Vocacional - Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil - OFM

PSICO-TER-A-PIA, Jaraguá-Paulista, 2007 – Parte III

25/03/2021

 

Marcos: A respeito da arte. A arte não é visível, mas torna visível. Em geral a gente pensa que a arte é uma imitação, uma reprodução do que a gente vê, como se ela tomasse o que a gente vê no dia-a-dia de maneira opaca e o representasse de maneira mais viva, mais bela. Com relação a isso, há uma anedota de um pintor francês que alguém diante de uma de suas pinturas lhe teria dito: “um braço desta mulher está mais longo”. E o pintor retrucou: “Isto não é uma mulher. É uma pintura”. Nós costumamos pensar a arte assim, não é? Como se fosse uma reprodução do visível. Mas a arte não é uma reprodução do que a gente vê, mas um fazer ver.

E neste fazer visível ela – sobretudo a arte moderna – vai mais deformar o que a gente vê do que propriamente reproduzir o que a gente vê. Quando você vê um quadro de um pintor moderno, quer seja um quadro abstrato, quer seja outro estilo moderno, a gente se depara mais com uma deformação. Por exemplo, o jeito como Picasso pinta o rosto de uma mulher: com três narizes… diversas faces ao mesmo tempo, coisas desse tipo… tudo na forma geométrica… Mas qual o sentido dessa deformação que a arte moderna atua?

Paul Klee entende assim: Normalmente quando a gente olha para a realidade a gente vê tudo constituído, tudo formado e pensa que isto é o real.  Então ele diz que isto que a gente vê quando a gente olha ao nosso redor para o mundo para as coisas… isto é apenas uma forma terminal, uma forma final de um processo. Ele chama este processo de processo criador. Neste ato criador estão atuando continuamente formas. Estas formas eles chamam de forças formadoras. Em geral, entendemos mal a palavra forma. Nós identificamos forma com uma coisa dessas. Ao passo que, na arte, formas são forças criadoras, configuradoras, estruturadoras do real, aquelas forças que atuam na gênese do processo de alguma coisa.

Então, este é o processo criador ou gênese. Na arte o que está em questão é este processo criador. Mas, também na natureza. A arte assim como a natureza é gênese, é criação. A gênese é o movimento que causa o devir, está continuamente transformando possibilidades em realidade. Está continuamente possibilitando que formas se tornem visíveis. Por exemplo: uma árvore não é somente o que estou vendo ali, diante de mim. A árvore é uma gênese, uma ponta final de um processo criador, de modo que a forma da árvore não é o aspecto que ela tem a meus olhos, a forma da árvore são possibilidades de vir a ser, de se estruturar que nós chamamos de árvore. Assim as árvores nascem, crescem, morrem, desaparecem… mas esta possibilidade chamada árvore é sempre uma possibilidade que subjaz na natureza.

A esta possibilidade de tornar-se, de vir a ser o grego chamou de idéia. Idéia ou eidos é esta forma criadora ou geradora do real. Pode ser chamada também de arquétipo, a idéia, estas formas geradoras.

Podemos dizer que, para Eckhart, a alma é aquilo que contém todos os arquétipos nela mesma. A alma é imagem de Deus, portanto do arquétipo primeiro, Deus. A alma é arquétipo deste arquétipo, arquétipo de todos os outros arquétipos. No fundo, está sempre o ato e a idéia. O ato como a dinâmica, potência de fazer vir a ser.

Aristóteles falou de três momentos desta potência: dynamis, enérgeia e entelécheia. Dynamis – que traduzimos por potência – é a pujança da possibilidade de criar. Energéia – de onde vem a palavra energia – significa aquilo que está em obra. Depois, temos a entelécheia que é estar no télos, na consumação.

Então uma obra, quando está sendo criada tem momento em que ela é possibilidade, que ela está vindo a se realizar, vai tomando formas justamente, e o momento em ela entra numa consumação.

Qual é a função do artista? É ser aquele que organiza a passagem dos momentos. Ele diz: “o artista organiza a passagem fugidia dos fenômenos desta experiência”. Ele capta as possibilidades de vir a ser, ele segue os ductos que conduzem das possibilidades para a realidade as obras. É algo assim como o escultor vê uma pedra e na pedra vê o arquétipo da Madonna, da Pietà, por exemplo, e nele deixa passar aquele arquétipo da Pietà na pedra, da pedra para a pedra.

Se fosse para comparar a arte com uma árvore, o artista não é a raiz da obra de arte, não é propriamente o autor da obra de arte. Por isso que antigamente, os artistas nem assinavam suas obras de arte. O artista é apenas uma passagem. A raiz é essa potencia criadora, essa gênese  da realidade. O artista é a passagem desta potência que transforma possibilidades em realidade. De modo que ele diz que o artista haure as possibilidades de ser e as transforma, as plasma por meios que lhe são próprios: pintura, escultura, música… Aquilo que são possibilidades num estado de sonhos, fantasias… ganham luz claramente num estado de realidade.

Portanto, para a arte o mais importante não é o que é, mas o que pode ser. Não o real, mas o possível. A arte é um saber que domina por assim dizer, que media este processo de aparecimento, de transformação do possível no real.

O artista é como tronco que haure as seivas das profundezas do mistério da vida da pedra e transforma estas seivas em frutos e flores das obras de arte que ele produz.

Então, tudo o que colocamos aqui é para tentar entender o que é batente da passagem da possibilidade de ser, lá na página 6: “Trata-se, antes, do ponto nevrálgico da estruturação do ser do homem como batente da passagem da possibilidade de ser; como a toada da percussão do toque do ser como repercussão ‘syntônica’ constitutiva do mundo”.

Poderíamos conversar um pouquinho sobre isso…

Cláudio: Ronaldinho Gaúcho no final daquelas partidas brilhantes que ele costuma fazer, um reporte lhe perguntou: “Como você domina esta técnica?” ele respondeu: “Eu não sei o que é técnica”. O Ronaldinho vislumbra jogadas e as transforma em arte, diferentemente daqueles garotos que vão nas escolinhas de futebol e aprendem um montão de técnicas, não têm esse vislumbre que o Ronaldinho Gaúcho tem. Seria por aí?

Marcos: Na linguagem do futebol, técnica significa justamente arte. Muitas vezes os jornalistas analisam o time sob o aspecto tático e técnico. Às vezes dizem: “Este time joga certinho, mas não tem técnica”. Não tem este vislumbre, não tem arte. A palavra arte é tradução do grego techné. É a mesma palavra. No futebol a palavra técnica guarda o sentido original grego. Por exemplo, a Marta, jogadora da seleção feminina de futebol, fez aquela jogada genial na partida contra os Estados Unidos. Ali ela captou a possibilidade possível e a transformou em realidade. Ela teve a inteligência da arte. Ali ela é intelecto. A Marta é intelecto naquela jogada.

Debora: Ela é intelecto ou é a paixão?

Marcos: O intelecto é a paixão consumada e a raiz de toda paixão.

Débora: Intelecto é a raiz da paixão?

Marcos: O que é paixão? Paixão é recepção. Paixão vem de passio, que significa receber ou sofrer. Intelecto é uma paixão tão pura, originária, que ela recebe haure… intelecto é esta paixão criadora originária.

HH: Intelecto significa ler entre linhas. E no alemão, a razão é Vernunft que vem do verbo vernehmen que  conota o sentido de receber. Talvez o título do famoso livro de Kant A Crítica da Razão Pura, poderia, quem sabe, ser entendido como “O discernimento feito pela pura recepção”.

Marcos: O tático só lê as linhas: a defesa está assim, o meio de campo daquele outro jeito, há a possibilidade de ir desse ou daquele modo, por esse ou aquele lado … O técnico vê entre linhas, vislumbra possibilidades que não estão evidentes, vê de antemão uma possibilidade que ninguém viu. Na linguagem de Eckhart isto é intelecto.

HH: O pior é que ele diz que intelecto é a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade.

Marcos: Pior que isso é que ele diz que é Filho de Deus.

Cláudio: Por que intelecto é o Filho de Deus?

Marcos: Por que a criação vem do intelecto de Deus. Todas as coisas passam a ser na medida em que elas são pensadas por Deus. Deus é intelecto criador, enquanto intelecto criador as coisas são na medida em que Ele pensa, mas este pensar é, por assim dizer, amar, querer a criação. Então, o Filho é o pensamento de Deus, o Verbo, a Palavra Criadora de Deus. É no Filho que tudo passa da pura possibilidade para a realidade. Então, o filho é o medium, o meio da Trindade. E o Filho não faz outra coisa senão receber. Ele é pura recepção da Vida Criadora de Deus. Ele comunica esta Vida. Então, no homem a alma é a imagem do Filho. O intelecto de Deus é o arquétipo da Alma. Dessa maneira, é que na alma estão todas as possibilidades do mundo.

Regina: Jesus diz: “Quem me vê, vê o Pai, vê Deus”.

Marcos: Cristo é possibilidade que tem homem. Cristo está espalhado no mundo todo … no homem isso se chama arte …O Medieval, quando falava arte não entendia somente as artes belas, mas … homem produzir dimensões novas para esclarecimento das coisas. Arte é todo trabalho artesanal. Todas as ciências eram artes. Eram artes liberais. Eckhart tem um texto que fala de artes adulterinas e artes liberais.

Adulterinas são as artes mecânicas, ele diz, em que o homem perde sua capacidade de saber, de entender e criar em função de alguma coisa que não é o próprio criar. Então, quando fazemos as coisas em vista de um fim, que não seja aquilo que está fazendo, ele diz: isto não é livre, ainda está adulterino.

Quando faz pura teoria, quando entender está em função do próprio entender, sem nenhuma finalidade de aplicar aqui ou ali, então é livre- ele diz. Essa teoria é onde o intelecto mais se realiza.

Claudio: Todos os grandes músicos compunham sob encomenda, como meio de sobrevivência, todos tinham um patrono seja Mozart, Beethoven, Bach… Então a arte deles era uma arte adulterina?

Marcos: Mas, por que eles não iam ser carpinteiros ou trabalhar em Bancos etc…?

Corniatti: Entendi assim: não era possível ao artista ser outra coisa se não artista.

Marcos: Se artista fizesse sua arte para agradar a si ou agradar o outro, não estaria a serviço da arte.

Débora:…  Para agradar o outro seria uma tecnologia, com o fim de uma produção?!?

Marcos: A ciência é arte livre quando ela é pura teoria. O problema é que hoje as ciências estão sendo tecnológicas até à raiz.

Débora: Pura é o quê? A teoria? A utilidade? A Prática? Dá uma idéia, por favor!

Marcos: “Teoria” é contemplação. Contemplação é a atitude de pura recepção diante do desvelamento. Agora, para ser teórico, você tem que ter um engajamento terrível. Para ser receptivo, você tem que se empenhar muito mais do que para ser prático.

HH: Receber é passivo, não no sentido contrário ao ativo. Recepção é ação muito mais intensa, é uma ação toda própria.

Débora:… voltando ao que se estava falando, tecnologia pode-se chamar arte!?!

Marcos: A raiz da palavra tecnologia é arte. Quando alguém inventou a lâmpada elétrica, não inventou somente uma coisa nova, mas inventou uma dimensão nova de aparecimento para novas coisas. Tudo o que é elétrico, por exemplo. Ele descobriu um arquétipo. A lâmpada, neste caso, é um arquétipo.

Geraldo: E, neste ponto, o inventor é o “meio” disso.

Marcos: Sim, ele é a passagem, o oráculo disso, o “médium” dessa passagem. A porta batente do saloon. Por isso, em tudo há arte. Arte não é só a criação ou a produção estética.

Claudio: Arte adulterina não está clara. O que é adulterino? Lembra adultério!

Marcos: Eckhart, fala de arte adulterina comentando o Livro da Sabedoria. Lá o Sábio diz que escolheu a Sabedoria por esposa. Eckhart faz uma etimologia, que os filólogos hodiernos não aceitam, segundo a qual mecânica viria de outro verbo que significa adulterar.

HH: Máquina, maquinar…

Marcos:… mesmo a produção em série tem que manter o nível daquela possibilidade que foi descoberta por ele. Agora, qual a relação da tecnologia moderna e a arte, é uma questão.

Em Goiânia há um designer chinês que fica observando o cerrado para dele tirar novas formas, para relógios e outros utensílios.

HH: … ele vê uma árvore e entra nela, sobe na força criadora que fez com que aquela árvore fosse forma terminal e entra dentro dela … e faz outra paisagem. Ele cria outra paisagem, lendo na paisagem que existe, mas entrando para dentro.

Marcos: Ele diz: o mundo que vemos é uma das possibilidades de infinitas possibilidades de criação. Então seria possível irmos do modelo ao arquétipo do que nós vemos diante de nós… a forças geradoras, … dinâmicas da criação. Assim podemos dizer que o mundo poderia ser de mil e mil formas diferentes, poderia ter muitas outras configurações. Intelecto é a capacidade de ver e deixar aparecer a gênese do mundo.

Geraldo: E que perdura eternamente, a partir de então.

HH: E que perdura enquanto perdura. Porque falando eternamente muda o sentido. Fica como que imutável.

  1. Mamede: Tem princípio que é infinito.

Marcos: Ponto de salto: Ansatz, em alemão.

  1. Mamede: … quem aprendeu a ler, mesmo que não pratique mais o ler, não pode mais viver como quem não sabe ler.

HH: Por que essa preocupação que dure sempre?

Geraldo: Princípio da relatividade, por exemplo, é aquilo que a partir do momento que foi criado existe.

HH: Mas esta idéia de princípio não é contra….

Geraldo: na ciência, nada é final. É um princípio que perdura, uma lei…

HH: Mas isso não é principio, não. Pode ser primeiro momento de um tipo de princípio. Princípio não está relacionado com durar ou não durar. Princípio tem que ser lance do todo, que, conforme o todo, pode durar ou não durar.

Corniatti: Pode acabar o Franciscanismo e daqui a 200 anos renascer.

Marcos: Poder-se-ia perguntar: A relatividade antes de ser descoberta existia ou não existia?

Murmúrios coletivos dos participantes: Existia, existia….

Geraldo: Fala-se que já existia na natureza. Mas são interpretações pessoais.

HH: Não se contrabandeou aí dentro uma compreensão de duração e do existir que é de outro tipo? Alguém poderia dizer: Deus existe eternamente? Existe. Então é igual a pedra? Não. É diferente de pedra. Quando dizemos eternamente, estamos falando de quê? Duração a modo de pedra, que não acaba mais? E a mira dos olhos no in-stante do encontro, dura a modo de pedra eternamente?

Corniatti: … então, franciscanos existem desde antes de S. Francisco!

HH: …Uma quantidade eterna que não muda mais, isto seria Deus existente? Introduziu-se a compreensão de “algo” aí dentro. Deus existe? Sim. Pedra existe? Sim. Pulga existe, cachorro existe? Sim. Mas…: “Então a existência de Deus é igual à existência de pedra cachorro e pulga?” Você diz: não! Não pode ser no sentido de existir da pedra nem da pulga, muito menos de Deus existe, que costumo usar essa palavra existe, quando afirmo Deus existe.… Se eu então me torno mais atento a esse tipo de ateísmo virtual existente em nós cristãos, estou “desdogmatizando” a minha “fé” ideologizada conforme o tipo de compreensão do ser e do ente, a modelo de algo, coisa, isto e aquilo, e me coloco de alma e corpo na busca de Deus.

Débora: Mas Deus existe na pedra e na pulga?

HH: Não no sentido de existir que damos, sem pensar, no nosso uso cotidiano. Alias, nem a pulga  existe no modo de ser da pedra.  Se pulga existisse que nem pedra não acabaria mais, seria uma pulga robô com a resistência de aço cromado. É o mesmo tipo de compreensão do ser quando ao falar da grandeza da maternidade de Nossa Senhora, eu a exalto dizendo que a sua maternidade media 13.000 metros, maior do que a grandeza do monte Everest. Hoje, pode existir ateu muito mais sensível e próximo do próprio da divindade, do que essa maneira superficial e opaca nossa de falar sem mais sem menos de Deus, usando-o para a nossa utilidade, seja material, emocional, afetiva, anímica ou espiritual e mística.

Deusdete: Ainda sobre o modo de existir de Deus? Como é isso? Existe outra concepção de existir?

HH: … Sim. Há muitas! Deus existe, a palavra “existe”, aplica-se a Deus. Pulga existe. Aplica-se à pulga… Então, a palavra existir não é uma palavra que diga: “é isso!” Na filosofia dizemos que a compreensão da palavra como existir, existência, ser, ente,  é, não é, é ambígua, distinguindo-a da unívoca e equívoca. Em vez de ambígua pode-se também dizer, na filosofia, análoga, ou analógica.

  1. Mamede: No modo de ser, no sentido do ser, Deus não tem nada a ver com pedra. Não há nada de pedra em Deus. Deus Existe, pedra existe… Então ou a palavra existe não significa simplesmente e univocamente isso que eu entendo quando digo existe, é, ser, ou ela assume cada vez analogicamente, ambiguamente sentido do ser correspondente ao ser de cada ente correspondente do qual se está falando.

 Deusdete: Deus não existe. Deus É!

HH: Só que quando dizemos que Deus É, estamos tomando esse É por um tipo de existir. Nos manuais de filosofia esses pontos não são explicados suficientemente. Então, a compreensão de Deus que vem à tona é muito “coisal”.

Claudio: Vou lhe fazer uma pergunta: o que você entende por Deus?

HH: Olha, essa pergunta não dá para responder assim como o senhor perguntou. Pois no modo da sua pergunta “o quê” eliminou a possibilidade de falar do Deus de Jesus Cristo, do Pai… Há ali nesse “o que” um ateísmo implícito ao percebido.

Cláudio: Então, fale sobre Deus!

HH: O que foi dito acima de “o que” na sua boca, pode se dizer do mesmo modo desse falar “sobre” Deus. Deus não é coisa, não é objeto sobre o qual possamos falar. Quando falamos, falamos a partir dele. Mas exatamente porque Ele é assim, cada um de nós que é especializado em determinado saber, o encaixamos dentro do nosso saber poderoso, quando dizemos: Deus existe. Se alguém que nega que Deus existe, e eu afoito digo que ele existe, tanto ele que nega, quanto eu que afirmo, estamos solidários na compreensão inadequada da palavra e do conceito existência. Aqui de novo é a mesma coisa como quando eu digo que minha mãe é grande e penso na grandeza dela, alguém me objeta que ela é pequenininha. Se eu digo, não ela não é pequenininha, ela mede ao menos 1 metro e 80, eu na realidade não penso o que sei. Aliás, todo esse tempo na realidade estamos falando a partir do ser de Deus!

Claudio: Fiz a colocação não como “pegadinha”. Foi baseado na minha ignorância.

HH: A questão não é a pegadinha no sentido subjetivo pessoal. O problema é a pergunta ela mesma  que na própria pergunta está no médium, não da sua ignorância, mas do seu saber. O seu saber que coloca essa pergunta é aquele tipo do saber que é poder. E não é proibido buscar o saber como poder. Mas para uma resposta, a pressuposição do saber da pergunta pode não permitir possibilidade de resposta. Diz-se que Duns Scotus estava falando de gramática, na oração Deus é bom, e perguntava: o que é Deus? Tratando-se da questão de gramática, a resposta deveria ser: Deus é substantivo. Entre os jovens alunos estava no auditório um velho, insignificante, aparentando ignorância. Era Raimundo Lulio que respondeu: Deus não é “quê”. É “quem”. Depois da aula Duns Scotus o chamou à parte e lhe disse amistosamente: “Então, vamos falar agora a partir de Deus”.

Marcos: Vamos ler o texto p. 15-16.

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