Vocacional - Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil - OFM

Introdução à Filosofia

20/04/2021

 

No dia 17 de setembro, em lugar das 4 aulas da Introdução à Filosofia, favor discutir em grupos (3 grupos) as seguintes questões. Escolher um do grupo para sucintamente anotar o que foi discutido, e o trazer para as aulas do dia 24 de setembro, onde tentaremos retomar as questões a modo de um painel de discussão.

As questões:

Primeira aula

    1. Heidegger diz na pg. 24, primeiro parágrafo: “[ A questão: que é filosofia? Não é uma questão que uma espécie de conhecimento se coloca a si mesmo (filosofia da filosofia). A questão também não é de cunho histórico; não se interessa em resolver como começou e se desenvolver aquilo que se chama “filosofia”. A questão é carregada de historicidade, é hisitorial, quer dizer, carrega em si um destino, nosso destino. Ainda mais: ela não é “uma”, ela é a questão historial de nossa existência ocidental-européia.]
    2. Quais são as perguntas principais, formuladas nesse trecho?
    3. Quais as palavras-chaves de cada uma dessas perguntas?
    4. Tente dizer de que se trata em cada um dessas perguntas.
    5. Qual é a diferença entre historial e histórico?
    6. O que significa no texto o termo destino?
    7. Por que a expressão ocidente-européia e não simplesmente européia?

Segunda aula

    1. Quando você busca p. ex. um ideal, como você faz para que essa sua busca tenha uma direção segura?
    2. Quais as dificuldades que surgem de uma busca que não tem uma direção segura?
    3. Por que e quando uma busca não tem uma direção segura?
    4. Ter tudo preestabelecido e fixado é mesma coisa do que Ter uma direção segura?
    5. Quais são as dicas que o texto de Heidegger, principalmente no início e também na pg. 2O nos dá em referência à busca e seu caminho e direção segura?

Terceira aula

    1. O que quer dizer a frase de André Gide: “Com os belos sentimentos faz-se a má literatura”?

{uma pergunta à parte: quem de vocês teve curiosidade de saber quem foi André Gide e foi examinar na enciclopédia?}

Quarta aula

    1. Na pg. 20, parágrafo 1 diz Heidegger: “Perguntamos: Que é isto – a filosofia? Pronunciamos assaz freqüentes vezes a palavra “filosofia”. Se, porém, agora não mais empregamos a palavra “filosofia” como um termo gasto; se em vez disso escutarmos a palavra “filosofia” em sua origem então ela soa jilosojia. A palavra “filosofia” fala agora através do grego. A palavra grega é enquanto palavra grega, um caminho”.
    2. Alguém que não estuda filosofia há de objetar: Que besteira! Só porque pronunciou a palavra “filosofia” em grego, a palavra vira um caminho? A palavra é um sinal, um som, seja ela pronunciada ou escrita em português ou grego, um sinal de comunicação para expressar o que está dentro de nós como vivência, sentimento, pensamento etc.

Refute essa objeção, mostrando que ela se baseia numa compreensão prefixada do que seja “palavra”. E tente você explicar a aquela pessoa que assim objeta o que Heidegger quer dizer com o trecho.

Um bom estudo e uma boa discussão.

HH

Acerca do ente e ser

    1. Dissemos que toda e qualquer busca na filosofia, no fundo, está referida à assim chamada questão do ser ou questão do sentido do ser.
    2. Questão é busca. É que em latim quaerere (quaero, quaesivi, quaestum ou qauesitum) significa procurar, buscar.
    3. A grande dificuldade de captar a importância e o significado do que seja a busca ou procura do ser ou do sentido do ser, está nisso que nós sempre, quando falamos do ser, chegamos tarde, i. é, já estamos como que no toque do sentido do ser, para podermos falar alguma coisa disso ou daquilo.
    4. Dito de outro modo, quando falamos do ser, o representamos como algo, objeto ou coisa. E assim, ao representarmos o ser como algo objeto e coisa, queiramos ou não, já representamos a nós mesmos e ao ato de representar também como algo, objeto e coisa.
    5. Isto significa que considero a mim mesmo, ao ato de eu me considerar a mim e a outras coisas como algo, objeto ou coisa. E nesse considerar objeto e coisa, não percebemos que o próprio perceber, o próprio considerar, é ato, não porém ato considerado como uma ação que eu faço, mas que sou, enquanto estou operando vivamente como esse ato, ou melhor, esse ato como objeto e coisa me é dado porque sou como que intuição, abertura acolhedora, clareira, dentro da qual cada ente vem a si, vem à fala, aparece no que é. O concreto vivo que vem à luz, cada vez nesse intuir que sou eu mesmo, é o ente. Ente, porém, é como o concrescer de um surgir profundo e oculto que constitui o eclodir do mundo: a esse surgir chamamos de ser.
    6. O ente e ser devem ser sempre considerados como totalidade. Existem diversos modos de entendermos a totalidade. O modo usual de compreendermos a totalidade é a quantitativa. Analisar varias modalidades da compreensão: pedaço e a peça ou bloco ou o monte todo; parte e todo; membros e o organismo; peça, arranjo, articulação, conjunto, função, estrutura, sistema e o mundo: totalidade substância; totalidade sistema; totalidade estrutura. Todas essas totalidades por sua vez podem ser consideradas sob a perspectiva da quantidade, extensão; da profundidade e intensidade; outra: do salto, da origem, do Ur-sprung: salto do surgimento.
    7. Descrever o exercício taoista de sentar-se na calma: primeiro na direção da totalidade quantitativa: extensão. Em segundo lugar, auscultar e deixar-se envolver pelo silêncio na sua intensidade e profundidade. E, por fim, o espanto de ser. O próprio simplesmente dado, no silêncio e na vastidão do ser, nos toca como espanto: Por que há simplesmente o ente e não antes o nada? Esse espanto é salto do criativo, não no sentido de produção causação, mas de liberdade.
    8. Ver uma paisagem grega com ruínas de templo: totalidade substância: substância é ser; ver Usina elétrica de Itaipu: sistema é ser; ver o jogo sutil, cheio de vicissitudes da liberdade num encontro: estrutura é ser.

Reflexão preliminar para a filosofia

1.

Na filosofia, toda e qualquer busca, por fim, deveria nos conduzir para a questão do ser, ou melhor, para a pergunta pelo sentido do ser.

2.

Só que essa formulação “pergunta pelo sentido do ser” é logo compreendida de modo inadequado, pois representamos um homem-sujeito que tem o ato de perguntar, que busca saber a significação de um objeto que se chama ser.

3.

Se colocarmos assim a questão do sentido do ser, teríamos a seguinte realidade: eu sou um ente entre outros entes, de diferentes propriedades, de modos de ser diferentes. Esse eu pertence a um grupo de ente chamado homem, encontro ao redor de mim outros homens, que possuem as mesas propriedades e o mesmo modo de ser que eu possuo. Também os outros entes que não são homens, se agrupam, formando classes de entes do mesmo jeito, do mesmo modo de ser, constituindo o que chamamos de regiões ou campos ou áreas do universo. O ente que pertence à região homem, p. ex. eu, possui um modo de ser sui generis de poder se relacionar consigo e com outros homens e outros entes que não são homens, através de atos do aperceber, conhecer no nível do sensível e do inteligível, atos do querer, sentir. Entre esses atos, o do conhecer, no nível do inteligível, busca sempre compreender o significado dos entes, e assim, eu, o homem, com o ato de conhecer, busco o significado ou o sentido deste ou daquele ente. Nessa busca pelo significado de cada ente, descubro que cada ente possui significado como indivíduo, i. é, como este ou aquele, mas ao mesmo tempo como pertencente a esta ou àquela classe do ente que tem o mesmo modo de ser; e por sua vez como pertencente à classe das classes na escalação de generalização cada vez mais vasta. Assim, se estabelece o significado do ente como individual, comum, mais comum e comuníssimo. O significado, o mais comum, o mais geral do ente se chama então usualmente ser. Assim, a questão do ser ou a pergunta pelo sentido do ser é entendida como a busca do significado, o mais geral ou o mais comum do ente, aplicável a todos os entes, a todo e qualquer ente, inclusive ao nada. Nesse caso filosofia seria uma busca que tem por objeto o significado, o mais geral do ente, o ser, ao passo que as outras ciências indagam pelo significado menos comum, ou mais particular do ente.

4.

Essa realidade, assim colocada é obvia, autoevidente. Aqui, parece não haver nada mais a dizer, a buscar, principalmente porque esse significado comum do ente, o conceito do ser é um conceito, o mais óbvio de todos os conceitos.

5.

O pivô da questão, porém, é que com essa constatação da obviedade do conceito do ser, deixamos escapar o que é a “realidade”, a mais enigmática, que na filosofia se chama questão do ser ou pergunta pelo sentido do ser. Com outras palavras, enquanto vivemos e operamos nessa obviedade “natural” e “usual”, não estamos ainda na filosofia.

Mas, então, de que se trata, quando dizemos que na filosofia, toda e qualquer busca, por fim, deveria nos conduzir para a questão do ser ou para a pergunta pelo sentido do ser?

6.

Para podermos ver de que se trata, devemos fazer os seguintes passos de um processo de recondução ao sentido do ser que atua na própria busca que se posiciona como foi descrito nos n. 1-4. Portanto, devemos nos exercitar em:

    1. a) Trazer à fala os diferentes comuns que constituem o ente no seu todo; mostrar o comum, o geral, o positum ou a região, o modo de ser de cada ente e no seu todo.
    2. b) Mostrar a diferença da abordagem: do empírico para o geral, através da indução e da abordagem da presença a priori como condição da possibilidade de uma experiência.
    3. c) Daí, a diferença entre a generalização e a mostração formal.
    4. d) A ambigüidade da palavra o sentido do ser.

7.

Sentido do ser como “realidade fundamental”. Mostrar como, para ver o sentido do ser como “realidade fundamental”, é necessário primeiro destruir o predomínio do sentido do ser da ontologia tradicional. Mostrar que essa destruição não é outra coisa do que considerar o sentido do ser da ontologia tradicional como um modus deficiens do ser próprio do homem, portanto do ser da existência.

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