Frei Leandro Ferreira Silva, ofm Entre os dias 12 a 15 de novembro de 2016, realizou-se na Fraternidade Franciscana São Boaventura o retino anual. Este ‘tempo de recesso’ propiciou aos frades de Profissão Temporária um revigoramento na fé e também uma avaliação feita da caminhada até o presente momento, pois, como é de costume nesta fraternidade, ao final de cada ano, os religiosos de livre e espontânea vontade, renovam os votos de pobreza, castidade e obediência, por mais um ano de suas vidas.
O pregador do retiro foi Frei Sebastião Agostinho Kremer, que é natural de Ibicaré, Santa Catarina, nasceu no dia 9 de junho de 1948 e ingressou na Ordem dos Frades Menores no dia 20 de janeiro de 1970. Fez a profissão solene no dia 2 de agosto de 1974 e foi ordenado sacerdote no dia 3 de janeiro de 1976. Atualmente Frei Sebastião reside em Balneário Camboriú (SC), onde trabalha na Paróquia Santa Inês.
Logo no início das formações Frei Sebastião surpreendeu a todos dizendo que o tema do retiro era o de não ter tema. Mas não pensem que o fato de não possuir um esquema embasado em um tema a ser refletido fizesse com que não se tivesse o que falar, pelo contrário. Cada dia do retiro foi preparado por uma equipe nomeada como “Marta” fazendo menção ao Evangelho de Lucas (10, 38-42 ) onde Marta trabalhava duro e Maria escutava a Jesus. E assim foram os quatro dias de reflexões e aprofundamentos.
Em suas explanações, o frade menor afirmou que carecemos nos retirar, não para fora, mas sim para dentro de nós mesmos, neste sentido, pode-se perceber que o seguimento de nosso Senhor Jesus Cristo, requer que nasçamos de novo para a vida, como discípulos de Jesus. O evangelho de Lucas (9,57-62) nos mostra muito claramente isso: “Enquanto prosseguiam viagem, alguém lhe disse na estrada: “Eu te seguirei para onde quer que vás”. Ao que Jesus respondeu: “As raposas têm tocas e as aves do céu, ninhos; mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça”. Disse a outro: “Segue-me”. Este respondeu: “Permite-me ir primeiro enterrar meu pai”. Ele replicou: “Deixa que os mortos enterrem seus mortos; quando a ti, vai anunciar o Reino de Deu”. Outro disse-lhe ainda: “Eu te seguirei, senhor, mas permite-me primeiro despedir-me dos que estão em minha casa”. Jesus, porém, lhe responde: “Quem põe a mão no arado e olha para trás não é apto para o Reino de Deus”.
Segundo Frei Sebastião, as exigências da vocação apostólica nascem do “querer uma vida nova”, uma fé viva… Porém, esse querer não é apenas para hoje e sim para sempre, é a cada dia que devemos começar de novo. Faz-se necessário nós entregarmos inteiramente ao Sumo Bem e permanecermos Nele, no livre arbítrio do mais importante querer, pois já dizia São Francisco: “O homem vale aquilo que ele é perante Deus e nada mais”.
Em suas reflexões, por muitas vezes, Frei Sebastião destacou que é preciso estar na dinâmica de olhar a vida, a partir do cerne, do âmago, ou seja, necessita-se ver com o coração! E faz-se importante destacar aqui que à medida que se aprende a olhar como Francisco de Assis, se percebe que todas as criaturas, sem distinção, são filhos de Deus.
Para isso se faz “indispensável a virtude da cordialidade entre irmãos (eu-tu), pois o que vale é a relação de caridade com o próximo, com os que estão ao nosso redor e comungam de nossa vida” enfatizou o frade.
Deus é o tesouro, Ele é a Pedra Preciosa, no momento em que os discípulos ‘tiram a trave do olho’ eles conseguem enxergar a grandiosidade do seguimento, por isso abandonam tudo e O seguem. “Quando é que vamos abrir os olhos como o cego de Jericó, servir como a sogra de Pedro, e descer da árvore como Zaqueu?” questionou frei Sebastião.
Agradecemos a Deus por nos proporcionar mais este rico momento de partilhas de vida, de reflexões profundas e orações revigorantes. Pedimos que Jesus Cristo, por intermédio de São Francisco nos ajude a sempre seguir a Cristo com olhos fixos, nascendo a cada dia de novo.