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- Essa formulação, se…, – então (se queres ser perfeito, então vende tudo que tens, (…) e segue-me) se chama modo condicional[1].
- Quando se dá a formulação condicional, estamos diante da condição da possibilidade de uma realidade.
- Condição da possibilidade de uma realidade indica o poder, a potência, o vigor de fundo, a partir e dentro do qual a realidade de um fato se torna possível. Dito de outro modo, a partir e dentro do qual um fato adquire o caráter de real. Quando um fato se torna assim possível, eu posso. Ou, dito de outro modo, o eu posso não é apenas um sonho, um desejo, um ideal mal assimilado, um ímpeto vivencial passageiro, uma idéia fixa instintiva, uma impulsividade, mas decisão de uma vida.
- Decisão de uma vida se chama necessidade livre, em diferenciando-a da necessidade vital.
- Fazer bem o necessário é descobrir que a necessidade vital enquanto não está sob a autonomia da necessidade livre, des-anda para a e-volução vitalista e naturalista que acaba numa neutralidade indiferente ao que é o próprio do ser do existir humano, à liberdade. E o próprio do ser da existência humana cristã se chama liberdade dos filhos de Deus.
- O eu pequeno, do qual falamos numa outra apostila, é o eu da necessidade vital, esquecido da necessidade de ser subsumido pela necessidade livre. O eu grande é o eu(nós) da necessidade livre.
- Na necessidade livre, na condição da possibilidade da liberdade dos filhos de Deus, o nosso “querer”, “inteligir” e “sentir” não se move na escolha, pois a liberdade da escolha não pode a jovialidade e a soltura da liberdade per-feita, ab-soluta da doação e recepção gratuita de encontro do Amor. Não é capaz da comunidade, chamada Amor de Deus e do próximo. Permanece ensimesmado na necessidade vital, é sempre apenas particular, jamais comum e universal.
- Na condição da possibilidade da liberdade dos filhos de Deus, sempre de novo e de modo cada vez novo, nos movemos na e da decisão. Decisão é a grande incisão que o modo de ser da necessidade livre faz no pequeno eu, subsumindo-o como o perfazer-se, como obra per-feita da liberdade dos filhos de Deus: Jesus Cristo, Filho de Deus, o Deus Encarnado.
- O imperativo dessa Paidéia, desse surgir, crescer e perfazer-se da liberdade da e na filiação divina é dito na saudação franciscana: Paz e Bem! E significa:
- Faz bem o necessário. Depois, o possível per-feito em paz. Logo ser-te-á dado o impossível, no Bem e na Paz como a liberdade necessária: Paz e Bem!