Nos dias 09 e 10 de novembro de 2017 estiveram reunidos na Fraternidade São Boaventura em Rondinha, Campo Largo – PR, os representantes dos Centros Acadêmicos Franciscanos nos Brasil para o segundo encontro do ano. Os centros acadêmicos foram representados pelos seguintes membros: Frei Nestor Schwerz, OFM Cap., coordenador do encontro, e Frei João Bernardi, OFM, Cap., pela Escola superior de Teologia e Espiritualidade Franciscana de Porto Alegre (ESTEF); Frei João Mannes, OFM, Frei Mário Knapik, OFM, Frei Claudino Gilz, OFM e Frei Jairo Ferrandin, OFM pela Grupo Educacional Bom Jesus de Curitiba; Frei Marcos R. R. de Carvalho, OFM Cap., pelo Centro Franciscano de Espiritualidade de Piracicaba, SP; Frei Thiago Hayakawa, OFM e Frei Nilo Agostini, OFM, pela Universidade São Francisco de Bragança Paulista, SP; Frei Valdir Pretto, OFM Cap., pelo Centro Universitário Franciscano (UNIFRA) de Santa Maria, RS; Frei Eloi Dionísio Piva, OFM, pelo Instituto Teológico Franciscano de Petrópolis, RJ, e Frei Márcio, OFM Conv., pelo Instituto São Boaventura de Brasília.
Após a apresentação de todos, Frei Nestor pediu que outros centros de estudos fossem convidados a tomar parte dos encontros e partilharem seus trabalhos. Na sequência foi feita a proposta de pauta para o encontro, com os pontos elencados: Memória do primeiro encontro, partilha das atividades realizadas pelos centros, retomada das tarefas e propostas, levantamento de nomes de estudiosos e pesquisadores do pensamento franciscano e criação de uma relação de parceria colaborativa.
Frei João Mannes iniciou o momento de partilha das atividades expondo o trabalho realizados pelos frades do Grupo Educacional Bom Jesus. Compõe o Grupo 36 Escolas presentes no Sul e no Sudeste do Brasil; A FAE Centro Unviersitário presente em Curitiba, Araucária e São Jose dos Pinhais, todas no Paraná, além de Blumenau em SC. Enfatizou o Projeto da Escola São José que, em parceria com o SESC-PR oferta o ensino médio para alunos de baixa renda. O Grupo possui a Editora Bom Jesus que produz e distribui o material didático produzido internamente. Além disso, o Grupo possui a Escola Especial e a Empresa Valor Brasil que oferecem estudo e trabalho, respectivamente para alunos portadores de necessidades especiais. Frei João mencionou-se as parcerias e convênios administrativos e pedagógicos com outras escolas.
Com relação ao Plano Operacional de Atividades, foram apresentados os objetos, as estratégias, as ações e os projetos sociais e pedagógicos que garantem o desenvolvimento do espírito e da visão pedagógica franciscana. Dentre as ações, foram ressaltadas a disciplina de Estudo do Homem Contemporâneo presente em todos os cursos de graduação da FAE; a presença dos frades nos momentos acadêmicos mais significativos, além da realização dos eventos religiosos. Dentre os projetos pode-se destacar o “Projeto Virtudes”, “Tempo Franciscano”, “Semeando o Bem”, além das campanhas de caráter social, as atividades que fomentam o diálogo inter-religioso. Frei Joao destacou que todas as ações, tanto pedagógicas como administrativas são realizadas em rede, integrando as diferenças regionais e a partição efetiva dos leigos.
Frei Claudino partilhou seu trabalho efetivo na ANEC, representando o Grupo Educacional Bom Jesus. Convidou a todos para integrarem a Entidade como forma de apoio e defesa dos interesses da educação católica no Brasil, enfatizou que presença de outras congregações seria significativa para a sua atuação.
Frei Marcos expos as atividades realizadas pelo Centro de Franciscanismo e Espiritualidade de Piracicaba. Apresentou as reformulações recentes ocorridas no tradicional curso de franciscanismo, além dos cursos de formação para leigos e religiosos interessados na proposta franciscana.
Frei Thiago mencionou a criação do curso de teologia à distância pela Universidade São Francisco, com perspectiva para iniciar no segundo semestre de 2018. Esse trabalho ocorre em parceria técnica, profissional e acadêmica com o Instituto Teológico Franciscano de Petrópolis Frei Nilo propôs a criação de um grupo de pesquisadores e professore que desenvolvem pesquisas e publicam na área teológica para formar a base de corpo de trabalho para se propor um novo mestrado em teologia na Universidade São Francisco. Frei Nilo sugere que se indiquem nomes e se inicie o trabalho de formação desse grupo. Frei Nilo se dispôs a realizar os contados e a conduzir esse trabalho. A proposta de Frei Nilo foi bem recebida por todos.
Frei José mencionou a realização do simpósio franciscano celebrado na ESTEF entre os dias 26 a 28 setembro de 2016, data que comemorou também os cento e vinte anos da presença dos frades capuchinhos no RS, os cem anos da presença dos frades menores no RS, os cinquenta anos da Família Franciscana do RS e, ainda, os trinta anos da fundação da ESTEF. Frei José discorreu sobre o curso de pós-graduação lato senso de espiritualidade franciscana que ocorre nos períodos de férias. Informou sobre a criação de um centro de espiritualidade franciscana recentemente aprovado pelo capítulo provincial e a formação de novos grupos que buscam os estudo de franciscanismo. Frei Nestor apresentou os trabalhos de extensão e as atividades franciscanas realizados na ESTEF, destacando a oferta de conteúdos teológicos ofertados à distância para os leigos.
Frei Márcio relatou a situação atual do Instituto de Filosofia e Teologia São Boaventura de Brasília. Destacou as atividades extensivas com temáticas voltadas para a espiritualidade franciscana, bíblica, catequética e para os estudos de línguas. Informou também sobre a situação dos colégios e as tentativas de estruturação de uma proposta pedagógica franciscana bem como da necessidade da formação de professores para atuar franciscanamente. O trabalho envolveu também o desenvolvimento de documento regulador que orienta e garante a unidade e identidade da proposta franciscana. Ainda com relação aos trabalhos, Frei Márcio partilhou a realização de retiros franciscanos, cursos de extensão sobre antropologia franciscana, atividades culturais com a comunidade envolvendo grupos específicos, a realização da semana teológica tratando dos quinhentos anos da reforma protestante. Especificou a vigésima nona edição dos curso de inverso de franciscanismo para todos os frades do Brasil, com duração de quatro anos. Reafirmou o propósito de ampliar os trabalhos e a atuação do instituto.
Frei Eloi comunicou sobre o ITF de Petrópolis. Dentre os assuntos está a adaptação da grade curricular com vistas a atender as exigências da PUA e do MEC. Partilhou que há diversas congregações procurando o estudo de teologia no ITF, especialmente, frades de província da Argentina, promovendo a experiência da diversidade. Informou sobre a semana teológico-pastoral desenvolvida em parceria com a PUC do Rio e que nesse ano abordou o tema da pluralidade na unidade inspirada nos quinhentos anos da reforma protestante. Fez referência à conclusão de curso da última turma do Master de Evangelização e à existência de retiros para aprofundamento da prática pastoral no mundo de hoje ofertados pelo Instituto. Partilhou também o desafio do número de alunos e dos impactos econômicos que isso representa.
Frei Valdir apresentou as informações referentes ao UNIFRA de Santa Maria, destacando o processo de “universalização” do Centro. Mencionou o processo de visita do MEC para credenciamento do Centro, a aprovação do EAD com 10 polos regionais. Compartilhou a preocupação a baixa procura de candidatos para os cursos de licenciatura. Mencionou o dia na ANEC que reunião professores de escolhas da região para discutir sobre espiritualidade franciscana. Comunicou a existência de disciplina institucional Antropologia e cosmovisão franciscana que procura garantir o espírito franciscano na instituição.
Frei Eloi compartilhou sua participação no encontro de 24 de setembro em Roma que versava sobre a apresentação do projeto de criação de uma pontifícia universidade franciscana em Roma congregando a família franciscana num centro de estudos em comum. A pós a minuciosa apresentação de Frei Eloi, emergiram algumas preocupações e questionamentos dentre os participantes, a saber: o projeto da pontifícia universidade poderia ter sido construído a partir de uma metodologia que contemplasse a participação de outros centros, como da América Latina, por exemplo? Preocupa o caráter eurocêntrico da proposta. O projeto dá indicações de pouca ênfase nas dimensões missionária e evangelizadora que pertencem à nossa identidade. Observou-se que os desafios e demandas do mundo moderno, o “para quê” formamos, se mostram pouco presentes. Optou-se em comum acordo a enviar uma carta aos secretários gerais da formação e estudo manifestando sobretudo o apreço pela proposta mas também apresentado a preocupação com a metodologia que não contempla a participação das bases.
Frei Nilo ficou designado para conduzir a criação do grupo de pesquisadores que colaborariam futuramente para a criação do mestrado. Propôs-se uma reunião com interessados a serem convidados por Fr. Nilo para os dias 13 e 14 de abril, no Convento São Francisco em São Paulo. O próximo encontro ficou agendado para março de 2018, em Porto Alegre. Para a ocasião sugeriu-se convidar os Secretários Gerais para a formação e estudo das ordens. A avaliação do encontro destacou: preocupação com o relatório sobre a “PUF” (Pontifícia Universidade Franciscana) apresentado por Frei Eloi; amadurecimento das discussões por parte do grupo; riqueza das atividades desenvolvidas pelas instituições; maior aproximação entre as instituições; proposta de criação do mestrado integrado.
Frei Jairo Ferrandin