Frei Josiélio Oliveira da Silva, ofm.
A Eucaristia é o sinal memorável da presença de Cristo no meio de seu povo. Aquele que tantos nos amou, quis permanecer conosco de alguma maneira palpável, dando-nos força e coragem diante das tribulações e na humilde aparência do pão, torna-se sinal de gratuidade ao seu povo. O pão é o alimento mais humilde que se pode existir; está na mesa de ricos e pobres, está acessível, alimenta e fortalece quem dele come. A Eucaristia reflete bem esse cuidado de Deus por nós: por ela, somos configurados em uma mesma união com o Sagrado e nos tornamos cheio do alimento espiritual, que não se cansa de se doar, a cada dia, para que não nos sintamos abandonados por Ele. Também é um sinal ritual que lembra a morte e a ressurreição de Jesus, o Corpo e Sangue, transubstanciado no vinho e pão consagrados pela mão do sacerdote, “in persona Christi”.
Essa celebração, instituída oficialmente em 8 de setembro de 1264, e celebrada na quinta-feira após a Oitava de Pentecostes, sessenta dias após a Páscoa. Como memorial da Última Ceia do Senhor, mas também como concretude do amor de Deus por nós, nos faz reexperimentar a graça e a busca do cristão para a vida eterna. Cristo, no Evangelho de João, afirma essa graça ao dizer: “Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia”. Assim, a caminhada cristã só tem sentido quando a Eucaristia se torna o centro de sua vida, como uma profissão e renovação de fé diária.
Eucaristia vem do termo “reconhecimento, ação de graças” e com a renovação do sacrifício de Cristo, nos configura a Ele e nos faz experimentar o Paraíso ainda aqui na terra. Nas limitações que a temporalidade oferece, Jesus nos deixa um traço de eternidade e nos diz que seremos recompensados com as alegrias do Reino se seguirmos por ele, dando testemunho em palavras e ações. São Francisco de Assis, em seus escritos, coloca-nos diante desse Mistério “…assim também nós, vendo o pão e o vinho com nossos olhos corporais, olhemos e creiamos firmemente que está presente o santíssimo Corpo e Sangue vivo e verdadeiro. E desse modo, o Senhor estará sempre com seus fiéis, conforme Ele mesmo nos diz”. Francisco nos ensina assim que, esse Sacramento, é a ponte mais segura de encontro com Deus e consequentemente, com o Céu!
Que nossos olhos estejam atentos aos sinais de Cristo em cada Santa Missa e que, diante das coisas simples e humildes, nos pequenos atos cotidianos, saibamos enxergar a grandeza desse Deus Humilde, que se doa a cada instante simplesmente por amor a nós. Que a Eucaristia seja nossa força em tempos tão desafiadores… pés firmes no chão e o coração fixo em Deus!