“Não existe altar mais perfeito do que o coração de Jesus”

08/06/2018

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Moacir Beggo

 Rio de Janeiro (RJ) – No oitavo dia (8/6) da Trezena de Santo Antônio no Convento do Largo da Carioca (RJ), o Padroeiro teve a companhia de outra devoção franciscana: o Sagrado Coração de Jesus. Na Celebração Eucarística do meio-dia, Frei Odécio Lima, frade da Custódia do Sagrado Coração de Jesus (SP), foi o pregador e lembrou que também neste dia São João Paulo II ordenou que fosse realizado o Dia Mundial de Oração pela Santificação dos Sacerdotes.

Frei Roger Brunorio fez a acolhida dos fiéis no início da Celebração e também destacou que já em 1700 celebrava-se a festa do Sagrado Coração de Jesus e também do Coração de Maria no Convento Santo Antônio. “Os franciscanos tiveram essa licença antes que ela se tornasse oficial na Igreja”, contou.

Na procissão de entrada, a imagem do Sagrado Coração de Jesus caminhou no meio da cruz, dos estandartes de Santo Antônio e do andor do santo Padroeiro. O guardião e reitor do Santuário e Convento, Frei José Pereira, e Frei Neylor Tonin foram os concelebrantes. A Trezena tem outra Celebração às 18 horas.

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A pedido do pregador, Frei Neylor colocou a imagem no altar. “Não existe altar mais perfeito do que o coração de Jesus. Porque, no coração de Jesus, de pão se faz corpo, de vinho se faz sangue e se faz sacramento de salvação para mim, para você. É o sacramento da vida, o sacramento do amor, que o nosso Santo Antônio confiava de modo indescritível”, disse o celebrante.

coracao_080618_2Rememorando a chegada de Antônio no Norte da Itália, Frei Odécio disse que o santo se inspirou em São Francisco de Assis, aquele Pobrezinho que se fez pobrezinho para poder falar do Sumo Bem e daquele que saciava sua sede nas fontes do amor. “E Antônio viu isso e descobriu que a pregação tinha que partir daí. O glorioso Santo Antônio não foi pregar na Universidade de Bolonha, mas pregou pelas ruas, andando descalço, pregou para os pobres, para uma família em desunião, pregou para aqueles estavam na prisão, curou os doentes, visitou os humildes, levando aquilo que tinha aprendido de Francisco: amar o Sumo Bem, chorar por aquele não está sendo amado, aquele que é amor”, disse.

Segundo o frade, nasce, então, no coração da Ordem Franciscana, a devoção ao Sagrado Coração de Jesus e, passando de frade em frade, chega-se a São Boaventura, que cria a “jaculatória mais linda” do Sagrado Coração de Jesus, quando ele diz:  “Doce Coração de Jesus, faz com que eu te ame sempre mais!” Outro grande fato que tornou essa devoção mais forte foi a célebre visão que teve Santa Margarida Maria Alacoque, em 4 de outubro de 1686, quando lhe apareceu Jesus Cristo e lhe mostrou São Francisco, revestido de uma luz e de um esplendor inefável entre os santos e unido àquela memorável palavra: “Eis o Santo mais unido ao meu Coração; toma-o como teu guia!”

Para o frade, Santo Antônio pregou para os pobres, viveu para os pobres e encantou os ricos. Aqui, no Rio de Janeiro, o Convento de Santo Antônio foi construído na periferia, junto aos pobres.  “E ainda hoje o Convento Santo Antônio, no centro do Largo da Carioca do Rio de Janeiro, é este lugar onde pobres podem subir e aqui encontram a sua casa, porque estará olhando sobre nós aquele olhar cheio de misericórdia, cheio de carinho. É Santo Antônio do amor, mas não de qualquer amor. Do amor a Jesus. Que hoje nos deixemos tocar pelo coração de Cristo!”, completou.

“Oh, glorioso Santo Antônio, nos ensina a viver o amor a Jesus, o amor que não está sendo amado pelo mundo. O amor do doce coração de Jesus, no qual nós encontramos a nossa esperança”, pediu.

Os sacramentais de Santo Antônio

coracao_080618_expo1No lado direito da igreja do Convento Santo Antônio, uma pequena exposição de artigos de devoção consagrados a Santo Antônio tem o poder de trazer à memória histórias de vida e fé.

“As pessoas gostam da exposição porque se identificam com esses objetos, lembram seus santinhos que tinham em casa ou carregavam na carteira”, explica o curador da Mostra, Frei Roger Brunorio. Segundo o Catecismo da Igreja Católica, os sacramentais não conferem a graça em si, à maneira dos sacramentos, mas são caminhos que conduzem a ela, ajudando a santificar as diferentes circunstâncias da vida. Eles despertam nos cristãos sentimentos de amor e fé.

Todo o material devocional exposto faz parte do acervo do Convento Santo Antônio. “Neste ano, a gente trouxe neste mobiliário antigo, vitrines com seis aberturas e seis temas”, explicou Frei Roger. São eles:  “Santo Antônio do lírio, da cruz, do Menino Jesus”; “Santo Antônio, nosso intercessor”;  “Santo Antônio de todos nós” (aqui uma raridade da imagem antoniana em relevo de prata e que se guardava nas bolsas, provavelmente dos anos 20 ou 30); “Santo Antônio, nossa confiança e nossa proteção” (aqui se destacam as medalhinhas, os pingentes, os brincos, chaves, imagens para colocar na carteira); “Santo Antônio em todos os momentos” (destaque para carteira de identidade católica dos anos 30, que se usava muito, responsório, terço); “Santo Antônio nosso amor nossa devoção” (aqui tem uma devoção como para a casa, trabalho, com medalhas de todos os tipos de materiais e formatos). A exposição fica na igreja até o próximo dia 10.

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