Neste domingo da Santíssima Trindade (4/06), a 341ª edição da Trezena e Festa do Convento Santo Antônio do Largo da Carioca, no Rio de Janeiro, chegou ao quinto dia. Frei Gabriel Dellandrea, o pregador, falou sobre o tema “Santo Antônio: um servo da Trindade!” na sua pregação, na Missa das 10h. Os frades do Fraternidade acompanharam a Imagem Peregrina de Santo Antõnio na Casa Franciscana, do Serviço Franciscano de Solidariedade (SEFRAS) e o Mosteiro da Ajuda, das Irmâs Concepcionistas.

Frei Gabriel partiu de sua pregação lembrando que fazemos o sinal da cruz em vários momentos do dia a dia. “Nós, cristãos, muito facilmente lembramos da Trindade. O fato é que por meio deste sinal invocamos o grande tema da liturgia de hoje, que está presente em todas as liturgias da Igreja! A Trindade. Essa mania de nos benzermos está muitas vezes fundamentada na liturgia pois muitas coisas começam com o sinal da cruz. Ele é quem principia tudo pois foi a Trindade que Tudo começou”, explicou o celebrante.

Citando o Papa Francisco, lembrou que fazer o sinal da cruz é estar no abraço da Trindade. “É se sentir próximo a ela. E uma vez abraçados por ela, queremos que ela transforme a nossa vida. E é Jesus que nos revela o modo como esta Trindade age: ao vir ao mundo, ele nos salva! A encarnação de Jesus acontece para mostrar o amor de Deus e salvar o ser humano, indicando como ele deve viver: assim como Jesus viveu!”, disse.

“Por isso, a Trindade se abaixa: para nos elevar. E um Deus ao mesmo tempo três nos revela que quando Jesus forma uma comunidade de discípulos e discípulas ele já estava acostumado a viver em comunhão. Sua vida foi uma plena comunhão com o Pai e o Espírito. Ambos agem na história da Salvação! O Pai cria, o Filho salva e o Espírito conduz aqueles que acreditam no Filho. Como a Trindade, nós cristãos, devemos ser plena comunhão. Inspirados neles, só seremos Igreja quando soubermos viver a Unidade apesar de nossas diferenças, quando percebermos que devemos crescer uns com os outros”, acrescentou Frei Gabriel.

Segundo ele, Santo Antônio tem uma experiência muito interessante com a Trindade. “Certa vez, Santo Antônio estava visitando uma cidade onde havia hereges. Estes, para atingir Santo Antônio, serviram para ele um alimento envenenado. O santo percebeu, pois o Espírito Santo lhe revelou a maldade. E aqueles que fizeram isto estavam motivados pelo trecho do Evangelho que dizia que se algum cristão beber algum veneno de morte não receberia dano nenhum durante a missão. Se Santo Antônio não comesse o alimento, daria razão aos hereges. Se comesse, correria o risco. Sendo assim, fez o sinal da cruz sobre o alimento, olhou para os hereges e disse: “Pois vou comer, não para tentar a Deus, mas para que tenhais fé no Evangelho”. E depois comeu deste alimento. Nada lhe aconteceu e os hereges se converteram a fé”, contou o frade.

“Dessa história podemos tirar uma lição: a missão de Antônio começa e termina em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Ao longo de sua vida, ele sabia que encontraria dificuldades. Mas não esqueceu a Trindade que o chamou. Na hora do aperto, clamou a Trindade, pois foi a Ela que entregou sua vida. Nós também, diante das ciladas, das dificuldades de hoje, dos egoísmos, tracemos sobre nós o sinal da nossa fé. Ele não é mágico, mas nos ajuda a lembrar a quem estamos servindo. Mais do que isso: nos lembra que não estamos sozinhos, que estamos abraçados com um Deus que é pura comunhão entre si e conosco, pois é AMOR!”, concluiu.

Santo Antônio, com as Irmãs Concepcionistas e também no meio dos pobres

A visita da Imagem Peregrina começou às 8h, quando o Santo foi recebido aos pés da escadaria do Mosteiro de Nossa Senhora da Conceição da Ajuda, das Irmãs Concepcionistas, no Bairro de Vila Isabel. Um grupo de escoteiros se encarregou de subir as escadas com o andor em procissão, acompanhada pelo presidente da celebração eucarística, o Capelão do Mosteiro, Padre Eduardo Henrique Braga e pelos frades do Convento, Frei Estêvão Ottenbreit, Frei Roger Brunorio e Frei Gustavo Medella. Manifestando, em nome das irmãs e da comunidade, a alegria de todos pela presença da imagem de Santo Antônio e dos frades, Padre Eduardo fez uma breve introdução destacando aspectos virtuosos da vida e da história do Santo homenageado. Ao final da celebração, Frei Estêvão recordou que visita era também um sinal de força e estímulo para que as Irmãs Concepcionistas prosseguissem com sua missão naquele Mosteiro. Houve a bênção e distribuição dos pãezinhos ao povo e, desta forma, a Imagem Peregrina cumpriu mais uma estação do percurso iniciado há cinco dias.

Próximo à hora do almoço, foi a vez da Imagem Peregrina chegar à Casa Francisana, do Serviço Franciscano de Solidariedade (SEFRAS), próxima à Central do Brasil, aos pés do Morro da Providência e que oferece diariamente 300 refeições a pessoas em situação de rua. Mais uma vez a visita contou com o suporte dos escoteiros que, provenientes de diversos grupos do Estado do Rio, ajudaram nos mais variados serviços, desde a cozinha, arrumação, serviço às mesas etc., para que todos os irmãos em situação de rua pudessem ser bem servidos. Num momento de oração antes do almoço, Frei Gustavo Medella explicou aos frequentadores a proximidade entre Santo Antônio e os pobres e também os incentivou a dirigir pedidos a Deus por intercessão do Santo. Além disso, mais uma vez foram distribuídos os pãezinhos. A visita transcorreu em clima de alegria e generosidade, ficando ao final a gratidão dos atendidos, voluntários e da equipe de trabalho da casa pela experiência que puderam viver a partir da presença mística e inspiradora de Santo Antônio.

A Trezena segue nesta segunda-feira, 05 de junho, em seu sexto dia, com o tema “Santo Antônio, Mestre de palavras e obras”, com missas às 12h e 18h. A Imagem peregrina visitará a Rádio Catedral, às 9h30, seguindo na sequência para a Catedral São Sebastião, com missa às 12h, e às 14h30, estará na Fundação São Martinho, na Lapa.