A bênção de Santo Antônio para toda a cidade do Rio de Janeiro

07/06/2023

No oitavo dia da Trezena de Santo Antônio (7/06), em preparação para o grande dia do Santo Franciscano, a imagem Peregrina visitou o Centro Administrativo São Sebastião – a sede da Prefeitura carioca –,  às 9 horas, e foi acolhida pelo Prefeito Eduardo Paes, que também recebeu os frades do Convento Santo Antônio, Frei Gustavo Wayand Medella, Frei Cláudio César Broca de Siqueira, Frei Róger Brunorio, Frei Walter Ferreira Junior e o pregador da Trezena, Frei Gabriel Dellandrea, no seu gabinete pessoal.

O Prefeito estava acompanhado dos secretários da Educação, Renan Ferreirinha; o secretário de saúde, Daniel Soranz, e o secretário da Casa Civil, Eduardo Cavaliere. Num primeiro  momento, o Prefeito Eduardo e os frades tiveram um bate-papo. “Conversamos sobre o centro da cidade, a importância cultural, histórica e religiosa deste lugar, sobretudo os desafios do centro, como a questão imobiliária e o incentivo das residências, a questão da população em situação de rua, falamos também sobre o trabalho do Serviço Franciscano de Solidariedade (SEFRAS), aos pés do Morro da Providência, próximo da Central do Brasil, oferecendo alimentos”, explicou Frei Gustavo. Segundo ele, o prefeito colocou a Prefeitura à disposição do Convento, da missão dos frades e da Igreja.

Eduardo agradeceu por todo trabalho e pela presença, pediu orações, já ele que estava hospitalizado devido a uma crise renal. Recebeu alta no último domingo (4/6) e disse que já está se sentindo melhor.

O segundo momento desta visita foi de oração e bênção, conforme o roteiro programado. “Cantamos a Ladainha de Santo Antônio, junto com o Prefeito e os assessores, pedindo a bênção e a intercessão de Deus para a Prefeitura, o Prefeito, para toda a cidade do Rio de Janeiro, trabalhadores e colaboradores daquela casa e de todos os setores da Prefeitura”, informou Frei Medella. Para o frade, “recordamos o objetivo da visita, que é de restituição a tantos cariocas que sobem reiteradamente ao Convento do Largo da Carioca. Em todos os lugares, assim como na Prefeitura, nós quisemos estar juntos”.

O guardião Frei Walter também falou sobre os desafios da manutenção do patrimônio histórico, que também é muito exigente, No final, o Prefeito segurou a cesta dos pães de Santo Antônio e os distribuiu aos presentes. No final, recebeu a aspersão da água benta.

SANTO ANTÔNIO E SÃO FRANCISCO DE ASSIS

O tema para este dia foi “Santo Antônio: fiel seguidor de São Francisco!”. O pregador e celebrante Frei Gabriel teve como concelebrante Frei Gustavo Medella. No início de sua reflexão, o pregador lembrou que o ser humano sempre está meio perdido quando o assunto é a morte. “Na primeira leitura, Tobias e Sara queriam morrer, pois passando por uma grande angústia, achavam que assim encerrariam o sofrimento. A morte seria uma certa salvação. No Evangelho, o assunto foi sobre a vida após a morte: se lá as pessoas permanecem casadas ou não. Morrer se tornaria uma confusão familiar sobre quem seria o marido da viúva de sete homens”, situou.

Mas, segundo o frade, Jesus vem deixar claro uma coisa: Deus é Deus dos vivos! “Depois desta vida há a plena comunhão com ele. Aqui morrem as angústias, as questões de relacionamentos. Aqui o corpo tem uma dinâmica de passagem, lá ele se torna eterno. Mas uma coisa é fato, em se tratando de morte, o cristão é convidado a morrer para si mesmo, para o egoísmo, para a sensação de sermos o nosso próprio ‘deusinho’ para nascer numa vida nova em Cristo. É assim que atingiremos a Vida Eterna, se com o nosso corpo buscarmos morrer para aquilo que é frágil, efêmero, renascendo para aquilo que faz parte da proposta de vida a partir de Cristo”, explicou Frei Gabriel.

“Por isso, não importa o que vem depois. A morte não nos desespera, pois se torna uma passagem para a plena comunhão com Deus. Somos filhos de um Deus que nos quer vivos, e nos dá essa vida à medida que morremos para nós e nascemos para Ele!”, salientou o pregador.

Para ele, é nessa perspectiva que Santo Antônio encontra São Francisco de Assis. Como já lembramos, ele se torna franciscano porque queria morrer para si. Ao ver os cinco frades que morreram por causa de Cristo no Marrocos, Antônio também queria sacrificar sua vida. É por isso que São Francisco entra em sua história e ele entra na de São Francisco”, recordou.

“Ambos entenderam que a sua vida aqui é uma passagem para ir ao encontro daquilo que realmente é Eterno. Por isso, abrem mão de qualquer pretensão por poder, fama, dinheiro. Assumindo uma vida simples, pobre e alegre, querem dedicar-se por inteiro”, assinalou.

.”Assim, vivem a humildade. Querem se colocar diante de Deus como seus servos. E por estarem abertos a isso, mesmo que sonharam com o martírio, tiveram outro fim”, lembrou, já que Francisco recebeu os estigmas, e nu sobre a terra entregou sua alma, e Antônio não morreu como mártir, mas de tanto se entregar à caridade, à pregação, à misericórdia através da penitência, se encontrou com a irmã morte pelo esgotamento, pela saúde frágil de alguém que se dedicou a Deus por completo.

“Por isso, foi fiel seguidor de São Francisco. Apesar de querer uma coisa, ao se humilhar e procurar ouvir a vontade de Deus, o Senhor pôde fazer nele grandes coisas. É por isso que Antônio percebe uma realidade que transforma em frase: ‘Deus habita nas alturas, mas, lança os olhos para as coisas humildes’. Deus nos eleva aos céus, mas para que cheguemos lá é preciso, com alegria, se dedicar às coisas simples e humildes, que nos abrem para Ele. Alguém muito soberbo, cheio de si, não tem espaço para que Deus possa fazer morada. Mas quem sabe se reconhecer pequeno diante de Deus, é engrandecido por ele. E isso Santo Antônio e São Francisco fizeram. São modelos para nós, pois tiveram o reto desejo de se entregar para Deus. Tinham planos de como isso poderia ser, mas se moldaram para aquilo que era necessário ser feito”, concluiu.

Como já é tradicional, a imagem do Padroeiro fica ao lado, em um “andor móvel”, iluminado com pequenas lâmpadas e muitas flores, especialmente lírios.

 

Nas orações da Trezena, o povo pede proteção e bênçãos a Santo Antônio, considerado o santo dos milagres. No final da oração, é dada a “bênção de Santo Antônio”:

“Celebrante: A nossa força está no nome do Senhor

Devotos: Que fez o céu e a terra

Celebrante: Rogai por nós glorioso Santo Antônio

Devotos: Para que sejamos dignos da promessa de Cristo

Celebrante: Eis a cruz do Senhor. Afastem-se de vós todos os inimigos da salvação.

Porque venceu o Leão da tribo de Judá, descendente de Davi, Jesus Cristo Nosso Senhor”.

No Convento, já é uma tradição antiga, a aspersão da água benta encerra a celebração e é feita com um balde de metal e uma brocha de pintor. E todos saem satisfeitos porque receberam mais que algumas gotinhas de água benta.

GASTRONOMIA ANTONIANA

O espaço “Gastronomia Antoniana”, que funciona no Salão Frei Fabiano de Cristo, no subsolo do Convento, reformado especialmente para a Festa, está a pleno vapor. Diariamente seus devotos podem experimentar um pouco da gastronomia do país onde Antônio viveu grande parte de sua vida e faleceu: a Itália. O espaço gastronômico funciona amanhã, 08, nos dias 10, 11, 12 e 13 de junho, oferecendo cada dia uma receita de massa com um molho diferente, por um valor acessível.

Esta é a 341ª edição da Trezena e Festa do Convento Santo Antônio do Largo da Carioca, no Rio de Janeiro, que no último dia 4 de junho completou 415 anos de fundação.


Equipe de Comunicação da Província da Imaculada

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