Vocacional - Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil - OFM

Comentário à Regra em paralelo com a RNB – Introdução

01/03/2021

 

1. A regra como projeto de vida

Nós religiosos modernos, ao ouvir a palavra regra, numa espécie de jogo associativo, ligamos logo com:

A) Imposição, autoritarismo jurídico, obrigação, dever, de cima para baixo = o que caracteriza tudo isso tem a conotação de não livre regra

Admitimos que uma ordem religiosa tem que ter sua regra; e damos as razões para isso; mas nossa reação imediata, se formos sinceros, está dizendo: “regra não é inteiramente livre”. Mas por que regra se apresenta com esta conotação negativa? Esta reação é sinal da nossa maneira coletiva de pensar; a nossa pré-suposição usual epocal, aquilo que está em uso sem o perceber, vem de uma problemática que poderíamos identificar na palavra livre, liberdade.

Vamos ver, aqui também, pelo jogo de associação, o que surge em torno da palavra livre ou liberdade, em oposição ao jogo associativo anterior.

B) Imposição X livre escolha; autoritarismo X democracia; jurídico X carismático; obrigação X espontâneo; dever X gostar; moralizante X liberal = O que caracteriza todo esse modo de ser tem a conotação de natural-espontâneo vida.

A partir dessa compreensão se diz que a regra encaixotou o carisma esfuziante, espontâneo, livre de SF, pois criava muita revolução e desordem colocava muita invasão “carismática” no mundo jurídico. Era preciso por ordem; surgiu assim a institucionalização, e nesta entrou o espírito jurídico, dando em jurisdicismo. Então, regra pertence à jurídico e vida pertence à liberdade.

Essa maneira de pensar entende o essencial humano como “natural-espontâneo”. Nessa interpretação do humano se fundamenta nossa antropologia, nossa psicologia, sociologia, educação, formação, tudo. Pensar o humano como espontâneo-natural é o fundamento do que chamamos “mundo dos consumo”. Consumir é satisfazer os impulsos, os desejos, os gostos que surgem espontâneos de nossa natureza, deixada a si mesma; tudo que de alguma maneira delimita o espontâneo desabrochar do nosso natural é sentido como imposição. Se aceitamos, o aceitamos porque, sem um mínimo de estrutura e se cada um fizer o que bem entende, não dá sociedade. Mas, afinal, é um mal necessário. Ao ouvirmos a palavra regra nos movemos nesse equívoco sem perceber.

Essa maneira de pensar é bastante questionável. Os textos medievais estão bastante distantes dela. E, coisa paradoxal, o mundo moderno, moderno mesmo, se identifica mais com o pensar medieval do que com essa ‘nossa’ interpretação do humano.

Ao refletir sobre a regra e a vida dos frades menores, não usamos a palavra vida na acepção de ‘espontâneo-natural’ acima mencionada. O “espontâneo” e ‘natural’ é próprio das plantas e dos animais. O animal não precisa de lei, porque ele a tem dentro de si. Um animal selvagem quando está com a barriga cheia para de comer, ele não diz: ‘vamos nos banquetear, porque é gostoso’; por isso, o animal não morre de doença e sim de velhice; é como árvore que seca por si mesma quando chega à maturidade. Por isso, na Adm n. 5, SF diz que as outras criaturas (animais e plantas) servem ao Criador melhor do que o homem, embora o homem tenha sido criado numa excelência que supera os outros seres.

O único ser que precisa de proibições é o homem. Por quê? Por traz dessa característica, que parece negativa, se esconde e se anuncia o grande privilégio, a ‘excelência’ do homem que supera a todos os outros seres: a vida humana, o humano tem a necessidade, o privilégio de ‘ter de’ superar o estado simples da natureza, para se tornar ‘humano’. O ser humano ‘tem que ser’. Ter que ser significa ter a capacidade, a necessidade, a tarefa de se responsabilizar, de se assumir. Essa é a estrutura originária do homem e nisso consiste sua grandeza, seu privilégio. Quanto mais não ficar deitado eternamente em berço esplêndido , quanto mais assumir a tarefa de enfrentar, de trabalhar, de se libertar, mais o humano se torna ele mesmo. Essa capacidade de se transcender, que na filosofia recebeu o nome de transcendência, recebe atualmente o nome de autonomia, responsabilidade de ser, e, mais originariamente, liberdade, ser livre.

A palavra usada pelos antigos para expressar essa característica do humano é o verbo “dever”. Ao dizer: “Tu deves”, se apelava para a coisa mais dinâmica e sagrada que o ser humano tem e é bem diferente do sentir nosso usual quando ouvirmos a palavra “dever”.

Essa tarefa do “ter que ser”, do “dever”, é o que constitui o homem como pastor e guarda da natureza. É necessário assumir essa tarefa, trazendo cada vez mais à tona as possibilidades que nos são dadas: cultivar, trabalhar, melhorar, conscientizar. Isso é viver, isso é Vida Humana!

Este “dever” supõe antes um “querer”. Por isso, palavras como DEVER, QUERER, Conscientizar-se, ASSUMIR, RESPONSABILIDADE E OUTRAS, resumidas numa única expressão, significam – PROJETO DE VIDA.

Essas palavras indicam todo um modo de ser próprio, diferente do natural-espontâneo. Há, porém, em nós uma forte tendência de nos instalar no natural-espontâneo, pois o modo de ser “dever-querer”, muitas vezes, é sentido como um “peso”: assumir todos os dias esta nossa grandeza, custa! Custa tanto, sempre de novo, toda manhã dizer: “Eu te amo, meu Senhor”. Pensamos: “Já repeti tantas vezes, agora chega! Já estou cansado! Será que não tem jeito de as coisas funcionarem por si mesmas?”

Este “peso” é muitas vezes interpretado negativamente, como um mal necessário; assim a luta quotidiana do responsabilizar-se, do engajar-se, do assumir gera na Vida Religiosa pessoas cansadas, resignadas, que consideram a luta de toda uma vida como um mal necessário, ao passo que esta luta consigo é estar no grande exercício da identidade, é estar experimentando o nosso privilégio; e quem não o assume está abdicando de si mesmo.

O modo de ser do “dever-querer” é tão moderno que a sociedade de hoje, quando quer progredir, o usa; e as sociedades que não o usam vivendo muito no “natural-espontâneo”, são colocadas de lado.

Toda vez que um ser humano ou uma sociedade se engaja pra valer numa causa grande, supera o entendimento da liberdade como “natural-espontâneo” e se engaja exatamente na mesma compreensão que o medieval tinha de liberdade, ou seja, viver não significa deixar a vida se desenvolver espontaneamente, mas é assumir, exercitar, colocar um objetivo e se doar a ele; isto é, a própria sociedade moderna tem um modo de entender a vida como “Projeto de Vida”.

Desde sua juventude, São Francisco achou a luta por um projeto de vida como uma grande dignidade. Então lutou a vida inteira e amadureceu para uma cordialidade muito grande, de tal maneira que antes de morrer, disse: “Nós não fizemos nada ainda, vamos começar de novo”.

Ele iniciou seu itinerário partindo do “natural”: “Oriundo da cidade de Assis…”; nascera de uma família bastante boa, tinha boa índole, era pessoa muito jovial…; ia se desenvolvendo espontaneamente. Mas, aos poucos, começou a tomar certos propósitos: com isso já estava começando a colocar sua vida dentro de um projeto.

Depois, como jovem, viveu à farta o “espontâneo”: o gosto, o prazer. Mas aos poucos começou a se perguntar o que ele queria da vida. Queria ser cavaleiro: se determinou para um ideal, um projeto de vida. Sua vida deixou a maneira de folguedo para entrar nos exercícios. Provavelmente treinou muito tempo para a guerra; procurou uma companhia do mesmo ideal, procurou um chefe militar. Assim começou a entrar num em um modo de ser que não era mais espontâneo-natural; começou a ser cavaleiro, guerreiro, com seus companheiros, sua estrutura, suas leis, através disso tentou ser cada vez melhor, cada vez mais perfeito no projeto cavalheiresco.

No entanto, fracassou duas vezes. Se Francisco fosse “natural-espontâneo”, teria desanimado. Mas como era projeto, tinha o ideal na frente e o ideal o puxava. Por isso, na prisão não ficou desanimado, mas se comportou como cavaleiro; usou prisão para se realizar e realizar o projeto.

Em seguida um novo elemento se inseriu no seu viver: o sonho lhe disse: “Você quer ser cavaleiro, mas por que cavaleiro de meia-tigela? Por que não quer ser cavaleiro do Senhor”? E respondeu: “Ah! Existe uma cavalaria maior do que isto que estou imaginando?” E era isto que ele estava querendo; não mudou o ideal, mas entendeu o ideal mais radicalmente. O projeto anterior se tornou mais projeto ainda, mais sentido de vida.

E foi crescendo entendendo cada vez melhor o ideal, até descobrir que o ideal que o estava puxando era o Seguimento de Jesus Cristo, ser cavaleiro deste grande Rei. Descobriu também que não estava sozinho: começou assim a entrar no grande projeto da humanidade que é a fé cristã. Francisco pensava que o projeto era dele, mas descobriu que o que estava buscando era universal: algo que desde Jesus Cristo até ele, milhares de pessoas tinham buscado, cultivado, dando a sua própria vida. Nessa constante passagem do natural para o projeto de vida, Francisco “recebeu” companheiros do mesmo projeto de vida. E começou a ter uma nova pertença, pois, no humano, na medida em que vai se educando e crescendo para ser capaz do projeto da vida, se abre e se move dentro de uma nova imensa pertença: o Pai de Jesus Cristo, Jesus Cristo, os apóstolos, a Igreja, constituíam uma pertença que chegava até ele. Todo o Povo de Deus estava caminhando naquele ideal que ele tinha escolhido. Descobriu que aquilo que parecia um projeto individual era muito pessoal, muito engajado, mas não era individual-particularista. Era um ideal enorme da humanidade nova em Jesus Cristo. Por isso foi até o representante desse Povo de Deus, não reparou se era bom ou ruim como pessoa, e pediu a aprovação para o seu gênero de vida. Quando São Francisco diz: “A Regra e a Vida dos Frades Menores é esta”, está dizendo: “Embala-te! Entra nessa enorme corrente chamada vida cristã, que vem desde Jesus Cristo até nós”. É essa maneira de entender o humano que está por trás de todo o texto da Regra.

2. Preliminares para o estudo do texto (frei K. Esser)

2.1 – Os manuscritos dos “Opuscula” apresentam muita variedade quanto aos títulos dos diversos capítulos, quer na forma, quer no conteúdo. Isso é evidente principalmente na transmissão da Regra não bulada, da qual possuímos um texto sem indicação alguma de capítulos. Francisco ditava admoestações e cartas sem indicar qualquer título para os capítulos, como prova o Testamento. Podemos supor o mesmo em relação ao manuscrito original da Regra. Os títulos atuais dos capítulos são posteriores; pois prejudicam o sentido do contexto e não indicam com precisão o conteúdo. E o que se constata nos capítulos 2, 6, 10, 11 e 12, onde os títulos, quando muito podem figurar como “pars pro toto”. Os títulos, embora já presentes na bula papal de confirmação, foram pois colocados, em partes até bem apressadamente, antes da publicação da bula; naquela época, qualquer Regra deveria estar estruturada em capítulos, por motivos litúrgicos, uma vez que no fim da Prima, “ad absolutionem capituli”, lia-se um trecho da Regra como “lectio brevis”, como ainda hoje fazem as Ordens antigas. Para estudar, pois, o texto da Regra, convém não sobrevalorizar os títulos e a divisão em capítulos. Este esclarecimento bem poderia ter evitado interpretações errôneas da Regra no passado. Haja visto a conexão interna dos atuais capítulos 5 e 6; se se tivesse atendido a esse fato, muita discussão sobre a relação entre trabalho e mendicância teria sido desnecessária. Devemos, pois, largar a ideia tão arraigada que nos faz ver nos 12 capítulos um sinal da “apostólica regula”. Francisco teria subdividido a Regra em 12 capítulos para simbolizar os 12 fundamentos apostólicos e as 12 portas, por onde se entra na “vita evangélica”, e como numa nova Jerusalém que desce de Deus e tem nas 12 portas marcados os 12 nomes dos apóstolos. A verdade histórica é mais sóbria e não carece de tais sublimações místicas.

2.2 – Como atesta principalmente o Testamento, mas também os demais escritos, o pensamento de Francisco não é “lógico”, e sim concreto-associativo. Lendo a Regra, logo notamos a ausência de qualquer construção lógica. Os capítulos englobam, não raro, assuntos diversos; as transições de um capítulo a outro não obedecem às leis da lógica. Como exemplo tomemos o tema “atividade dos frades”, tema esse tratado com estranha conexão ou, segundo nosso modo de pensar, sem nexo algum nos capítulos 5 e 9 da Regra. De fato mal se pode compreender, a não ser à luz do predomínio da lenda, que ninguém tenha até agora levantado a pergunta sobre a estrutura interna da Regra, ou seja sobre seu princípio orientador interno. A pergunta poderia ser formulada assim: Por que os diversos pensamentos da Regra se apresentam nesta ordem e não numa ordem diferente?

2.3 – A Regra dos Frades Menores, segundo seu conteúdo e sua estrutura, é obra genuína de São Francisco. Só ele pode ser o autor de um documento que traz tão nitidamente o cunho pessoal de seu pensamento: ainda mais: encontram-se ali muitos avisos em forma pessoal (moneo, praecipio), como locuções diretamente endereçadas aos frades (vos carrissimos frates meos, dilectissimi fratres).

Alguns versículos, é verdade, foram adaptados ao Direito Canônico vigente (por exemplo 2,2; 3,1; 4,5; 7,1; 9.1), mas com visível acatamento do pensamento do santo (em particular 3,5; 7,1). Talvez possamos atribuir este auxilio jurídico ao Cardeal Hugolino, que mais tarde afirmou ter ajudado a São Francisco “in condendo Regulam”. Por várias razões não se pode admitir o auxilio jurídico da Cúria Romana; aliás os secretários da mesma nem se deram ao trabalho de elaborar uma introdução própria para a bula de confirmação, mas tomaram simplesmente o formulário “Solet annuere”, em uso para os privilégios dos cistercienses. Tão pouca importância se dava na Cúria à nova Ordem em 1223! Outras passagens da Regra foram estilisticamente corrigidas (como talvez 2,17; 3,10; 6,4; 9,3 10,7; 13,3).

É notável que estas correções se encontram precisamente nos avisos e admoestações mais significativos para a espiritualidade e a vida dos frades. Sem dúvida, os encarregados da redação final se esmeraram mais nestas partes, deixando as admoestações periféricas (2,14; 3,12; 3,14; 6,7-9), em seu estilo simples, típico de São Francisco, como provam os demais opúsculos. A colaboração dos frades na redação final foi bem diferente daquela descrita pelas “Lendas” posteriores!

2.4 – A Regra não é obra jurídica, destinada a dar normas para tudo. Ao redigir a Regra, Francisco olhava a vida concreta, como fez também no Testamento, e procurava impregnar essa vida quotidiana com o verdadeiro espírito franciscano. Daí algumas conclusões importantes: a) A Regra é um documento espiritual; esta afirmação é de singular relevância. Ela é um discurso de exortação do santo para seus frades. Por isso, quase todas as frases têm a forma do conjuntivo, exprimem antes um desejo, do que propriamente uma ordem. Apenas 4 versículos apresentam um “debea(n)t” (3,12; 6,9; 7,3; 10,4); três dizem: “precipio firmiter” (4,1; 10,2; 1,1) e um “per obedientiam injungo”. Tais expressões, em si mais fortes, não indicam, no entanto, uma obrigação maior, como podemos observar confrontando os versículos 6,1; 12,3. Em outras palavras: a Regra usa às vezes fórmulas jurídicas mais fortes, que, na realidade, não aumentam a obrigação. Estas fórmulas não podem servir, portanto, como critério para escolher os tópicos mais decisivos da Regra. Pois não é um jurista que fala, mas um “pater spiritualis”, que tem em mira levar para a vida prática o espírito do Evangelho.

b) A Regra é, pois, a “forma vitae” – e isto é importante – para a vida quotidiana dos frades. Os avisos da Regra destinam-se à sua vida concreta; as admoestações e advertências dizem respeito a certas situações reais. A Regra, como já dissera com acerto São Boaventura, não se refere à vida singular e carismática de São Francisco. Ele não pretende impor sua vida como norma ou “Regra” para os outros.

c) Além disso, Francisco toma em consideração a vida minorítica, tal como tinha evoluído até 1223, e procura traçar-lhe normas de conduta espiritual; ele procede do mesmo modo como fez ao escrever sua “Regula pro eremiteriis” para os frades que preferiam uma vida mais contemplativa em lugares isolados, ou como procedeu na carta a Santo Antônio com os estudos, ou na Carta a toda a Ordem com os sacerdotes da Ordem e o culto comum nas residências que se iam fundando, ou ainda no Testamento, ao resolver a questão das casas e igrejas para os frades. Nunca Francisco tomou atitude de “protesto” contra tais evoluções. Interessava-lhes, isso sim, comunicar a tudo o espírito peculiar da fraternidade, espírito que se encarnou na Regra.

2.5 – A Regra foi escrita para a vida. Ela quer impregnar a vida concreta dos Frades Menores com o espírito do Evangelho. O modo como ela o faz é bem peculiar, pouco satisfatório sob o aspecto jurídico, mas excelente do ponto de vista cristão. Esta Regra não pode pois ser vivida juridicamente. Deve-se antes correr o “risco” de realizá-la em espírito de fé. A Regra mesma convida a tal tentativa quando fala da “divina inspiratio” e da “necessitas fratrum”, onde se insinua uma atitude aberta e corajosa. Por isso nossa vida franciscana será sempre uma “santa aventura”, um engajamento para conquistar o espírito do Evangelho, o “spiritus Domini et eius sanctam operationem”. A vida atual da Ordem se assemelha à vida dos primeiros Minoritas: a cura de almas e o apostolado, as múltiplas necessidades da Igreja e do Reino de Deus obrigam a um modo de vida que colide com as formas claustrais e monacais do séc. XIII, aceitas então por necessidade das circunstâncias. Hoje a vida tende a romper estas formas. A mudança das circunstâncias na atualidade não nos oferece uma oportunidade singular de pôr a Regra a serviço da vida? Não poderíamos tentar “regular” de maneira nova nosso viver cotidiano à mão dos avisos espirituais, advertências e admoestações paternais, dos preceitos e das proibições sábias, dadas por São Francisco para nosso caminho de vida? O que São Francisco nunca fez, também nós não o devemos fazer: “protestar”; hoje como sempre só há uma tarefa: pôr em harmonia com a Igreja a nossa vida concreta, inserida na própria vida da Igreja que a exige como sendo “forma sancti Evangelii”. Se soubemos interpretar os sinais dos tempos na vida da Igreja. então nenhuma geração da Ordem teve, como a nossa, a possibilidade e a obrigação de realizar aquilo que a Regra tanto quer defender e garantir: “regulam spiritualiter observare”.

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