Franciscanos e Militares celebram Santo Antônio do Relento

19/09/2024

O Exército Brasileiro e o Convento Santo Antônio, no Largo da Carioca, mais uma vez se uniram nesta quarta-feira, dia 18 de setembro, para celebrar a memória de uma devoção cuja história começou no ano de 1710: Santo Antônio do Relento. A festa teve início às 11h30, no pátio em frente à Igreja, no Rio de Janeiro (RJ), onde a Banda do 1º Batalhão de Guarda (1º BG), trajando o uniforme histórico,  apresentou o repertório preparado para homenagear o Santo, que tem a patente de General do Exército Brasileiro e que, até a Proclamação da República, recebia o soldo referente a Tenente Coronel, que era repassado ao Convento.

Às 12h, teve início a celebração da missa, presidida por Frei Odécio Lima de Souza, frade residente no Convento e Capelão da Marinha. Concelebraram Padre João Batista Junior, Capelão-Chefe do Exército no Rio de Janeiro; Padre Reis, também do Exército, e Frei Cláudio César Broca de Siqueira, da Fraternidade do Convento.

Os cantos da missa ficaram por conta do sexteto também formado por militares do 1º BG. Ao término da missa, todos os presentes se colocaram diante da imagem de Santo Antônio do Relento, sobre o fronte da igreja e que traz consigo uma lâmpada permanentemente acesa. Ali, fizeram uma oração em homenagem ao Santo e em seguida, com a relíquia, novamente a Cidade do Rio de Janeiro foi abençoada. Para Frei Odécio, ao recordar a devoção a Santo Antônio do Relento, o povo carioca tem a chance de renovar no coração a certeza da proteção de Deus diante de todos os desafios da vida.

Conheça a História

A ligação entre Santo Antônio e a vida militar teve início em Portugal, no Reinado de Dom Afonso VI, quando o Santo assentou praça no Regimento de Lagos, do Exército Português, no Século XV. Desta forma, passou a ser invocado pelos capitães para auxiliar as tropas nas batalhas contra os inimigos. A tradição se expandiu e, segundo os historiadores, logo o Santo teve praça de Soldado em quase todos os batalhões portugueses. Com a chegada da devoção ao Brasil, também este costume chegou às terras brasileiras, galgando o Santo sucessivas promoções a patentes mais elevadas. Há registro destes fatos em Minas Gerais, Goiás, Pernambuco, Bahia e no Rio de Janeiro.

Sabe-se que Santo Antônio assentou praça também em terras cariocas, porém não se sabe ao certo o ano em que o referido episódio ocorreu. O certo é que, a 18 de setembro de 1710, o governador Francisco de Castro Morais o promoveu a Capitão de Infantaria. A promoção saiu na véspera de uma importante batalha, em que foi atribuída ao Santo a defesa do território cujas tropas francesas tentaram invadir.

A imagem que hoje é conhecida como a de Santo Antônio do Relento fora originalmente concebida para o altar-mor da igreja. Esta imagem teve sua aura mística reforçada em princípios do século XVIII, por ocasião do ataque francês à cidade empreendido por Jean François Duclerc. Na ocasião, a ela recebeu do governador Francisco de Castro Morais a patente de Capitão de Infantaria e foi devidamente colocada, a pedido do governador, sobre a muralha do convento para, dessa posição, presidir a luta contra os invasores. Expulsos os franceses, a imagem passou a ocupar o frontispício da igreja e, diante dela, manteve-se sempre acesa uma lamparina durante a noite. Em 1779, com a reforma da entrada da portaria, construiu-se o nicho onde está a imagem até os dias de hoje. Por ficar do lado de fora da igreja, a imagem ficou conhecida como Santo Antônio do Relento ou Santo Antônio da Garoa.


Equipe de Comunicação Convento Santo Antônio do Largo da Carioca

Confira a reportagem:

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