Reconhecido exteriormente como homem, humilhou-se, obedecendo até à morte, até à morte humilhante numa cruz. Por isso Deus o exaltou sobremaneira e deu-lhe o nome mais excelso, mais sublime, e elevado muito acima de outro nome.
O Convento São Boaventura, de Campo Largo-PR, viveu intensamente a Semana Santa. Frades estudantes de Filosofia acompanhados da fraternidade permanente puderam, sempre de novo, recordar a dolorosa trajetória final do Filho de Deus entre os homens. Foram dias de profunda reflexão e de imersão na mística própria deste tempo forte da Igreja.
Iniciando no Domingo de Ramos, Frei Rodrigo da Silva Santos presidiu a celebração da entrada triunfal de Jesus em Jerusalém sob aclamações de “Hosana ao Filho de Davi!”.
O tríduo Pascal, iniciou-se na quinta-feira (29/03) com a celebração da Ceia do Senhor, dia da instituição da Eucaristia e do Sacerdócio. Jesus faz-se o menor, o servidor e seu gesto de amor é humildade é recordado no rito do “Lava pés”. A celebração foi presidida por Frei Jean Carlos Ajluni Oliveira e participaram deste rito membros da comunidade local, e também as famílias Bittar, Al Hosh e Wagass oriundas das cidades de Daraa e Damasco na Síria. Em seguida, as famílias Sírias também participaram da Celebração do Ágape, na qual servem-se pães ázimos, cordeiro, ervas amargas e vinho num antigo costume de festejar o amor doação, o amor sem limites de Deus por nós.
A sexta-feira (30/03) reservou-nos a celebração da Paixão do Senhor, momento singular onde o Deus feito homem chega ao ápice de sua doação, oferecendo a própria vida. A solenidade foi presidida por frei Ary Pintarelli que recordou o real significado da cruz, elemento banalizado em nossos dias, que se tornou um adorno, uma joia, uma peça de bijuteria, uma estampa na camiseta, e que em nada remete ao seu real significado, o de evidenciar o sacrifício de Cristo, Cordeiro imolado por nossos pecados. Este dia encerrou-se com a procissão da Via Sacra perfazendo a área externa do convento, onde cada uma das estações fez menção aos sofrimentos de Cristo, relacionando-os ao sofrimento dos excluídos de nossa sociedade.
No sábado-santo (31/03), frei Valdir Laurentino celebrou a Vigília Pascal, tendo como concelebrante Frei Ary Pintarelly. Nela, nossa dor já transformada em espera confiante, tornou-se então a “noite de alegria verdadeira, que uniu de novo o céu e a terra inteira”. A morte fez-se vida, o desespero tornou-se viva esperança, a escuridão desfez-se diante de tão brilhante luz. Jesus Ressuscitou! aleluia! Aleluia!
Por fim, no Domingo de Páscoa (01/04), Frei Rodrigo da Silva Santos celebrou a Ressurreição de Jesus e a luz do Evangelho, exortando-nos a ir ao encontro do Cristo ressuscitado, presente no rosto de nossos irmãos necessitados.
Encerrando o período da quaresma e adentrando agora o tempo pascal, também nós devemos deixar-nos tocar por este Cristo, renova.
Frei Rodrigo José Silva, ofm.