Para que o amor de Deus estivesse, em sua grandeza, presente junto dos homens, diz Santo Tomás, Nosso Senhor instituiu a Eucaristia na Última Ceia. Pão que se torna Corpo, vinho que se torna Sangue: eis o que celebramos solenemente. Mistério perene e santo que sustenta a humanidade e encanta os pobres de coração.
O Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo sustenta a igreja. Renova o sacrifício do mesmo cordeiro imolado, obedecendo ao pedido que Ele mesmo nos fez naquela ceia derradeira. Para nós, franciscanos, a devoção do Cristo Eucarístico tem um sabor especial: o Cristo que se faz partilha, Deus que se permite tocar num pequeno pedaço de pão é um dos pilares de nossa espiritualidade.
Ora, São Francisco exorta que “vendo o pão e o vinho com os olhos do corpo, vejamos e creiamos firmemente que é vivo e verdadeiro o seu santíssimo corpo e sangue”. É importante que a fé seja viva, expressa nas obras de cada um, seguindo os exemplos deixados pelo próprio Cristo, nos quais temos pleno acesso pela leitura atenta dos Evangelhos.
O batismo, que nos envia também como profetas, sacramenta o ardor de levar a todas as gentes o louvor do senhor com o vigor do Espírito Santo. Acontece que não se dissocia o conhecimento das coisas que Deus ensina de sua prática diária. Ao celebrarmos a Eucaristia, no qual o Corpus Christi dá grande destaque, não devemos nos esquecer que Eucaristia é partilha e doação. O Cristo se doa, nós devemos nos doar também.
E para quem? A todos os irmãos. Mas especialmente aos mais pobres, marginalizados e sofredores, pois a eles (e a todos) Cristo veio anunciar o Evangelho. E isso Ele mesmo nos disse ao ler a passagem de Isaías na Sinagoga. Nos braços da Igreja acolhedora, do povo em saída, nossos irmãos e irmãs sofredoras devem encontrar compaixão, carinho, identificação. Isso também é celebrar o Cristo Vivo, nosso irmão que sempre anda junto de nós.
Postulante Marco Antonio de Morais Junior