Anotações desenvolvidas sob o aspecto de como trabalhar
A espiritualidade é convite de exigência ética. É um conhecimento diferente do usual. Exige uma atitude e um elemento ético. Pressupõe atitude humana.
Podemos observar que o fundador dá certas características, dicas: descreve a posição ética da liberdade. Uma atitude é a cordialidade, no sentido de dispor-se. É necessário ter disposição para compreender. A pessoa cordial sempre coloca a dimensão positiva, por pior que seja, sempre alimenta esperança, busca uma solução, saída. Exemplo: Constrói em cima do ser, não dá importância para o não ser. Existem pessoas que sempre abordam pelo lado negativo. Outros dizem: Mesmo sendo assim, vamos lá… Para compreender a espiritualidade, devemos ser positivos, dá ânimo, faz progredir na compreensão, deixa a mente perspicaz, a pessoa abre mais o caminho, engata melhor… Espiritualidade é o bem humano que tem de ser buscado.
De como trabalhar: Esse método dá para usar em qualquer lugar. O amor fraterno pode ser olhado sob o aspecto de romance. Romance a dois e o resto não interessa mais. Hoje é acentuado isso! Mas amor fraterno é universal, é católico, é uma maneira universal de encarnar o amor.
Procedimento: tomada de posição. É palavra existencial, é modo de ser próprio do homem. Ser responsável pelo seu procedimento. Na existência humana, tenho de dar sentido bom. Procedimento bem assumido, orientação e medida mais profunda, dá seriedade e firmeza no que faz. Cargo (encargo) é algo imposto? Só tarefa social ou pode ser visto num nível mais fundamental? Cargo, encargo é recebido, mas também assumido pela pessoa, ser escolhido! Enviado.
Neste texto, aparece o caráter, o rigor de Pe. Mennel. Ele não gosta de divagação, vago. Tem postura de precisão, leva adiante, é determinado: dá método de discutir. Faz três perguntas, três orações principais. A maneira de rigor busca a verdade. Têm pessoas que “bifocam” as coisas, mas não criam consciência.
Falando a padres, questiona. Quem é o padre? Quem sou? Define quem é o padre, faz uma síntese de sua vocação de padre e missão. Pois quando alguém é confuso na identidade, no quem é, na sua vocação e missão, que dirá o resto?
Ter consciência da identidade de nossos encargos. Exemplo: religioso fazer greve é esquisito, não bate com nossa identidade. Assumimos nossa profissão por vocação. Qual a função social do sacerdote? É não fazer greve nunca, não entra no nível de direito de sua profissão, missão. Fé, doutrina, sacramentos: é força. Tem função mais profunda do que pensamos. Comunidade católica, fé católica, cavar mais fundo. Sou pertença à Igreja, congregação, província, comunidade. Sou um ser histórico. Redescobrir a catolicidade, não o catolicismo. Pe. Mennel toma uma posição referente aos padres! Antecessores e sucessores. Exemplo: como religioso, diante de outros religiosos (delimita o âmbito).
Método: Ele precisa saber bem de que se trata (delimita bem); marca pontos: três questões, tem a precisão do trabalho, sobriedade do realismo; O fundador é técnico. Ele tem maneira exemplar de fazer conferência. Vai direto ao assunto, não gosta de coisas vagas, que tem enfeite. Não despreza a técnica, a organização, é uma congregação de estilo próprio, é franciscana a modo técnico. Ele equilibra bem as coisas, está na sobriedade da coisa.
Neste texto sobre o amor fraterno, dá bem para ver o que é ser moderno, parece cientista, tem pulso do real. Nesta época tinha muitas pessoas assim (Século XIX). São pessoas que têm seriedade grande. O texto trata de sacerdotes no relacionamento com sacerdotes. Determina o âmbito. Não é vago.
O fundador usa método interessante. Fala ao sacerdote: “Todos nós sacerdotes temos vocação comum”. Não podemos negar isso, se não, caímos fora da situação e da lógica. A ação tem orientação e razão. Pe. Mennel faz todos juntos sondar o que é comum, católico.
Levar o barco para frente com ventos favoráveis ou contrários, um ou dois passos, mas levar em frente. Ele é definido, tem clareza na opção, é preciso, claro, definido, convicto, bom profissional.
Padre entre padres deve haver comunhão, continuidade. Pe. Mennel tem uma grande consciência de comunhão com o passado. Consciência de pertença, ser histórico. Ter pé no chão, enraizado na tradição, não está no ar. Ele está/é ligado à Igreja. Todos os fundadores falam e demonstram isso. Atrás dessa experiência tem toda uma raiz, herança, nunca se afastar da fidelidade à Igreja. Se não pertenço à Igreja, não tenho aquela força.
Quando um pároco precisa fazer mudanças em sua paróquia, deve fazê-las sem tocar na pessoa de seu predecessor.
Amor a Deus não é só amor pessoal a Deus, mas um amor ao total, passado, presente e futuro. É uma visão mais vasta, mais total. Amar a Deus, ter pé no chão, Deus Senhor da história. Observe o método usado pelo Pe. Mennel, ele entra muito no ético, no responsável. Observar as atitudes.
Em referência a Deus, tem de ter precisão, rigor maior. Como estão minhas atitudes cristãs? Tenho reverência grande para aquilo que é de Deus? Observar o estilo de Pe. Mennel; ele é servo e tem confiança, é estilo de cristão adulto.
Só o homem tem ética (obrigação moral). A ética diz referência à responsabilidade humana. Dizer que fulano não tem ética é dizer que não se responsabiliza por aquilo que é, sem compromisso consigo. A ética se caracteriza pela liberdade, responsabilidade. O homem tem de se responsabilizar, fazer história. O homem é livre para dar sentido a tudo; se não fizer, vegeta. Ética é exigência da liberdade humana.
Segunda reflexão – II Conferência de 1855 – Amor fraterno e a conduta do padre
Qual o procedimento dos servos de Cristo com os outros servos de Cristo?
Corresponder a sua vocação. Realizar na comunidade sua vocação acima descrita, deve ser a coisa mais sagrada e única que determina tudo. Deve dar atenção máxima a sua tarefa, missão. Promover com todas as forças a Glória de Deus e o bem das almas. Se tiver bem claro o objetivo, o que busca, o procedimento pode tomar múltiplas formas, dependendo das circunstâncias (idade, meios, obstáculos etc). Deve ter um procedimento bem definido. Este, portanto, deve ser impregnado e determinado pelo mesmo espírito de fé.
Como sacerdote, o padre deve ter um procedimento bem definido. Porque tem conseqüências. Devem os padres ser unidos e dar continuidade na missão do padre. É ligado à tarefa, à vocação. É preciso ter os pés firmes no chão e não no ar. Dar continuidade, cumprir a tarefa de sua vocação.
O que faz o novo vigário (transferido)? O sucessor continuará a plantar, arrancar, propagar, cultivar tudo o que é útil e bom, completar o que falta, corrigir o que é falho, em suma, procurar corresponder a sua vocação.
O que deve ser a base ou diretriz desta conduta e o que deve modificar ou ao menos moderar a conduta por eles pautada? A identidade, a vocação e missão do padre. O padre deve ter em vista os fiéis. O trabalho do padre deve estar num encadeamento com os outros (predecessores e sucessor).
Ser bom pastor e servo de Cristo. Como bom pastor, deve ter em vista unicamente o verdadeiro bem dos que lhe são confiados, sem se deixar influenciar por errôneas considerações para com terceiros, sejam fiéis ou sacerdotes, na instrução e exortação, no advertir, na direção e orientação dos fiéis.
Que atitudes de procedimento sugere? Atitudes de pastor, profeta, sacerdote, fidelidade à Igreja, pertença à Igreja e ao povo de Deus, cuidadoso e caridoso. Bom senso, sabedoria, lutar pela causa, não criticar seus antecessores.
Quanto mais zelosamente ele buscar seu único e supremo objetivo, tanto melhor lutará contra o que é errôneo e mau, mas ama a pessoa.
Como devem ser os padres entre si? Obsequiosos, amáveis, fraternos. Os padres entre si se sintam irmãos, servos do único Senhor, e os fiéis possam ter um bom exemplo.
Quais as principais faltas que podem ocorrer? Dois casos principais de procedimento errado: padre bom e predecessor tíbio. Padre tíbio e sucessor bom. Desligado da Igreja e da sua vocação, aqui podem surgir procedimentos falhos como: mudanças imediatas, violenta, passional, sem muita sabedoria.
Qual é o remédio para corrigir a conduta ou ter boa conduta? Ter bem clara a vocação, a missão sacerdotal: glória de Deus e o bem das pessoas.
Qual a vocação do sacerdote? Sua missão? O mais sagrado que determina tudo? O que o padre é, sua vocação e missão, Pe. Mennel destaca em sete itens no começo da conferência. É muito interessante também o aspecto de como o sacerdote deve atuar na comunidade católica e, principalmente, trabalhando o aspecto da fé. É tarefa do sacerdote ajudar a cada cristão a viver a fé, os valores evangélicos. Cada cristão, como filho de Deus, será imagem e semelhança d’Ele, nessa visão relacionar-se com os outros seres.
O que escreve só se aplica aos sacerdotes? Por quê? Em que situações podemos confrontar sua fala à nossa prática de vida religiosa? Podemos utilizar todas essas dicas que nos deixou em qualquer campo profissional, onde há troca de cargos, ou seja, onde há predecessores e sucessores, e um grupo que esteja ligado a estes. Nas situações em que temos que ter em vista a nossa vocação: que é: o amor a Deus e o amor ao próximo; e nossa meta suprema deve promover a glória de Deus e o bem das almas a nós confiadas e tudo isso vivido dentro do amor fraterno.
Do procedimento de quem se trata?
Trata-se da conduta do padre. “Ora, o padre é aquele que, na comunidade católica, deve ensinar, apresentar, explicar a fé católica e defendê-la contra objeções e dúvidas gerais ou locais, existentes ou que surgirem; o padre que deve alimentar e cultivar essa fé em jovens, velhos, através da prática da fé, de modo que esta não resida apenas no conhecimento, mas lance raízes também na mente e no coração; o padre que fizer com que a fé católica seja respeitada na vida e que a comunidade viva da fé”.
Desenvolvida sob o aspecto de como trabalhar e a outra desenvolvendo: Amor fraterno e a conduta do padre