O Convento Santo Antônio celebrou, neste 11 de agosto, com muita festividade Santa Clara de Assis, uma grande santa que fundamentou sua vida nas coisas simples e fiéis do dia a dia.
O Vigário Provincial, Frei Gustavo Medella, presidiu a Celebração Eucarística às 12 horas, tendo como concelebrante Frei Cláudio Broca e no serviço do altar o diácono Frei David Belineli. Na sua homilia, lembrou que começar é sempre um grande desafio, mas que permanecer costuma ser um desafio maior ainda. “Nós podemos considerar Clara a mulher da permanência. Um frade que morava comigo dizia: ‘Vassoura nova varre que é uma beleza’, mas depois de alguns meses, com o desgaste das cerdas, a varrição já não fica tão boa. Ele disse isso se referindo aos começos animados e felizes de uma missão e depois, parece, ia perdendo o brilho. Santa Clara também passou por diferentes percalços, dificuldades, tanto em relação à família, depois também desafios diante da Igreja, em ter o seu modo de vida compreendido e assimilado, ela que foi uma visionária, alguém à frente do seu tempo, lançando-se em uma experiência nova para a Igreja enquanto instituição”, disse o celebrante.
Segundo ele, ela conseguiu dar os passos necessários porque buscou e foi firme na permanência em seus ideais. “Voltar sempre ao ponto de partida é o grande conselho que ela deu em uma das cartas que ela escreveu a sua prima. Não perca de vista o seu ponto de partida. E creio seja esse o grande ensinamento para nós também. Permanecermos nos bons projetos que um dia nos dispusemos, mesmo que venham ventos contrários, mesmo que passemos por tribulações, como aquela que São Paulo descreveu na leitura que acabamos de ouvir”, observou.
“É claro que diante das tribulações, das decepções, das frustrações, às vezes conosco, às vezes com os outros, às vezes com as circunstâncias, nós somos tentados a desanimar porque nós carregamos a fragilidade do tesouro do vaso de barro. E aí então é que precisamos retomar o fundamento da nossa vida e da nossa consagração. Vale para o casamento, vale para a profissão, vale para qualquer bom propósito, vale para a vida de fé, batizados um dia e fundamentados que fomos sobre Nosso Senhor Jesus Cristo. Não perder de vista o ponto de partida”, enfatizou.
Para Frei Medella, a grandiosidade de Clara foi construída no dia a dia muito simples e fiel. Citando o processo de canonização, destacou que diversas testemunhas são unânimes em reconhecer nela a simplicidade de quem se dedicava aos trabalhos mais simples, discretos e silenciosos, dentre eles de levar as cadeiras das irmãs mais idosas. “Eu não entendi bem o que queria dizer essa expressão e fui lá no dicionário ler o que queria dizer essa expressão. Cadeira era o lugar onde as irmãs faziam as suas necessidades. As irmãs impossibilitadas de se governarem sozinhas, usavam uma espécie de cadeira higiênica e Santa Clara, a mãe, a mestra e a abadessa, tinha entre as suas funções aquela de limpar as cadeiras das irmãs doentes”, explicou.
“Ou seja, isso é grande. É a fidelidade no pequeno, simples e cotidiano, naquilo que, de repente, a uma visão mais superficial seria muito desagradável, um infortúnio, mas para ela, não, porque ela encontrou no amor de Cristo, no amor a Cristo, o fundamento para viver fielmente a simplicidade de cada dia”, exortou.
Frei Medella questionou: O que Santa Clara e seu modo de ser simples e fiel tem a nos ensinar hoje numa sociedade que preza demais pelo status, pelos bens materiais, pela fama, pelo prazer? “Ela que quer nos convidar a depositar a nossa vida sobre o fundamento seguro, Jesus Cristo, e o seu amor, o seu testemunho, a sua entrega”, respondeu.
“Sigamos juntos. Clara ilumine o nosso caminho e busquemos sempre fundamentar as nossas escolhas naquele amor que nos impulsiona a sermos cada dia pessoas melhores!”, concluiu.
O Convento celebrou Santa Clara às 10 e às 12 horas e vai celebrar às 15h e 18 horas. A festa gastronômica está oferecendo o bolo de Santa Clara, o pastel de Santa Clara e o pastel de Belém, além do Pãozinho de Santo Antônio.