Todos os primeiros capítulos têm o lance do projeto e os outros destacam como compreender isso.
No começo diz: todas as nossas virtudes, nosso potencial humano deve ser integrado a partir da grande escuta, a razão de Deus, que é a vontade do Pai: Ter uma escuta plena e verdadeira de todo o pensamento e experiências.
Temos como objetivo realizar a experiência de Deus. Os primeiros textos nos indicam o que é a experiência de Deus.
A postura para captarmos a vontade de Deus é a afeição da criatura ao Criador. A afeição de pertença total ao Criador. Aqui está o gonzo de toda a filosofia cristã do Ocidente. Para nós, Deus é a plenitude de tudo.
Devemos sempre estar atentos para não confundir a nossa vontade com a vontade de Deus, a vontade própria atrapalha. A pessoa que acolhe a vontade de Deus se torna pessoa solta, fluindo bem.
O item nº 4 das conversações mostra como é útil deixar a vontade própria. Solte-se, seja positivo. Largar o pequeno eu para abrir-se ao grande eu.
Desprezar não é não ter vontade, mas ter uma grande vontade. Formar bem o humano para que possa fluir em qualquer lugar, transferência.
Será um homem que não se deixa emaranhar, mas é esperto, vivo, ligeiro.
Hoje existe uma fala de trabalhar a vontade própria, renunciar, isto é, dar um significado maior, mais pleno.
Não fica nessa: atingiu meu ego!
Seja grande como Jesus Cristo é Grande, aberto ao Pai. Essa grandeza que é Jesus Cristo é paradigma da grandeza humana, de enorme concretude, que é Jesus Cristo. Não é algo passado, mas é paradigma. Jung diz: bem atrás há uma experiência boa, a tradição cristã.
Como é útil renunciar exterior e interiormente
Como é útil renunciar = deixa-te! Aqui temos menos preconceito. Se soltar! Se solte para poder fluir bem, tire os vícios, os hábitos viciados! Deixa-te!
Deixa ser, cuidado para crescer uma valiosa possibilidade para que a grandeza surja.
O Evangelho fala em renunciar – deixar-se, pai, mãe, quer dizer = recebe-os numa profundidade maior, de quem nunca os deixou.
Ex.: Quem é minha mãe? Pai? Quem for discípulo é pai, mãe, irmão amigo, tudo! Dá um parentesco mais decisivo, maior.
Toda renúncia é um anúncio, uma proclamação, de outra realidade! Renúncia é um passo necessário. A renúncia deve estar de olho no anúncio. A presença maior do Senhor.
Aqui: após a leitura do texto:
1ª frase: o pleno engajamento aparece em tudo. Externo e interno. Quem compreende bem o que é a vontade de Deus, se desliga da vontade própria. Deus se faz plena presença. É tomado por Deus.
Ser: sentido pleno e substancial da vida, surge um fazer bom.
Ser pessoa impregnada de Deus, então tudo o que faz santifica. Cuide de sua afeição a Deus em tudo, e todas as obras a santificam. Deixe-se cada vez mais tocar, purificar por Deus, para que a presença de Deus seja cada vez mais plena em você. Não deixe de se expor para Deus.
Ser pessoa impregnada de Deus, então tudo o que faz santifica.
Deixar-se cada vez mais tocar, purificar por Deus, para que a presença de Deus seja cada vez mais plena.
Na 2ª e 3ª idade é difícil deixar-se purificar. Um pequeno apego, aqui pode minar a Vida Religiosa. Tira a pessoa dos gonzos da busca total, plena e verdadeira. Fica inquieto, ressentido. Não é mais total entrega nas mãos de Deus.
Colocar-se com fé para Jesus Cristo.
Cuide e não se deixe embriagar pela devassidão, pode ser coisa pequena, se disponha a corrigir, senão amargura sua vida e fica revoltado.
Largue seus defeitos, senão mina sua história. Nossa compreensão de Deus é banal, abstrata.
Mestre Eckhart diz: Deus é tudo! Se faz presença à medida que renuncia. E você vai experimentar uma força grande!
Como isso se dá?
Ex.: Se faz a meditação pra valer, dá presença e força na vida. Entre numa fluência boa.
Esse texto pode me transformar e me dar dicas de crescimento, transformar-se! Isso tudo como busca de um projeto fundamental. Isso me faz agir bem, ninguém fica parado se tem identidade boa.
Ser seguidor de Jesus Cristo como projeto de vida. E tudo o que faço é decorrência dessa opção e me dá a intuição do reto fazer.
2ª frase: Existem poucos homens que perseveram e seguem Jesus Cristo corretamente e plenamente.
A força de Deus começa a atuar e se torna substancial. Esvaziar-se, então se torna plena expressão! O que faço se torna plena expressão do sentido maior. É prolongamento, expressão da alma, de toda alma.
Sair de todas as coisas – como? É um sair provocante, largar a vontade própria e entrar na fluência própria de cada coisa.
Deus entra em ti com tudo o que tem. O entrave da vontade própria é ligado a fazer as coisas com indolência, agitação, ou fazer pela metade.
Fazer bem as coisas, isto é, compreender bem, captar o sentido com clarividência.
O segredo está em lançar-se todo inteiro em qualquer obra, Deus se faz presente. Começa assim com esta postura. Esta postura empregna o nosso trabalho e dá outra força.
Quanto mais se lançar conforme a coisa exige, no seu modo próprio então entra na fluência dessa obra, aqui entra maior força de Deus, se faz presente. Neste acerto dá uma paz. Paz que vem do acerto bom.
O texto quer coisa boa, substancial e sóbria.
É mais urgente pensar no que se deve ser, ser bom, porque ser tem sentido concreto, substancial. É a natureza essencial da coisa, a essência.
Trabalho que se concentra no essencial, e não fazer veleidades, não entra acessórios, caprichos, vontade própria.
Ser, neste sentido, é registro fundamental que dá cor ao fazer.
Nós não entendemos bem, o que é trabalho substancial, bem feito, essencial.
Nós temos essa dificuldade em nossa personalidade! Tem que fazer com solidez, empenho, então vai ficar bem assentado no trabalho.
A solidez humana e assentamento substancial consistem no assento do essencial. Quem está muito agitado não compreende esse essencial.
Temos dias agitados, nesses dias temos que cuidar mais. Essa agitação pode vir da raiva, do tempo etc…
O bom artesão está no essencial.
Ex.: A meditação é para o bom assentamento. São Francisco diz quem medita bem não tem agitação e nem nervosismo. O nervosismo dispara num fazer ilusório.
O modo substancial, essencial deve ser a tônica de nosso ser. Ex.: Deus é assim.
A nossa identidade de humanos, de homens, é ser imagem e semelhança de Deus, nós temos que trabalhar para que ela seja essa ressonância boa.
Se minha identidade for boa, imagem e semelhança de Deus, a obra é boa.
As obras são frutos, fulguração. Pelos frutos conhecereis as árvores. Todo o homem que estiver trabalhando a substância humana faz irromper brilho, que vem da força da verdade, que a inspiração faz surgir.
Bom, não só normal! Mas precisa acertar com a gênesis de sua obra, que ela irradia.
A fonte do bem indica o sentido de clarividência, corre atrás da clarividência que orienta a obra.
Força ética. Ex.: Um bom artesão trabalha bem a existência humana, fazem obras boas; faziam coisas boas.
Preocupa-te com o fundamento e o motivo de tuas obras. Santidade é cultivar uma existência substancial, essencial – Como?
Cuidar de cada obra. Deixar a preocupação de querer ficar santo. Ex.: Os grandes faziam obras boas e não assinavam. Fazer bem a obra é mais importante do que deixar o nome.
É urgente! Urgir… é algo que procede da própria natureza do homem. Convocação do próprio ser da criatura, da natureza humana. Daí todo o fazer ganha grandeza.
É difícil de nós, entre nós, falarmos de identidade.
As obras não santificam: obra é decorrência, exercício, não fique apegado à obra, senão você está com o olhar voltado demais ao pragmático.
Se for substancial no ser: comer, dormir etc., são obras que fluem desse modo substancial.
Sem o substancial, o essencial, não surge obra verdadeira.
Nossa natureza: o que é realmente ser homem?
Ser substancial como Deus é substancial ao criar tudo. Ser substancial é ser diante de Deus filho, cada vez mais límpido, amoroso, ao convite do Pai.
Trabalhar bem na identidade substancial, porque senão, não sai obra boa. Fazer com que todas as obras sejam decorrência da identidade substancial. Identidade inspirada na imagem e semelhança de Deus.
Não menospreze o trabalho no essencial. Ex.: a meditação.
O modo de ser substancial é vocação do homem. Homem deve ser resposta a Deus. O homem tem a si (próprio) mesmo nas próprias mãos. Trabalhar de todo o coração essa força divina em nós.
I Fioretti é floração desse enorme volume de trabalho no modo de ser próprio evangélico que Francisco abraçou. Fioretti = Floração = viço do humano. Cada vez é único, é diferente!
Coloque todo o empenho em ser bom. Ser competente dessa identidade humana, que transborda em tudo. Aqui está a utilidade humana.
Como é o fundamento das obras? O que faço não é importante, o importante é o fundamento da obra.
Fundamento é realmente a experiência do transcendente, dessa identidade religiosa, da experiência de Deus, que é o motivo, o objetivo!
Derrubar a vontade própria, meditar, sentar na identidade, depois de anos…
Ter faro para quem não faz esse trabalho na identidade.
Um texto, assim, de uma concepção de santidade moderno! E não querer aparecer santo antes do tempo… tem que ser trabalho substancial, que tem significado substancial.
Se você tiver essa postura, não desgasta, não desanima, se noviça não vai, enfrente. O trabalho está em outro nível, em outra dimensão.
Rezar de maneira substancial, que transforma o homem. Ex.: A mulher que desfila as contas do terço. Como modo bem assentado de ser!
Heidegger aprendeu muita coisa de Mestre Eckhart. Ser = modo centrado no essencial, e a partir dali toda a existência começa ganhar luminosidade e toda a obra fica boa.
Estar assentado no ser. Trabalha cada vez mais o sentido mais pleno. Que não seja modo agitado e frívolo de ser.
Morre tranquilo, porque não está preocupado com o que faz, fizeram ou deixaram de fazer.
Ex.: O velho e o mar