Oração: Altíssimo Senhor do céu e da terra, que, na vossa admirável providência, quisestes fossem franciscanos os primeiros mensageiros da fé no Brasil, permiti, nós vos suplicamos, seja o franciscano Frei Antônio de Sant’Ana Galvão, vosso sacerdote e seu servidor, o primeiro brasileiro a merecer a glória dos altares, atraindo, assim, muitos ao vosso Evangelho, de tal forma que nosso país venha a ser realmente a Terra de Santa Cruz. Amém!
(com aprovação eclesiástica)
Fonte: www.franciscanos.org
As Pílulas de Frei Galvão

Frei Walter Hugo de Almeida
As pílulas de Frei Galvão nasceram do grande amor, zelo e caridade que Frei Galvão tinha para com os doentes. Um dia, não podendo visitar um rapaz que estava com muitas dores, escreveu em um papelzinho uma invocação à Virgem Imaculada, e disse ao portador: “leve ao enfermo e diga-lhe para tomar isso com fé e devoção à Maria”. Daí aconteceu a cura. Posteriormente, fez a mesma coisa para uma senhora em perigo de morte, no parto. Ela e o filho se salvaram.
Quando ele morreu, as Irmãs Concepcionistas, a quem ele orientava espiritualmente, faziam estas pílulas e as distribuíam ao povo que acorria às portas dos mosteiros. Há quase duzentos anos, existe a tradição das Pílulas Milagrosas de Frei Galvão.
Que são as pílulas? Um sacramental, objeto de fé. Um sacramental liga-se profundamente à fé, ao Mistério de Jesus, Salvador. O Sacramental sempre se relaciona com Cristo, Maria ou os santos.
Exemplos: uma imagem, uma medalha, o terço etc. No caso das pílulas, trata-se de um sinal de fé e de devoção que Frei Galvão tinha à Virgem Imaculada. As pílulas são expressões do seu amor e compaixão para com os doentes, sinal de sua confiança na proteção de Maria. Devem ser tomadas em espírito de fé e devoção.
Temos notícias constantes das inúmeras graças e curas alcançadas por meio da Novena das Pílulas de Frei Galvão. Destinam-se aos enfermos do corpo ou do espírito. A cada enfermo, costumamos distribuir uma novena: isto é, uma oração para se rezar 9 dias e um pacotinho com 3 pílulas. Toma-se uma no 1° dia; outra, no 5º dia; e a terceira no último dia da novena. Não costumamos enviar grandes quantidades para uma pessoa distribuir. Nosso costume é endereçar a Novena das Pílulas para uma pessoa concreta. O quanto possível, jamais distribuí-las para que alguém faça ‘estoque’ para atender outras pessoas.
Bênção das pílulas
1. Acolhida:
A bênção figura entre os Sacramentais na Igreja e prepara o cristão para receber os frutos da Salvação que Cristo nos trouxe.
Toda bênção é um louvor, um reconhecimento a Deus Pai, fonte de todas as graças. É por isto que a Igreja distribui bênçãos e abençoa, invocando o nome de Cristo Jesus e fazendo o sinal da cruz de Cristo sobre objetos e pessoas. Vamos agora abençoar as Pílulas de Frei Galvão – um sacramental – em atitude de fé e de devoção à Virgem Imaculada e ao Bem-aventurado Frei Galvão.
2. Palavra de Deus: (Mt 4,23-25)
Jesus percorria a Galiléia, ensinando nas sinagogas, pregando o Evangelho do Reino e curando toda doença e enfermidade do povo. Sua fama chegou a toda a Síria.
Traziam a Jesus os que sofriam de algum mal: os atacados de doenças e dores diversas e ele as curava… Grandes multidões o seguiam da Galiléia, da Decápole, de Jerusalém, da Judéia e da Transjordânia’.
Palavra da Salvação.
3. Bênção das Pílulas
S – A nossa proteção está no nome do Senhor!
T – Que fez o céu e a terra!
S – Rogai por nós, Bem-aventurado Frei Galvão
T – Para que sejamos dignos das promessas de Cristo
S – Oremos: Ó Pai de Misericórdia, Deus de toda a consolação, que nos consolais por vosso
Filho Jesus, no Espírito Santo, e acompanhais com vossa bênção particular as que sofrem tribulações e enfermidades do corpo e do espírito.
Nós vos suplicamos que, pela intercessão de Maria Imaculada e do vosso servo, o Bem-Aventurado Frei Galvão, abençoai estas pílulas, objetos sacramentais da fé e da devoção do vosso povo santo; fazei, Senhor, que todos os que na fé, e pela fé, delas fizerem uso, possam receber a graça da cura, conforme a vossa santíssima vontade. Amém (Abençoar com água benta)
As Pílulas no Santuário Frei Galvão
O que são e como surgiram as Pílulas de Frei Galvão?
As pílulas de Frei Galvão são sacramentais criados pelo próprio santo, a serem utilizados com fé e devoção, na busca de graças e bênçãos. Sua composição material é papel de arroz (comestível), contendo a mesma oração escrita por Frei Galvão. As pílulas são abençoadas e distribuídas gratuitamente. Dentro das pílulas encontra-se a seguinte oração dedicada a Maria Imaculada: “Depois do Parto, ó Virgem, permaneceste intacta, mãe de Deus, intercede por nós”.
Como as pílulas devem ser tomadas?
Em espírito de fé e devoção, rezando a Oração de Frei Galvão durante os nove dias, tomar as pílulas nos seguintes dias: 1º, 5º e no 9º dia da novena.
Como receber as pílulas?
As Novenas com as Pílulas da Fé são distribuídas gratuitamente no Santuário Frei Galvão todos os dias, das 7h às 18h. Cada devoto receberá no máximo 2 novenas de Frei Galvão, acompanhadas das Pílulas.
As Pílulas no Mosteiro da Luz
O que é necessário?
2 (dois) Envelopes Comuns.
2 (dois) Selos Postais dos Correios.
Como fazer?
1 – Preencha o Primeiro Envelope colocando o seu Endereço Completo no Lado Remetente.
(Atenção: Para evitar que não receba as pílulas, preencher o endereço completo com letra legível e CEP correto)
2- Preencha o Primeiro Envelope colocando o seguinte endereço no Lado Destinatário:
Mosteiro da Luz
Av. Tiradentes, 676 – Luz
São Paulo – SP CEP.: 01102-000
3- Dentro do Primeiro Envelope, coloque o Segundo envelope e um selo.
4- Lacre o Primeiro Envelope, sele-o e leve até uma agência do correio mais próxima ou entre nas caixas de correio da sua cidade.
O Que você receberá?
Pílulas de Frei Galvão
3 (três) papelotes contendo 3 pílulas cada uma. Total: 9 (nove) pílulas
1 (um) santinho contendo as orações das novenas
OBS.: Cada papelote serve para 1 novena, ou seja, três novenas para três pessoas.
Resumo:
– Envie uma Carta Selada para o Mosteiro da Luz contendo dentro desta carta um envelope e um selo.
– Preencha com letra legível e endereço completo, principalmente o cep, para evitar de não receber a pílula.
– Mande a carta para:
Endereço (Destinatário):
Mosteiro da Luz
Av. Tiradentes, 676 – Luz – São Paulo – SP CEP.: 01102-000
Doações:
As Doações são livres e opcionais.
Observação:
Em São Paulo, as pílulas podem ser retiradas Gratuitamente no Mosteiro.
Fonte: www.franciscanos.org/ www.santuariofreigalvao.com/ https://www.mosteirodaluz.org.br/
Festa de Frei Galvão 2025, em Guaratinguetá

As celebrações da Festa de Frei Galvão 2025 tiveram início oficial no dia 14 de outubro, com a Missa de Envio dos voluntários.
No dia 16, os devotos do primeiro santo brasileiro passaram a acompanhar a novena em sua honra. Até o dia 25 de outubro, quando se celebra a Solenidade de Frei Galvão, a programação será intensa e repleta de momentos de fé.
As atividades, porém, se estenderão até o dia 30 de outubro, data em que será realizada a entronização de 12 imagens do santo nas capelas ao longo do Caminho da Fé e a bênção das placas de sinalização de Frei Galvão, no bairro Gomeral.
Confira a programação em: https://festa.santuariofreigalvao.com/
O evento religioso e cultural promete ser a maior edição de sua história, com previsão de receber cerca de 100 mil fiéis e visitantes ao longo dos dias de celebrações e atividades culturais. Em 2024, a festa atraiu 60 mil pessoas. “Nosso desejo é que a Festa de Frei Galvão ultrapasse as fronteiras da cidade e se consolide como um grande evento nacional, valorizando nossa fé e nossa cultura”, afirmou Frei Diego.
Acompanhe a novena pela TV Web Frei Galvão: https://www.youtube.com/c/TVFREIGALV%C3%83O
Adriana Rabelo Rodrigues
Fonte: www.santuariofreigalvao.com
Tema e inspirações para a Festa de Frei Galvão
Com o tema “Com Frei Galvão cultivemos a paz com toda a criação” e o lema inspirado na passagem do Evangelho “Felizes os que promovem a paz, porque serão chamados filhos do Altíssimo” (Mt 5,9), os filhos e filhas de Deus são convidados a refletir, durante a novena e as celebrações da Festa de 2025 no Santuário Frei Galvão, sobre os aspectos da vida, da caridade e do amor de Deus por todas as suas criaturas.
Seguindo os passos de São Francisco de Assis, assim como fez Frei Galvão, a Festa de 2025 destacará a íntima conexão entre paz, fraternidade e cuidado com a criação. Frei Galvão, reconhecido como o “Homem da Paz e da Caridade” desde sua beatificação, em 1998, por São João Paulo II, é exemplo de vida pacificadora, caridosa e profundamente enraizada na espiritualidade franciscana.
A escolha da temática deste ano foi iluminada por duas comemorações que marcam 2025: os 800 anos do Cântico das Criaturas, de São Francisco de Assis, e os 10 anos da Encíclica Laudato si’, do Papa Francisco. Ambos os textos convidam à contemplação e ao respeito pela criação, elementos centrais da espiritualidade franciscana, vividos com intensidade por Frei Galvão.
O Cântico das Criaturas, também conhecido como Cântico do Irmão Sol, exalta a beleza e a harmonia da criação como expressão do amor divino. Esse louvor ecoa na proposta da Festa: viver em paz com o próximo, com Deus e com toda a criação.

Subsídios pastorais e litúrgicos para a celebração do dia 25 de outubro
Para aproximar ainda mais os devotos das reflexões e da programação litúrgica da festa em louvor ao santo, o Santuário disponibilizou subsídios pastorais e litúrgicos para a celebração do dia 25 de outubro, que podem ser utilizados por paróquias, comunidades e fiéis devotos. Esses materiais trazem:
Livro de cantos próprios para as celebrações
Novena de Frei Galvão
Hino Oficial da Festa (formato PDF e aúdio)
Hino Oficial disponível também no canal TV Frei Galvão (YouTube)
Clique para acessar os subsídios: https://drive.google.com/drive/folders/1KiA45GAo3l7B11m9KB57Nc7YYHUB8BGY
Um hino que nasce da espiritualidade da Paz
Em sintonia o espírito da temática da Festa de Frei Galvão 2025, o Santuário também preparou o hino oficial para os festejos, inspirado nos ensinamentos do Cântico das Criaturas e na famosa Oração da Paz, atribuída a São Francisco de Assis:
“Senhor, fazei de mim um instrumento de vossa paz…”
A oração, conhecida mundialmente, reforça o chamado para sermos instrumentos da paz onde houver ódio, discórdia, tristeza ou desespero. É esse espírito que se deseja vivenciar e propagar durante toda a programação da Festa.
Paz e Bem: saudação e missão
A saudação “Paz e Bem”, tão presente na vida e nos encontros franciscanos, será um dos gestos concretos de acolhida a todos os devotos que visitarão o Santuário. Acredita-se que Frei Galvão assim saudava os irmãos e irmãs que cruzavam seu caminho. É também um convite para que, ao celebrarmos sua memória, sejamos construtores da verdadeira paz, aquela que nasce do diálogo, da partilha, do perdão e da fraternidade com toda a criação.
Que o Espírito Santo fortaleça e inspire todos os devotos de Frei Galvão nesta bela caminhada de fé, esperança e caridade.
Ouça o hino oficial da Festa de Frei Galvão 2025
Textos poéticos alusivos a Frei Galvão
Missa de Frei Galvão
Letra: Frei Walter Hugo de Almeida, ofm
O Brasil vê seu filho, o primeiro,
Ser honrado no altar do Senhor,
Frei Galvão, santo sim, brasileiro,
Mensageiro da Paz e do Amor.
Maravilha de Deus, Frei Galvão,
Hoje em festa no céu com certeza,
Canta a Deus, junto a nós, a canção,
No milagre do Pão desta mesa.
Frei Galvão lá do céu, lá da glória,
Em favor desta terra sofrida,
Intercede a Jesus pela história,
De um Brasil transbordante de vida.
De Francisco de Assis, Seguidor,
Porta-voz da Palavra Sagrada,
Traze a bênção de Deus, traze o amor,
Que abrasava teu peito na estrada…
Dos tropeiros, zeloso em caminhos,
A levar o Evangelho da Luz,
O consolo da dor nos espinhos
E o sentido da força da Cruz.
A tua Palavra, luz é norte da vida
Pedimos, Deus, que em nós faze feliz medrar,
Para que seja pão e força da subida,
Que por vezes, na estrada temos que enfrentar
O coração de pedra nos tira, ó Jesus,
Põe no lugar, Senhor, um coração de flor,
E nossos lábios queima com línguas de luz,
Para o teu Verbo em nós fazer nascer o amor.
Faze de nós profetas da alegria,
Um sacrifício vivo para a tua glória,
Faze, Senhor, de nós no altar do dia a dia,
Homens de Deus, jogando luz em nossa história.
A Palavra de Deus é semente
Que Jesus nos plantou no caminho,
Mas só vinga no peito da gente,
Se a regamos com todo o carinho.
A Palavra de Deus, nosso pão,
É farol, nossa força na estrada,
Pra Francisco de Assis foi paixão,
É a certeza da terra encantada.
Frei Galvão, missionário em caminhos,
Fiel Servo da Mãe do Criador,
Vem conosco queimar os espinhos,
Com a Palavra de Nosso Senhor.
Nosso Brasil te oferta, Deus de amor,
Sua carência, tanta dor, tristeza,
Saúde, e mais e tudo, ó meu Senhor,
E o que mais triste, falta pão na mesa.
Põe, ó Senhor, no coração da gente,
Esse desejo de partir o pão,
Faze que o amor pra nós seja a semente,
E o fruto bom pra nosso irmão.
Meu Deus, aceita nosso dom no altar,
Todos os problemas desse triste povo,
Aceita a prece, ó Deus deste cantar,
O nosso sonho de um Brasil mais novo.
Meu Deus, aceita a dor de quem na vida,
Onde viver não tem lugar, Senhor,
Meu Deus, aceita a dor desta ferida,
Deste teu povo que te pede amor.
Meu Deus, te peço emprego e moradia,
Para os teus filhos sem rumo e sem norte,
Meu Deus, te peço por tua Mãe Maria,
Vem nos trazer a estrela desta sorte!..
O amor que nos reúne nesta santa mesa,
Em que a partilha é lei sagrada e desafia,
Nos compromete e dá-nos toda a fortaleza,
Faz-nos profetas fortes do bem, da alegria.
Nós te pedimos, Deus, a paz por Frei Galvão,
A caridade que ele celebrou no altar,
Nós te pedimos, Deus, que a força deste Pão,
Não deixe nunca nosso coração secar.
O amor que um dia Deus nos pôs no coração,
Para plantar a paz e perfumar estradas,
Há de encantar o mundo e florir o perdão,
E nos fazer sonhar com novas madrugadas…
Dá-nos, Senhor, o dom de sermos teus sinais,
Flechas de luz, de fé, que apontam os teus valores,
Que o nosso amor por ti não morra, não, jamais,
Para abrandarmos neste mundo tantas dores.
O bem maior da Igreja de Jesus no mundo,
A Eucaristia, Páscoa santa da unidade,
Nosso louvor central, Mistério mais profundo,
É imperativo pra viver fraternidade.
Ó Guará, a cidade das garças,
Brancas garças da paz e do bem,
Lá do céu, Frei Galvão pede graças,
Para o novo milênio que vem…
Que as famílias no centro do lar,
Tenham sempre Maria e Jesus,
Como estrelas num céu a brilhar,
Apontando o caminho da Luz.
Exultante São Paulo festeja
Frei Galvão deste solo querido,
Na união com o Brasil, sua Igreja,
A sonhar um amanhã mais florido.
A sonharem feliz gravidez
As mulheres com fé, devoção,
Vão buscar no milagre do santo,
Parto bom que lhes dá Frei Galvão.
Lá do céu, São Francisco de Assis,
Com seu filho no alegre louvor,
Roga a Deus pra um Brasil mais feliz:
Longe a fome, e a tragédia e a dor.
Missa de Santo Antônio de Sant’Anna Galvão









