No dia em que a Família Franciscana do mundo todo celebra as festividades de São Francisco de Assis (4/10), Frei Anselmo Fracasso completa 60 anos de presbiterato. Ainda em julho deste ano realizamos esta entrevista que, muito mais do que perguntas e respostas, pretende apresentar um franciscano que é um testemunho vivo da graça de viver.
Frei Anselmo é natural de Baliza no Rio Grande do Sul. Nasceu no dia 31 de outubro de 1930. Aos 21 anos de idade, quando já cursava o terceiro ano do científico, hoje Ensino Médio, no Seminário Santo Antônio de Agudos (SP), viu-se privado da luz dos olhos. Após o primeiro impacto, reagiu, aprendeu o método Braille e, assim, conseguiu prosseguir os estudos até o fim. Fez sua profissão solene no dia 30 de agosto de 1962. No dia 4 de outubro de 1962 foi ordenado presbítero por concessão especial do saudoso Papa João XXIII, hoje santo. Desde então, embora permanecendo sem a luz dos olhos, desempenha normalmente as funções religiosas. Deixou de enxergar para começar a verdadeiramente ver. É franciscano, professor, conferencista e autor de diversos livros. Como preanunciam quatro títulos de seus livros: “Ele enxerga o que os olhos não veem” e “ensina aos seus ouvintes”, através de “gotas de vida”, a “arte de viver e o segredo da flor”.
Atualmente frei Anselmo tem mais de 90 anos e reside no Convento Santo Antônio do Largo da Carioca há pelos menos seis décadas. Quando completou 50 anos de padre, em 2012, Frei Neylor José Tonin assim descreveu a personalidade do confrade: “Ele é muito admirado por centenas, senão milhares, de devotos de Santo Antônio que vêm ao Convento do Largo da Carioca (RJ) para receber de suas mãos o perdão dos pecados e as luzes para seus problemas pessoais. Mas ele é também muito conhecido e admirado pelo Brasil afora por suas palestras e pela ajuda aos cegos. Ele mesmo é cego, mas, já municiou a mais de 100 cegos com máquinas de escrever em Braille, compradas com o suor de seus trabalhos e com o dinheiro de doadores que apoiam seus cuidados pastorais. Hoje, ele já não viaja mais tanto, antes corria o Brasil todo, mas mesmo assim continua promovendo a causa dos cegos e ajudando os deficientes visuais”.
A Oração da Paz atribuída a São Francisco de Assis, assim diz: “Senhor, fazei de mim um instrumento de vossa Paz. Onde houver ódio que eu leve o amor”. Ainda na juventude, Frei Anselmo perdeu seu pai assassinado e com está experiência de dor, traduziu a oração de São Francisco na sua própria vida. Nesta entrevista, Frei Anselmo explica este episódio e fala sobre perdão e reconciliação. Também dá detalhes sobre a perda da visão, sua vida e itinerário vocacional.
Acompanhe a entrevista concedida a Frei Augusto Luiz Gabriel.