Rio de Janeiro (RJ) – O 12º dia da Trezena Santo Antônio no Convento do Largo da Carioca, nesta terça-feira, 11 de junho, teve a Celebração Eucarística das 18 horas presidida por Frei Guido Scottini. Na festa do apóstolo Barnabé, Frei Odécio Lima foi o pregador do tema “Santo Antônio e o Reino dos Céus”. Às 12 horas, a primeira Celebração Eucarística da Trezena foi feita por Frei Carlos Guimarães, da Fraternidade Nossa Senhora Aparecida de Nilópolis.
Frei Odécio explicou que o tema do dia foi tirado do Evangelho: “Em vosso caminho, anunciai: ‘O reino dos céus está próximo”. “Este Evangelho que nós ouvimos hoje é a resposta magna que São Francisco recebeu em sua vida. São Francisco estava cheio de dúvidas, vestiu-se de eremita, não sabia o que fazer. Na Igreja de São Pedro, em Assis, ele entra e pede para o sacerdote abrir a Palavra de Deus para ele. E a Palavra de Deus que se abriu foi exatamente esse evangelho que nós ouvimos hoje. E São Francisco começou a jogar fora as coisas, as sacolas, o bastião, tirou as sandálias, cingiu-se com uma corda e não mais o cinto”, disse Frei Odécio. A partir desse texto do Evangelho, Francisco vive como apóstolo.
Frei Odécio, então, recordou um pouco de história franciscana ao narrar como foi o encontro de Francisco com Antônio no Capítulo das Esteiras, a primeira reunião dos frades em Assis. “Subiu com os frades sicilianos um pequeno português que não abria a boca, chamado Antônio. Chegando em Assis, participou silenciosamente do Capítulo. E foi mandado por São Francisco com os frades para o Norte da Itália, para os confins do território pontifício, além dos domínios da Igreja. Ao ouvir as coisas que aconteciam sob a pregação de Santo Antônio, São Francisco não teve dúvida: pediu para ele ensinar Teologia aos frades sem perder o espírito de devoção. E assim Santo Antônio vira mestre para São Francisco”, lembrou o pregador deste dia da Trezena.
Segundo ele, existe uma certa semelhança entre a festa de São Barnabé hoje e a história desses dois homens. “Quem foi mais poderoso em palavras, em milagres, em realizações: São Francisco ou Santo Antônio? Seguramente Santo Antônio, a quem São Francisco admirava, guardava com respeito. Veja: dois rapazes numa única missão. ‘Eu lhe despertei para a missão, agora vai! Seja o meu apóstolo!’ Assim como fez Barnabé com Paulo. Despertou em Paulo a sua vocação missionária, a sua vocação de anunciador do Reino de Deus”, identificou.
Frei Odécio lembrou que Santo Antônio, quando fala do Reino dos Céus, diz que anunciar o Reino de Deus é praticar a justiça. “Veja que estupendo: Anunciar o Reino de Deus é praticar a justiça. E a obra da justiça é o próprio Cristo. Onde tem Cristo não pode haver injustiças, não combinam. Onde está Jesus Cristo começa a acontecer a maravilha que nós escutamos no Evangelho. ‘Curai os doentes, ressuscitai os mortos, purificai os leprosos, expulsai os demônios. De graça recebestes, de graça deveis dar! Não leveis ouro, nem prata, nem dinheiro nos vossos cintos; nem sacola para o caminho, nem duas túnicas, nem sandálias, nem bastão, porque o operário tem direito ao seu sustento’. Tudo isso acontece na vida deste imitador de apóstolos, Santo Antônio. A epifania do Reino acontece. Porque ele não fazia outra coisa que pregar o Reino de Deus que está próximo. Ele aproximava as pessoas de Jesus Cristo”, completou.
Antes de encerrar, pediu ao povo para olhar no altar-mor com a imagem de Santo Antônio. “Nesta imagem, o Menino Jesus está grudado no capuz de Santo Antônio. O pezinho está nas mãos de Santo Antônio, que está ajudando o Menino a descer. É isso que faz a pregação do homem de Deus. Entrega Jesus para que chegue até nós, que estamos aqui neste mundo”, completou.
Nesta quarta-feira, 12 de junho, a Trezena de Santo Antônio chega ao seu final. No Dia dos Namorados, o tema é “Santo Antônio e o Amor”, tendo como pregador Frei Vitorio Mazzuco, frade que está a serviço da Universidade São Francisco, em Bragança Paulista.
Moacir Beggo