Vocacional - Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil - OFM

O Espírito Santo

09/02/2021

Hermógenes Harada

Acerca do Espírito Santo, a primeira coisa que a gente deve fazer é recordar-nos do catecismo. Aquilo que o catecismo ensina sobre o E.S., pois o catecismo e uma teologia resumida. E, para a compreensão das nossas coisas cristãs, o catecismo é um manual muito prático.

Agora, hoje a gente está cheio de tipos de catecismo. Mas o que a gente chamava de catecismo é o manual da teologia tradicional romana. No fundo, então, catecismo é um resumo bem feito, bem concentrado do grande catecismo romano. E o grande catecismo romano não é outra coisa senão o resumo bem concentrado, por sua vez, da teologia tradicional. A partir dai, hoje começou a haver catecismos mais modernos, mais adaptados, pequenos, diferentes.

Então: a primeira coisa que a gente poderia fazer para aprofundar esses temas seria pegar em primeiro lugar o catecismo. E não e muito bom começar logo com o moderno. Pega-se um tradicional e decora-se os termos: SSma. Trindade, Pai, Filho, Espírito Santo. Aquelas coisas que a gente não entende muito porque são formais. Mas, pelo menos, tem-se um esquema na cabeça. Depois, pode-se pegar coisas modernas que tentam dar um sentido mais atual etc. Mas é bom ter um esquema na cabeça para não ficar tão confuso. Então ter isso assim: ter pelo menos o pouquinho como qualquer cristão. Depois, começar a aprofundar a teologia. E estuda-se o tratado da Santíssima Trindade. De novo pega-se primeiro o tradicional e depois o moderno. Mas, em fazendo isso, é capaz de você não ficar mais piedoso. É capaz de você não conseguir rezar muito bem ao Espírito Santo. Mas é bom ter este cabedal para que a gente não invoque o Espírito Santo no estilo de espíritas ou para não fazer qualquer coisa chutada, porque em si a teologia, tanto a tradicional como a nova, no fundo, é uma espécie de codificação de um certo espírito que vivifica a raiz da grande comunidade chamada povo de Deus.

Mas, se quiser aprofundar mesmo, no sentido vivo de contato, então você tem que começar a pegar a espiritualidade. Para nós então são o evangelho e as fontes Então, vamos ver. O Espírito Santo para São Paulo, por exemplo, é um Deus desconhecido. Mais do que desconhecido, é um Deus oculto. Sobre o Espírito Santo, a teologia tradicional fala uma porção de coisa no tratado da SSma. Trindade. Mas nós quase não sabemos o que fazer com Ele, embora ele faça muito com a gente. Ele é que nem luz. Está constantemente perto de nós, junto de nós, dentro de nós, nos cerca de cima, debaixo etc. Mas como é oculto, como é muito suave, como é muito discreto, a gente não sabe o que fazer com Ele. Com outras palavras: você não consegue usá-lo como uma coisa palpável. Então dá a impressão de ser algo abstrato, impressão de ser um nada. No entanto, Ele, esse Deus é o que está mais próximo de nós mesmos, que mais nos impregnada. E tudo que é próximo de nós, tudo que nos impregna, tudo que nos sustenta, a gente não consegue olhar, captar, como se fosse um objeto. É por isso que Ele é desconhecido. No entanto, é de uma importância enorme. É isso que a espiritualidade sempre acentuou. A própria palavra espiritual, Espírito etc. está referida ao Espírito Santo. Nem tudo que se chama espiritual é Espírito Santo. Mas tudo que é espiritual de alguma maneira está referido ao E. Santo. Então é por isso que os textos franciscanos sempre que falam de espírito, de alguma maneira, estão ocultando o Espírito Santo. Há porém um capitulo onde se fala diretamente do Espírito Santo. Então, pegamos esses textos e vamos refletir um pouco a partir deles

Vejamos a primeira admoestação.

Devemos começar a pensar um pouco nisso: a Ssma. Trindade é o grande mistério da vida cristã. Nós, cristãos, deveríamos ter mais vergonha na cara. De fato, qualquer outra religião, quando se trata de mistério daquela religião, guarda-se aquilo com muito cuidado para não entregar para qualquer pessoa que não quer, que não precisa daquilo. . Mistério significa a força da raiz, o arcano, e arcano significa aquilo que está bem no núcleo de urna religião. Essa realidade, então, se esconde, mas por dentro, isto é, os fieis estudam, buscam, trabalham como malucos para compreendê-la. Existem inclusive religiões das quais a gente fica até com medo. Parecem misteriosas. Quando uma religião, um grupo humano, esconde certos segredos, trata-se então de um segredo precioso que eles têm, que herdaram dos antepassados. Por fora, não mostram a ninguém ou mostram como se fosse coisa boba, mas por dentro, secretamente, estudam, trabalham e começam a penetrar cada vez mais fundo naquele mistério; isso se chama um processo esotérico. Esotérico significa ir para dentro. Exotérico significa ir para fora. Por isso que a gente chama certas seitas de esotéricas. Seitas esotéricas parecem seitas que fazem seus cultos à noite. Maçonaria é um grupo esotérico. Mas a palavra esotérico significa cultivar o mistério, o segredo mais profundo, a dinâmica mais profunda.

Nós cristãos estamos cheios de grandes mistérios esotéricos. A Ssma. Trindade é o maior e o mais profundo deles. Significa que todas as festas litúrgicas são no fundo expressão daquilo. Agora, nós, cristãos, quase não estudamos esses mistérios. Estudamos o catecismo como se fosse alguma coisa assim obrigatória, a teologia como alguma coisa de especulação, mas não cultivamos como fonte de uma força, fonte de uma iluminação. Nós, religiosos principalmente, devíamos então começar a ter uma grande preocupação em fazer alguma coisa com esse mistério, para que o mistério possa fazer alguma coisa com você, muita coisa com você. Nesse sentido, nós somos muito indiferentes. Não sei donde vem isso. Acho que consideramos essas coisas nossas como se fosse uma piedade, como se fosse uma vivência de piedade, e isso é muito pouco. Com piedade você só cultiva os seus sentimentos, mas você mesmo não se transforma, não penetra nesse mistério.

Por que os povos, p. ex. os chineses, fazem tchicum? Isso, no fundo, parece algo físico, mas é algo esotérico. Yoga é algo esotérico. A gente que não sabe pensa que é coisa física, mas quando aquilo vai penetrando cada vez mais profundamente, mostra ser esotérico, deixa de ser coisa física e começa a ser coisa de religião. E nós temos esses mistérios. A Ssma. Trindade é muito importante. É por isso que, em todos os lugares decisivos para a vida, para a transformação interior, São Francisco colocava o selo do “em nome do” Senhor e da Santíssima Trindade. O Espírito Santo é um momento. Então, seria interessante a gente se preocupar consigo mesmo no sentido de refletir sobre o que a gente está fazendo realmente com nosso cristianismo. No cristianismo não basta praticar a moral. Moral todo mundo tem que ter. Pode ser que a gente só esteja usando o cristianismo para ter uma boa moral. Mas em relação a toda força que os antigos chamavam de sobrenatural e até de preternatural, a gente praticamente nada está fazendo com isso. Nas basta usar essas coisas só para nível social, usar

para trabalhar transformando mundo. Isso é ainda algo muito superficial. Se você vai se tornando assim cada vez esotérico naquele sentido originário acima mencionado, transforma o mundo com muito mais radicalidade do que simplesmente uma ação social. Um catequista, por exemplo, então, teria que se preocupar muito com isso. É preciso ter mais ambição; ambição mais profunda de querer ser espiritual. Por isso, São Francisco diz: em nome do Pai, etc.

Vamos ler o texto sobre o Corpo do Senhor, mas para ver se compreendemos ali o Espírito Santo. “Disse o Senhor Jesus…. eu sou o caminho…. ninguém chega ao Pai senão por mim…. mostra-nos o pai e isto nos basta. O Pai habita numa luz inacessível. E Deus é Espírito e ninguém jamais viu a Deus… Se Deus é Espírito, só em Espírito pode ser visto… também o filho… comem e bebem sua condenação…”

A primeira coisa de que temos de nos conscientizar é sair desse tipo de torpor que pensa assim: “eu sou cristão, e porque sou cristão já conheço bastante a Jesus Cristo e, conhecendo Jesus Cristo, conheço e tenho muito pouco contato com ele, e pronto!” Talvez tenhamos de levar um susto… “Ninguém vai ao Pai senão por mim”. Consegue levar um susto, ouvindo isso? Isto é: desde pequeno você aprendeu o catecismo; aprendeu dos pais quem é Deus, usou a palavra Deus, fez a primeira comunhão etc. Mas será que realmente você tem experiência de Deus? Sabe quem é Deus? Tem garantia disso? Não que pensemos assim: bem, eu não tenho garantia, mas se não acertar também lá não é muito trágico… é assim que pensamos. A gente não tem mais a sensação de pensar como uma pessoa que nunca houvesse ouvido falar de Deus, de uma pessoa que viveu vida de uma maneira bem diferente e de repente conheceu o cristianismo. A gente não tem isso. Estamos instalados numa crença de que no fundo não é lá muito importante para a gente também; é importante porque a gente foi instruído, ou importante por estarmos onde estamos… ou é certa má consciência que a gente tem. Será que estamos convencidos de que o que pensamos e sentimos como Deus é Pai de Jesus Cristo? E aquilo que você pensa e sente que é Jesus, você tem certeza não ser simplesmente invenção sua? Você, no fundo, não esta entendo. Por ex., você treina para cantar. E depois canta e acostuma a cantar. Isso porque, para esse tipo de uso, basta a gente pensar que canta bem. Mas pode ser que não está cantando bem, está desafinado, ou um pouquinho desafinado, ou a gente mesmo começou a fazer versões assim, notas de enfeite, que colocamos por gosto pessoal. Até que um dia você escuta o coro celeste cantando aquilo, cantando aquele canto como é propriamente. De repente, você diz: nossa, é muito diferente! Com outras palavras: a gente não tem preocupação pela verdade. Então, suponhamos que, se não acertamos com a verdade, não seremos salvos. Esse medo, a gente não tem. A gente tem uma ideia, assim, muito boazinha no sentido de que ele é pai, não é assim? Essa atitude gera em nós instalação; no fundo da gente, se a gente está acertando ou não, se a imagem que a gente tem de Deus é boa ou não, no fundo a gente não se preocupa muito. Dizemos assim: bom, não vamos complicar muito… Esse é um grande problema de um país cristão, tradicional. Isso tem que ser sacudido, para começar a aparecer uma inquietação mais fundamental, dentro da qual Deus, Jesus, possa falar, para começarmos uma busca muito mais autônoma, muito mais independente de… com mais inquietação, para que então a gente aos poucos comece a ter uma intuição mais adequada. É isso que Jesus disse no fundo: eu sou caminho… e ninguém chega ao pai senão por mim… Isso significa que você não pode contar consigo mesmo e não pode estar instalado no que você sente, pensa etc. Você precisa de uma orientação que não vem dos homens. Tem que vir dele mesmo. Por isso, deveríamos ficar inquietos. Mas como faço, se eu nem tenho este problema? Seria preciso ficar mais inquieto. E quando começa a perceber que realmente leva certo susto descobrindo que é indiferente em relação a essa coisa, e não somente isso, mas também que não tem lá muita intuição. Que tem ideias vagas… ou algumas experiências de piedade… Então, dentro de você começa a sentir, o que? A necessidade do Espírito Santo. Começa a sentir a necessidade de pedir mais luz ao Senhor, pedir ao Senhor que conduza a gente. Agora: quando não tem isso, todas estas coisas no fundo ficam abstratas, algo assim como uma coisa que a gente sempre ouviu, mas que não move a gente para uma busca mais pessoal. Experimente hoje examinar se você não vive debaixo de uma nuvem, de uma névoa, debaixo da fumaça em referencia a uma busca. É portanto um cristão tradicionalista, embora na paróquia, socialmente, tem seus interesses. Esses interesses no entanto, estão todos referidos a coisas mais práticas, materiais, ao seu redor.

Um exemplo: Famílias sofrendo, em casa tem gente com precisão de alguma coisa, então reza. Tudo assim, muito intenso, muitas vezes; e são coisas boas, mas não é tanto no sentido de uma busca maior, como fez Felipe ao dizer “Senhor, mostra-nos o Pai”. É preciso então experimentar examinar se dentro de você tem um desejo, mais forte de dizer “mostra-me o Pai”. Preciso ter o Pai. Eu quero ver a face Dele. Eu não quero me enganar. Eu quero que alguma coisa aconteça dentro de mim, para acordar para uma busca nova. Veja se não tem um grande torpor dentro de você. Se sente isso, então você tem que pedir para que o E. Santo comece a sacudir, porque isso é que nem catarata. Começa a embaçar a visão do coração, da vontade e do intelecto. Segundo: você começa a descobrir que tudo que nos sabemos o nosso Deus, Jesus Cristo , não conseguimos ver bem nítido. Não consegue ver realmente a partir de você. Você pode ser inteligente, pode ser esforçado quanto quiser, se não se esforçar e sacudir essa indiferença, não vai acontecer nada. Vai ficar, no fundo, um cristão de sétimo dia, só um pouco mais sofisticado, com mais informação, mais sofisticado, com gosto mais refinado, mas fica neste nível. Não se converte de verdade. Mas, mesmo tendo isso, e quanto mais buscar, vai começando a perceber que, se Deus não ajudar, se Deus mesmo não entrar em mim, se Ele não trabalha dentro de mim, eu não vou conseguir ver, no sentido que ele é inacessível. Com outras palavras: é só em Espírito, é só com a presença dele, só com o contato dele que poderemos ver. Espírito significa só com a força dele.

O que acontece se você começa a sentir isso na carne, com muita força? Sabe o que acontece? Você começa a rezar diferente. Você começa a viver diferente em referência a Deus. Ele começa a se tornar muito importante, e você já não cria a ilusão de que, estudando teologia, você conhece mais a Deus. Não cria mais ilusão de que, estudando isso e aquilo, psicologia etc. essa coisa toda, você irá conhecer mais a Deus. Você começa a ter nitidez de que todas essas coisas de nada adiantam, porque é somente a fé e somente o espírito o que vai adiantar. E também começa a sair desta indiferença tradicionalista, começa a saber que aquilo que você chamava de fé, fé que usava a torto e a direito, aquilo não é fé. Aquilo é uma doutrina que você tinha na cabeça. Fé é uma postura, uma atitude radical de abertura, cheia de gratidão e busca. Você começa a perceber que tem uma outra coisa. Então, de repente, você sente que, por mais que cumpra o seu dever, por mais que viva moralmente bem, começa a sentir que você nunca foi bom cristão, que ser cristão é outra coisa. E ali você vai precisar muito do Espírito Santo. Então você pode até pegar orações ao Espírito Santo, da moda, que circulam por aí, mas você começa a buscar mesmo a oração do Espírito Santo; verá que não há oração mais bonita que esta oração da Sequencia, que aquilo tem significado muito grande. Vinde Espírito Santo, luz do coração, luz beatíssima, consolador… todas estas palavras começam a ter um significado de é mais que mera palavra; começa a perceber dentro de você mesmo, começa a ter experiência assim dessa necessidade. Por isso, São Francisco esta dizendo isto: só Jesus Cristo nos leva ao pai, mas o Pai é inacessível. Jesus também é inacessível. Inacessível significa não é passível de se pegar naquilo que ele e, com esta plasticidade, com este toque. Então, sem o Espírito, ficamos sempre numa névoa do cristianismo tradicionalista, que no fundo não é cristão, não consegue nem chegar a Jesus e nem ao Pai.

Ele vê tudo isso assim, de tal maneira que tudo o que fazemos não somos nós que fazemos, mas é o Espírito Santo em nós que faz. Se é o Espírito Santo, aquele contato de Deus que faz tudo, então faz com que essa indiferença desapareça, quer dizer, começa a aparecer um gosto novo, um novo sabor, um novo olhar, uma nova cor; então você começa a entender que, quando comunga, sua alma recebe num toque todo esse sacramento, numa sensibilidade acordada, recebe mesmo em cheio o que é bem concreto. Então não é mais você que recebe, mas o Espírito do Senhor que habita em você. Coisas assim, a gente precisaria querer ter. Muito mais do que dinheiro, muito mais do que cursos, muito mais do que roupa, muito mais do que férias. Essas coisas, eu quero custe o que custar.

Em geral pensamos: vou comungar para receber força etc. e não pensamos “vou comungar para receber a força dele, o sentimento dele, que baixa em mim e abre em mim um novo horizonte, um novo gosto. É que nós, cristãos, não estudados as nossas coisas. Examinemos quanto estamos estudando, como examinamos o catecismo. Para dar catecismo aos outros, por exemplo, nós estudamos . Mas em relação a essas coisas, ao dom da fortaleza, ao dom da sabedoria etc., qual é a experiência que temos? Mesmo na compreensão, o que estamos entendendo? Percebemos que só temos palavras na cabeça. As palavras usadas têm um gosto, uma experiência e tem sentido real. Então, quando se diz “dom do Espírito Santo”, é a pessoa da Santíssima Trindade, ele é muito importante, ele e doce etc. De alguma maneira, você tem que ter a ambição de alcançar aquele ponto de referência mais profundo, como uma pessoa que fala de uma receita para alcançar algo. Vida com compreensão. Por exemplo: quando se reza para valer? No apuro, pois quando isso passa, já não reza mais. Isso se dá porque a pessoa tem pouca ambição, tem pouca busca. Então, o que acontece? A pessoa não faz a experiência que poderia fazer com tudo aquilo que tem como cristão. Está usando para alguma outra coisa o grande mistério cristão, para o qual poderíamos nos converter. Converter-se a ele significa virar-se para ele, mas nós estamos convertendo o mistério cristão para nosso uso pessoal, no fundo subjetivo e materialista. Nesse caso, certamente, você não tem muito prazer de viver a vida cristã. É preciso despertar para uma compreensão muito menos bitolada, muito mais vasto e profunda do que é ser cristão. Com outras palavras: neste ponto somos todos tradicionalistas. Você pode ser da corrente da inserção, pode ser da libertação, mas na busca é tradicionalista. Mas São Francisco, por exemplo, não é tradicionalista. Ele é um homem de espírito. Essa ambição você tem que ter. E para isso o Espírito Santo é importantíssimo. É ele que coordena isso, e ele que ajuda a despertar dentro de nós uma busca realmente mais viva e maior. É por isso que na tradição da vida cristã sempre se falou que quem reza constantemente ao Espírito Santo, pedindo isso, pedindo sabedoria, acaba recebendo. No dia de Pentecostes seria interessante lembrar disso.

Façamos uma reflexão mais vasta. Aqui, somos todos cristãos. Como é que você imagina seu futuro? Você vai viver ainda uns vinte anos… etc. Imagina seriamente: como vai ser a vida da gente? Tenho possibilidades, tenho sonho grande… não a gente não tem mais. Se tiver… você pensa: mais isso ai não dá para realizar. A gente tem um “sonhinho”… é ser feliz. Mas como é que a gente é feliz? Dentro dos moldes normais. Experimenta pegar esses normais e dizer bem concreto como é que vai ser. Então se imagina: tomara que não venham grandes transferências, grandes perturbações. Tomara que naquela profissão, naquele estudo que estou fazendo eu vá bem. Se estou buscando um diploma.. e depois do diploma? E depois da profissionalização? Depois de ganhar meu salário? Ora, me aposentar. Mas e depois? Ficar na comunidade, ficar na família. E onde é que fica o que chamamos de seguimento? O Espírito? Mas, se tiver esse espírito, como é que fica aí dentro? Está dormindo. Como uma coisa que a gente faz e está convencido, mas apenas como piedade, como devoção. Pra quê? Para salvar a alma, para o bem-estar da alma neste nível. Isso é uma caricatura. Mas não passa disso não… Isso aí, um dia ter que ser rasgado, pelo menos para ver o que é Deus. Isso tudo é uma ilusão. Mas, que realidade é Deus? o que temos dele é uma ilusão que a sociedade e nós próprios botamos em cima de nós mesmos. Isso se rasga quando vem sofrimento no duro, que você quase morre. E quando rasga a gente, faz que nem a aranha, que de novo assim reconstrói. Os textos do povo de Deus, a sagrada escritura, dizem: é quando essa teia começa a sumir, que aparece a paisagem do Senhor. E quem não morrer não ressuscita. “O grão de trigo…” Todos esses textos estão falando de uma experiência fabulosa, segundo a qual por fora você pode ser lixeiro, pode ser o que quiser, pode ser qualquer coisa…, mas no fundo vive numa outra realidade. Isso se chama interior, vida interior. A vida interior não é o meu subjetivismo. Toda vida religiosa, toda vida cristã, esteja onde estiver, na vida social, deve conscientemente, como voto, como caminhada profissional, estar buscando entrar nessa dimensão. E entrar nesta dimensão é que possibilita que a humanidade seja feliz. Isso porque, se a humanidade de alguma maneira começa a despertar para isso, muda de atitude, se converte para o bem. Temos que entender isso muito mais plasticamente, mais profundamente. E quem faz este serviço, que coordena esse serviço, quem nos sacode, quem nos desperta e cria o enjoo de viver numa indiferença assim, esse é o Espírito Santo. Então é preciso experimentar não apenas ter devoção ao Espírito Santo, mas perceber… que esse Espírito Santo mora dentro de nós. Ele está no fundo de nós mesmos. Não precisamos ir buscá-lo. No dia de Pentecostes é bom experimentar tomar uma decisão de recorrer muito mais a este Deus desconhecido. Agora, se você recorre a este Deus desconhecido querendo sentir, querendo ver, não dá certo! Primeiro, você tem que começar a descobrir a indiferença, a névoa de indiferença que habita, que toma conta de você; isso você tem que começar a perceber cada vez mais. quanto mais comece a perceber isso, mais você realmente começa a sentir necessidade de recorrer ao Espírito Santo que mora dentro de você. Então começa a perceber que aos poucos esta névoa vai desaparecendo. Com outras palavras: fé não é esta doutrina que você tem na cabeça. Fé não é esta coisa que você simplesmente recebeu dos pais. Isso tudo não passa de um costume seu. Fé é essa clara vidência que vem de Deus, e que Ele implantou dentro de nos, mas está dormindo. Sabe: não adianta só ter nascido numa família muito cristã. Tudo isso que recebemos, moral, família, pais etc., tudo isso é muito bom, mas quem nos desperta mesmo é o Espírito Santo. Então: experimente sacudir um pouco essa coisa esquisita alojada dentro de você… essa concepção tradicionalista do cristianismo, isto é, aquilo onde todos estão dentro, a gente boa, gente de bem, gente moral, mas que no fundo não entende Jesus Cristo. Pedir ao Espírito Santo que desperte dentro de nós uma vontade de uma busca maior.

A gente não sabe o que fazer com o Espírito Santo. Ou você sabe o que fazer com o Espírito Santo? A gente invoca, mas… com Jesus temos muito mais relacionamento… Como podemos fazer para que isso tudo se torne uma realidade mais forte? Não surge o seguinte problema: tudo o que sabemos e falamos vem da tradição, não é? Pela tradição nós aprendemos isso, tentamos viver, e muitas vezes como piedade. E também como unia atuação social, de igreja, como grupo humano a que pertencemos. Mas o que será que é a fé? Isso é para nós um problema ou não?

Nós pensamos que basta fazer ou não fazer certas coisas, e isso já bastaria. Mas não é algo estranho, que, apesar de tudo que fazemos, ela não se ilumina bem? E isso não é por falta de esforço. Ninguém é cristão, franciscano para guardar uma certa aparência social. O cristão realmente acredita, comunga todo dia etc. Fazemos uma porção de coisas, mas isso tudo não ilumina bem. É um problema metódico. Como é que devemos abordar esse problema? Umas das alternativas, uma das coisas a fazer é pedir. Segundo a Sagrada Escritura, pedir tem uma força terrível. Jesus insiste para que se peça. E ele dá certos exemplos que quase nos causam indignação, como é o caso da viúva que pedia por justiça.

O que a Sagrada Escritura quer dizer com isso ? Quer dizer que, se pedir pra valer, com insistência, mesmo pedindo errado, a gente recebe o cêntuplo daquilo que está pedindo, porque Deus sempre atende (veja exemplo dos filhos que pedem pão). E isso se aplica muito mais a quem pede o Espírito Santo. Então, será que uma das coisas que todo mundo pode fazer, é de forma puramente material mesmo, e mesmo não entendendo nada dá pra fazer, é materialmente pedir?

Costuma-se responder a isso: o que adianta ficar pedindo assim que nem moinho de vento? Mesmo que a gente não entenda muito, o pedir é sinal de que a gente já está sentindo que isso é de grande importância. Então, se ele é desconhecido, talvez seja um Deus que está no fundo de nós mesmos, que é tão fundo como o olho através do qual nós vemos, através do qual nós somos orientados. Mas então, para que isso se torne importante, eu preciso criar uma grande ambição dentro de mim, desconfiando que se trata de um grande tesouro, tanto faz se entendo ou não entendo bem; mas como desconfio ser algo grande, eu peço. Será que este não é um dos métodos mais brutais, mais simples, mas que tem o melhor efeito? Jesus diz que se alguém bate e bate… recebe. Então, esse modo de insistir todo mundo pode fazer. Pode, no sentido de que não precisa entender muito. Não sabe o que é, mas vai chegar. Com outras palavras, para ser espiritual, a gente precisa ser bem material, e meio violento. Só quem é violento conquista o reino dos céus. Então, em referência ao Espírito Santo, uma das coisas é pedir mesmo, e pedir materialmente. Materialmente significa fazer a oração ao Espírito Santo. Não somente no início, mas sempre.

No reino de Deus a oferta é maior que a procura. A procura no reino de Deus tem que ser maior porque a oferta é sempre grande. Tendo o tesouro na sua frente, é necessário criar uma vontade danada de procura. É que a oferta é de antemão muito grande. A gente só procura comprar o que é preciso. O pedir, o buscar depende muito do que você necessita. Uma das melhores maneiras de você conseguir algo de Deus é criar dentro de si uma necessidade. E no caso do Espírito Santo, como é que a gente cria necessidade? Tem algum truque para isso? Eu acho que o primeiro passo é começar a descobrir que a gente é burro mesmo. Começar a descobrir que por nós mesmos, nada conseguimos nas coisas de Deus. Talvez em questão de negócios, nisso e naquilo, você tenha até certa fama; mas quando você começa a se conhecer a si mesmo, percebe que no fundo realmente é um boboca: não tem vontade muito forte, é meio preguiçoso, se anima, mas não tem muita constância e depois é muito negligente, indiferente. A gente está como que debaixo de uma neblina de indiferença. Mesmo pessoas engajadas percebem isso; no fundo só buscamos o nosso próprio gosto. A gente devia começar a perceber estas coisas. No fundo, a gente percebe, sim, isso, só que não se detém muito a olhar. E se a gente começa a perceber que tem coisa muito melhor, que tem uma oferta muito grande, mas que ainda não se tem nada disso, parece-me que a solução não é desanimar, não é cruzar os braços, mas começar a sentir isso de forma cada vez mais consciente e começar a pedir. Não foi esta a atitude de Maria, que esperava a vinda do Espírito Santo? O início de sua espera da vinda do Espírito Santo é começar a descobrir que você tem muita possibilidade de começar isso a partir de si mesmo. Segundo: antes de tudo, pedir ao Espírito Santo para que desperte interesse por ele. E parece que quando alguém começa a fazer tal coisa realmente, começa a ter sede dele. Então pede e pede e começa também a ter mais disposição, começa a criar uma outra atitude e a perceber a vantagem em tudo isso. Vai ficando mais clarividente, mais nítido, tem mais dom da alegria. Então começa a sentir na prática os dons do Espírito Santo. E assim se inicia o esse processo espiritual. Será que na vida espiritual não deveríamos fazer coisas assim? Isso significa que vida espiritual todas estas dificuldades são positivas… por exemplo, temos experiência de que, quando estamos em dificuldade, pedimos insistentemente… quando é muito necessário , a gente pede, mesmo que meio desconfiando… mas quando necessita mesmo, a gente pede.

Acho que temos que desenvolver uma técnica em nós mesmos de pedir que a coisa seja necessária para a gente, e quanto melhor for a coisa tanto mais deve se nos tornar necessária.

No Pentecostes é preciso tomar uma resolução, uma resolução muito simples e quase que material, é preciso dizer: sinta ou não sinta, eu acredito que o Espírito Santo é uma presença muito importante.

Desde nosso nascimento, estamos sedo acompanhados pelo Espírito Santo. Todos os sacramentos são um grande vigor do Espírito Santo, e nós não estamos usando nem um décimo desse potencial. Se pudéssemos de alguma maneira participar dessa força que já está dentro de nós pelo batismo e de tudo que recebemos, se pudéssemos aproveitar pelo menos de uns dez por cento disso tudo, frutificaríamos de uma maneira extraordinária; mas nós, no fundo, não acreditamos nisso.

Até uma pessoa que é tapada, que não tem muito talento, e começa a invocar o E. Santo… Este Espírito geme dentro dela, dentro de cada um de nós… como se fosse a força mais profunda, a mais íntima, a melhor que tem dentro de nós. E quem começa a invocá-lo, tudo isso começa a aparecer. Se quer um conselho, invoque o Espírito Santo sempre. Isso a gente pode tomar como propósito. Existem orações do E.S. antigas e muito bonitas, como a Sequência e a oração oficial que sempre se faz “Vinde E.S. etc.” Experimente, então, pegar uma dessas orações, copiar direitinho, plastificar, por no bolso e começar a refletir sobre e a partir dela. Parece brincadeira de criança, mas quem quer aprofundar as coisas faz assim. Em filosofia, literatura, por exemplo, a gente costuma fazer assim. E continuamente pegar orações assim, pegar textos e por no bolso. As jaculatórias, por exemplo, têm uma força danada, porque aquilo não é só coisa física. Por que o povo gosta de ladainha? Na Ladainha temos imagens muito fortes. Muitas vezes, você nem pensa na imagem, mas as imagens têm uma grande força para ir nos alimentando aos poucos por dentro. É por isso que as pessoas simples tiram uma força enorme do terço. O que parece mecânico não é simplesmente mecânico. Você entra no fluxo de um fio. Fica puxando o terço e entra no fluxo de um fio. Todas estas coisas vem da tradição, vem do povo de Deus.

Não somos meros indivíduos; na oração não somos apenas indivíduos, nós somos parte de uma enorme ameba, isto é, o povo cristão. E no mundo inteiro as pessoas estão pedindo, não somente os cristãos, mas toda a humanidade que participa de tudo isso está pedindo. Às vezes você pede, muitas vezes até inconscientemente e quase dormindo, mas seguramente no começo você quis pedir realmente, mas se começar a adormecer não tem importância. Pois se você faz isso regularmente, sempre de novo, conscientizando de novo, depois dorme, com o tempo, você entra dentro desta enorme corrente chamada Comunhão dos santos e ali a coisa começa a ser mais plástica, mais real; então, a gente devia pedir muito a este Deus desconhecido, o E. S., terceira pessoa da Santíssima Trindade, escondido no fundo de nós mesmos, gemendo conosco, anelando conosco, não somente individualmente mas com toda a humanidade e toda a cristandade. Este é um dos métodos de você ser muito inteligente no Espírito, muito mais do que ficar fazendo práticas conscientes de piedade etc., aproveitar este método.

Para ser carismático… não e necessário participar de movimento. É necessário ter uma concepção teológica mais vasta, isto é, todas as coisas cristãs no fundo são o Espírito Santo. Então, deveríamos tomar a sério nossa própria vocação, nossa própria espiritualidade e aí dentro cultivar o Espírito Santo.

É melhor não fazer movimentos, é melhor considerar o Espírito Santo como pessoa mesmo, ou seja, como presença real no intimo de nós mesmos e começar a entrar em contato direto e não por movimentos. Não é assim que, quando você ama, um ama o outro, não está participando de um movimento, não está participando do partido dos namorados, por exemplo.

Trata-se de um relacionamento íntimo, pessoal, e, então, poderíamos pensar o seguinte: o Espírito Santo é um momento de intimidade em referência a Deus. Deveríamos começar a pedir, a querer mesmo que ele nos oriente. Mas não pedir sua orientação na vida… mas coisa muito mais profunda, muito mais radical de seguimento, pedir que oriente. E pedir continuamente que ele nos faça fieis, clarividentes, inteligentes. Isso é mais eficiente do que você comprar vitamina para melhorar sua memória. É que esta é a nossa realidade mais fundamental. Usar mais isso, usar mais significa: estamos sentados em cima de enorme tesouro e a gente não usa. É preciso fazer isso com muito mais simplicidade. E a coisa mais importante é você ser humilde. Humilde significa começar a perceber que você pode muita coisa além da área humana. Existe uma área que é muito importante para nós, que é de grande necessidade para nós, que ultrapassa a nossa área humana, mas que é um dom, dom do Espírito Santo. Este dom já nos foi dado como um grande mar que está sempre tocando na gente. Então sempre de novo devemos nos convencer e começar a dizer que nós cristãos somos um grupo de pessoas que acredita em algo que ultrapassa toda a nossa vida humana. Começar a colocar isso muito forte, e não ficar satisfeito em conseguir se realizar humanamente. Com outras palavras, convencer-nos de que nos foi prometido o que olho não viu, ouvido não ouviu etc. e que podemos ter esta experiência neste mundo se nos colocarmos a disposição do Espírito Santo; se nos colocarmos na disponibilidade de ser seus discípulos no duro. É que toda busca cristã, fundamentalmente, é isso.

Então, é necessário propor-se a rezar mais. Nesse sentido, pedindo, recebe-se. Veja São Tiago (pedir sabedoria): Deus não nega sabedoria.

Isso é importante, porque no instante em que a unção começa a fluir em nós, começamos a ficar mais ungidos, lubrificados, começamos a ter mais suco dentro de nós. Com outras palavras: nossa busca começa a ter uma alegria profunda, íntima, que é uma afetividade muito profunda, e isso nos traz uma felicidade que nenhuma afetividade, nenhum encontro humano pode nos dar. E isso não é somente prometido, mas é a experiência de milhares de nossos irmãos que nos precederam. Estamos bobeando, porque podemos ter uma suavidade, uma doçura… estamos sempre psicologicamente carentes, e existe dimensão dentro de nós que é muito maior do que psicológico, muito mais perto de nós, que se chama de Espírito e que é uma realidade como é a realidade física, como a psíquica; é uma realidade, sim, o espiritual é uma realidade. Essa realidade não é uma coisa genérica, geral; para nós, é um encontro do Deus de Jesus C. O Espírito Santo é um encontro. E de lá vem uma suavidade, uma profundidade, uma intimidade que nenhum amor humano pode substituir. Então, não renunciamos a nada, quando a gente diz que renunciou a isso e aquilo, não é assim. Muita gente busca a realização afetiva no nível psicológico, fazendo terapia ou casando etc. E a gente pensa que estas realidades sobrenaturais nada tem a ver com realidade, a realização será só lá céu… Isso não é verdade. Toda a dimensão sobrenatural é para você se realizar neste mundo e se realizar mesmo, de forma plena.

Não dá para você buscar assim muito imediatamente o sensível. Essa realidade não é sensível no nível físico, psicológico, mas ela é sensível. E essa sensibilidade não algo que você agarra e faz seu. Mas acredita neste caminho, pede e se doa continuamente sem querer comandar, mas acolhe-se humildemente o testemunho, a prova disso são todos esses santos. Deveríamos ter mais ambição. Ter a ambição de realizar-se tão plenamente do ponto de vista afetivo que não de modo nenhum somos pessoas carentes; mas isso num nível tão bom, tão ao modo do Espírito Santo que você realmente não e nenhuma pessoa carente. É preciso que despertemos uma ambição assim… que ele venha, pois o Espírito é o vigor da Igreja. É o vigor da nossa pastoral, o vigor de todo nosso esforço. Então é preciso pensar grande e acreditar, mesmo que não sinta nada dessa realidade, mesmo que não perceba que está sentado em cima deste enorme fogo.

Mesmo não sentindo nada, é preciso acreditar mesmo que se está sentado em cima deste enorme fogaréu, dessa enorme energia. Isso é muito mais interessante do que buscar energia no thicum, na psicologia. É um outro nível de caráter bem diferente mas que não exclui outra busca. Todavia, a gente deveria buscá-lo com mais intensidade, mais do que se busca na psicologia.

Com Jesus e o Pai a gente já tem certo relacionamento. Devemos então experimentar ter um relacionamento com o E.S. Tanto faz como se imagina o Espírito, com o tempo a imaginação vai se purificando. Nessa caminhada, não se deve ter medo de imaginar errado. Se você tem boa intenção, aquilo vai se corrigindo.

Com o E.S devemos ser mais imediatos, devemos ser Como crianças. A criança é um gênio do imediato. A criança derruba facilmente um adulto quando vai em cima com todo o corpo, com tudo o que tem. Quando a gente faz algo de todo coração, trombando com o corpo, isso funciona. Pedir com insistência, de todo coração, é o método que Jesus está dando para nós. Isto significa deixar de lado todas as complicações, p. ex., se no céu a turma fica atrapalhada, se existe ou não existe etc. Pense assim, eu necessito do Espírito Santo, tanto faz como é, eu sei que é realidade, e invisto toda minha força em pedir. É nesse momento que começam as tentações: “será que vale a pena?” É preciso chutar fora tudo isso e ir em cima como faz uma criança. Se não fizerdes como criança, não entrareis… se não fizerdes violência… isso é uma grande sabedoria.

É bom desenvolver um estilo de pedir tudo por que necessita, pedir para todo mundo. Nisso, é bom observar o povo simples, que pede para todos os santos… pede até para o pai-de-santo… Não falar só Com Deus….e, se falar só com Deus, falar com o ímpeto de alguém que necessita mesmo, e que pede para todo mundo. Mas quem tem esse ímpeto não exclui os outros.

Quando no duro mesmo sentimos a necessidade, não ficamos sofisticando o raciocínio. Isso nos leva a ficarmos mais límpidos nesta postura e assim, aos poucos, a gente nem pede mais. Não porque não necessite, mas porque tem tanta confiança no senhor, que diz quando o Senhor quiser, por favor… me atenda, mas faz-se isso de forma intensa. Ali não há indiferença, há intensidade de confiança. Então, é preciso criar como hábito, de, quando puder, invocar sempre o Espírito Santo. É só assim que você começa a se familiarizar com ele.

Não é preciso falar muito dele; tampouco se deve falar assim: esse raio que estava quebrado consertou… foi o E.S. Não é assim que acontece!

Com esse “método”, com o tempo, a gente começa a ter uma vida espiritual aparentemente muito banal, mas de grande intimidade, com um relacionamento de grande finura com o E.S., porque ele começa a nos dar e ensinar todas as coisas. Ele vos ensinará todas as coisas. E começa-se a acreditar nessa realidade. Isso é muito mais importante do que acreditar em certos cursos que se faz. Essa fala não é para excluir os cursos, os cursos são importantes, mas esse fundo criado pelo Espírito é o melhor que há.

Que tal começar a pensar assim: se o E.S. me orienta, e eu trabalho intensamente, no fundo tudo o resto é supérfluo? Então não precisa fazer curso de espiritualidade para ser mestre. Tendo E.S., está feito; se ele tem a você, esta feito.

Experimente pensar em Nossa Senhora, estudá-la, para descobrir e ver como a gente deve ser em referência ao Espírito Santo.

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