Em tudo aprender a ser cada vez mais religioso
Segunda-feira, 10 de outubro de 2005
Estimada Irmã Terezinha.
Muito obrigado pela questão colocada. Como você mesmo diz, essa questão deve ser resolvida seguindo os trâmites que está nas vossas Constituições, isto é, discutindo com o Conselho, etc.
Aqui eu exponho como eu penso: o que ninguém de vocês deve seguir só porque eu sou vosso assistente.
As sugestões e as opiniões do assistente são bem diferentes das do fundador. Servem somente como uma das opiniões para reflexão.
Acho que você nas observações que você colocou acerca do problema e da pessoa mostra um bom faro, no sentido espiritual.
Mas, você já deve ter percebido e isso não somente com vocês, mas com quase todas as Congregações que eu conheço, as pessoas não possuem um núcleo mais profundo e mais firme do ser religioso no sentido mais profundo.
Assim sendo, não sei se, se vocês não a deixarem ir, ela não se afasta mais ainda do Instituto.
Essa tendência de cada qual começar a cuidar da sua família, etc., e isso vai vir com o tempo, embora, se eu examino a atitude mais profunda interior, sinto que falta, como disse, o núcleo mais profundo e mais firme nos religiosos hoje, no modo de ser do Instituto Secular, deixa-se aberto essa possibilidade de morar na família, e assumir as preocupações da família.
Aqui vocês devem examinar bem a diferença da forma concreta do viver que é norma entre nós, os religiosos regulares, e vocês, religiosas de um Instituto Secular. Como tal, se ela vai como dekassegui21, ou fica em Paranaguá, no fundo não vai haver essencialmente muita diferença.
E isso pode acontecer com as outras também.
Por aqui você está vendo como no Instituto Secular o sentido da identidade da vida religiosa consagrada deve ser muito mais amadurecido, assumido, independente de que forma vive a consagração.
Isso vai levar a vocês a começar a pensar com mais intensidade e realismo, se a forma como estão vivendo, principalmente tendo casas grandes como Jaraguá, etc., precisando de pessoas para mantê-las, com o tempo e talvez pressionadas pela situação, não deva ser abandonado e passar a assumir uma forma de viver como a tem A Pequena Família Franciscana.
Aliás, a Irmã Inês, a Grande, e a Irmã Margarida, já vivem a situação de cuidar e ser cuidadas pela família. A Célia quando estava na Congregação vivia na família.
Portanto aqui, porque se afasta bem longe da terra onde está o Instituto, a Irmã Inês vai ser testada, não por vocês, mas pela opção que está querendo tomar, se ela realmente pertence à Vida Consagrada, ou é apenas uma cristã leiga boa.
Da parte do Conselho, em vez de discutir com animosidade que vem do gosto não gosto, medo de perder uma integrante do Instituto, se conseguirem, dever-se-ia discutir de modo muito real, como fazer para que a Irmã Inês continue crescendo no espírito do carisma da Instituição, etc., e também se vocês a permitirem ir como dekassegui, como garantir a segurança dela, para que não faça aventura, sem pensar e examinar bem a situação, etc.
Nesse sentido, também como um teste para vocês do próprio Conselho, você e sua vice, principalmente, e as Conselheiras, experimentem assumir o trabalho de decidir se aceita ou não o pedido da Irmã Inês, sem ficar perplexa, acabrunhada, etc., mas com coragem, na aprendizagem, mesmo que depois não dê certo.
Hermógenes