Temos, nesta liturgia, dois momentos que podem ser percebidos como contraditórios. Primeiro a festa feita com a entrada de Jesus, a alegria do povo em acolher o Messias que vem. Segundo as leituras que apontam para a morte e sofrimento do Senhor e nos direcionam para o espírito da semana santa, é o Rei que vem para ser glorificado, exaltado. Mas que Rei é este? Que glória é esta? Na Carta aos Filipenses observamos o movimento que Jesus fez: “Ele tinha a condição divina, mas não se apegou a sua igualdade com Deus” (Fl 2,6). Jesus é um Rei humilde, um Rei que obedece e se faz servo. Entra montado em um jumento para cumprir a profecia (Zc 9,9). Contudo, sabe que esta exaltação será dada por Deus, somente.
Jesus não se deixa abater, pois sabe que Deus é seu auxiliador (Is 50,7), e, mesmo na cruz não deixa de confiar e ensinar que esta mesma humildade e obediência devem ser acolhidas e imitadas pelos homens no cotidiano de suas vidas.
Que saibamos entrar em Jerusalém para celebrar com Cristo também a nossa morte e ressureição. Morte para o pecado e opressão. Ressureição para a Vida Plena e a libertação. Que nesta semana saibamos fazê-la santa e escutar o apelo de Jesus que diz: “Vinde assentar na mesa, tomar parte comigo, imitar meu gesto de serviço e amar até o fim”. Seguindo seus passos não chegaremos ao fracasso, mas sim, a Vida Eterna.