“Não é que a vida tenha uma missão, mas a vida é uma missão” (GE,27)
Neste sábado (18/08), a Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB), Regional Curitiba-PR, promoveu um encontro celebrativo ao dia do(a) Religioso(a). Nele religiosos e religiosas de várias entidades puderam partilhar experiências referentes a vida religiosa consagrada.
O evento que ocorreu na capital paranaense, teve como tema: “Não é que a vida tenha uma missão, mas a vida é uma missão” (GE,27), trecho da exortação apostólica “Gaudete et Exultate” lançada pelo Papa Francisco em 19 de março do corrente ano. Esta exortação foi o tema central da reflexão conduzida por Dom Amilton Manoel da Silva, bispo auxiliar da Arquidiocese de Curitiba.
Em suas palavras Dom Amilton citou a ousadia, a profecia e o testemunho como fatores indispensáveis para que a vida consagrada seja realmente frutuosa. Citando o Papa Paulo VI afirmou que “A vida religiosa por si já é profética e a profissão religiosa é o grande grito da profecia”, sendo que esta deve sempre ser o referencial de uma alegria que o mundo não é capaz de oferecer.
Alertou também sobre a questão do secularismo que inegavelmente adentrou seminários, conventos e os corações de muitos consagrados, enfatizando que mesmo assim, “O mínimo que se espera de um consagrado é que faça um caminho de santidade”.
Em suas provocações, o bispo apresentou um panorama social com dados que revelam o crescimento do número de ateus no Brasil e no mundo. Comentou que muitos hoje procuram apenas uma espiritualidade (seja ela qual for) e não mais uma religião. “Religião é dogma, doutrina, rito, culto, liturgia, encontro, reunião, comum unidade, compromisso com o próximo, poucos querem saber disso”, afirmou Dom Amilton.
Citou ainda alguns “modismos” dentro de nossa própria religião, como as orações, missas e novenas poderosas, os santos da moda, os padres e religiosos midiáticos, as curas imediatas, tudo isso formando uma verdadeira “salada mística” que vai deturpando o sentido original de nossa fé.
Finalizou alertando sobre o perigo de acharmos que somos salvadores do mundo, da nossa congregação, da nossa província: “Jesus já salvou o mundo. Devemos lutar para salvar a nós mesmos, nos transfigurarmos pelo processo a caminho da santidade. Nós queremos ser salvadores demais e transfiguradores de menos. ”, afirmou.
Em seguida foi celebrada a Santa Missa na intenção de cada religioso(a) consagrado(a). Após a missa, realizou-se um momento de descontração e alegria, com a prática de ginástica aeróbica e logo após, um prazeroso almoço no bosque do Colégio Marista Paranaense (que sediou o encontro) encerrou a reunião.
Frei Rodrigo J. Silva, ofm