Pedidos insistentes de paz na manhã deste dia

13/06/2018

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Moacir Beggo

Rio de Janeiro (RJ) – Como já é tradição na cidade do Rio de Janeiro, o Convento de Santo Antônio, que celebrou 410 anos de fundação no último dia 4 de junho, tornou-se o centro da devoção e da fé a Santo Antônio neste dia 13 de junho. Pessoas do Rio, das cidades vizinhas e de outros estados lotaram as escadarias e a igreja para celebrar o Santo mais popular do Brasil. Em muitos lugares do mundo, invocam o Santo como sendo de Lisboa, onde nasceu, e de Pádua, onde morreu, mas no Rio de Janeiro, os devotos o invocam como Santo Antônio do Largo da Carioca.

As festividades ao Padroeiro do Convento começaram logo cedo com os sinos chamando para a primeira Missa às 6 horas. Ontem à noite foi dia de preparar a igreja, com a ornamentação dos altares e retirada dos bancos da igreja para receber a multidão.

Para que todos pudessem fazer a sua oração e devoção a Santo Antônio, o povo subia por uma escadaria e pelo elevador e descia por outra. Antes de entrar na igreja para receber a bênção e a comunhão, os fiéis podiam se dirigir à imagem do Santo que ficou no pátio em frente ao convento. Mesmo assim, o local ficou pequeno para tantos devotos. Todo mundo queria chegar perto da imagem, tocá-la e deixar o bilhete escrito.

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No interior da igreja, os frades se revezavam para dar a bênção de Santo Antônio, aspergindo água benta e distribuindo a comunhão. No salão ao lado da igreja, outros frades se revezavam para atender as confissões. Na descida, os fiéis faziam fila para não voltar à casa sem o símbolo da festa: o ‘pãozinho’ de Santo Antônio.

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Simone pediu paz e um emprego

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Rosa também pediu paz

Como não poderia ser de outra forma, neste ano, a grande maioria dos devotos pediu pela paz no Rio de Janeiro. Foi uma súplica por paz e proteção na Cidade Maravilhosa. Rosa Maria veio de Copacabana para fazer a sua devoção. “Sempre pedi sua intercessão e fui atendida. Quando tenho minhas apreensões, corro para ele. Mas também peço muita proteção e ajuda para acabar com essa violência. Que as pessoas tenham sensibilidade para perceber que todos temos necessidades e queremos viver em paz”, disse. Já Adriana Matias Ribeiro, que nasceu em Caxias e sempre ia na Igreja de Santo Antônio desta cidade, neste ano veio ao Convento: “Vim agradecer uma graça alcançada e pedir para que essa violência acabe”.

Simone Vieira mora em Copacabana, mas tinha compromissos no Centro e aproveitou para fazer a sua devoção. “Sou muito devota de Santo Antônio. Eu vim pedir muita paz para a cidade, que essa violência termine para que a gente possa sair de casa com a certeza de que vai voltar. Antes de pedir, eu tenho muita gratidão por ele. No momento de dor, eu peço a ele e ele me levanta. Mas não peço só pra mim. A gente está precisando de paz. É tanta gente morta, tantas pessoas que perderam familiares queridos. Então, peço proteção e paz para todo mundo”, repetiu Simone, dizendo que está desempregada: “Foi um dos meus pedidos a Santo Antônio. Mas eu tenho certeza que vou conseguir um emprego”.

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O guardião e reitor, Frei José Pereira, acordou cedo. Demonstrava felicidade e alegria pelo dia da festa e pediu intercessão do Santo para que tudo corra bem nesta 336ª Festa e Trezena do Santo Padroeiro. Na sua homilia, na Missa das 10 horas, Frei José lembrou que Santo Antônio é sempre essa presença no coração do brasileiro e do mundo inteiro. “Tanta presença que nos ajuda no mundo de hoje, muito ferido, quando a vida é destruída e negada. Onde o egoísmo perdura, a vaidade e o poder sobem às cabeças das pessoas e a fraternidade é esvaziada”, lamentou.

“O reconhecimento da vida como dom de Deus é que deveria movimentar, motivar, iluminar, comprometer o coração e a vontade de todos os seres humanos na face da terra. Porque não seremos melhores porque somos católicos, mas Deus nos reconhece se reconhecermos seu Rosto no rosto de cada irmão, porque o amor nos identifica como família”, ressaltou.

Frei José lembrou que Papa Francisco disse que hoje “os pobres pagam pelos pecados dos corruptos” e Santo Antônio era implacável para defender a vida e o povo sofrido, muitas vezes marcado pela enfermidade. “Que Deus acolha o que vai dentro do coração de cada um. Que Santo Antônio nos ajude a sermos tolerantes, misericordiosos como sempre lembra com insistência o Papa Francisco!”, completou Frei José.

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Neste dia 13, as portas do Convento estarão abertas a partir das 5 horas. A primeira Missa será celebrada às 6 horas. Durante o dia, haverá Missas às 8, 10, 12, 15 e 18 horas. O Ministro Provincial da Província Franciscana da Imaculada Conceição, Frei Fidêncio Vanboemmel, celebra às 15 horas. Haverá bênção de Santo Antônio no final das missas e nos intervalos, além de distribuição de pães e atendimento de confissão. No pátio em frente ao Convento, há barracas de artigos religiosos, artesanato, comidas e bebidas e o delicioso bolo de Santo Antônio.

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